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Direito Penal 
 
 
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I - Aplicação da lei penal no tempo 
• A competência para legislar sobre direito penal é da União, sendo vedado 
medida provisória relativa a direito penal, além disso não se pode veicular 
matéria penal por lei delegada. 
• Não se pode aplicar lei penal a fatos – não considerados crimes – praticados 
antes de sua vigência 
• É proibida a analogia contra o réu, ou seja, ampliar uma hipótese na qual o réu 
vá sair prejudicado. 
1. Princípios 
a) Fragmentariedade: O Direito Penal só tutela bens relevantes para a sociedade 
(vida, saúde, etc) 
b) Subsidiariedade: O Direito Penal deve atuar de forma subsidiria quando as outras 
formas de controle forem ineficazes 
c) Ofensividade: Só conduta que causa lesão a bem jurídico relevante pode estar 
sujeita ao direito penal. 
d) Pessoalidade da pena ou intranscendência: A Pena é pessoal, ou seja, não vai 
passar do condenado pra outra pessoa, podendo, no entanto, a obrigação de reparar 
danos ser estendida aos seus sucessores 
e) Humanidade: A Pena não pode atentar contra a dignidade humana, sendo vedada 
a aplicação de penais cruéis e a pena deve ser cumprida com o objetivo de 
ressocializar o condenado. 
f) Confiança: O Princípio da confiança é aquele que uma pessoa age de acordo com 
as regras da sociedade e acha que a outra também vai agir seguindo tais regras. Ex: 
Pedestre que atravessa a rua na faixa achando que o motorista vai parar no sinal 
vermelho. Esse princípio é importante pois pode excluir a tipicidade penal. 
g) Adequação social: Se uma conduta se enquadre no típico legal ela será 
considerada atípica se for socialmente adequada, ela será adequada quando 
considerada normal pela sociedade. Ex: jogador de futebol que se lesiona gravemente 
em uma partida de futebol. Esse principio é importante pois também tira a tipicidade da 
conduta, com exceção dos crimes de venda de CD e DVD piratas. 
h) Insignificância: É aquela em que a conduta do agente será considerada atípica, se 
seguir determinados quesitos, que sejam: i – mínima ofensividade a conduta do 
agente; ii- nenhuma periculosidade da ação; iii- reduzido grau de reprovabilidade do 
comportamento, iv- inexpressividade da lesão jurídica provocada. 
Exceções a esse princípio: Crimes contra a moeda, pois é um crime atendado contra 
a fé pública e que malfere a credibilidade da moeda, independentemente do valor 
falsificado; tráfico de drogas, a alegação da quantidade de drogas apreendidas não da 
ensejo ao princípio da insignificância; posse de drogas para consumo pessoal, não 
se aplica o princípio da insignificância porque o bem tutelado é a saúde; descaminho 
se o valor do tributo for superior a R$ 10.000,00 
2. Aplicação da lei penal mais favorável 
a) vigência da lei penal: Como regra os fatos praticados na vigência de uma lei devem 
ser por ela regidos. Com exceção há a extra-atividade da lei penal mais benéfica, 
possibilitando a sua retroatividade ou ultra-atividade (aplicação da lei após a sua 
revogação) 
b) conflito de leis penais no tempo: possa ser que ocorram um conflito de leis, como 
por exemplo um crime ser iniciado na vigência de uma lei e ser consumado sob a de 
outra lei. A constituição federal diz que “a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar 
o réu” 
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• LEI NOVA MAIS SEVERA (novatio legis in pejus): a lei nova mais grave não 
pode ser aplicada aos fatos anteriores a sua vigência 
Exceção: Nos Crimes continuados e permanentes se o crime se encerrar após a 
vigência de lei mais severa, essa será aplicada e não aquela que estava em vigor 
no inicio do crime, ainda que mais benéfica. 
• LEI NOVA MAIS BENÉFICA (novatio legis in melius): A lei nova mais benéfica 
retroage aos fatos ocorridos antes de sua vigência. 
• DESCRIMINALIZAÇÃO (abolitio criminis): A lei nova deixa de considerar o 
fato como um crime, essa regra é aplicada mesmo após o transito em julgado da 
sentença, mas não vale para os efeitos extrapenais como a obrigação civil de 
indenizar. 
• LEI NOVA INCRIMINADORA: A lei passa a considerar determinado evento 
como crime, mas essa lei não pode ser aplicada aos fatos que ocorreram antes 
da sua vigência. 
c) lei intermediária mais benéfica: Existe outra hipótese de lei que beneficie o réu, é 
aquela que é criada após a prática do crime mas é revogada antes da sua condenação, 
nesse caso a lei que foi revogada (como e a mais benéfica) será a utilizada para 
beneficiar o réu. Ex: Lei A existia na época que Pedro cometeu um crime, após ele ser 
denunciado entrou em vigência a Lei B (mais benéfica) após um certo tempo esta foi 
revogada e entrou a lei C (mais severa) no momento da sua condenação a lei que vai 
ser utilizada vai ser a lei B. 
d) Lei excepcional e lei temporária: Lei excepcional é aquela lei criada em casos 
extraordinários como uma guerra, uma calamidade pública, e lei temporária é a lei criada 
para abranger um determinado tempo, se o crime for cometido durante a vigência 
dessas leis, são essas leis que serão aplicadas ainda que mais severas. 
3. Tempo do Crime 
Existem três teorias: a) teoria da atividade: diz que o crime é praticado no momento da 
ação ou da omissão; b) teoria do resultado: diz que o crime é praticado no momento 
do resultado; c) teoria mista: diz que o crime é praticado tanto no momento da ação ou 
omissão quanto no do resultado 
O Código Penal adota a teoria da atividade (artigo 4º) 
Exemplos especiais: 
Ato infracional praticado por menor e resultado da infração ocorrido posteriormente da 
conduta, exemplo: A, com 17 anos e 11 meses esfaqueia B e B vem a falecer um mês 
depois, quando A já tem completado a maioridade penal: O ECA diz que nesse caso 
se considera o momento do crime no dia em que ele efetuou as facadas. 
Crimine permanente praticado por menor que atinge a maioridade enquanto não 
cessada a permanência: nesse caso aplicar-se-á a legislação penal, tendo em vista que 
o menor passou a ser imputável durante a prática da conduta. 
4. Lugar do Crime 
Também existem três teorias: a) teoria da atividade: local em que ocorreu a 
conduta; b) teoria do resultado: local em que ocorreu o resultado; c) teoria da 
ubiquidade: local em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem 
como onde produziu ou deveria ter produzido os seus efeitos 
O Código Penal adota a teoria da Ubiquidade (Art. 7º) 
 
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5. Territorialidade 
A regra geral é da aplicação da lei brasileira nos crimes cometidos no nosso território, 
pode haver exceções estipuladas em acordos, tratados e convenções, a chamada 
intraterritorialidade. 
A legislação brasileira é utilizada mesmo se o crime for cometido em embarcação ou 
aeronave estrangeira privada se elas estiverem em território brasileiro, seja no ar, na 
terra ou no mar. 
6. Extraterritorialidade 
Aplica-se a lei brasileira a determinados crimes que aconteceram fora do território 
nacional, já a contravenção penal só é aplicada em território brasileiro. 
a) Extraterritorialidade incondicionada 
Aplica-se a lei brasileira a crimes cometidos: 
• Contra a vida ou a liberdade do Presidente do Brasil 
• Contra o Patrimônio ou a fé pública da União, Estados e Municípios 
• Contra a Administração pública por quem está ao seu serviço 
• Genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil. 
• Quando for cometido crime de tortura contra brasileiro ou alguémsob 
jurisdição brasileira. 
b) Extraterritorialidade Condicionada 
Aplica-se a lei brasileira a determinados delitos cometidos fora do Brasil, sendo: 
• Aqueles que por tratado ou Convenção o Brasil de obrigou a reprimir 
• Praticado por brasileiros 
• Praticado em embarcações ou aeronaves brasileiras ainda em que em espaço 
estrangeiro e lá não sejam julgados 
Nesses crimes a aplicação da lei brasileira dependem das seguintes condições. 
• Entrar o agente no território nacional 
• Ser o fato punível também no país em que foi praticado 
• Estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a 
extradição 
• Não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter ai cumprido pena 
• Não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou por outro motivo não estar 
extinta a punibilidade 
7. Disposições finais acerca da aplicação da lei penal 
a) Contagem de Prazo 
O dia do começo inclui-se no computo de prazo. 
b) Frações não computáveis da pena 
Na aplicação de penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, desprezam-
se as frações do dia. Na aplicação de multa são desprezados os centavos. 
c) aplicação das normas gerais do código penal 
Segundo o art. 12 do CP, as suas regrais gerais possuem aplicação subsidiaria em 
relação as leis especiais, não vai se aplicar as normas do CP caso legislação especial 
regule a matéria de forma diversa, ex: na contravenção penal não se admite a tentativa. 
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II – DO CRIME 
O crime, fato humano contrário à lei ou, de uma maneira mais trivial, à norma moral, é 
uma das peças centrais no estudo da doutrina penal. Cada crime possui suas próprias 
características, sua individualidade, e cada um trata da violação de um bem jurídico, 
acompanhado de sua pena correspondente, seja mais branda ou severa. Na visão da 
teologia, o crime corresponde ao pecado, ou seja, a transgressão da vontade divina, 
sendo o mesmo uma ação voluntária que leva à morte e à perda da salvação. 
O crime pode ser observado a partir de três pontos de vista: 
• material: o crime constitui dano ou perigo de dano a um bem jurídico; 
• formal: o crime é o fato proibido por lei, sob risco de pena; 
• analítico: enfoca os elementos ou requisitos do crime. O delito é concebido 
como conduta típica, ilícita e culpável (conceito tripartido) ou típica e ilícita 
(conceito bipartido). Pelo conceito bipartido a culpabilidade não é elemento do 
crime mas sim pressuposto de aplicação da pena, portanto pode ter ocorrido o 
crime (fato típico + ilicitude) e mesmo assim ser o agente isento da pena 
1. Classificação doutrinária dos crimes 
a) simples: é o tipo penal básico, sem conter circunstância no tipo penal que modique 
a pena; Qualificado: possui circunstancia que torna o crime mais grave que o tipo 
básico; Privilegiado: possui circunstancia que torna o crime menos grave que o tipo 
básico 
b) comum: não exige qualidade especial do sujeito ativo de modo que qualquer um 
pode pratica-lo; próprio: exige qualidade especial do sujeito ativo; crime de mão 
própria: o tipo penal exige que o sujeito realize o crime pessoalmente e diretamente 
não permitindo coautoria. 
c) crime politico: pune-se uma conduta que causa um dano ou perigo a um bem jurídico 
de interesse da segurança do estado. 
d) crime militar próprio: prevista apenas no código penal militar; crime militar 
improprio: a mesma conduta é prevista no CP ou em legislação especial 
e) crime instantâneo: a consumação é imediata; crime permanente: a conduta do 
agente causa uma situação que se perdura no tempo, a consumação se perdura no 
tempo. 
f) crime habitual: depende de vários atos habituais para configurar a infração 
g) crime comissivo: o tipo penal descreve uma ação proibida; crime omissivo 
próprio: o tipo penal descreve uma conduta omissiva, ou seja,, um não fazer proibido; 
crime omissivo improprio: em certas situações mesmo o tipo penal descrevendo uma 
ação, pode haver a sua execução por omissão, o agente deixa de evitar o resultado 
quando podia e devia agir. 
h) crime monossubjetivo: o tipo exige apenas um agente realizando a conduta, mas 
pode haver concurso de pessoas; crime plurissubjetivo: o tipo exige dois ou mais 
agentes para a configuração do crime. 
i) crime unissubsistente: a ação típica não pode ser fracionada, sendo realizada com 
um ato só. Crime plurissubsistente: a fase executória é formado por diversos atos. 
Ex: no crime de estelionato, exige-se que após a fraude empregada pelo agente, este 
obtenha vantagem ilícita. 
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j) crime consumado: ocorre quando se reúnem todos os elementos de sua definição 
legal; crime tentado: ocorre quando iniciada a execução, não se consuma por 
circunstancias alheias a vontade do agente; crime exaurido: consequência mais lesiva 
após a consumação 
k) crime de ação única: o tipo prevê apenas uma conduta (um verbo); crime de ação 
múltipla, o tipo prevê várias formas de conduta. 
l) crime de dano: consuma-se com a efetiva lesão ao bem jurídico; crime de perigo, 
consuma-se com a possibilidade de lesão ao bem jurídico 
m) crime pluriofensivo: que protege mais de um bem jurídico ao mesmo tempo 
n) crime funcional: possui como agente o funcionário público 
2. Sujeitos do Crime 
Sujeito ativo é aquele que contribui para a realização do fato criminoso, podendo ser 
autor ou participe. 
No que tange ao sujeito passivo esse pode ser: a) material ou eventual: titular do bem 
jurídico violado ou ameaçado e b) formal ou constante: titular do mandamento proibitivo, 
ou seja, o Estado. 
3. Objetos do Crime 
Se divide sem jurídico e material 
a) Juridico: bem ou interesse tutelado pela norma. Ex: no crime de homicídio é a vida, 
no de furto é o patrimônio, etc. 
b) material: pessoa ou coisa atingida pela conduta criminosa: 
III – Fato Típico 
A doutrina diverge acerca de quais elementos compõe o crime 
A) TEORIA BIPARTIDA: Crime = Fato típico + Ilicitude 
B) TEORIA TRIPARTIDA: Crime = Fato típico + Ilicitude + Culpabilidade 
Independentemente dessa divergência entre culpabilidade (se é pressuposto de 
aplicação penal ou elemento do crime). O fato típico é o primeiro elemento do crime, no 
entanto é importante não confundir, fato com conduta, uma vez que o fato é mais 
abrangente que a conduta. 
FATO = CONDUTA + RESULTADO + NEXO CAUSAL 
1. CONDUTA 
Conduta é um agir humano ou um deixar de agir de forma consciente e voluntarias, 
dirigido a uma determinada finalidade. O CP adotou a teoria finalista da conduta, sendo 
assim para que a conduta seja típica ela deve ser culposa ou dolosa, isto é, o dolo e a 
culpa integram o fato típico. 
A) Características da Conduta 
• Comportamento humano, um agir ou deixar de agir 
• Voluntariedade 
 
 
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B) Ausência de Conduta 
A conduta é um ato de consciência e vontade, e se não houver um desses dois 
elementos não há de falar em conduta, nesse caso não há crime porque não há conduta. 
Inconsciência: é a falta de capacidade psíquica de vontade que faz desaparecer a 
conduta 
Coação ou força física irresistível: Nesse caso é quando a conduta acontece 
alheiamente a vontade do agente, alguém utilizou da coação ou da força física para que 
ele realizasse tal conduta, ele por si só não teria praticado o ato.OBS: Não confundir coação física com coação moral, a coação moral é excludente de 
culpabilidade, se a coação for moral não fica afastada a vontade apenas fica viciada e 
o coagido embora tenha praticado o fato típico e ilícito será absolvido pela excludente 
de culpabilidade. 
C) Formas de conduta 
Duas são as formas de conduta ação e omissão, sendo a ação a conduta em que o 
agente realiza alguma coisa, age, faz e a omissão quando o agente deixa de fazer uma 
coisa que deveria ter feito. Os crimes que descrevem uma ação são chamadas de 
crimes comissivos e os que descrevem uma omissão são chamados de crimes 
omissivos próprios. Porém há crimes em que os delitos comissivos sejam praticados por 
omissão, isso ocorre na hipótese do agente poder e dever agir para impedir o resultado 
e se omite. 
2. RESULTADO 
Segundo a teoria naturalística o resultado é a modificação do mundo exterior causado 
pela conduta, essa modificação pode ser física, fisiológica ou psicológica, assim nem 
todo crime possui resultado como ocorre nos crimes de mera conduta e nos crimes 
formais. 
Crime material: o tipo descreve uma conduta e exige um resultado para consumação 
Crime Formal: O tipo descreve uma conduta e um resultado, mas não existe o resultado 
para sua consumação. 
Crime de mera conduta: o tipo descreve apenas uma conduta sem mencionar qualquer 
resultado. Não exige para sua consumação um resultado naturalístico externo. 
A) Resultado normativo 
Segundo a teoria normativa no que tange ao resultado do crime, o resultado é a lesão 
ou a possibilidade de lesão a um bem jurídico tutelado pela norma jurídica, com essa 
concepção todo crime possui resultado. Exemplo: no crime de homicídio o resultado 
naturalístico é a morte, mas o resultado normativo é a lesão ao bem jurídico, a vida. No 
crime de violação ao domicilio não existe resultado naturalístico, mas o resultado 
normativo é a lesão ao bem jurídico inviolabilidade domiciliar e a privacidade do 
morador. 
3. NEXO DE CAUSALIDADE 
Nexo causal é a ligação entre a conduta e o resultado naturalístico, o nexo causal possui 
importância apenas aos crimes materiais pois estes exigem o resultado naturalístico. 
 
 
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a) Teoria da equivalência dos antecedentes causais 
Causa é a conduta sem qual o resultado não teria acontecido, é a condição que 
contribua para a produção do resultado naturalístico, por esta teoria não há diferença 
entre as causas e entre causa e condição. 
b) Dolo e Culpa 
Não basta que a conduta tenha causado o resultado naturalístico é necessário que ela 
tenha sido cometido com dolo ou culpa para que se configure o fato típico 
c) imputação objetiva 
O nexo-causal não pode ser estabelecido apenas de acordo com a relação física de 
causa e efeito. Para o Direito Penal, além do elo naturalístico, são necessários outros 
requisitos. 
Criação de um risco proibido. Quando uma conduta é absolutamente normal, 
permitida e lícita, mesmo que acarrete riscos, se estes riscos forem permitidos não 
poderão causar resultados proibidos. Se uma mulher leva o marido pra jantar, mesmo 
que deseje que ele se engasgue e morra, se ele “sozinho” correu o risco de se engasgar 
e morrer jantando, não há nexo-causal. 
Que o resultado esteja no mesmo âmbito de risco da conduta. Se um traficante 
vende drogas pra um usuário e este usuário morre de overdose, a conduta do traficante 
não se enquadra no nexo de causalidade, pois o usuário correu risco próprio ao 
consumir excessivamente a droga. 
Que o agente atue fora do sentido de proteção na norma. Se alguém atira no braço 
de uma pessoa que está prestes a se suicidar com um tiro na cabeça, impedindo-a, o 
agente não cometeu lesão corporal, pois ao proteger de modo necessário a integridade 
“maior” da pessoa não pode ser considerado causador de lesão a essa mesma 
integridade. Se o agente realizou um comportamento socialmente esperado, gerou um 
risco permitido, e não causou nenhum resultado proibido. 
3.1 Espécies da Causa 
Em seu art. 13, o CP adotou a teoria “conditio sine qua non” (sem a qual não pode ser), 
que considera que todas as causas envolvidas são equivalentes: tudo o que concorrer 
para o resultado é considerado causa. 
Causa dependente da conduta 
Considera o desdobramento causal como decorrência lógica, óbvia, previsível e normal 
da conduta. Se há mais de uma causa, e uma causa depende da outra, todas ligam a 
conduta ao resultado. 
Causa independente da conduta 
O desdobramento da conduta é imprevisível, inusitado, inesperado. Pode ser 
absolutamente independente e parcialmente independente. 
A causa absolutamente independente não tem nada a ver com a conduta, e rompe o 
nexo-causal: o agente responderá apenas por tentativa, pois sua conduta não produziu 
resultado. 
A relativamente independente produz resultado que se origina do contexto da conduta, 
e não necessariamente da causa em si, e, teoricamente, não rompe o nexo-causal, pois 
se não houvesse a conduta a causa não existiria. 
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Mas o nosso Código Penal em seu art. 13, § 1º, como exceção, determinou que quando 
a causa relativamente independente for superveniente à conduta, ou seja, ocorrer 
depois dela, o nexo-causal é desprezado. Por exemplo, a pessoa que tomou um tiro e 
morre por causa de um acidente com a ambulância a caminho do hospital: deveria haver 
nexo-causal, pois sem o tiro a vítima não estaria na ambulância que sofreu o acidente 
fatal: mas nesse caso, como a causa da morte foi superveniente à conduta do agente, 
ignora-se o nexo-causal. 
3.2. Concausas 
Além da conduta do agente o processo causal pode sofrer interferências de outras 
causas. Deve ser verificado se o resultado produzido teve a contribuição do agente ou 
se ocorreu exclusivamente por outra causa, a chamada causa absolutamente 
independente. Mas pode ser que mesmo com a conduta do agente outra causa tenha 
também contribuído para o resultado, a qual se chama causa relativamente 
independente. 
3.2.1 Causas absolutamente independentes. 
a) Causa preexistente absolutamente independente em relação a conduta do 
agente 
Ocorre antes da conduta do agente e por si só produz o resultado, não há relação de 
causalidade com a conduta do agente mas sim com uma causa preexistente. Ex: A 
desfere facadas em B, sendo impedido de consumar o fato, B morre no hospital mas 
não morre em decorrência das facadas e sim envenenado por uma substancia que havia 
tomado anteriormente, A não vai responder por homicídio e sim por tentativa. 
b) Causa concomitante absolutamente independente em relação a conduta do 
agente 
A causa que produz o resultado acontece no mesmo instante da conduta do agente. Se 
a conduta do agente não contribuir para o resultado o crime não poderá ser lhe 
imputado. 
c) Causa superveniente absolutamente independente 
A causa que produz por si só o resultado acontece após a conduta do agente, se o 
agente não contribui cm a causa o crime não lhe pode ser imputado 
3.2.2 Causas relativamente independentes. 
a) causa preexistente relativamente independente 
Caso em que a conduta do agente e um um fato anteriormente existente estão ligadas. 
b) causa concomitante relativamente independente 
Opera simultaneamente com a conduta do agente, Ex: A efetua um tiro em B, no 
momento em que ele está tendo um ataque cardíaco, devido ao somatório das causas 
a vítima falece. 
c) causa superveniente relativamente independente 
4. Tipicidade 
É a conformidade do fato praticado pelo agente com a descrição de cada espécie de 
infração contida na lei penalincriminadora. Assim, para um fato ser considerado típico 
precisa adequar-se (subsumir-se) a conduta abstratamente descrita na lei penal. Trata-
se, pois, de uma decorrência natural do princípio da reserva legal. 
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a) Elementos do tipo penal incriminador: o tipo penal descreve uma conduta (ação 
ou omissão) proibida. O tipo penal possui elementos objetivos (aspectos materiais e 
normativos) e subjetivos (dados relacionados a consciência e vontade do agente) 
i – elementos objetivos 
objetos descritivos: descrevem os aspectos matérias do fato, como objetos, pessoas, 
animais, etc. 
objetos normativos: são descobertos por um juízo de valor. 
ii – elementos subjetivos 
dolo: ocorre quando o agente quer o resultado ou assume o risco de produzi-lo 
elemento subjetivo especial: é a intenção especifica do agente, ex: auferir vantagem 
indevida, subtrair coisa alheia, etc. 
b) funções do tipo 
i – função indiciária: com a pratica de um tipo penal presume-se a antijuricidade, que 
poderá ser excluída perante uma das causas de exclusão. 
ii – função de garantia: o sujeito só pode ser punido pela pratica de fato incriminador 
pela lei penal 
iii – função diferenciadora de erro: o agente só responde pela pratica de um fato doloso 
quando conhecer as circunstancias fáticas que a compõe 
c) formas de adequação típica. 
i – adequação típica por subordinação direta: o fato de amolda ao tipo penal de forma 
imediata, A efetua disparos em B que vem a falecer, se amolda diretamente ao art. 121 
(matar alguém) 
ii – adequação típica por subordinação indireta: o fato não se amolda ao tipo penal 
imediatamente, sendo necessário outra norma, chamada de norma de extensão 
4.2 Tipicidade material 
Na análise da tipicidade, não basta a mera tipicidade formal, é indispensável a valoração 
da conduta e do resultado causado. Exemplo claro é no princípio da insignificância em 
que não tem tipicidade material, não tem uma grande lesão ao bem jurídico defendido. 
5. Crime Doloso 
O crime é doloso quando o agente quer o resultado ou assume o risco de produzi-lo. 
5.1 Elementos do dolo 
• Elemento cognitivo: O agente tem a consciência da conduta. 
• Elemento volitivo: O agente tem a vontade de realizar a conduta típica. 
5.2 Teorias sobre o dolo 
• Teoria da vontade: Dolo é a consciência e a vontade dirigida ao resultado, para 
que uma conduta seja dolosa o agente tem que ter a consciência e a vontade de 
pratica-la 
• Teoria da representação: para a existência do dolo é suficiente a previsão do 
resultado 
• Teoria da consciência: é necessário a consciência ou a previsão do resultado 
mas não se exige a vontade 
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5.3 Espécies de dolo 
a) dolo direto: o agente quer a produção do resultado, é dividido em dolo de primeiro 
grau quando é a pretensão do agente em realizar o crime e dolo de segundo grau 
quando o agente não tem intenção, mas a conduta é inevitável, o sujeito prevê o delito 
como consequência inevitável 
b) dolo indireto: é dividido em dolo eventual e alternativo 
• Dolo eventual o agente não quer o resultado, mas assume o risco de produzi-lo 
• Dolo alternativo: ocorre quando a vontade do sujeito se dirige a outro resultado 
6. Crime Culposo 
O crime é culposo quando o agente da causa ao resultado por imprudência, negligencia 
ou imperícia. No crime culposo o agente não deseja o resultado nem assume o risco de 
produzi-lo. 
6.1 Elementos do tipo culposo 
• Conduta voluntária: O resultado é causado involuntariamente. 
• Resultado involuntário: Para que ocorra o crime culposo é necessário que a 
conduta causa um resultado naturalístico, ou seja, deve haver mudança no 
mundo exterior 
• Nexo causal: lime entre a conduta e o resultado 
• Tipicidade: adequação do fato com a lei penal, os crimes culposos são 
interpretativos do juiz 
• Imprudência: é uma atitude precipitada, sem a devida ponderação, de forma 
perigosa. 
• Negligência: deixar de fazer o que é o certo 
• Imperícia: inaptidão para o exercício 
6.2 Culpa inconsciente e culpa consciente 
Na culpa inconsciente o agente, ao praticar, a conduta não prevê o resultado, nem 
mesmo prevê a sua possibilidade, ou seja, não tem consciência do perigo gerado, 
embora não seja previsto pelo agente o resultado era previsível 
Na culpa consciente o agente representa a possibilidade de ocorrer o resultado, mas 
não assume o risco de produzi-lo pois confia que ele não acontecerá a diferença pro 
dolo é que ele prevê o resultado e assume o risco na culpa consciente ele prevê o 
resultado mas não assume o risco porque acha que não vai acontecer. 
6.3 Compensação de culpa 
No direito penal não há compensação de culpa, a parcela de culpa da vítima não exclui 
a do infrator, mas se houver culpa exclusiva da vítima não há crime 
7. Erro de tipo 
A) Erro de tipo essencial: Erro de tipo essencial é aquele que recai sobre os elementos 
constitutivos do tipo penal, o sujeito possui uma falsa representação da realidade, ou 
seja, pratica um fato descrito no tipo penal sem ter a devida consciência de sua conduta. 
O CP diz que o erro do tipo penal exclui o doloso mas permite a punição por crime 
culposo. 
Formas e Efeitos: 
• Erro de tipo inevitável: é o que não podia ser evitado, mesmo sendo diligente 
e cauteloso. Como consequência haverá a exclusão do dolo e a culpa 
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• Erro de tipo evitável: é o que poderia ter sido evitado. 
B) Descriminantes Putativas por erro do tipo 
No erro de tipo permissivo o agente pratica uma conduta, que se existisse, tornaria a 
ação legitima, o agente pensa que uma situação existe mas ela não existe, e ele comete 
o ato pensando que aquela situação imaginária é real 
• Se o erro é inevitável, invencível ou inescusável, o agente fica isento da pena 
• Se o erro é evitável, o agente não fica isento da pena 
Já o erro de proibição o agente ao que parece desconhece, por ignorância, que estava 
cometendo um crime. 
C) Erro provocado por terceiro 
O erro de tipo pode ser espontâneo (cometido pelo sujeito sem provocação de terceiro) 
ou provocado por terceiro 
Efeitos: 
• O provocador responde por crime na forma culposa ou dolosa 
• O provocado fica isentando da pena se o erro for inevitável, se for evitável não 
responde a titulo de dolo. 
D) Erro de tipo acidental 
• Erro sobre a pessoa: O erro contra a pessoa a qual o crime é praticado não o 
isenta de pena, ele vai responder como se tivesse matado a pessoa que queria 
matar 
• Erro sobre o objeto: Há erro por objeto quando o agente que sua conduta recai 
sobre uma coisa quando recai sobre outra, independente do objeto ele responde 
pelo crime. 
• Erro sobre o nexo causal: É o equívoco em relação ao meio de execução do 
crime, que acaba por determinar o resultado almejado pelo agente, o sujeito 
consegue realizar o crime que pretendia, porém de outro modo. 
8. Iter criminis 
A sucessão dos vários atos que devem ser praticados pelo criminoso para atingir o fim 
desejado, o delito passa por 4 fases: a) cogitação, b) preparação, c) execução e d) 
consumação 
a) cogitação: intenção de praticar odelito, não é punível. 
b) preparação: atos necessários para iniciar a execução, também não é punível 
c) execução: no iter criminis o fato só é punível com o inicio da execução, porque na 
execução o crime pode se consumar, pode ser tentado mas não consumado graças a 
situações alheias a vontade do agente, e o próprio agente pode desistir de pratica-lo 
d) consumação: é a conduta descrita no tipo penal foi realizada. 
9. Crime consumado 
O Crime é consumado quando nele se reúnem todos os elementos da sua definição 
legal. 
Natureza do crime e seu momento consumativo: 
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• Nos crimes materiais: ocorre a consumação com a produção do resultado 
naturalístico, crimes formais: com a prática da conduta típica, 
independentemente da produção de resultado 
• Crime de perigo: com a exposição do bem a perigo 
• Crime permanente: consumação se protrai no tempo até a sua cessação 
• Crime omissivo próprio: quando o agente deixa de realizar a conduta 
• Crime omissivo improprio: com a produção do resultado 
10. Tentativa 
Tentativa é quando o agente vai realizar o crime mas ele não se consuma por vontade 
alheia a sua vontade. 
a) pena de tentativa: pune-se a tentativa com a pena do crime consumido observando 
a diminuição desta de um a dois terços, o cp adotou a teoria objetiva que se 
fundamenta no perigo de dano acarretado e não na intenção do agente. 
b) classificação: 
• Tentativa imperfeita: a fase executória é interrompida antes de ser esgotada 
por circunstancias alheias a vontade do agente, ex: a da um tiro no b, acertando 
seu braço, e logo é imobilizado por c 
• Tentativa perfeita: a fase executória é esgotada, mas não ocorre a produção do 
resultado. Ex, A dá vários tiros em B e depois vai embora achando que o matou, 
mas B sobrevive. 
C) infrações que não admitem tentativa 
• Crimes culposos; Crimes preterdolosos; Contravenções penais; Crimes em que só 
há punição quando ocorre o resultado; Crimes unissubsistentes; Crimes de 
atentados 
11. Desistência voluntária e arrependimento eficaz 
Desistência voluntária ocorre quando o agente desiste voluntariamente de prosseguir 
nos atos executórios, não ocorrendo a consumação do crime incialmente almejado. 
Arrependimento eficaz se dá quando o agente, depois de realizados os atos 
executórios, pratica uma ação impedindo a produção do resultado, não consumando 
assim, o crime inicialmente pretendido. Nas hipóteses de arrependimento eficaz e 
desistência voluntaria, o agente responde pelos atos já praticados 
12.Arrependimento posterior 
Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça a pessoa, reparado o dano ou 
restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do 
agente, a pena será reduzida de um a dois terços. 
13. Crime Impossível 
Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta 
impropriedade do objeto, é impossível consumar o crime. A primeira hipótese é a 
ineficácia absoluta do meio de execução o meio utilizado não possui nenhuma 
aptidão para ofender ou gerar perito. 
A segunda modalidade é a absoluta impropriedade do objeto material, objeto 
material é a pessoa ou coisa sobre a qual recai a conduta do agente, assim por exemplo, 
não se pode matar uma pessoa que já está morta. 
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Segundo a sumula 145 do STF, não há crime quando a preparação do flagrante pela 
polícia torna impossível a sua consumação. É o flagrante preparado porque a autoridade 
policial induz a pessoa a cometer o crime. 
IV. Ilicitude 
Ilicitude ou antijuridicidade é a contrariedade do fato ao ordenamento jurídico. Praticado 
um fato típico presume-se a ilicitude que poderá ser afastada nas causas de exclusão 
de ilicitude. As excludentes de ilicitude são o estado de necessidade, a legitima defesa 
e em estrito cumprimento do dever legal ou no exercício regular do direito, o agente em 
qualquer das excludentes responde por excesso culposo ou doloso. 
1. Estado de necessidade. 
Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, 
que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou 
alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. 
1.1 Requisitos: 
▪ Perigo atual: É um perigo concreto e que está acontecendo capaz de provocar 
dano a um bem. 
▪ Ameaça a direito próprio ou alheio 
▪ Situação de perigo não causada voluntariamente pelo sujeito, não há 
excludente se o agente provoca o próprio perigo 
▪ Inexistência de dever legal de enfrentar o perigo, determinados sujeitos tem 
o dever legal de enfrentar o perigo, ex: policiais, então não podem alegar estado 
de necessidade. 
▪ Inevitabilidade da pratica de fato lesivo: deve-se analisar se era possível ao 
agente salvaguardar o direito alheio sem pratica a conduta lesiva 
Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser 
reduzida de um a dois terços. 
1.2 Formas do estado de necessidade 
a) estado de necessidade próprio: proteção de direito próprio do agente. Estado de 
necessidade de terceiro: proteção do direito de terceiro 
b) estado de necessidade real: existe uma situação de perigo. Estado de 
necessidade putativo: imagina-se que há uma situação de perigo 
c) estado de necessidade agressivo: a conduta lesiva recai sobre direito de quem não 
concorreu para a produção da situação de perigo. Estado de necessidade defensivo: 
a conduta recai sobre direito de quem concorreu para a situação de perigo 
2. Legitima Defesa 
Entende-se em legitima defesa, quem usando moderadamente meios necessários, 
repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. A legitima defesa 
deve ser sempre feita de maneira moderada, que seja o suficiente para repelir a 
agressão é necessário ainda que o agente tenha consciência que está repelindo uma 
agressão injusta 
2.1 Espécies de legitima defesa 
a) legitima defesa sucessiva: reação do agressor contra a repulsa excessiva da vitima 
b) legitima defesa putativa: trata-se de uma legitima defesa imaginaria, o sujeito supõe 
que está diante dos pressupostos da legitima defesa o que justificaria sua agressão. 
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▪ A legitima defesa real exclui a ilicitude e a legitima defesa putativa exclui o dolo e a 
culpa/tipicidade 
c) legitima defesa subjetiva: é o excesso na repulsa de uma agressão decorrente de 
erro de apreciação, a agressão cessa, mas o agente acha que ela continua e por isso 
acaba excedendo-se em sua reação. 
3. Estrito cumprimento do dever legal 
O sujeito que cumpre determinação legal não pratica conduta ilícita, dever legal é aquilo 
que foi imposto pela lei, o agente deve agir em observância aos limites impostos sob 
pena de responder pelo excesso doloso ou culposo, não cabe o estrito cumprimento do 
dever legal nos crimes culposos 
Como nas outras excludentes o agente deve ter consciência de que está praticando 
uma conduta em virtude do cumprimentoda lei, se houver concurso de agentes e se 
reconhecida a justificativa para um autor, os demais não poderão ser responsabilizados 
4. Exercício regular do direito. 
O exercício regular de um direito é uma espécie de excludente de ilicitude onde quem 
atua de acordo com uma ordem jurídica, não pratica ato em desacordo com a lei. Por 
exemplo, um o lutador de boxe que desfere socos no rosto de seu oponente não 
responde pelas lesões causadas, desde que siga as regras estipuladas para a prática 
do esporte. 
5. Excesso 
Por fim, faz-se necessário analisar quando o agente deverá responder por excesso, em 
caso de legítima defesa. São três as situações: a primeira refere-se à forma dolosa, a 
segunda culposa e a última é aquela que se origina de erro. 
a) excesso voluntario (doloso): O agente tem ciência de que a agressão cessou, mas 
mesmo assim, continua com sua conduta, lesando o bem jurídico do agressor inicial. 
Neste caso, o agente que inicialmente se encontra em estado de legítima defesa e 
excede conscientemente seus limites, responderá pelos resultados do excesso a título 
de dolo, mas se ele se excedeu sem ter a consciência de ilicitude se aplica o erro de 
proibição. 
b) excesso involuntário (culposo): Ocorre quando o agente que age reagindo contra 
a agressão, excede os limites da causa justificante por negligência, imprudência ou 
imperícia. O resultado lesivo causado deve estar previsto em lei como crime culposo, 
para que o agente possa responder. 
c) excesso exculpante: É o excesso derivado da perturbação de animo, medo ou 
susto, o agente não responde pelo excesso apesar de o fato ser típico e ilícito em virtude 
da inexigibilidade de conduta diversa. 
V. Culpabilidade 
A culpabilidade é juízo de reprovação que recai sobre o autor culpado por um fato típico 
e antijurídico. Para muitos doutrinadores trata-se de requisito do crime enquanto, para 
outros, é pressuposto de aplicação da pena. Segundo interpretação do Código Penal, a 
culpabilidade resulta da imputabilidade; potencial consciência da ilicitude; e 
exigibilidade de outra conduta. Este guia tem o escopo de ajudar na compreensão de 
cada um desses elementos. 
 
 
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1. Imputabilidade 
É a atribuição da capacidade para o agente ser responsabilizado criminalmente, o 
agente é imputável quando ao tempo da conduta, for capaz de entender, mesmo que 
não inteiramente, o caráter ilícito do fato. 
1.1. Excludentes 
A) doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado 
O CP adotou o sistema biopsicologico que diz que é isento de pena o agente que por 
doença ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação da 
omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato. 
▪ Apesar do agente crime e o juiz absolver, ele aplicará uma medida de segurança, a 
sentença será absolutória impropria. 
b) menoridade 
Os menores de 18 anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos as normas 
estabelecidas na legislação especial, considera-se maior a partir do primeiro dia em que 
completar 18 anos. 
▪ Foi adotada aqui o sistema puramente biológico 
c) embriaguez completa acidental 
É isento da pena o agente que por embriaguez involuntária era ao tempo da ação ou 
omissão inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato. 
▪ A embriaguez pode ser involuntária, acidental ou através de coação física irresistível 
1.2. Não excludentes de imputabilidade 
a) emoção e paixão 
A emoção e paixão não excluem a imputabilidade penal apenas agem como atenuante 
ou agravante 
b) semi-imputabilidade 
Diferentemente da imputabilidade aqui o agente possui certa capacidade para entender 
a ilicitude do fato, assim não haverá exclusão do fato só causa de diminuição de pena 
a sentença será condenatória mas o juiz diminuirá a pena no momento da fixação, o 
CP também autoriza a substituição da pena por medida de segurança 
c) embriaguez acidental incompleta 
Se a embriaguez for incompleta, a pena é reduzida de um a dois terços. 
d) embriaguez não acidental 
Haverá imputabilidade quando o agente se embriagar voluntariamente ou 
culposamente. 
2. Potencial consciência de ilicitude 
Para que haja o juízo de reprovação é necessário que o agente possua a consciência 
da ilicitude ou que ao menos tenha a possibilidade de conhece-la, assim para ser 
imputada a pena o agente tem que saber ou teria a capacidade de saber que a conduta 
é proibida. 
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Se o agente atua ou se omite sem ter a consciência da ilicitude do fato surge o erro de 
proibição apesar do agente possuir a vontade e a consciência de comer o crime não 
tem a consciência da ilicitude desse fato. 
Constitui exclusão de potencial consciência de ilicitude o erro de proibição inevitável 
ou escusável. 
▪ Erro de tipo afeta a tipicidade e terro de proibição afeta a culpabilidade 
a) erro de proibição inevitável 
Ocorre quando o agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, 
quando, pelas circunstâncias, não lhe era possível ter ou atingir essa consciência, ele 
não isenta o agente da pena ele exclui a culpabilidade. 
▪ Erro de proibição putativo é quando o agente comete um ato pensando ser um 
crime mas na verdade não é 
▪ O erro de proibição evitável não exclui a culpabilidade, é evitável quando é 
possível alcançar a consciência da ilicitude, ele não possuía a consciência, mas era 
possível conhece-la, não isenta da pena só é a uma causa de diminuição 1/6 ou 1/3 
b) erro de proibição direto 
O agente pratica a conduta desconhecendo (ignorância) ou interpretando de forma 
errada a norma de proibição 
c) erro de proibição indireto (descriminantes putativas por erro de proibição) 
Trata-se de erro sobre as causas de exclusão de ilicitude e não sobre as normas 
proibitivas, podem ocorrer nas seguintes hipóteses: 
▪ Erro sobre a existência de uma causa de exclusão de ilicitude não reconhecida 
juridicamente: O sujeito supõe que o fato praticado encontra amparado em uma 
causa de justificação porem esta norma não existe 
▪ Erro sobre os limites de uma causa de exclusão de ilicitude: o agente supõe 
que sua conduta está de acordo com os limites de uma causa de exclusão da 
ilicitude 
3. Exigibilidade de conduta diversa 
A exigibilidade de conduta diversa é elemento da culpabilidade. Somente há 
reprovabilidade da conduta do agente que poderia agir de outro modo, mas optou de 
forma livre e consciente por praticar a infração penal. 
3.1 excludentes 
a) coação moral irresistível: Se o fato é cometido sob coação grave irresistível só é 
punível ao autor da coação, nessa coação tem que haver o coator, o coagido e uma 
vítima que é um terceiro na história não há coação se o coagido também for a vítima, 
se a coação for resistível a pena será apenas atenuada, se a coação for física anula-se 
a vontade do coagido, resultado na exclusão da própria conduta. 
 
 
 
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b) obediência hierárquica: é a manifestação de vontade do titular de uma função 
pública a um funcionário que lhe é subordinado. A ordem dada pode ser tanto legal 
como ilegal, quando se trata de uma ordem legal, não ocorre crime, já que ambos, o 
superior e o subordinado se encontram no estrito cumprimento de dever legal. Porém, 
tratando-se de ordem ilegal, existe duas espécies, a ordem manifestamente ilegal ou 
não manifestamente ilegal. A primeira responde pelo crime o superior e o subordinado, 
este com pena, já a segunda espécie há o subordinado fica isento da pena 
▪ Não se aplica nas relações de direito privado 
VI. Concurso de Pessoas 
O concurso de pessoas consiste no cometimento da mesma infração penal por duas ou 
mais pessoal, as pessoas que concorrem para o crime são chamadas de: autor/coautor 
e participe. Se o crime só pode ser cometido por uma pessoa, mas é praticado por duas 
ou mais ele é concurso eventual de pessoas, mas, se o crime exige uma pluralidade 
de agentes então é concurso necessário de pessoas. 
1. Autoria 
Segundo a teoria restritiva adotada pelo CP, nem todo aquele que dá causa ao crime 
pode ser considerado autor, isto porque alguém pode contribuir para a realização de um 
fato, mas não realizar diretamente o tipo penal, assim a concorrência do autor é diferente 
da concorrência do participe e só haverá responsabilidade do participe por uma causa 
de “extensão penal 
Segundo a teoria do domínio do fato, autor, é quem (1) realiza o verbo núcleo do tipo; 
(2) quem tem o domínio organizacional da ação típica (quem organiza, quem planeja 
etc.); (3) quem participa funcionalmente da execução do crime mesmo sem realizar o 
verbo núcleo do tipo (por exemplo: quem segura a vítima para que o executor venha a 
matá-la, ou, ainda, (4) quem tem o domínio da vontade de outras pessoas (isso é o que 
ocorre na autoria mediata). O conceito de autor, agora, depois da teoria do domínio do 
fato, resultou bastante ampliado. 
2. Participação 
É a contribuição para a conduta criminosa do autor ou dos coautores, o participe não 
realiza diretamente a conduta mas concorre instigando, auxiliando ou induzindo o autor 
2.1 formas 
a) participação moral: induzimento e instigação 
Induz quando age sobre a vontade do autor, fazendo nascer o proposito delituoso, 
instiga quando estimula a vontade já existente do autor 
b) participação material: cumplicidade 
É o auxílio na realização do crime, é uma contribuição por meio de um comportamento. 
▪ Não há se de falar em participação ou concurso de pessoas depois que o crime já 
estiver consumado, eles têm que agir em parceria previamente, antes de ocorrer o 
crime. 
2.2 Natureza jurídica da participação 
Para que ocorra a participação é necessário que a conduta principal seja típica e ilícita. 
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2.3 participação de menor importância 
Se a participação for de menor importância a pena pode ser diminuía de um sexto a um 
terco 
3. Requisitos do concurso de pessoas 
a) pluralidade de condutas: existência de duas ou mais pessoas realizando conduta 
típica ou concorrendo de algum outro modo para que outrem a realize 
b) relevância causal e jurídica de cada uma das ações: relação de causalidade entre 
cada conduta e resultado, a conduta do participe deve ter provocado ou facilitado a 
conduta principal 
c) liame subjetivo entre os agentes: exige-se que o elemento subjetivo do crime, dolo 
ou culpa, seja o mesmo para todos 
d) identidade do fato: todos os concorrentes devem responder pelo mesmo crime 
4. Cooperação dolosamente distinta. 
No caso do agente que quer cometer um crime menos grave e acaba cometendo um 
delito mais grave o concorrente que não quis participar do crime mais grave responderá 
pelo menos grave, ou seja, o que quis participar, todavia, se o crime mais grave era 
previsível ele vai continuar respondendo pelo menos grave mas com a pena elevada 
até a metade e por fim se o crime mais grave era previsto e aceito como possível o 
concorrente responderá por ele uma vez que há dolo eventual. 
5. Circunstancias incomunicáveis 
De acordo com o CP, art. 30, circunstâncias incomunicáveis são as que não se 
estendem aos coautores e partícipes de uma infração penal, pois se referem a 
determinado agente, incidindo em relação a ele. A compreensão desde dispositivo 
depende, da verificação das elementares e circunstancias do tipo penal. 
Elementares são os dados fundamentais de uma conduta criminosa. São os fatores 
que integram a disposição básica do tipo. Circunstancias são os fatores que se 
agregam ao tipo fundamental, para o fim de qualificar o crime, aumentar ou diminuir a 
pena. São exteriores ao tipo penal. 
O melhor critério para aferição desses circunstancias é utilizado na exclusão ou 
eliminação desses elementos. Assim, se excluída uma elementar do tipo penal, teremos 
uma atipicidade ou uma desclassificação para outro crime. Por outro lado, a exclusão 
de uma circunstância não elimina o crime, que permanece intacto, porém influencia na 
quantidade da reprimenda a ser aplicada. 
5.1 Espécies 
Diante do disposto no CP, art. 30, verifica-se que as elementares e circunstancias 
podem ser de caráter pessoal (ou subjetivo). Consequentemente, também existem as 
circunstancias de caráter real (ou objetivo). 
As circunstancias ou elementares de caráter pessoal ou subjetivo dizem respeito à 
pessoa do agente e não ao fato por ele praticado. É o funcionário público no crime de 
peculato (art. 312), elementar de caráter pessoal; ou os motivos do crime de homicídio 
(art. 121, §§1º e 2º, I, II e V), circunstancias agravantes da pena. 
 
 
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Já as de caráter real ou objetivo são as elementares ou circunstancias que dizem 
respeito ao fato, à infração penal cometida e não ao agente. É o emprego de violência 
no roubo (art. 157), como elementar objetiva; ou meio cruel no homicídio (art. 121, §2º, 
III) circunstancia de caráter real. 
 
5.3. REGRAS DO ART. 30. 
Diante dos conceitos até aqui analisados, pode-se entender algumas regras colocadas 
pelo dispositivo penal do art. 30. 
a) Circunstancias e condições de caráter pessoal (ou subjetivas) não se 
comunicam: exemplo de pai, cuja filha foi vítima de estupro, que contrata pistoleiro. A 
condição pessoal de relevante valor moral, que atenua a pena em face do pai jamais se 
comunicará ao pistoleiro. 
b) Circunstancias de caráter real (ou objetivas) se comunicam: desde que os 
demais agentes possuam conhecimento da condição. Exemplo: “A” contrata “B” para 
matar “C”. “B” avisa que usará de meio cruel e “A” aceita. A circunstancia qualificadora 
pelo meio cruel se comunica. 
c) Elementares, subjetivas ou objetivas, se comunicam: ocorre por expressa 
determinação legal. Também aqui é necessário que a elementar tenha ingressado na 
esfera de conhecimento dos demais agentes. Ex: “A”, funcionário público, convida “B” 
para praticar um furto no órgão em que trabalha. “B” conhece a condição de “A”. Ambos 
responderão por peculato (crime próprio) 
6. Casos de impunibilidade 
O ajuste, a determinação, a instigação e o auxílio não impuníveis se o crime não chega 
pelo menos a ser tentado, salvo disposição expressa em contrário. 
VII. Das penas privativas de liberdade 
O CP prevê a reclusão e a detenção como as duas espéciesde penas privativas de 
liberdade, a lei de contravenções penais prevê a prisão simples como pena privativa 
de liberdade. 
1. Regimes de cumprimento da pena 
1.1 Espécies de regime 
O CP prevê três espécies: 
▪ Regime fechado: A pena é cumprida em estabelecimento de segurança máxima ou 
media 
▪ Regime semiaberto: a pena é cumprida em colônia agrícola ou industrial 
▪ Regime aberto: a pena é cumprida em casa de albergado 
1.2 Fixação do regime inicial 
No momento da sentença condenatória, o juiz, após analisar as circunstancias judicias 
atenuantes e agravantes, bem como as causas de aumento ou diminuição estabelecerá 
as penas aplicáveis dentre as cominadas, a quantidade da pena, e o regime inicial de 
cumprimento da pena privativa de liberdade e a sua substituição se cabível. 
 
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20 
Pena superior a 8 anos 
▪ O condenado a pena de reclusão, reincidente ou não, deverá começar no regime 
fechado 
▪ O condenado a pena de detenção, reincidente ou não, iniciará no regime 
semiaberto, porém é possível a transferência para o regime fechado 
Pena superior a 4 anos e não excedente de 8 anos 
▪ Condenado a pena de reclusão e não reincidente poderá desde o princípio cumpri-
la em regime semiaberto, mas o juiz pode fixar em regime fechado também 
▪ O condenado a pena de reclusão e reincidente deve cumprir no regime fechado 
▪ O condenado a pena de detenção, reincidente ou não, deve cumprir em regime 
semiaberto 
Pena igual ou inferior a 4 anos 
▪ Condenado a pena de reclusão ou detenção, reincidente ou não, poderá desde o 
início cumpri-la em regime aberto, dependendo das circunstancias pode ter regime 
mais severo 
▪ O condenado a pena de reclusão e reincidente deve cumprir no regime fechado, 
mas pode iniciar em regime aberto, depende das circunstâncias. 
▪ O condenado a pena de detenção e reincidente cumprirá em regime semiaberto 
2. Progressão do regime 
Para ser concedida a progressão pelo juiz deve haver o cumprimento de ao menos um 
sexto da pena no regime anterior e ostentar o condenado bom comportamento 
carcerário comprovado pelo diretor do estabelecimento, já o condenado por crime 
contra a administração publica terá a progressão de regime do cumprimento da pena 
condicionada a reparação do dano que causou, ou a devolução do produto do ilícito 
pratico com os acréscimos legais. 
▪ É impossível a progressão por saltos 
▪ A pratica de falta grave interrompe a contagem do prazo para a progressão de 
regime de cumprimento da pena 
2.1 Crime hediondo 
Possibilidade de progressão de regime após o cumprimento de 2/5 da pena se o 
apenado for primário e de 3/5 se reincidente 
▪ Crime hediondo antes da lei 11.464/07, progressão com 1/6 
▪ Crime hediondo depois da lei 11.464/07, progressão com 2/5 ou 3/5 se 
reincidente 
2.2 Regressão 
A execução da privativa de liberdade fica sujeita a forma regressiva com a transferência 
para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o condenado: a) praticar fato definido 
como crime doloso ou falta grave; b) sofrer condenação por crime anterior, cuja pena 
somada ao restante da pena em execução torne incabível o regime 
▪ O reconhecimento da falta grave decorrente do cometimento de crime doloso não 
depende de sentença com transito em julgado 
 
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3. Regras Gerais 
a) Regras do regime fechado 
▪ Local de cumprimento: penitenciaria 
▪ Trabalho interno: sujeito a trabalho diurno e isolamento noturno 
▪ Trabalho externo: admitido no regime fechado em serviço ou obras públicas 
realizadas pelo órgão da administração direta ou indireta ou entidades privadas 
b) regras do regime semiaberto 
▪ Local de cumprimento: colônia agrícola, industrial ou similar 
▪ Trabalho: condenado trabalha no período diurno e o trabalho externo é admitido 
bem como frequência a cursos supletivos, profissionalizantes, de segundo grau e 
superio 
c) Regras do regime aberto 
▪ Local de cumprimento: casa de albergado 
▪ Trabalho externo: o condenado deverá, fora do estabelecimento e sem vigilâncias, 
trabalhar, frequentar curso ou exercer outra atividade permanecendo recolhido 
durante a noite. 
4. Remição 
É um instituto destinado a redenção da pena pelo trabalho. O condenado que cumpre 
pena nos regimes fechados e semiaberto poderá remir, por trabalho ou estudo, parte do 
tempo de execução da pena 
O tempo remido será computado como pena cumprida para todos os efeitos, como por 
exemplo, para fins de contagem do prazo para obtenção de progressão do regime ou 
de livramento condicional e em caso de acidente que impossibilite o trabalho ou estudo 
o preso continua a se beneficiar com a remissão. 
A contagem do tempo será: 
▪ 1 dia de pena a cada 12 horas de frequência escolar 
▪ 1 dia de pena a cada 3 dias de trabalho 
É possível a remição de parte do tempo de execução da pena quando o condenado em 
regime fechado ou semiaberto desempenha atividade laborativa 
▪ O tempo a remir em função de horas de estudo será acrescido de 1/3 no caso 
de conclusão do ensino fundamental, médio ou superior durante o cumprimento 
da pena 
▪ Em caso de falta grave o juiz pode revogar 1/3 do tempo remido 
5. Superveniência de doença mental 
O condenado a quem sobrevém doença mental deve ser recolhido a hospital de custódia 
e tratamento psiquiátrico ou estabelecimento adequado, se a doença mental for 
permanente o juiz pode substituir a pena por medida de segurança 
 
 
 
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6. Detração 
Conceitua-se detração penal como sendo o cálculo de redução da pena privativa de 
liberdade ou de medida de segurança aplicada ao final da sentença, do período de 
prisão provisória ou de internação para tratamento psiquiátrico em que o sentenciado 
cumpriu anteriormente. 
VIII. Da aplicação das penas privativas de liberdade 
O CP adotou o critério trifásico, a pena-base será fixada atendendo-se os critérios do 
art. 59 do CP, em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e 
agravantes e por último as causas de diminuição e aumento. Depois de fixada a pena o 
juiz estabelecerá o regime inicial de cumprimento da pena e em seguida verificará a 
possibilidade da substituição da pena privativa de liberdade aplicada por outra espécie 
de pena. 
1. Pena-base 
Na primeira fase o juiz fixará a pena-base dentro dos limites legais e segundo as 
circunstancias judiciais, limites legais são os limites da pena que estão entabuladas no 
CP e circunstancias judiciais são o histórico do réu. 
a) circunstancias judiciais: se forem favoráveis a pena-base vai incidir pro mínimo 
legal, se forem desfavoráveis a pena-base é mais rigorosa. 
▪ Culpabilidade: juízo de reprovação da conduta do agente 
▪ Antecedentes: vida pregressa em relação a outros crimes, é vedada utilização de 
inquérito e ação penal para agravar pena base 
▪ Conduta social: relacionamento familiar, no trabalho, social, etc. 
▪ Personalidade: caráter do agente 
▪ Motivos: causas que motivaram o delito 
▪ Circunstancias: maneira como foi realizado o crime e onde foi realizado 
▪ Consequências: mensuração do dano ocasionado 
2. Circunstancias atenuantes e agravantes 
Fixada a pena base o juiz aufere atenuantes agravantes para fixar a penaintermediaria, 
elas só serão utilizadas se não forem usadas como elementares do crime, ou como 
forma qualificada ou privilegiada. 
As circunstancias agravantes tem como limite a pena máxima cominada e as atenuantes 
não pode conduzir a redução da pena abaixo do mínimo legal. 
a) agravantes 
▪ Motivo fútil ou torpe: torpe é o motivo repugnante e fútil é o insignificante. 
▪ Para facilitar ou assegurar a execução, ocultação, impunidade ou vantagem 
do crime: 
▪ A traição, de emboscada, mediante simulação ou outro recurso que dificultou 
ou tornou impossível a defesa do ofendido 
▪ Com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro método cruel 
▪ Contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge 
▪ Com abuso de autoridade, violência contra mulher 
▪ Com abuso de poder 
▪ Contra criança, maior de 60 anos, enfermo ou gravida 
▪ Quando o ofendido estava sob proteção da autoridade 
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▪ Em estado de embriaguez preordenada 
Ocorre a reincidência quando o agente praticar novo crime, depois de transitar em 
julgado, a sentença que o tenha condenado, com a anistia e a abolitio criminis cessam 
os efeitos da sentença e ele não pode ser considerado reincidente 
Não prevalece a condenação anterior, se entre a data do cumprimento ou extinção da 
pena e a infração posterior tiver decorrido período de tempo superior a 5 (cinco) anos, 
computado o período de prova da suspensão ou do livramento condicional, se não 
ocorrer revogação 
A contagem inicia: a) da data do cumprimento da pena, b) da data de extinção de pena, 
c) data do início do período de prova do sursis ou livramento condicional 
b) atenuantes 
▪ Ser o agente menor de 21, na data do fato ou maior de 70 na data da sentença 
▪ O desconhecimento da lei 
▪ Ter cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral 
▪ Confessado, espontaneamente, a autoria do crime 
▪ Cometido sob crime de coação a que podia resistir ou sob forte violenta emoção 
▪ Quando o agente procurar por sua livre iniciativa, logo após o crime, evitar-lhe ou 
minorar-lhe as consequências ou antes do julgamento ter reparado o dano 
▪ cometido sob a influência de multidão ou tumulto se não o provocou 
c) Concurso entre circunstancias atenuantes e agravantes 
Não raras vezes o delito é cercado por mais de uma circunstância. Quando duas ou 
mais concorrem entre si, como atenuante e agravante, opondo-se quantitativamente 
uma a outra, há o que se denomina concurso entre circunstâncias agravantes e 
atenuantes. A solução a esse concurso é dada pela disciplina do artigo 67 do Código 
Penal. 
Diz a regra que as circunstâncias preponderantes determinam os limites da pena, essas 
são as que resultam dos motivos determinantes do crime, da personalidade do agente 
da reincidência 
3. Casos de aumento e de diminuição 
Causas de aumento ou majorantes são circunstancias que elevam a pena, não são 
qualificadoras porque as casas de aumento da pena incidem sobre determinada pena e 
as qualificadores estabelece penas maiores para situações especiais, a causa de 
aumento pode superar o máximo da pena abstrata e a causa de diminuição pode reduzir 
a pena abaixo do mínimo previsto. 
▪ No caso do roubo os casos de aumento e pena devem ser fundamentados não 
podem ser apenas exasperados a mero número de majorantes. 
▪ Se houver concurso de aumentos e diminuições na parte especial o juiz pode 
escolher só uma, prevalecendo a causa que mais aumente ou a que mais 
diminua 
▪ Se houver concurso de aumentos e diminuições na parte especial, o juiz deve 
aplicar todas 
 
 
 
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IX. Das penas restritivas de direitos 
São penas alternativas as penas restritivas de direito 
As penas restritivas de direito de prestação de serviço comunitário, interdição temporária 
de direitos e limitação do fim de semana terão a mesma duração das penas privativas 
de liberdade 
1. Formas de cumprimento das penas restritivas 
a) prestação pecuniária: consiste no pagamento em dinheiro a vítima, seus 
dependentes ou entidade pública ou privada com destinação social de importância 
fixada pelo juiz não inferior a um salário mínimo nem superior a 360 salários mínimos. 
b) perda de bens e valores: É a retirada de bens e valores do patrimônio licito dos 
condenados. 
c) prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas: consiste na 
atribuição de tarefas gratuitas ao condenado, se a pena substituída for superior a um 
ano é facultado ao condenado cumprir pena substitutiva em menor tempo nunca inferior 
a metade da pena privativa de liberdade fixada. 
d) interdição temporária de direitos: As penas de interdição temporária de direitos 
são: a) proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de 
mandato eletivo; b proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam 
de habilitação especial, de licença ou autorização do poder público; c) suspensão de 
autorização ou de habilitação para dirigir veículo; d) proibição de frequentar 
determinados lugares; e) proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame 
públicos, tem a mesma duração da pena privativa de liberdade substituída 
e) limitação de fim de semana: consiste na obrigação de permanecer aos sábados e 
domingos por 5 horas diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento 
adequado, tem a mesma duração da pena privativa de liberdade. 
2. Substituição 
As penas restritivas de direito possuem autonomia, ou seja, são aplicadas sem 
cumulação com a pena privativa de liberdade, são por outro lado, substitutivas, ou seja, 
em primeiro lugar é fixada a pena privativa de liberdade para em seguir haver a 
substituição para restritiva de direitos. 
2.1 Requisitos 
▪ Aplicação da pena privativa de liberdade não superior a 4 anos nos crimes dolosos 
▪ Qualquer que seja a pena aplicada se o crime for doloso 
▪ Réu não reincidente em crime doloso, salvo se a medida for indicada e não ocorra 
reincidência especifica 
▪ Crime cometido sem violência e grave ameaça 
▪ A culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade, etc, indicarem 
que a substituição seja suficiente 
2.2 Formas de aplicação 
▪ Condenação igual ou inferior a 1 ano: a substituição pode ser feita por multa 
ou por uma pena restritiva de direitos 
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▪ Condenação superior a 1 ano: a pena privativa de liberdade pode ser 
substituída por uma pena restritiva de direito e multa ou por duas restritivas de 
direitos 
3. Conversão 
A pena restritiva de direitos pode ser convertida em pena privativa de liberdade, quando: 
a) descumprimento injustificado da restrição imposta 
b) nova condenação: sobrevindo condenação irrecorrível a pena privativa de liberdade, 
por outro crime, o juiz da execução penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar 
de aplica-la se for possível ao condenado cumprir a pena substitutiva anterior 
X. Da pena de multa 
A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário nacional, de certa 
quantia em dinheiro fixada na sentença e calculada em dias-multas, será no mínimo 10 
e no máximo 360 dias-multa. 
1. Cominação 
a) multa abstrata: pena de multa cominada no tipo penal, é aplicada diretamente pelo 
juiz não substitui pena privativab) multa substitutiva ou vicariante: na sentença condenatória primeiro se aplica a pena 
privativa e depois realiza-se a substituição pela multa, com isso mesmo que o tipo penal 
não preveja a multa o juiz pode aplica-la 
2. Fases da fixação da pena de multa 
a) 1ª fase, fixação da quantidade de dias-multa: serão fixados no mínimo 10 e no 
máximo 360 dias-multa e se deve levar em consideração para fixação, as circunstancias 
judiciais, as agravantes e atenuantes, a situação econômica do réu 
b) fixação do valor do dia multa: será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um 
trigésimo do salário mínimo vigente ao tempo do fato nem superior cinco vezes a esse 
salário. 
XI. Concurso de crimes 
1. Concurso Material 
Concurso material ocorre quando o agente mediante mais de uma ação ou omissão, 
pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não. 
Em relação a natureza dos crimes, tem-se a seguinte classificação 
▪ Concurso homogêneo, crimes idênticos 
▪ Concurso heterogêneo, crimes diferentes 
2. Concurso formal 
Caracteriza-se o concurso formal ou ideal quando o agente mediante uma só ação ou 
omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não. 
2.1 Espécies 
a) concurso formal perfeito ou próprio: ocorre quando o agente com uma só conduta 
comete mais de um crime, idênticos ou não, podem ser: 
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▪ Crime culposo: agente não quis nem assumiu o risco de comete crime mas os 
praticou por culpa 
▪ Crime doloso e crime culposo: o agente quis ou assumiu o risco para praticar 
apenas um único crime, mas além deste praticou outro ou outros crimes por culpa 
▪ Crimes dolosos sem desígnios autônomos: o agente quis praticar apenas um 
único crime seu propósito é único, mas na realidade praticou mais de um delito no 
mesmo contexto fático. 
b) concurso formal imperfeito ou improprio: ocorre quando o agente mediante uma 
só ação ou omissão pratica dois ou mais crime dolosos (idênticos ou não) com desígnios 
autônomos (propósitos ou planos independentes) mesmo tendo praticado apenas uma 
conduta o agente atua com a intenção especifica de realizar mais de um crime. 
2.2 aplicações da pena 
a) concurso formal perfeito: foi adotado o critério de exasperação, aplica-se a pena 
mais grave, ou se igual, somente uma delas mas aumenta em qualquer caso de 1/6 até 
metade, o critério de aumento varia de acordo com a quantidade de crimes. 
2 crimes 3 crimes 4 crimes 5 crimes Mais 6 crimes 
Aumento 1/6 Aumento 1/5 Aumento 1/4 Aumento 1/3 Aumento 1/2 
b) concurso formal imperfeito: foi adotado a teoria do cumulo material, as penas são 
aplicadas cumulativamente. 
3. Crime continuado 
O crime é continuado quando o agente mediante mais de uma ação ou omissão, pratica 
dois ou mais crimes da mesma espécie e pelas condições de tempo, lugar, maneira de 
execução, etc, devem os subsequentes ser havido como continuação do primeiro 
3.1 Requisitos 
a) pluralidade de condutas 
b) pluralidade de crimes da mesma espécie: 
c) similitude de circunstancias objetivas: Tem que ser no mesmo lugar, no mesmo 
tempo (não superior a 30 dias), no mesmo modus operandi. 
3.2 Natureza jurídica 
Pela teoria da ficção jurídica, os vários crimes consideram-se apenas um único delito 
3.3 Espécies 
a) crime continuado comum: crimes cometidos sem violência ou grave ameaça contra 
a pessoa ou com violência e grave ameaça contra a mesma vítima. 
b) crime continuado especifico: delitos dolosos cometidos com violência e grave 
ameaça contra vítimas diferentes 
3.4 Aplicação da pena (sistema de exasperação) 
a) crime continuado comum: aplica-se a pena de um só dos crimes, se idênticos, ou 
a mais grave, se diversas, aumenta em qualquer caso de 1/6 a 2/3, o critério de aumento 
depende do numero de crimes 
b) crime continuado especifico: considerando as circunstancias judicias e a 
culpabilidade, deve-se aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais 
grave, se diversas, até o triplo. O aumento mínimo deve ser 1/6 
 
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4. Erro na execução (ABERRATIO ICTUS) 
Ocorre a aberratio ictus quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o 
agente ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa. Nos 
termos do art. 73, pode ocorre erro na execução com resultado único ou duplo, assim 
se além da vítima efetiva foi também atingida a vítima que o agente queria ofender, será 
aplicada a mais grave das penas cabíveis ou, se idênticas, somente uma delas, mas 
com o aumento em qualquer caso, de um sexto até metade. 
5. Resultado diverso do pretendido – ABERRATIO CRIMINIS 
Ocorre a aberratio criminis quando por acidente ou erro na execução do crime, 
sobrevém resultado diverso do pretendido, o agente responde por culpa, se o crime é 
previsto como culposo, se ocorre também o crime pretendido se aplica o concurso 
formal. Se além do resultado não desejo ocorrer também o resultado pretendido será 
aplicada a mais grave das penas cabíveis ou, se idênticas, somente uma delas, mas 
com aumento, em qualquer caso, de um sexto até metade, se o agente assumiu o risco 
de produzir coisa diversa as penas serão cumuladas, mas se for provado que o outro 
crime não foi decorrente de dolo ou culpa ele não poderá responder. 
• Não se aplica o dispositivo no caso do resultado não desejado ser menos grave que 
o pretendido ou quando não houver a previsão de forma culposa no resultado não 
pretendido 
6. Limites das penas privativas de liberdade 
O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior a 30 
anos, se ele for condenado a mais do que isso elas devem ser unificadas para atender 
ao limite máximo, no entanto se vier condenação posterior é feita nova unificação 
dispensando o que ele já havia cumprido, ex: o agente é condenado a penas privativas 
cuja soma são 100 anos, depois de unificada ele inicia seu cumprimento, após cumprir 
18 anos vem a ser condenado por uma pena de 10 anos por crime praticado durante a 
execução da pena, desprezam-se os 18 anos de forma que faltará 12 anos pra ele 
cumprir a pena, mas como ele foi condenado a 10, esses 12 anos que faltam é somado 
aos 10 anos da nova condenação e assim ele vai ter que cumprir mais 22 anos, bom 
lembrar que essa nova unificação da condenação posterior não pode ultrapassar 30 
anos. 
• Se a condenação for de fato anterior ao início do cumprimento não ocorre uma 
nova unificação, essa pena vai ser somada com aquela desde o início, na primeira 
unificação. 
XII. Suspensão condicional da pena ou Sursis 
Trata-se da possibilidade do juiz liberar o condenado do cumprimento da pena privativa 
de liberdade desde que preenchidos certos requisitos, o condenado não iniciará o 
cumprimento da pena ficando em liberdade durante certo de tempo, denominado 
período de prova. Após esse período de tempo e cumprida as condições estabelecidas, 
a pena privativa de liberdade será extinta, mas, se houver a revogação do sursis o 
condenado inicia o cumprimento da pena. 
• Não se aplica as penas restritivas de direito nem a multa 
• Sursis da pena não é a mesma coisa que sursis processual (suspensão condicional 
do processo) 
 
 
 
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