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UNIDADE 2
MERCADO FINANCEIRO
ObjEtIvOs DE ApRENDIzAgEM
Nessa unidade vamos:
		identificar as entidades participantes do mercado financeiro e suas 
funções;
● compreender as necessidades de financiamento do poder público 
e as emissões de títulos públicos;
● compreender a utilização do Certificado de Depósito Bancário (CDI) 
pelo mercado financeiro;
● entender o significado da expressão “Risco-Brasil”;
● identificar os principais produtos para aplicação financeira 
disponíveis no país, suas características e principais vantagens;
● conhecer as principais fontes de financiamento (produtos de crédito) 
oferecidos pelas instituições financeiras.
tÓpICO 1 – tÍtULOs pÚbLICOs E CDI
tÓpICO 2 – sIstEMA FINANCEIRO NACIONAL – sFN
tÓpICO 3 – pRODUtOs bANCÁRIOs
pLANO DE EstUDOs
Esta unidade está dividida em três tópicos. Em cada um deles, 
você encontrará atividades visando à compreensão dos conteúdos 
apresentados.
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tÍtULOs pÚbLICOs E CDI
1 INtRODUÇÃO
2 tÍtULOs pÚbLICOs – CONCEItO
tÓpICO 1
UNIDADE 2
Títulos públicos, COPOM, SELIC, CETIP, CDI, são conceitos que estão diariamente 
nos jornais. Mas qual o seu significado? Além disso, o capítulo se propõe a ensinar por que 
o governo emite títulos, e como estes títulos e sua taxa de juros influenciam todo o mercado 
financeiro.
O setor público (federal, estadual ou municipal) tem como característica o déficit, ou 
seja: gasta mais do que arrecada. Arrecada recursos sob a forma de impostos, e despende 
em investimentos nas áreas de infraestrutura, saúde, educação etc.
Para financiar este déficit, os governos emitem títulos.
Títulos são documentos de crédito que permitem aos seus aplicadores garantir um 
ganho financeiro após um período definido. Emissores de títulos registram no documento seu 
valor nominal, um prazo para pagamento, e a taxa de juros que pretendem remunerar quem 
os financiar.
Os títulos podem ser emitidos pelo Tesouro Nacional ou pelo Banco Central, bem como 
pelos governos estaduais e municipais.
Os títulos emitidos pelo Tesouro Nacional ou pelo Banco Central são papéis de curto, 
médio e longo prazo (até 45 anos), de baixíssimo risco, com taxas de juros baseadas na taxa 
Selic e mais baixas do que as dos papéis emitidos por bancos e empresas. 
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Os títulos dos estados e municípios normalmente apresentam mais risco do que os do 
governo federal, por isso oferecem taxas de juros mais altas. 
Com a estabilização da Economia, o governo iniciou um processo de emissão de títulos 
com prazo mais longo, contudo, paga-se juros mais altos do que aqueles que têm prazo mais 
curto.
 
 A classificação de baixíssimo risco ou risco zero é justificada pelo conceito de que o 
Governo Federal “não quebra”. 
Os seguintes títulos podem ser adquiridos em qualquer instituição financeira ou 
diretamente pela internet:
FIsCAIs MONEtÁRIOs
Financiam déficit público. Política Monetária – Liquidez.
NTN – Nota Tesouro Nacional. NBC – Nota Banco Central.
LTN – Letra Tesouro Nacional. LBC – Letra do Banco Central.
LFT – Letra Fiscal do Tesouro. BBC – Bônus do Banco Central.
OTN – Obrigação do Tesouro Nacional*.
BTN – Bônus do Tesouro Nacional*.
ORTN – Obrigação Tesouro Nacional*.
FONTE: Os autores
Caro(a) acadêmico(a), os títulos que possuem o sinal * atualmente 
não são utilizados. Alguns itens devem ser esclarecidos, a saber:
● Financia déficit público: são títulos que o Tesouro Nacional 
lança através do Banco Central do Brasil para financiar o déficit 
nas contas públicas federais.
● Política Monetária: são títulos que o Banco Central do Brasil 
emite no mercado quando há excesso de dinheiro em circulação 
que, ao vendê-los, retira o dinheiro do mercado. Quando há 
falta de dinheiro em circulação, o Banco Central do Brasil 
recompra esses títulos, colocando moeda em circulação.
Mas não é exclusividade dos governos a emissão de títulos.
Os bancos emitem títulos chamados de CDB (certificados de depósito bancário), com 
QUADRO 2 – TÍTULOS 
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3 tODOs pAgANDO IMpOstOs
Um dos principais problemas na área de impostos no Brasil é o grande número de 
pessoas à margem da tributação, que não pagam impostos. Os trabalhadores assalariados 
precisam pagar muito mais impostos para compensar os que não pagam. Se todos pagássemos, 
todos pagariam menos.
O que se espera dos governantes brasileiros, aí incluídos o Poder Executivo e também 
o Congresso Nacional, é o ajuste fiscal e a reforma tributária. Ou seja, por um lado o governo 
só gastaria o que arrecada, sem emitir novos títulos aumentando sua dívida, e por outro o 
Congresso votaria a reforma tributária, diminuindo o número de impostos e suas alíquotas, e 
criando impostos mais abrangentes.
Observe o seguinte texto, retirado do Jornal “O Estado de São Paulo”, sobre o tamanho 
o objetivo de lastrear suas carteiras de empréstimos. São os recursos que os poupadores 
investem nestes títulos que permitem aos bancos conceder empréstimos nas carteiras de 
capital de giro, financiamento de automóveis etc. 
As empresas também emitem títulos. São as debêntures, que lhes permitem desenvolver 
projetos, captando recursos sem que precisem contrair empréstimos bancários (pagando juros) 
ou emitindo ações (conquistando novos sócios).
Os títulos emitidos pelos governos estaduais e municipais têm pouca liquidez e sua 
circulação é restrita aos mercados em que estão inseridos. Já os títulos emitidos pelo governo 
federal têm grande liquidez e ampla circulação por todo o mercado, gerando inclusive um 
mercado secundário aquecido.
A grande maioria dos países tem esta dívida interna. Os Estados Unidos - país 
extremamente rico que hoje é o modelo de economia fortalecida - é o mais endividado deles. 
O que os países procuram é estabilizar o seu endividamento, para que este não cresça 
desenfreadamente. Neste quesito o Brasil não vem apresentando responsabilidade. Nossos 
gastos só vêm aumentando, e o governo não dá mostras de que pretende controlar esta 
gastança.
A continuar com o quadro atual, o governo brasileiro entra no ano de 2010 com sua 
dívida pública atingindo inacreditáveis R$ 1,4 tri. É isso mesmo que você leu: mais de um trilhão 
de reais (R$ 1.400.000.000.000,00).
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da economia informal e o montante de impostos que poderia ser arrecadado se todo esse 
segmento também recolhesse os devidos impostos. Se todos pagassem, todos pagariam menos:
Economia informal representou 18,4% do pIb em 2009
Esse é o resultado de um estudo inédito que calcula o Índice da Economia 
subterrânea, realizado pelo Instituto brasileiro de Economia da Fundação getúlio 
vargas
Ricardo Leopoldo, da Agência Estado
SÃO PAULO - A economia subterrânea, conhecida como economia informal, 
representou 18,4% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2009, o equivalente a R$ 578,4 bilhões, 
ante 21% do PIB em 2003. Esse é o resultado de um estudo inédito que calcula o Índice da 
Economia Subterrânea, realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio 
Vargas (Ibre-FGV) e encomendado pelo Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (Etco). 
Segundo o responsável pelo estudo, professor Fernando Holanda Barbosa Filho, o indicador 
tenta medir toda a produção de bens e serviços que não foi comunicada ao governo. 
De acordo com Barbosa Filho, os principais fatores que respondem pela redução 
da economiasubterrânea no Brasil são o aumento do crescimento do PIB, a elevação do 
número de pessoas formalizadas no mercado de trabalho e a expansão da concessão de 
crédito aos trabalhadores. Outros elementos importantes estão relacionados à modernização 
da economia, maior abertura comercial, com o avanço das exportações e a evolução de 
sistemas de arrecadação, como notas fiscais eletrônicas. A redução da burocracia tributária, 
com a instituição do regime Super Simples, também colaborou para a diminuição da economia 
informal no País.
“O crescimento do PIB é um santo remédio”, comentou Luiz Schymura, diretor do 
Ibre. Segundo ele, a expansão do nível de atividade permite melhorias institucionais no 
país, como a busca de maior eficiência produtiva e o próprio aumento da formalização no 
mercado de trabalho.
Na avaliação de Barbosa Filho, se o Brasil crescer ao redor de 7% neste ano, como 
indicam as previsões do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é “factível” que o índice de 
economia subterrânea chegue à marca de 18% do PIB ao final de 2010. “A expectativa é 
que, com a continuidade da expansão do país, a economia subterrânea continue em queda, 
embora não seja possível afirmar agora qual seria o nível exato de redução.”
De acordo com os responsáveis pela pesquisa, a informalidade no Brasil ainda 
atinge níveis elevados, pois, nos países membros da Organização para Cooperação e 
Desenvolvimento Econômico (OCDE), a taxa está ao redor de 10% do PIB. “A economia 
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informal no Brasil equivale aproximadamente ao PIB da Argentina”, afirmou André Franco 
Montoro Filho, diretor executivo do Etco. Segundo ele, em outros países da América Latina 
esse patamar está ao redor de 30% do PIB.
Na avaliação de Montoro Filho, a redução da economia subterrânea indicará a 
evolução do nível de desenvolvimento da economia do País. Ele pondera que o termo 
economia informal é uma espécie de eufemismo para a economia ilegal, que comporta quem 
não paga impostos por suas atividades comerciais. “Isso é ruim para o Brasil, pois emite 
sinais negativos para os empresários e gera um mau ambiente de negócios”, comentou.
Segundo ele, a economia subterrânea reduz os investimentos das empresas, pois 
uma parte delas não encontra incentivos para ampliar suas atividades se os concorrentes 
não pagam tributos. Além disso, se a economia possui muitas atividades que não são 
formalizadas, as companhias registram dificuldades para encontrar sócios no país e no 
exterior a fim de realizar investimentos, dada a precariedade nas relações contratuais entre 
empresas e fornecedores.
“Levando em consideração a atual carga tributária, é possível estimar que há 
sonegação de aproximadamente R$ 200 bilhões por ano no Brasil”, comentou Montoro 
Filho. “Imagine quantos investimentos poderiam ser feitos com esse montante, inclusive 
em estradas. Somente os investimentos realizados pelo governo federal no ano somaram 
R$ 30 bilhões”, afirmou. Segundo ele, a redução da economia subterrânea é fundamental 
para ampliar a Formação Bruta de Capital Fixo no país, gerar empregos formais e melhorar 
a renda da população.
FONTE: Disponível em: <http://economia.estadao.com.br/noticias/not_28365.htm em 05/11/10>. 
Acesso em: 15 fev. 2011.
Os títulos normalmente são emitidos com prazos grandes, como 20 ou 30 anos, e são 
repactuados no seu vencimento. Ou seja, quando os títulos vencem, como o governo não tem 
recursos para liquidar, é obrigado a emitir novos títulos ainda maiores, para pagar o anterior 
mais os juros do período. E ainda emite mais títulos, porque continua gastando mais do que 
arrecada. Vira uma bola de neve, em que títulos novos são emitidos para cobrir títulos que 
estão vencendo.
Além de emitir títulos no Brasil, o governo brasileiro também emite títulos no exterior, 
em outros países, como o Japão, países da Europa, e principalmente, nos Estados Unidos. 
4 A bOLA DE NEvE
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5 ApLICANDO DINHEIRO NOs EUA
Se um americano, ou uma empresa americana estiver interessada em aplicar seus 
recursos, tem basicamente duas alternativas: aplicar na bolsa de valores, financiando empresas, 
mas correndo mais riscos; ou comprar títulos públicos dos EUA. Os títulos americanos são 
considerados o produto mais seguro do mundo para investimento, e por isso mesmo pagam 
os juros mais baixos. Por causa da crise financeira internacional que assolou o mundo no final 
de 2008, os EUA passaram todo o ano de 2009 com juros próximos a zero. 
No final de 2009, os EUA pagam juros de 0,25% ao ano. Ou seja, quem aplicar US$ 
100,00 em títulos americanos, vai retirar US$ 100,25 após um ano. São juros de apenas vinte 
e cinco centavos, por um ano inteiro aplicado.
Os aplicadores que pretendem fugir do risco das bolsas, mas que não aceitam ganhar 
juros tão baixos comprando títulos do governo americano, têm uma alternativa nos títulos de 
outros países.
Como os EUA são os mais seguros e pagam os juros mais baratos, qualquer outro país 
oferecerá mais rentabilidade. Porém, qual país escolher?
Alguns países, considerados mais seguros, pagam juros menores. Outros, mais distantes 
e desconhecidos, como os da África, do Leste Europeu ou mesmo da América do Sul (pense 
sob a ótica dos americanos), precisam oferecer juros maiores, porque representam mais risco. 
Observe a figura a seguir:
Muitos outros países emitem títulos nos Estados Unidos, gerando um grande comércio de 
pessoas e instituições interessadas em aplicar seus recursos e ganhar mais juros, e países 
em captar recursos mais baratos.
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6 As AgÊNCIAs DE CLAssIFICAÇÃO DE RIsCO
Como um trabalho como este seria impossível para um investidor médio, e mesmo para 
a maioria das empresas aplicadoras, é aí que entram as agências de risco, como a Moody´s, 
a Fitch e a Standard & Poor.
Agências de risco são empresas privadas que mantêm um grande número de 
especialistas que estudam cada país sob o ponto de vista político e econômico. Economistas, 
contadores, administradores, estudam cada um dos países que emitem títulos no mercado 
mundial, e conseguem estabelecer um ranking, listando dos países mais seguros (começando 
pelos EUA) até os mais inseguros para aplicar. Os mais seguros podem pagar juros menores, e 
os mais inseguros precisam pagar mais juros, se quiserem captar os recursos dos aplicadores. 
Afinal, para um maior risco, o aplicador exige uma maior remuneração.
Para um investidor americano, ou de qualquer lugar do mundo, que esteja interessado 
em títulos de outros países para remunerar sua carteira a juros mais interessantes e com um 
risco controlado, seria necessário entender a situação econômica de cada país, e seu momento 
político.
FONTE: Disponível em: <http://sandromeira12.files.wordpress.com/2009/09/grau.jpg>. Acesso em: 12 
abr. 2011.
FIGURA 2 – ENTENDA OS ‘DEGRAUS’ DAS NOTAS DE INVESTIMENTO DA MOODY’S
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8 CDI – CONCEItO
Todos os dias os clientes da rede bancária fazem movimentações, depositando, sacando, 
resgatando ou aplicando recursos. Pagamos contas, fazemos empréstimos, muitas vezes 
fazendo transações entre instituições bancárias.
Eventualmente, a diferença entre os créditos (depósitos e aplicações feitas) e débitos 
(saques e empréstimos concedidos) dentro de um banco pode ser negativa, ou seja, mais 
dinheiro pode ter sido sacado dentro daquele banco (incluídas todas as suas agências), do 
que depositado. 
Se este saldo for negativo, o banco procura se socorrer junto a outra instituiçãosuperavitária naquela data, fazendo um empréstimo pelo prazo de um dia. 
Após colocar os países numa ordem do mais seguro para o mais arriscado, cabe ainda 
às agências medir o tamanho deste risco. Quantas vezes é mais arriscado aplicar num título do 
Brasil em relação a um títulos dos EUA? Como os EUA são considerados o país mais seguro, 
tornam-se também a referência mundial.
7 RIsCO-bRAsIL
Se hoje os EUA pagam juros de 0,25% ao ano para lançar seus títulos no mercado, 
e o Brasil for considerado um pouco mais arriscado do que os EUA, as agências podem, por 
exemplo, definir que a diferença entre estes países é de 2% ao ano. O Brasil precisaria então 
pagar 2,25% ao ano para que os títulos emitidos nos EUA fossem tomados pelos aplicadores. 
Se o Brasil resolver pagar somente 1,85% ou 2,00% ao ano, será mais vantagem para o 
aplicador investir seus recursos em países considerados mais seguros do que o Brasil, como 
a Colômbia, ou o México. Estes 2,00% que nos separam dos EUA são o chamado Risco-país. 
No nosso caso, o Risco-Brasil.
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Risco-Brasil é a diferença percentual que um país precisa pagar, 
acima do que o governo americano já paga, para lançar seus 
títulos nos EUA. Esta diferença é expressa em pontos. 2%, por 
exemplo, são 200 pontos.
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9 O CUstO DO DINHEIRO
O CDI na realidade é um certificado, um título, cuja função é lastrear os empréstimos 
entre as instituições. Porém, com o tempo, o CDI também virou uma referência de taxa de 
juros. Por ser este o custo do dinheiro entre os bancos, quando os bancos emprestam recursos, 
eles cobram o custo do dinheiro (CDI) mais alguma coisa, que será o seu ganho. Para tomar 
dinheiro dos clientes aplicadores, os bancos pagam juros que são menores do que o CDI - por 
exemplo, 96% do CDI.
Se o banco A pode emprestar com baixíssimo risco para o banco B, cobrando a taxa do 
CDI, obviamente que para emprestar para um cliente qualquer, que teoricamente representa 
um risco mais elevado, ele irá cobrar CDI + um prêmio, que justifique o risco deste empréstimo. 
Se fosse para emprestar cobrando apenas o CDI, não seria necessária toda uma estrutura de 
agências e gerentes. Bastaria o banco ter uma única sala e esperar as ligações do final do dia 
de um banco deficitário. Grandes empresas tomam recursos emprestados em bancos hoje, 
pagando, por exemplo, taxas como CDI + 1% a.m. ou CDI + 2 % a.m.
Por outro lado, quando um cliente aplica seu dinheiro em um produto de renda fixa, sem 
risco, em um banco, ele irá receber uma remuneração que será, muito provavelmente, inferior 
à taxa CDI, por exemplo, 95% do CDI, ou 98% do CDI, dependendo do volume aplicado. Quem 
aplica volumes maiores tem uma remuneração maior (mais próxima do CDI).
A instituição tomadora, então, emite um certificado, que será adquirido pela outra 
instituição. É um título, como os emitidos pelo governo, ou empresas. A primeira movimentação 
do banco tomador no dia seguinte será devolver o empréstimo.
Por este dia de empréstimo, os bancos não precisam negociar uma taxa entre si, que 
poderia prejudicar ora um banco, ora outro. Os bancos se utilizam de uma taxa padrão entre 
todos eles, o Certificado de Depósito Bancário - CDI.
10 sELIC x CEtIp
O CDI toma como base a taxa SELIC definida pelo Comitê de Política Monetária do Banco 
Central (COPOM). Porém, enquanto a taxa SELIC definida pelo governo é um padrão, uma 
referência para todo o próximo mês, o CDI CETIP dos bancos é dinâmico, e varia sutilmente dia 
a dia. Esta variação pode ser um pouco acima, ou um pouco abaixo da taxa SELIC do governo.
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SELIC – Sistema especial de liquidação e custódia – Sistema que 
processa os títulos públicos, emitidos pelo Tesouro Nacional e pelo 
Banco Central. Executa a emissão, o resgate, o pagamento de 
juros e a custódia dos títulos do governo.
Taxa SELIC meta – É a taxa básica de juros da economia brasileira, definida nas reuniões 
do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom). O governo traça uma meta, de 
quanto pretende pagar de juros sobre os títulos que emite.
Taxa SELIC diária – No dia a dia, porém, nem sempre se consegue cumprir a meta. 
Os títulos do governo podem ser negociados um pouco acima ou abaixo da meta pretendida. 
A SELIC diária, portanto, é uma média das taxas das operações com títulos públicos no dia. 
O que diferencia a SELIC meta da SELIC diária é a procura pelo dinheiro, chamada liquidez. 
Quando existem muitos recursos disponíveis para aplicação, o Banco Central reduz a taxa 
de juros que irá pagar sobre seus títulos emitidos, e neste caso a SELIC diária fica abaixo da 
SELIC meta. Quando falta dinheiro no mercado, o governo é obrigado a pagar um pouco mais 
de juros, se quiser captar recursos. Neste caso, a SELIC diária fica um pouco acima da meta. 
Por isso que a SELIC diária é uma taxa média das operações com títulos públicos no dia.
11 UtILIzAÇÃO pELO MERCADO
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CETIP - Câmara de Custódia e Liquidação - A CETIP é depositária 
principalmente de títulos de renda fixa privados. A entidade 
processa a emissão, o resgate e a custódia dos títulos, bem como, 
quando é o caso, o pagamento dos juros e demais eventos a eles 
relacionados.
O CDI passou a balizar todo o sistema financeiro, quando os clientes procuram utilizar 
a taxa CDI como referência para suas operações junto aos bancos. Garantem-se, desta forma, 
contra qualquer flutuação nas taxas de mercado. Atrelados ao CDI, têm a certeza de que, haja 
alta ou baixa nas taxas de juros, suas operações estarão protegidas contra estas flutuações 
da moeda.
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LEItURA COMpLEMENtAR
O RIsCO bRAsIL vOLtOU A CAIR? ENtENDA O QUE IstO sIgNIFICA
Alessandro Tommasi
Muita gente pergunta como funciona o já famoso indicador de risco país, que ganhou 
as manchetes antes da eleição presidencial de 2002, quando atingiu patamares recordes, e 
agora segue em forte queda, evidenciando a melhor percepção da comunidade financeira 
internacional em relação ao Brasil.
Antes de descrever como o indicador criado pelo banco norte-americano JP Morgan é 
calculado, vale a pena entender como funciona o mercado internacional de renda fixa, no qual 
o indicador se baseia.
governos emitem papéis no exterior
Muitos países, principalmente aqueles como o Brasil, que não conseguem emitir títulos 
de dívida prefixada de prazo mais longo no seu próprio mercado doméstico, acabam recorrendo 
ao mercado internacional. Estes títulos nada mais são do que obrigações do Governo, no qual 
ele toma emprestado a uma determinada taxa junto aos investidores.
DIC
AS!
Para conhecer um pouco mais sobre o sistema financeiro, 
sugerimos a leitura do seguinte livro:
FONTE: GITMAN, Lawrence Jeffrey. princípios 
de Administração Financeira – 
Essencial. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 
2001.
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Além do Brasil, muitos outros países emitem estes títulos no mercado, tentando atrair 
a atenção e os recursos dos investidores internacionais. A maioria destes papéis é emitida em 
dólares, embora emissões em outras moedas como Euros, francos suíços, libras, iene e outros 
também sejam comuns. No jargão do mercado, estes títulos são chamados de bonds, ou bônus.
Remuneração depende do risco
Como todos estes governos “competem” pelos recursos dos investidores, a taxa de 
remuneração destes papéis depende do risco do país. Ou seja, um país que tem um histórico 
de pagamentos em dia e sem sobressaltos, como os EUA, por exemplo, capta dinheiro a uma 
taxamuito inferior a países com histórico recente de “problemas de crédito”, como Argentina, 
Equador ou Nigéria.
Esta remuneração é definida por uma taxa anual, ou seja, o quanto o governo tem que 
pagar por ano para “convencer” os investidores de que vale a pena investir. 
[...]
Vale lembrar que esta taxa pode mudar em intervalos muito curtos, através da mudança 
no preço dos títulos. Com isso, se a situação piorar, os investidores buscam vender seus 
títulos, levando à queda nos preços e no aumento da remuneração. Caso a situação melhore, 
o inverso ocorre.
títulos dos EUA servem como referência
Para facilitar a análise comparativa entre os vários títulos, o mercado resolveu adotar um 
conceito de desempenho relativo, ou seja, comparar a rentabilidade dos títulos com um papel 
de referência. No caso das emissões em dólares, a referência fica com os próprios títulos do 
Tesouro norte-americano, que apresentam baixo risco e grande liquidez.
Assim, o conceito de diferencial ou spread, usando o jargão do mercado, foi criado. 
No caso dos papéis do México, o diferencial de juros é de, neste exemplo, de 1,50% (5,85% 
pagos pelo México menos 4,35% pagos pelos EUA). Já na situação brasileira atual, o spread 
fica em torno de 3,95% ao ano.
Como nem todos os diferenciais são tão grandes como aqueles do México e do Brasil, 
o mercado costuma classificar este diferencial em pontos base. Isso nada mais é do que 
multiplicar o retorno por 100, obtendo, no caso do Brasil, um diferencial de 395 pontos base.
jp Morgan combina diversos papéis
Como cada governo que emite papéis no mercado externo em geral tem mais do que 
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um título no mercado, o banco norte-americano decidiu criar um índice, que pudesse combinar 
todos estes papéis e obter um índice único, que pudesse ser usado como uma medida de 
risco global.
Com isso, o JP Morgan criou, no final de 1993, o Embi+ (Emerging Markets Bond Index 
Plus), ou Índice de Bonds de Países Emergentes, que mede o desempenho de uma vasta 
carteira de países, atualmente em 21. Dentre eles, podemos citar latino-americanos como 
Brasil, Argentina, México, Colômbia e Venezuela; europeus como Rússia, Bulgária e Polônia; 
e africanos como Nigéria. Todos os países incluídos são os chamados “emergentes”, excluindo 
aqueles de risco menor, como muitos dos países da Europa Ocidental, Ásia e América do Norte.
Além deste índice genérico, o banco criou também um índice para cada país, incluindo 
apenas títulos do país em questão. Com isso, o JP Morgan criou uma medida de risco-país, 
que, no caso do Brasil, é medido pelo Embi+ Brasil. Esse é o tal do indicador de risco-país 
que tanto temos ouvido!
Assim, toda vez que o indicador cai, isso significa que os papéis brasileiros pagam 
menos, indicando que a percepção de risco por parte dos investidores melhorou. Vamos torcer 
para que esta percepção melhore ainda mais, pois custos mais baixos de financiamento no 
exterior podem acabar afetando também a dívida interna, permitindo uma melhora na situação 
das contas públicas.
FONTE: Adaptado de: <http://web.infomoney.com.br/templates/news/view.asp?codigo=67801&path=/ 
investimentos/>. Acesso em: 24 jan. 2010.
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Neste tópico vimos que:
•	 É primordial o estudo de títulos públicos e CDI para entender o mercado financeiro. Tudo 
gira em torno deles. Todos os produtos e todas as taxas são criadas com base nestes dois 
conceitos.
•	 Ao ler qualquer jornal ou revista na área de economia, inúmeras vezes nos deparamos com 
estes dois títulos. 
•	 Qualquer administrador voltado para a área de finanças/economia precisa ter domínio destes 
assuntos. Espero que você tenha aproveitado bem este início.
REsUMO DO tÓpICO 1
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1 Por que o governo emite títulos?
2 Só o governo emite títulos?
3 Por que o governo não para de gastar mais do que arrecada e começa a pagar sua 
dívida? Dever não é ruim?
4 O que é Risco-Brasil?
5 Para que servem as agências de classificação de risco?
6 Assinale a alternativa CORRETA: 
 Quando o COPOM em reunião define “viés de alta”, isto significa que a taxa SELIC: 
a) ( ) Será reduzida na próxima reunião.
b) ( ) Será elevada na próxima reunião.
c) ( ) Poderá ser elevada antes da próxima reunião. 
d) ( ) Poderá ser reduzida antes da próxima reunião.
7 Qual é o índice de inflação utilizado pelo COPOM para o acompanhamento do objetivo 
estabelecido como meta de inflação?
a) ( ) IPCA.
b) ( ) IPC.
c) ( ) IGP-M.
d) ( ) SELIC.
8 Representa a taxa de juros básica de nossa economia:
a) ( ) IGP-M.
b) ( ) IPC.
c) ( ) SELIC. 
d) ( ) IPCA.
9 A emissão de títulos públicos federais é feita, exclusivamente, pelo(a):
a) ( ) Banco Central do Brasil.
b) ( ) Tesouro Nacional.
c) ( ) Estados e municípios.
d) ( ) Comissão de Valores Mobiliários.
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sIstEMA FINANCEIRO 
NACIONAL – sFN
1 INtRODUÇÃO
tÓpICO 2
UNIDADE 2
O sistema financeiro nacional é o conjunto de instituições que compõem o mercado 
financeiro. Desde os cargos mais elevados, como o Conselho Monetário Nacional, até os 
bancos, que atuam intermediando empréstimos e aplicações, procuraremos, neste capítulo, 
descrever os mais importantes.
O sistema financeiro se baseia nos conceitos de investimento e poupança. 
A renda obtida pelos cidadãos destina-se ao consumo (investimento) ou à acumulação 
(poupança).
Os indivíduos que conseguem acumular recursos, após verem satisfeitos seus desejos e 
necessidades de consumo, objetivam aplicar estes recursos em alguma forma de investimento, 
visando receber uma remuneração por isto.
Se estes indivíduos emprestassem seus recursos de poupadores diretamente aos 
investidores, que precisam de recursos porque consomem mais do que ganham, teriam o risco 
de não receber de volta o que emprestaram, pela inadimplência dos tomadores.
É neste ponto que entram os bancos, como gestores deste risco. Os bancos atuam 
como intermediários entre quem tem dinheiro e quer investir, e quem não tem dinheiro e quer 
tomar emprestado.
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O sistema financeiro nacional é o conjunto de instituições (agentes 
intermediários) que propiciam condições para que os recursos dos 
poupadores (agentes superavitários) sejam transferidos para os 
investidores (agentes deficitários), ou seja, constitui-se no elo 
entre poupança e investimento.
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2 AUtORIDADEs MONEtÁRIAs 
(sUbsIstEMA NORMAtIvO)
Os bancos, então, intermediários que são neste processo, assumem os riscos da 
inadimplência dos tomadores, se comprometendo a restituir aos aplicadores o montante 
aplicado, mesmo em caso de não pagamento. Por esta intermediação, os bancos cobram 
uma comissão. 
Outra importante função dos bancos é a de prover liquidez ao mercado. Os bancos dão 
garantia ao tomador de que este não precisará devolver os recursos, mesmo se o aplicador 
resolver liquidar a sua aplicação.
2.1 CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL
É o órgão máximo do sistema financeiro. É responsável pela fixação das diretrizes da 
política monetária, creditícia, fiscal e cambial do país. Como órgão normativo, por excelência, 
não lhe cabe funções executivas.
Composição do Conselho Monetário Nacional: 
- Ministro da Fazenda. 
- Ministro do Planejamento. 
- Presidente do Banco Central. 
Suas principais atribuições são:
- Zelar pela liquidez e pelasolvência das instituições financeiras.
- Coordenar a política monetária, fiscal e cambial do país.
- Adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da economia.
- Regular o valor interno e externo da moeda. 
A partir dessas atribuições básicas, o CMN fica responsável por todo um conjunto de 
atribuições específicas:
- Autorizar a emissão de papel moeda.
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2.2 BANCO CENTRAL DO BRASIL (BACEN)
- Aprovar os orçamentos monetários preparados pelo BACEN.
- Fixar diretrizes e normas da política cambial.
- Determinar as taxas do recolhimento compulsório das instituições financeiras.
- Estabelecer normas a serem seguidas pelo BACEN nas transações com títulos públicos.
- Regulamentar a constituição, o funcionamento e a fiscalização de todas as instituições 
financeiras do país.
- Regulamentar as operações de redesconto de liquidez.
- Estabelecer a meta de inflação, orçamentária e da dívida pública interna e externa.
- Disciplinar o crédito em suas modalidades e as formas das operações creditícias.
- Estabelecer limites para a remuneração das operações de serviços bancários ou financiamentos.
- Outorgar ao Banco Central do Brasil o monopólio de operações de câmbio quando o balanço 
de pagamento exigir.
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A função do Conselho Monetário Nacional é determinar as diretrizes 
gerais para o bom funcionamento do Sistema Financeiro Nacional. 
É um órgão de planejamento, e não de execução.
É o órgão responsável pela execução das normas que regulam o Sistema Financeiro 
Nacional (SFN). Cabe-lhe cumprir e fazer cumprir as disposições que lhe são atribuídas pela 
legislação em vigor e as normas expedidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
São de sua exclusiva competência as seguintes atribuições:
- Emitir papel moeda e moeda metálica nas condições autorizadas pelo CMN.
- Executar os serviços do meio circulante.
- Receber os recolhimentos compulsórios dos bancos comerciais.
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- Realizar operações de redescontos e empréstimos às instituições financeiras.
- Efetuar operações de compra e venda de títulos públicos federais.
- Controlar e fiscalizar o crédito.
- Fiscalizar as instituições financeiras e aplicar as penalidades previstas.
- Controlar o fluxo de capitais estrangeiros.
Dessa forma, o BACEN pode ser considerado como:
- Banco dos Bancos (depósitos compulsórios e redesconto de liquidez).
- Gestor do SFN (normas e autorizações / fiscalização e intervenção). 
- Executor da Política Monetária (Controle dos meios de pagamento).
- Banco Emissor (emissão do meio circulante e saneamento do meio circulante).
- Banqueiro do Governo (emissão de títulos públicos, administração da dívida pública, gestor 
e depositário das reservas internacionais e representante junto às instituições financeiras 
internacionais).
- Regulador da execução dos serviços de compensação de cheques e outros papéis.
- Emissor de títulos de responsabilidade própria de acordo com as condições estabelecidas 
pelo Conselho Monetário Nacional.
- Aquele que autoriza o funcionamento estabelecendo a dinâmica operacional, de todas as 
instituições financeiras.
- Aquele que vigia a interferência de outras empresas no mercado financeiro e de capitais.
- Aquele que determina, via COPOM, a taxa de juros de referência para operações de um dia, 
taxa SELIC.
Copom 
1- O que é o Copom?
Órgão do BC, responsável por estabelecer a meta para taxa Selic. Foi criado para 
estabelecer um ritual adequado ao processo decisório de política monetária e aprimorar 
sua transparência, a exemplo do que já era adotado pelo Federal Open Market Committee 
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(FOMC) do Fred e pelo Central Bank Council do BC da Alemanha. Em 1998, o Banco da 
Inglaterra instituiu o seu Monetary Policy Committee (MPC) e seguido pelo BC Europeu, em 
1999, com a criação da moeda única.
2- Quais são os objetivos do Copom?
Alcançar as metas de inflação estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional 
(CMN). Caso em um ano a inflação ultrapassar a meta estabelecida pelo CMN, o BC deverá 
encaminhar uma carta aberta ao Ministério da Fazenda, explicitando os motivos do não 
cumprimento da meta. Também terá de explicar quais são as medidas para trazer a inflação 
de volta à trajetória predefinida, bem como o tempo esperado para que essas medidas 
surtam efeito.
3- Quem integra o Copom?
O Copom é composto pelos membros da diretoria colegiada do BC, isto é, o presidente 
e os diretores de política monetária, de política econômica, de estudos especiais, de assuntos 
internacionais, de normas e organização do sistema financeiro, administração, fiscalização e 
liquidações e desestatização. O presidente tem direito ao voto decisório em caso de empate 
na decisão da política monetária.
FONTE: Disponível em: <http://www.acionista.com.br/mercado/entenda.htm>. Acesso em: 15 fev. 
2011.
As funções desses membros são:
● Presidente e diretoria colegiada 
- avaliar propostas; 
- acrescentar proposições acerca das questões; 
- definir, por meio de voto, a meta da Taxa SELIC e seu eventual viés.
● Presidente do Banco Central do Brasil 
- presidir as reuniões; 
- encaminhar a votação ao final das reuniões; 
- decidir com voto de qualidade; 
- ter a prerrogativa, concedida pelo COPOM, de alterar a meta para a taxa Selic, no mesmo 
sentido do viés, sem necessidade de convocação de reunião extraordinária do COPOM.
 
● Diretor de Política Monetária 
- apresentar sugestões sobre as diretrizes de política monetária e sobre a proposta para a 
definição da meta da taxa Selic e seu eventual viés.
● Chefe do DEPEC
- apresentar a análise da conjuntura, abrangendo inflação, nível de atividade, evolução dos 
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agregados monetários, finanças públicas e balanço de pagamentos.
 
● Chefe do DEPIN 
- informar sobre o ambiente externo, bem como a evolução do mercado de câmbio, das 
operações do BACEN e das reservas internacionais.
● Chefe do DEBAN 
- discorrer sobre o estado de liquidez bancário.
● Chefe do DEMAB
- relatar sobre o mercado monetário e sobre as operações de mercado aberto.
● Chefe do DEPEP 
- apresentar a avaliação prospectiva das tendências da inflação.
● Política Cambial
- por delegação, o BACEN cuida dessa questão no dia a dia.
4- Quando ocorrem as reuniões do Copom?
As reuniões dividem-se em dois dias. Mensais desde 2000, o número de reuniões 
foi reduzido para oito ao ano a partir de 2006. A primeira seção começa na tarde de terça-
feira, e a reunião é concluída no fim da tarde do dia seguinte. O Copom pode se reunir 
extraordinariamente, convocado pelo presidente do BC, em virtude de alterações inesperadas 
do cenário macroeconômico. Desde a sua criação, ocorreram três reuniões extraordinárias.
5- Qual o formato do primeiro dia de reunião?
Os chefes de departamento fazem suas apresentações técnicas sobre a conjuntura 
econômica e financeira. Eles fazem apresentações sobre dados da atividade econômica, 
mercado de câmbio, fluxos de capital, condições de liquidez do mercado monetário, além 
de dados recentes sobre as tendências da inflação introduzindo as questões que serão 
discutidas no segundo dia.
6- Qual o formato do segundo dia da reunião?
Inicia-se com a análise das projeções para a inflação, baseadas em diferentes 
hipóteses para as principais variáveis macroeconômicas. Após essa avaliação, os diretores 
de política econômica e de política monetária apresentam alternativas para a taxa de juros 
de curto prazo e fazem recomendações acerca da políticamonetária. Para concluir, os 
membros votam numa proposta final, objetivando sempre o consenso.
7- O que é a taxa Selic?
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A taxa Selic, o instrumento primário de política monetária do Copom, é a taxa de 
juros média que incide sobre os financiamentos diários com prazo de um dia útil (overnight) 
lastreados por títulos registrados no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic).
O Copom estabelece a meta da taxa Selic, e cabe à mesa de operações do mercado 
aberto do Banco Central manter a taxa Selic diária próxima à meta.
8 - O que é o viés de taxas de juros?
O Copom pode estabelecer um viés de taxa de juros de elevação ou redução, 
prerrogativa que autoriza o presidente do Banco Central a alterar a meta para meta taxa 
Selic na direção do viés a qualquer momento entre as reuniões regulares do Copom. O viés 
é utilizado, normalmente, quando alguma mudança significativa na conjuntura econômica 
for esperada.
9 - Quando as atas do Copom são divulgadas?
As atas em português das reuniões do Copom são divulgadas às 8h30min da quinta-
feira da semana posterior a cada reunião, publicadas na página do Banco Central na internet 
e para a imprensa por meio de assessoria de imprensa. A ata fornece um resumo das 
discussões do Copom, em conformidade com o compromisso da transparência do regime 
de metas para a inflação.
10- O Copom divulga outras informações sobre política monetária e inflação?
Ao final de cada trimestre, o Copom publica o Relatório de Inflação, que analisa a 
conjuntura econômica e financeira no Brasil, bem como apresenta suas projeções para a 
taxa de inflação. As previsões são exibidas por meio do “leque de inflação”, que mostra 
distribuição probabilística, enfatizando o grau de incerteza presente no momento em que 
as decisões são tomadas.
FONTE: Disponível em: <http://www.acionista.com.br/mercado/entenda.htm>. Acesso em: 15 fev. 
2011.
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É por meio do BACEN que o Governo intervém diretamente no 
Sistema Financeiro e, indiretamente, na economia.
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O objetivo da Comissão de Valores Mobiliários é o fortalecimento 
do mercado de capitais – ações, debêntures e bolsas de valores.
3 AUtORIDADEs DE ApOIO 
 (sUbsIstEMA OpERAtIvO)
3.1 COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS (CVM)
3.2 BANCO DO BRASIL
Atua como órgão normativo do sistema financeiro, voltado para o desenvolvimento, 
disciplina e fiscalização do mercado de valores mobiliários, basicamente o mercado de ações 
e debêntures.
Seus objetivos fundamentais são: 
-	 Estimular a aplicação no mercado acionário.
-	 Assegurar que as Bolsas de Valores atuem de forma transparente e eficaz.
-	 Proteger os investidores contra atos ilícitos de empresas que objetivem a manipulação de 
preços nos mercados.
É um banco múltiplo que opera também como agente financeiro do Governo Federal. 
Fazem parte ainda do subsistema normativo, sem serem consideradas autoridades 
monetárias:
•	 Superintendência de Seguros Privados – responsável pela regulamentação e fiscalização 
do mercado de seguros.
•	 Secretaria de Previdência Complementar – responsável pela fiscalização e coordenação 
das atividades relacionadas à previdência complementar fechada.
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Conserva ainda algumas funções que não são próprias de um banco comercial comum, 
mas típicas de parceiro principal do governo federal na prestação de serviços bancários, como, 
por exemplo:
-	administrar a Câmara de Compensação de cheques e outros papéis;
-	agenciamento dos pagamentos e recebimentos fora do país;
-	a execução da política de preços mínimos dos produtos agropastoris;
-	compra e venda, por conta própria, ou por conta do BACEN, de moedas estrangeiras.
3.3 BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO 
 ECONÔMICO E SOCIAL (BNDES)
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Bancos Múltiplos: consolidam em uma única instituição as 
atividades de várias empresas financeiras do mesmo grupo. A 
atividade de um banco múltiplo pode envolver carteira 
comercial, de empréstimos, de leasing, de crédito imobiliário 
etc.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social é o órgão do Governo Federal 
criado com o objetivo de apoiar empreendimentos que contribuam para o desenvolvimento do 
país. Tem como seu principal objetivo promover o crescimento das micro, pequenas e médias 
empresas do país, mas também atende a megacorporações e inclusive empresta recursos 
para governos de outros países, quando se trata de interesse político do nosso país.
As empresas interessadas em contrair empréstimos nas linhas de crédito do BNDES 
podem se dirigir diretamente ao banco, ou através dos bancos que possuem credenciamento 
junto ao BNDES.
São características de suas linhas de crédito:
•	 carência – prazo maior dado para o início dos pagamentos. O tomador de um empréstimo 
do BNDES tem 6 ou até 12 meses para o pagamento da primeira parcela;
•	 prazos longos – os empréstimos do BNDES possuem prazos alongados para pagamentos, 
atingindo 15 ou até 30 anos;
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3.4 CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF
4 INstItUIÇÕEs FINANCEIRAs MONEtÁRIAs
É um banco público voltado para o lado social, caracterizando-se como o banco de 
apoio do trabalhador de baixa renda. É um instrumento governamental de financiamento social.
É responsável pela operacionalização das políticas do Governo Federal para habitação 
e saneamento básico. 
As principais atividades da CEF estão relacionadas com a captação de recursos em 
caderneta de poupança, em depósitos judiciais e a prazo e sua aplicação em empréstimos 
vinculados, principalmente, à habitação. 
A Caixa Econômica Federal exerce ainda a administração de loterias, do FGTS e do 
Programa de Integração Social - PIS.
São instituições que possuem depósitos à vista e, portanto, multiplicam a moeda.
•	 As Cooperativas de Crédito: equiparam-se às instituições financeiras e são formadas por 
funcionários das empresas. Dentro das empresas, as cooperativas oferecem possibilidades de 
crédito aos funcionários, e todas as operações facultadas pelas cooperativas são exclusivas 
aos cooperados, funcionários desta empresa.
•	 bancos Cooperativos: o Banco Central deu autorização para que as cooperativas de 
crédito abrissem seus próprios bancos comerciais, atingindo não somente funcionários de 
uma empresa, como também toda uma comunidade. 
Oferecem todos os produtos que qualquer outro banco comercial: talão de cheques, 
cartão de crédito, empréstimos e aplicações, entre outros. 
•	 bancos Múltiplos: surgiram com o objetivo de racionalizar a administração das instituições 
financeiras, sendo possível consolidar, em uma única instituição, as atividades de várias 
•	 juros subsidiados – as taxas de juros dos empréstimos estão bem abaixo das praticadas 
pelo mercado financeiro em geral, estando inclusive abaixo do custo (a taxa CDI). O governo 
paga parte dos juros, com o objetivo de auxiliar o crescimento das empresas do país.
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empresas financeiras do mesmo grupo.
A atividade de um banco múltiplo pode envolver:
è	Carteira comercial.
è	Carteira de investimento.
è	Carteira de crédito imobiliário.
è	Carteira de desenvolvimento.
è	Carteira de leasing.
Para ser constituída como banco múltiplo, a instituição financeira deverá atuar em 
pelo menos duas carteiras, sendo obrigatoriamente uma delas a carteira comercial ou de 
investimentos.
● Bancos comerciais: pela sua própria atividade conseguem administrar as incertezas 
econômicas de maneiramais eficiente, o que faz com que os agentes econômicos confiem 
suas carteiras de investimentos a esses bancos. São atividades clássicas dos bancos 
comercias:
 talão de cheques; 
 cartão de crédito; 
 débitos em contas: energia elétrica, gás, telefone etc.; 
 fianças;
 SPB: Sistema de Pagamentos Brasileiro; 
 transferência eletrônica de dinheiro; 
 operações de câmbio;
 avais;
 DOC, TED; 
 transferências de dinheiro;
 manter contas correntes; 
 arrecadamento de impostos, taxas;
 operações de depósitos; 
 pagamento de benefícios;
 empréstimos em curto prazo; 
 home bank; 
 descontos de títulos de crédito; 
 office bank; 
 saques; 
 remote bank; 
 cobranças; 
 dinheiro de plástico.
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5 INstItUIÇÕEs FINANCEIRAs NÃO MONEtÁRIAs
6 INstItUIÇÕEs AUxILIAREs
•	 Os bancos de Desenvolvimento: o já citado BNDES é o principal agente de financiamento 
do governo federal. Destacam-se outros bancos regionais de desenvolvimento, como, por 
exemplo, o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e o Banco da Amazônia. 
•	 sociedade de Crédito, Financiamento e Investimentos: as “financeiras” captam recursos 
através de letras de câmbio e sua função é financiar bens de consumo duráveis aos 
consumidores finais (crediário). Tratando-se de uma atividade de alto risco, seu passivo é 
limitado a 12 vezes seu capital mais reservas.
•	 sociedades Corretoras: sua principal função é a de promover a aproximação entre 
compradores e vendedores de títulos e valores mobiliários, através de operações realizadas 
em pregões da Bolsa de Valores. 
São instituições que dependem do BACEN para constituírem-se e da CVM para o 
exercício de suas atividades. 
As “corretoras” podem efetuar lançamentos de ações, administrar carteiras e fundos de 
investimentos, intermediar operações de câmbio, dentre outras funções. 
•	 sociedade de Arrendamento Mercantil: executam operações de “leasing”, que se 
assemelham a um contrato de locação de bens, de forma que, ao final do contrato, o locatário 
pode renovar o contrato, adquirir o bem por um valor residual ou devolver o bem locado à 
sociedade. 
As Sociedades de Arrendamento Mercantil captam recursos através da emissão de 
debêntures, com características de longo prazo.
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LEItURA COMpLEMENtAR
CEt – CUstO EFEtIvO tOtAL
CET significa Custo Efetivo Total e foi criado pelo Conselho Monetário Nacional - CMN 
- Resolução 3.517, de 06.12.2007 - para que o consumidor conheça todos os custos de um 
empréstimo ou financiamento antes de fechar o contrato.
O CET é um valor percentual e representa a soma dos custos cobrados na contratação 
de um empréstimo ou financiamento. São eles: taxa de juros, tributo (IOF), tarifa (TAC), registros 
(despesas cartorárias e pagamento de serviços de terceiros no caso de financiamento de 
veículos).
Ao simular o CET, o consumidor pode comparar as condições oferecidas pelos bancos 
e financeiras e escolher a melhor opção de crédito. Quanto menor o CET, melhor. Confira no 
exemplo a seguir: 
Bancos Valor contratado Taxa de juros TAC Prazo
Banco A R$ 1.000,00 1,86% R$ 500,00 24 meses
Banco B R$ 1.000,00 5,50% R$ 50,00 24 meses
IOF incluído nas simulações com vencimento para 30 dias após a contratação. TAC 
não financiada.
Com base no exemplo acima, o Banco A seria escolhido pela maioria dos consumidores, 
porém, ao comparar o CET, verifica-se que a melhor opção é a oferecida pelo Banco B. Veja:
Bancos CET anual
Banco A 194,84%
Banco B 107,94%
perguntas frequentes: 
1. O que é CET?
CET é a sigla para Custo Efetivo Total. Por meio da resolução do Conselho Monetário 
Nacional, 3.517, de 06.12.2007, todas as instituições financeiras devem informar, desde o dia 
03.03.2008, o Custo Efetivo Total das operações de empréstimos e financiamentos.
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2. O que compõe o CEt?
O CET é calculado considerando os fluxos referentes às liberações e aos pagamentos 
previstos, incluindo taxa de juros do contrato, tributos, tarifas, seguros e outras despesas 
cobradas do cliente. O CET deve ser detalhado nos produtos nos seguintes campos:
a) Tributos: Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
b) Seguros: eventuais seguros incidentes sobre os empréstimos e financiamentos. 
c) Tarifas: Tarifa de Abertura de Crédito - TAC. 
d) Registros: despesas cartorárias com registros de instrumentos contratuais e outros 
documentos relativos à operação de crédito.
e) Pagamento de serviços de terceiros: despesa paga pelo cliente com remuneração a terceiros, 
a exemplo de pagamento a agente de crédito e remuneração às concessionárias, no caso 
de financiamento de veículos. 
O CET deve ser informado na forma percentual anual.
3. É obrigatório informar o CEt ao cliente?
Sim. Previamente à contratação da operação, o cliente precisa ser informado do CET 
incidente na operação de crédito pretendida.
4. por que o CEt foi instituído?
O objetivo do CET é informar ao consumidor o custo real de uma operação de crédito, 
apresentando todos os custos que incidem na operação pretendida antes da contratação. 
Dessa forma, o consumidor tem condições de comparar as ofertas do mercado e escolher a 
melhor opção.
5. Por que o CET pode variar entre instituições financeiras?
Como o CET é composto por taxa de juros, custos de tarifas, tributos, registros e 
despesas com pagamento de terceiros, o valor desses custos pode variar de uma instituição 
para outra. Por exemplo, mesmo que as taxas de juros de duas instituições sejam iguais, o 
CET pode variar em função do valor de uma tarifa ser diferente entre essas instituições. Por 
isso, com o CET você pode comparar esses custos de forma simples e transparente.
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6. Como saber qual o melhor CET de uma operação de crédito?
A melhor forma é fazer simulação e comparar o CET entre as instituições. Considerando 
que todos os custos que incidem em uma operação estão no CET, quanto menor o valor do 
CET, menos você pagará pela linha de crédito.
7. No caso de cartões de crédito, o que integra o cálculo do CEt?
Os encargos financeiros, IOF Adicional e IOF Diário são os itens que integram o cálculo 
do CET das transações feitas com os cartões (uso do limite de crédito rotativo, saques e 
pagamentos a débito do cartão).
FONTE: Disponível em: <http://www.bb.com.br/portalbb/page251,8900,8909,0,0,1,0.
bb?codigoNoticia=8350>. Acesso em: 24 jan. 2010.
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Neste tópico você estudou:
•	 As principais instituições financeiras e suas competências. 
Esperamos que você tenha assimilado as funções do Conselho Monetário Nacional e 
do Banco Central, e o papel de cada um. 
Além disso, é importante que você reconheça a CVM como o principal órgão responsável 
pelo desenvolvimento e fiscalização do mercado acionário no país e o papel de agente de 
compensação bancária exercido pelo Banco do Brasil, que é praticamente desconhecido.
REsUMO DO tÓpICO 2
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1 Qual a diferença do Conselho Monetário Nacional para o Banco Central?
2 Uma empresa interessada em abrir seu capital (lançar ações) deve se dirigir a quem?
3 Se eu tenho conta no Banco A e deposito um cheque na conta de um amigo no Banco 
B, por que este cheque tem que passar pelo Banco do Brasil?
4 Qual vantagem tem uma empresa em tomar recursos no BNDES?
5 Qual a diferença entre cooperativas de crédito ebancos cooperativos?
6 Assinale a alternativa CORRETA:
 O Conselho Monetário Nacional pode ser considerado um órgão executivo? 
a) ( ) Sim, o Conselho Monetário Nacional é um órgão executivo.
b) ( ) Não, o Conselho Monetário Nacional é somente um órgão normativo.
c) ( ) Depende do nível de reservas internacionais do país.
d) ( ) Somente quando o país estiver em moratória.
7 Assinale a alternativa CORRETA:
 São entidades supervisoras do Sistema Financeiro Nacional. 
a) ( ) Banco Central do Brasil e Comissão de Valores Mobiliários. 
b) ( ) Comissão de Valores Mobiliários e ANBID.
c) ( ) Banco Central do Brasil e Comitê de Política Monetária.
d) ( ) Conselho Monetário Nacional e Banco Central do Brasil. 
8 Assinale a alternativa CORRETA: 
 Qual das seguintes instituições financeiras pode manter depósitos à vista, não 
remunerados, em conta corrente? 
a) ( ) Banco de Investimento.
b) ( ) Cia. de Leasing.
c) ( ) Corretora de títulos e valores mobiliários.
d) ( ) Banco comercial. 
9 O Conselho Monetário Nacional é o órgão deliberativo de cúpula do Sistema Financeiro 
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Nacional. Sua principal atribuição é:
a) ( ) Definir as taxas de juros.
b) ( ) Adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da economia. 
c) ( ) Ser gestor do sistema financeiro.
d) ( ) Ser agente financeiro do governo.
10 Assinale a alternativa CORRETA:
 O Sistema Financeiro Nacional é constituído por um subsistema normativo e por 
outro operativo. O normativo regula e controla o operativo. Diante dessa afirmação, 
podemos dizer que o BACEN está subordinado a qual subsistema? 
a) ( ) Conselho Monetário Nacional.
b) ( ) COPOM.
c) ( ) Comissão de Valores Mobiliários.
d) ( ) BNDES.
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pRODUtOs bANCÁRIOs
1 INtRODUÇÃO
2 FgC – FUNDO gARANtIDOR DE CRÉDItO
tÓpICO 3
UNIDADE 2
Neste capítulo, o(a) acadêmico(a) poderá conhecer diversas alternativas para investir 
e tomar recursos, desde as mais simplificadas, até as complexas. 
Na hora de investir, é importante entender que se deve definir qual o principal objetivo 
– segurança, rentabilidade ou liquidez (veja nos conceitos a seguir), e a partir daí escolher o 
produto que mais se encaixa.
Já na hora de tomar dinheiro emprestado, procuraremos apresentar diversos produtos 
destinados a pessoas físicas e jurídicas interessadas em captar recursos, tomar empréstimos. 
São produtos que variam de acordo com o prazo para pagamento, custo, e mesmo classe 
empresarial, já que alguns se destinam a exportadores, por exemplo.
Após a onda de quebradeira de instituições financeiras que assolou o país na década 
de 90 e do tão criticado socorro prestado pelo governo através do PROER, o governo criou um 
fundo de compensações em que os próprios bancos são responsáveis por garantir os recursos 
dos investidores parados em conta-corrente ou aplicados em CDB, caderneta de poupança, 
letras de câmbio, letras hipotecárias e letras de crédito imobiliário, entre outros, até o limite de 
R$ 70.000,00 por banco e por CPF. Em caso de conta conjunta (por exemplo, marido e mulher 
ou pai e filho), cada um tem direito de sacar seus valores depositados ou aplicados até o limite 
de R$ 70.000,00.
Não são cobertos pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC) os recursos aplicados 
em fundos de aplicações, sejam de renda fixa ou variável. Isso acontece porque o banco 
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simplesmente administra os recursos dos aplicadores no Fundo e esses recursos não se 
misturam com o patrimônio do banco. Em caso de a instituição financeira enfrentar problemas, 
os aplicadores em Fundos podem, através de uma assembleia, mudar a administração do 
fundo para outra instituição.
Considerando a Resolução 3400 do BACEN, são contempladas com Fundo Garantidor 
de Crédito, os seguintes créditos:
•	depósitos à vista ou sacáveis mediante aviso prévio; 
•	depósitos em contas-correntes de depósito para investimento; 
•	depósitos de poupança; 
•	depósitos a prazo, com ou sem emissão de certificado; 
•	depósitos mantidos em contas não movimentáveis por cheques;
•	contas	destinadas ao registro e controle do fluxo de recursos referentes à prestação de 
serviços de pagamento de salários, vencimentos, aposentadorias, pensões e similares; 
•	 letras de câmbio; 
•	 letras imobiliárias; 
•	 letras hipotecárias; 
•	 letras de crédito imobiliário.
Não são cobertos pela garantia:
•	os depósitos, empréstimos ou quaisquer outros recursos captados ou levantados no exterior; 
•	as operações relacionadas a programas de interesse governamental instituídos por lei; 
•	os depósitos judiciais; 
•	os depósitos a prazo autorizados a compor o nível II do Patrimônio de Referência, de que 
trata a Resolução 2.837, de 30 de maio de 2001.
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Para que possamos analisar alguns produtos para aplicação no mercado financeiro 
brasileiro, é fundamental que conheçamos um vocabulário básico. Iniciaremos, portanto, com 
alguns conceitos:
•	 Liquidez – disponibilidade para saques. Se uma aplicação tem liquidez diária, isto significa 
que a qualquer momento o aplicador poderá dispor de seus recursos, não havendo 
necessidade de aguardar até o prazo final de resgate.
•	 taxa de Administração – comissão cobrada pela instituição financeira para administrar 
seus recursos. Esta taxa é cobrada diariamente dos investidores, sendo deduzida dos juros 
diários. 
Uma maneira muito fácil de visualizar é pensar num investidor interessado no mercado 
acionário. Talvez ele fique inicialmente confuso sobre qual ação aplicar, por não conhecer o 
mercado. 
Mas ele pode aplicar num fundo de ações de um banco. Especialistas escolhem quais as 
melhores ações para aplicar e quais devem ser descartadas naquele momento. Os fundos de 
ações cobram taxa de administração, para remunerar o serviço daquele grupo de profissionais 
que escolheu a melhor carteira de ações. 
É importante salientar que isto não garante o valor aplicado. Em caso de queda nas 
ações, os profissionais pretendem que a sua carteira caia menos do que as ações em geral, 
mas não garantem a rentabilidade nem o capital investido.
•	 juros reais – juros já descontados da inflação. De que adianta a rentabilidade de uma 
aplicação ser de 4% ao mês se a inflação foi de 3%? Neste caso, o juro real, ou seja, já 
descontada a inflação, seria inferior a 1%. Juros reais são aqueles que o investidor ganha 
acima da inflação.
•	 Imposto de Renda – O imposto sobre a renda incide apenas sobre os juros da aplicação. Se 
um investidor aplicou R$ 1.000,00 e após 8 meses seu saldo era R$ 1.080,00, isto significa 
que ele ganhou R$ 80,00 de juros. É exatamente sobre estes R$ 80,00 que irá incidir o 
Imposto de Renda. Com uma alíquota de 20%, o cálculo dos juros ficaria assim:
Aplicação  1.000,00
Juros 	80,00
Imposto de Renda 	(16,00)  calculamos 20% sobre os juros
Saldo final 	1.064,00  já descontado o Imposto de Renda
3 CONCEItOs bÁsICOs
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Atualmente, o Imposto de Renda conta com uma tabela regressiva, na qual o aplicador 
irá pagar mais imposto se deixar o dinheiro aplicado por menos tempo. Quanto mais tempo 
seus recursos ficarem aplicados, menos impostos ele irá pagar.
prazo da aplicação Alíquota de IR sobre os juros
Até 180 dias 22,5%
De 181 a 360 dias 20%
De 361 a 720 dias 17,5%
Acima de 720 dias 15%
Fundos de Ações 15%
FONTE: Os autores
•	 Lastro – Os recursos que aplicamos em uma instituição financeiratêm destino certo. 
Dependendo do produto em que aplicamos, estes recursos deverão ser investidos pelo banco 
no mercado imobiliário, ou em títulos públicos etc., que constituem o Lastro da operação, sua 
garantia. A caderneta de poupança, por exemplo, deve ter seus recursos investidos quase 
que na sua totalidade em projetos de financiamento imobiliário e saneamento.
•	 Prefixados / Pós-Fixados – Quando aplicamos nossos recursos, dependendo do produto 
que escolhermos, saberemos antecipadamente os juros que incidirão sobre aqueles recursos. 
Um CDB ou uma Caderneta de Poupança possuem juros prefixados. Isto significa que são 
fixados antecipadamente e, na data da aplicação, o investidor já sabe de quanto será o seu 
resgate ao final do período. 
 
 Já um produto pós-fixado, como os fundos, por exemplo, os bancos só podem informar 
seu rendimento ao final do período, deixando o investidor praticamente “no escuro”, pois 
não há como saber qual a rentabilidade exata que aquele fundo apresentará naquele 
mês. O investidor deverá se guiar pelas rentabilidades passadas do produto para prever 
aproximadamente qual será o resultado de sua aplicação.
pontos importantes:
> Quanto maior o prazo de vencimento de um título de renda fixa, maior a taxa de juros 
paga ao investidor, pois maior é o risco de oscilações das taxas de juros da economia e 
da expectativa de insolvência do emissor, além é claro do prazo esperado para receber 
de volta o valor principal investido.
> Quanto maior o risco do emissor, maior a taxa de juros paga para o investidor comprar o 
seu título.
> Os títulos que pagam taxas de juros prefixadas são mais indicados para os investidores 
que esperam que a taxa de juros básica da economia caia, pois, caso se concretize a 
expectativa, ele estará com uma taxa maior – que foi estabelecida quando da aplicação 
QUADRO 3 – IMPOSTO DE RENDA - PRAZO DA APLICAÇÃO E A SUA ALÍQUOTA
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Dias de aplicação % IOF Dias de aplicação % IOF
1 96 16 46
2 93 17 43
3 90 18 40
4 86 19 36
5 83 20 33
6 80 21 30
7 76 22 26
8 73 23 23
9 70 24 20
10 66 25 16
11 63 26 13
12 60 27 10
13 56 28 6
14 53 29 3
15 50 30 0
FONTE: Os autores
– que a atual, após a queda. Nesta situação, é aconselhável fazer a aplicação pelo maior 
prazo possível.
> Os títulos que pagam taxas de juros pós-fixadas, ou flutuantes – CDI, Selic, Anbid – são 
melhores para os investidores que esperam que a taxa de juros básica da economia suba 
ou que não querem especular com altas ou baixas de taxas de juros, pois será rentabilizado 
pela taxa de mercado vigente.
> Títulos de maior risco possuem menor liquidez, isto é, caso você precise antecipar a venda 
dos títulos antes do vencimento, você encontrará certa dificuldade para vendê-los e, 
portanto, vai precisar negociá-los com deságio (preço menor do que ele realmente vale), 
gerando perdas inesperadas para o investidor.
FONTE: Disponível em: <http://comoinvestir.horusstrategy.com.br/2006/08/ttulos-de-renda-fixa.html>. 
Acesso em: 15 fev. 2011.
•	 tabela do IOF (Imposto sobre Movimentações Financeiras) – Tabela criada pelo Governo 
para desestimular resgates antes do período de 30 dias. Como a tabela é regressiva, ela 
penaliza mais quem sacar mais cedo. Quem fizer uma aplicação e sacar logo no dia seguinte, 
deixará para o governo, a título de IOF, 96% do seu rendimento, e ainda terá deduzidos dos 
juros o Imposto de Renda. Quem deixar por 2 dias, perde 93%, e aí por diante, até o 29° 
dia, que penaliza a aplicação em 3% de seus rendimentos. Ao 30° dia, o rendimento está 
livre da tabela do IOF, e se for resgatado, pagará somente o Imposto de Renda.
QUADRO 4 – TABELA DO IOF
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4.1 CADERNETA DE POUPANÇA
A caderneta de poupança é a aplicação financeira mais simples e popular do Brasil. É 
uma modalidade básica de aplicação oferecida pelo governo federal, que paga juros mensais 
e é normalmente destinada a quem vive de rendas ou tem pequenas quantias para investir 
periodicamente.
Seu rendimento é o da Taxa Referencial (TR) + 0,5% a.m. (ao mês), o que é o mesmo 
que TR + 6,17% a.a. (ao ano). A TR é a taxa que o governo escolheu para expressar a inflação 
do período. Com isto, o governo quer demonstrar que remunera a poupança com juros reais 
de 0,5% a.m., ou seja, acima da inflação. Sobre a caderneta de poupança não incide Imposto 
de Renda, ou seja, seu rendimento é líquido para aplicações de pessoas físicas e condomínios 
residenciais. 
Os recursos captados pelas Instituições em caderneta de poupança são aplicados, 
prioritariamente, no setor habitacional. Financiam a aquisição, reforma e construção de imóveis 
residenciais. Além disso, financiam também as obras de saneamento básico das prefeituras.
4.2 CDB/RDB
São Títulos Privados emitidos por bancos. O banco emite um título no valor, por exemplo, 
de R$ 30 milhões com prazo de vencimento de 3 anos e subdivide este título em várias “fatias”, 
como se fosse um bolo, para a aplicação de seus clientes. Desde que não ultrapasse o valor e 
o prazo final de emissão do título, o banco pode vender e recomprar este título inúmeras vezes. 
● CDB: Certificado de Depósito Bancário, que rende juros pelo prazo contratado. É emitido 
de forma nominal e por prazo definido, sendo que o resgate pode ser solicitado a qualquer 
4 pRODUtOs DE ApLICAÇÃO
A seguir, explicaremos alguns produtos bancários para aplicações financeiras mais 
comuns no sistema financeiro: Caderneta de Poupança – CDB – CDB-DI – RDB – CDB RURAL 
– LC – LI – Fundos – Títulos Públicos.
Esses produtos são investimentos em títulos de renda fixa, em que o prazo e a taxa de 
remuneração são determinados no momento da contratação.
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momento. Nesse caso, a remuneração será pro rata die, sofrendo desconto de Imposto 
de Renda sobre os rendimentos e IOF – Imposto sobre Operações Financeiras, conforme 
tabela em vigor.
● RDB: Recibo de Depósito Bancário, que rende juros pelo prazo contratado. É emitido de 
forma nominal e por prazo definido. Se for solicitado o resgate antes do vencimento, o cliente 
receberá apenas o valor aplicado sem qualquer remuneração.
Além das pessoas físicas, são grandes investidores de CDB as pessoas jurídicas, os 
fundos de investimentos financeiros e os investidores institucionais.
Os recursos captados pelos bancos através dos CDBs são utilizados para compor 
a carteira de empréstimos do banco. São estes recursos que o banco utiliza para fazer 
empréstimos, leasing, fazer desconto de cheques etc. 
Sofrem incidência de Imposto de Renda na Fonte de acordo com a tabela regressiva 
no vencimento. 
Quanto ao prazo e taxa, podem ser:
a) Prefixados – o cliente escolhe um prazo dentre os disponibilizados e o banco lhe informa a 
taxa correspondente. 
Um CDB prefixado não pode ser prorrogado. Na data combinada, o valor final com juros 
será creditado na conta corrente do cliente. 
Este poderá então resgatar seus recursos ou optar por fazer nova aplicação, respeitando 
os novos prazos e taxas oferecidos pelo banco.
b) Pós-fixados – Preferência da maioria das médias e grandes empresas, o CDB-DI tem este 
nome, exatamente, por ter sua rentabilidade vinculada à remuneração do CDI. 
Quando uma empresa faz uma aplicação junto a um banco, ela acerta um percentual 
do CDI que irá receber, por exemplo, 96% do CDI. 
A partir daí a empresa pode se tranquilizar, por saber que, independentemente dos 
sobressaltos da economia, como alta ou queda dos juros, ou normas de política econômica que 
podem alterar bruscamente o rendimento de um fundo, sua aplicação estará sempre vinculada 
ao rendimento do CDI, um instrumentosensível a estas flutuações, e amplamente utilizado 
pelos bancos em suas transações diárias.
Outra vantagem do CDB-DI é o fato de não ter prazo final, não ter vencimento. Como o 
produto apresenta liquidez diária a partir do 30° dia, a empresa pode ir resgatando sua aplicação 
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aos poucos, na medida em que for precisando. 
Exemplo de cálculo de CDB prefixado:
Valor aplicado: R$ 10.000,00
Prazo da aplicação: 90 dias
Taxa no período: 3% 
1° passo – cálculo dos juros brutos
Juros = valor aplicado x taxa da aplicação
Juros = 10.000,00 x 3% 
Juros = 300,00 
2° passo – cálculo da tributação por Imposto de Renda
è	 Alíquota para aplicações até 180 dias è 22,5%
IR = juros x alíquota
IR = 300,00 x 22,5%
IR = 67,50
3° passo – cálculo dos juros líquidos
Juros líquidos = juros brutos – Imposto de Renda
Juros líquidos = 300,00 – 67,50
Juros líquidos = 232,50
4° passo – cálculo do resgate final
Resgate final = valor aplicado + juros líquidos
Resgate final = 10.000,00 + 232,50
Resgate Final = 10.232,50
Portanto, quem aplicou R$ 10.000,00 por 90 dias, com uma taxa de 3% neste período,
- ganhou R$ 300,00 de juros, dos quais 
- pagou para o governo R$ 67,50, 
- ficando com juros líquidos de R$ 232,50 e 
- tendo seu resgate final de R$ 10.232,50 
Exemplo de cálculo de CDB pós- fixado (CDB-DI)
Valor aplicado – R$ 70.000,00
Percentual do CDI pactuado com o banco = 95%
CDI do mês = 1,20%
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Supondo que o cliente aplicou seus recursos no início do mês e sacou no final, 30 dias 
depois.
1° passo – calcular o rendimento percentual
Rendimento percentual = CDI do mês x percentual pactuado com o banco
Rendimento Percentual = 1,20 x 95%
Rendimento Percentual = 1,14
2° passo – lançar o rendimento percentual sobre o valor aplicado, para cálculo dos juros
Juros Brutos = valor aplicado x rendimento percentual
Juros Brutos = 70.000,00 x 1,14%
Juros Brutos = 798,00
3° passo – cálculo da tributação por Imposto de Renda
è	 Alíquota para aplicações até 180 dias è	 22,5%
IR = juros x alíquota
IR = 798,00 x 22,5%
IR = 179,55
4° passo – cálculo dos juros líquidos
Juros líquidos = juros brutos – Imposto de Renda
Juros líquidos = 798,00 – 179,55
Juros líquidos = 618,45
5° passo – cálculo do resgate final
Resgate final = valor aplicado + juros líquidos
Resgate final = 70.000,00 + 618,45
Resgate final = 70.618,45
Portanto, quem aplicou R$ 70.000,00 por 30 dias, com uma taxa de 95% do CDI, neste 
período:
ganhou R$ 798,00 de juros, dos quais: 
- pagou para o governo R$ 179,55 (a título de Imposto de Renda);
- ficando com juros líquidos de R$ 618,45 e;
- tendo seu resgate final de R$ 70.618,45.
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É idêntico aos outros CDBs, contudo, a sua principal característica é que seus recursos 
são captados de pessoas físicas ou jurídicas do setor rural e emprestados para pessoas físicas 
ou jurídicas do setor rural.
Letra de Câmbio é título de crédito pelo qual o sacador (emitente) dá ao sacado 
(aceitante), ordem de pagar, ao tomador (beneficiário investidor), determinada quantia, no 
tempo e no lugar fixados na cambial. Na letra de câmbio o emitente é devedor, a instituição 
financeira é a aceitante e o beneficiário é a pessoa física ou jurídica investidora, adquirente 
da Letra de Câmbio.
Em linguagem atual, a sociedade de crédito, financiamento e investimentos (financeira), 
ao aceitar a letra de câmbio, age como securitizadora de créditos, com a diferença que não 
emite cédula de crédito lastreada pela letra de câmbio e, sim, ao firmar o aceite da letra de 
câmbio, se responsabiliza pelo resgate ao investidor, adquirente do título.
FONTE: Disponível em: <http://www.cosif.com.br/mostra.asp?arquivo=mtvm_lc >. Acesso em: 15 fev. 
2011.
Possui liquidez, podendo ser resgatados antes do vencimento.
Objetivo: captar recursos para as financeiras financiarem serviços e bens de consumo 
através do Crédito Direto ao Consumidor (CDC).
Emissão: é condição indispensável à existência de contratos de CDC que deem lastro 
a essa emissão.
Responsabilidade: as financeiras têm duas importantes funções no processo de 
emissão, venda e resgate de Letras de Câmbio:
● Como intermediária entre quem tem recursos e quem deles necessita.
● Como avalista da obrigação, ou seja, independente do pontual pagamento do financiamento.
Lastro da letra: a financeira se obriga a resgatar esse título no vencimento com todos 
os rendimentos.
4.3 CDB RURAL
4.4 LETRA DE CÂMBIO
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Os recursos são captados com a finalidade de financiar o setor imobiliário através de 
construção de imóveis. Suas características de rentabilidade, prazo, impostos seguem as das 
demais aplicações.
Esses papéis são importantes como diversificações para entidades que sofrem limitações 
por tipo de aplicações. 
- São condomínios constituídos com o objetivo de promover a aplicação coletiva dos 
recursos de seus participantes. São regidos por um regulamento e têm na Assembleia Geral 
seu principal fórum de decisões.
FONTE: Adaptado de: <http://www.cvm.gov.br/port/protinv/caderno03.asp>. Acesso em: 12 abr. 2011.
- Um Fundo é uma reunião de recursos com o objetivo de investir o dinheiro e dividir 
os resultados proporcionalmente entre todos os cotistas. São mútuos, isto é, todos os cotistas 
do fundo dividem mutuamente os resultados na proporção de suas cotas.
- Um mecanismo organizado com a finalidade de captar e investir recursos no 
mercado de capitais financeiros, transformando-se numa forma coletiva de investimento, 
com vantagens, sobretudo, para o pequeno investidor individual.
FONTE: Adaptado de: <http://www.cvm.gov.br/port/protinv/caderno03.asp>. Acesso em: 12 abr. 2011.
- É uma comunhão de recursos, constituído sob forma de condomínio, destinados à 
aplicação em ativos financeiros, autorizado pela legislação específica.
FONTE: Adaptado de: < http://www.cvm.gov.br/port/protinv/Caderno3.pdf>. Acesso em: 12 abr. 2011.
 Vantagens dos fundos de investimento
4.5 LETRA IMOBILIÁRIA
4.6 FUNDOS DE INVESTIMENTO
prazos de emissão: são fixados pelo Banco Central conforme exigência do Mercado.
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● poder de barganha, porque pequenos investidores se tornam grandes investidores, pois os 
recursos dos cotistas são administrados como um único patrimônio;
● diluição dos custos fixos, de controle e acompanhamento da carteira;
● acesso a mercados de atacado, porque alguns tipos de ativos e derivativos só são negociados 
no “atacado”; 
● Profissionalismo na gestão, porque os recursos são administrados por profissionais que 
acompanham o mercado financeiro diariamente.
 Consolidação do fluxo de caixa
Quanto maior a liquidez de um investimento menor a rentabilidade e/ou a segurança. Com 
os fundos de investimento, consegue-se melhorar essa relação, aproveitando a rentabilidade 
de investimentos de longo prazo para aplicações mais curtas, mediante a consolidação da 
aplicação de vários cotistas diferentes. 
Os fundos de investimento conseguem transformar vários investimentos de curto prazo 
num único investimento de longo prazo, uma vez que os recursos são administrados em 
conjunto. No dia em que um investidor está resgatando, outros estão aplicando. Por exemplo: 
um investidor aplicou R$ 1.000,00 em 1º de janeiro, com o objetivo de manter a aplicação 
durante seis meses. No dia 1º de julho ele resgata os seus recursos e, nesse mesmo dia, outro 
investidor aplica seus recursos para sacar no dia 31 de dezembro. O

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