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TRABALHO SOBRE AS CONTRAVENÇÕES PENAL Professora : Marina Fiz iol la Matéria : Direi to Penal IV Alunas ; Glayce Kel ly Luciana Es tefânia INFRAÇÃO PENAL Concei to - A conduta , em regra prat icada por pessoa humana, que ofende um bem jur ídico penalmente tu te lado , para a qual a l ei es tabelece uma pena, seja ela de reclusão , detenção , pri são s imples ou multa. Espécies Crime - Inf ração penal a que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, isoladamente, al ternat iva ou cumulat ivamente com a pena de mul ta (concei to formal de crime) . Contravenção - Inf ração penal a que a lei comina, i soladamente , pena de pri são s imples ou de multa, ou ambas, al ternat iva ou cumulat ivam ente . OBS . : Crime (concei to anal í t ico) – adoção da teor ia t r ipar t ida: fato t ípico, i l ic i tude e cu lpabi l idade. Principais diferenças entre crimes e contravenções penais Crimes Contravenções Admitem tentat iva (ar t .14, II) Não se admite prática de contravenção na modalidade tentada . Ou se prat ica a cont ravenção consumada ou se t ra ta de um indi ferente penal Se cometido crime, t an to no Bras i l quanto no est rangei ro , e vier o agente a cometer cont ravenção , haverá reincidência. A prática de contravenção no exterior não gera efei tos penais , inc lus ive para f ins de reincidência . Só há efe i tos penais em re lação à cont ravenção pra t icada no Brasi l ! Tempo máximo de cumprimento de pena: 30 anos . Tempo máximo de cumprimento de pena: 05 anos. Aplicam -se as hipóteses de ex traterr i torial idade Não se apl icam as h ipóteses de extraterritorial idade do art . 7° do Código Penal . O que é uma contravenção penal? Conceito – lei de introdução ao Código penal: Art. 1º: O crime é a infração penal punido com reclusão ou detenção. A contravenção penal é a infração penal punida apenas com prisão simples e/ou multa. Para o legislador penal brasileiro, adotado o critério bipartido, as infrações penais classificam-se em crimes e contravenções. A opção mostra-se evidente no artigo 1.º da Lei de Introdução ao Código Penal e na Lei das Contravenções Penais (Dec.-lei n. 3.914/41): “Considera-se crime a infração penal a que a lei comina pena de reclusão ou detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; contravenção, a infração penal que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente”. Conclui-se da definição legal que os crimes e as contravenções distinguem-se, tão-só, pela maior ou menor gravidade dos comportamentos descritos nos tipos penais, reservando-se sanções menos severas para as contravenções penais. Obs.: As penas privativas de liberdade podem ser de reclusão e de detenção. A reclusão difere da detenção, entre outros motivos, pelo regime de cumprimento da pena, sendo que a pena de reclusão é bem mais rigorosa. O Código Penal somente reconhece duas espécies de pena privativa de liberdade (art. 33 CP): reclusão e detenção. A diferença entre elas está no regime penitenciário a que a pena está sujeita. O Dec-lei nº 3.688/41 divide-se em duas partes: 1º - Parte geral – lida com todas as contravenções penais; 2º - Parte especial – contravenções previstas em espécies. Art. 1º Aplicam-se às contravenções as regras gerais do Código Penal, sempre que a presente lei não disponha de modo diverso. Assim, diante de divergência entre Lei de Contravenções Penais e Código Penal, aplica-se aquela (Princípio da Especialidade). É o que ocorre ao compararmos o art. 4º da LCP (Não é punível a tentativa de contravenção) com o art. 14, II, parágrafo único do CP (Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços). Logo, a tentativa de contravenção não é punível. Obs.: Leis especiais também trazem alguns tipos de contravenções penais. Veja: A multa é um fator distintivo das penas de reclusão, detenção e de prisão simples. Se a conduta indica apenas pena de multa (em abstrato), evidentemente que será uma contravenção penal. Ontologicamente, segundo Flávio Monteiro de Barros, não há diferença entre crime e contravenção penal, pois o que é crime? É o fato típico e antijurídico e a culpabilidade surge como pressuposto de aplicação da pena. A contravenção idem. Qual o critério que o legislador utilizou para determinar que uma conduta é crime ou contravenção penal? O critério de escolha foi feito exclusivamente por política criminal, conforme seja, em tese, a sua importância. Assim, se uma conduta deva receber uma relevância penal, que seja tão grave socialmente, por exemplo, ela determinará se a conduta deverá ser crime ou uma contravenção penal. Isso ocorre por uma questão de contenção social, ordem pública ou qualquer conduta que afeta o controle social. TERRITORIALIDADE: contravenção praticada no território nacional. LEI PENAL NO ESPAÇO Ao contrário do que acontece com os crimes (art. 7º do CP), não há extraterritorialidade da Lei de Contravencoes Penais, sendo ela aplicável somente quando a infração penal for praticada em território nacional. Veja o art. 2ª da LCP: Art. 2º A lei brasileira só é aplicável à contravenção praticada no território nacional. Vale frisar que não é possível extradição de estrangeiro por contravenção, conforme se extrai do art. 77 do Estatuto do: Art. 77. Não se concederá a extradição quando: II - o fato que motivar o pedido não for considerado crime no Brasil ou no Estado requerente; TENTATIVA: não punível AÇÃO PENAL: pública incondicionada. As infrações penais de contravenção se processam mediante ação penal incondicionada, conforme art. 17: Art. 17. A ação penal é pública, devendo a autoridade proceder de ofício. REINCIDÊNCIA: contravenção e contravenção, crime e contravenção (Não: contravenção e crime) A reincidência relacionada às contravenções penais deve ser analisada por meio das normas pertinentes previstas no CP e do art. 7º da LCP, senão veja: Art. 7º Verifica-se a reincidência quando o agente pratica uma contravenção depois de passar em julgado a sentença que o tenha condenado, no Brasil ou no estrangeiro, por qualquer crime, ou, no Brasil, por motivo de contravenção. Não há reincidência quando o agente comete crime após ser condenado definitivamente por contravenção penal e nem quando pratica contravenção após ser condenado no estrangeiro por essa espécie de infração penal. ERRO DE DIREITO: ignorância, isenção de pena. Prevê o art. 8º da LCP que o erro de direito, quando escusável, leva ao perdão judicial: Art. 8º No caso de ignorância ou de errada compreensão da lei, quando escusáveis, a pena pode deixar de ser aplicada. Note que a norma estabelece duas espécies de erro de direito: ignorância da lei e errada compreensão da lei. A Ignorantia legis compreende o desconhecimento da existência da lei. O art. 21 do CP aduz que o desconhecimento da lei é inescusável, sendo tratado como mera atenuante prevista no art. 65, II, do CP. A disposição da LCP deve ser aplicada em virtude do princípio da especialidade, além do que é mais benéfica, vez que gera o perdão judicial. Quanto à errada compreensão da lei, o art. 8º da LCP estaria tacitamenterevogado pelo art. 21 do CP, que permite a isenção de pena, em caso de erro escusável. CONVERSÃO DE MULTA EM PRISÃO SIMPLES: limites de 15 dias a 03 meses. Tanto a doutrina quanto a jurisprudência entendem que é cabível a aplicação do art. 44 e seguintes do CP para substituir a pena privativa de liberdade por restritivas de direito e/ou multa em caso de condenação em contravenção penal. PRISÃO SIMPLES: no máximo 05 anos. Prevê o art. 6º da LCP: Art. 6º A pena de prisão simples deve ser cumprida, sem rigor penitenciário, em estabelecimento especial ou seção especial de prisão comum, em regime semi-aberto ou aberto. § 1º O condenado a pena de prisão simples fica sempre separado dos condenados a pena de reclusão ou de detenção. § 2º O trabalho é facultativo, se a pena aplicada, não excede a quinze dias. Desse modo, são características da prisão simples: - cumprimento da pena em regime aberto ou semi-aberto (é vedada a imposição de regime fechado, ressalvada a hipótese de transferência (art. 33do CP); - sem rigor penitenciário; - estabelecimento prisional especial ou seção especial de prisão comum; - separação obrigatória dos presos condenados em reclusão ou detenção; - no caso de prisão de até 15 dias o trabalho é facultativo. A duração máxima da prisão simples é de 5 anos: Art. 10. A duração da pena de prisão simples não pode, em caso algum, ser superior a cinco anos, nem a importância das multas ultrapassar cinquenta contos. SURSIS: de 01 a 03 anos. LIVRAMENTO CONDICIONAL: permitido A lei em comento não elenca os requisitos para a concessão do sursis e livramento condicional, remetendo o art. 11 às condições legais do CP e LEP. Destaca-se que o tempo de cumprimento do sursis da contravenção é menor do que o do sursis do crime: Art. 11. Desde que reunidas as condições legais, o juiz pode suspender por tempo não inferior a um ano nem superior a três, a execução da pena de prisão simples, bem como conceder livramento condicional. PENAS ACESSÓRIAS: Publicação da sentença e Interdição de direitos. Incapacidade temporária para profissão ou atividade, cujo exercício dependa de habilitação especial, licença ou autorização do poder público (01 mês a 02 anos); suspensão dos direitos políticos (duração da pena). MEDIDAS DE SEGURANÇA: Presunção de periculosidade e internação em colônia agrícola ou similar (mínimo de 01 ano), manicômio judiciário (06 meses), para os casos de: embriaguez pelo álcool ou substância de efeitos análogos; vadiagem; mendicância. O prazo mínimo da medida de segurança de internação é de seis meses. O juiz pode aplicar a substituição da medida de segurança por liberdade vigiada. É o que reza o art. 16 da supracitada lei: Art. 16. O prazo mínimo de duração da internação em manicômio judiciário ou em casa de custódia e tratamento é de seis meses. Parágrafo único. O juiz, entretanto, pode, ao invés de decretar a internação, submeter o indivíduo a liberdade vigiada. PARTE ESPECIAL PESSOA Arts.18 e 19, vide Lei 10.826/2003 – Estatuto do Desarmamento Art.20 – Anúncio de meio abortivo Art.21 – Vias de fato. Com qualificadora conforme Lei 10.741/2003 – Estatuto do Idoso Art.22 – Internação irregular em estabelecimento psiquiátrico Art.23 – Indevida custódia de doente mental PATRIMÔNIO Art.24 – Instrumento de emprego usual na prática de furto (fabricar, ceder, vender/gazua, chaves falsas, etc) Art.25 – Posse não justificada de instrumento de emprego usual na prática de furto (depois de condenado por crime de furto/roubo, ou vadio/mendigo) Art.26 – Violação de lugar ou objeto no exercício de profissão de serralheiro/ofício análogo. INCOLUMIDADE PÚBLICA Art.28 – Disparo de arma de fogo, vide Lei 10.826/2003 – Estatuto do Desarmamento Art.29 – Desabamento de construção (por profissional) Art.30 – Omissão no aviso de perigo de desabamento (responsável) Art.31 – Omissão de cautela na guarda ou condução de animais Art.32 – Falta de habilitação para dirigir veículo. Vide CTB – Lei 9.503/97 Art.33 – Direção não licenciada de aeronave. Art.34 – Direção perigosa de veículo na via pública. Vide CTB – Lei 9.503/97 Art.35 – Abuso na prática da aviação Art.36 – Sinais de Perigo. (deixar de colocar, apagar, destruir, remover,etc.) Art.37 – Arremesso ou colocação perigosa. (derramar coisa em via pública) Art.38 – Emissão de fumaça, vapor ou gás. PAZ PÚBLICA Art.39 – Associação secreta. Vide Lei 1.207/50 – Direito de reunião Art.40 – Provocação de tumulto e conduta inconveniente (solenidade/ato oficial, assembléia/espetáculo público) Art.41 – Falso alarme (capaz de produzir pânico/tumulto) Art.42 – Perturbação do trabalho ou do sossego alheios FÉ PÚBLICA Art.43 – Recusa de moeda de curso legal Art.44 – Imitação de moeda para propaganda Art.45 – Simulação da qualidade de funcionário público Art.46 – Uso ilegítimo de uniforme/distintivo. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO Art.47 – Exercício ilegal de profissão/atividade Art.48 – Exercício ilegal do comércio de coisas antigas e obras de arte Art.49 – Matrícula/escrituração de indústria e profissão POLICIA DE COSTUMES Art.50 – Jogo de Azar. Dec.lei 9.215/46 e Instr.Normativa n.309/2003 da Secret. Receita Federal. (ex: de sorte, corrida de cavalos, apostas em competição esportiva) Art.51 – Loteria não autorizada Art.52 – Loteria estrangeira Art.53 – Loteria estadual (introduzir fora do Estado) Art.54 – Exibição/guarda de lista de sorteio de loteria estrangeira Art.55, Art.56 e Art.57 – Impressão/distribuição/transporte de bilhetes, lista/anúncios, publicidade de sorteio fora do local/território permitidos. Art.58 – Jogo do bicho Art.59 – vadiagem Art.60 – Mendicância Art.61 – Importunação ofensiva ao pudor Art.62 – Embriaguez que cause escândalo ou ponha em perigo a segurança própria/alheia Art.63 – Servir bebidas alcoólicas a pessoas proibidas por lei (- 18 anos, bêbado, doente mental, proibido por decisão judicial) Art.64 – Crueldade contra animais Art.65 – Perturbação da tranquilidade. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Art.66 – Omissão de comunicação de crime Art.67 – Inumação/exumação de cadáver Art.68 – Recusa de dados sobre a própria identidade/qualificação, bem como declarações inverídicas. Art.70 – Violação do privilégio postal da União. REFERÊNCIAS • ht tp: / /www.planal to .gov.br/ccivi l_03/decre to - lei /Del3688.htm • ht tps: / /www.youtube.com/watch?v=EMZJAFm38c0 • BRASIL Código penal (1940). Disponível em: <ht tp: / /www.planal to.gov.br/ccivi l_03/decreto - le i /del2848compilado .htm>. • BRASIL, Decreto - lei 6 .259 (1944). Disponível em: <ht tp: / /www.planal to.gov.br/ccivi l_03/decreto - le i /1937 - 1946/Del6259.htm>. • BRASIL. Lei das contravenções penais (1941). Disponível em: <ht tp: / /www.planal to.gov.br/ccivi l_03/decreto - le i /del3688.h tm>. • BRASIL. Lei de introdução ao código penal e da le i de contravenções (1941) . Disponível em: <ht tp: / /www.planal to.gov.br/ccivi l_03/decreto - le i /Del3914.htm>. • BRASIL. Lei dos juizados especiais c íveis e cr iminais (1995). Disponível em: <ht tp: / /www.planal to.gov.br/cc ivi l_03/ le is / l9099.htm>. • CAPEZ, Fernando. Princípio da ins ignif icância ou bagatela. Disponível em: <ht tp: / /www.l fg.com.br /publ ic_html /art icle.php?story=20090716140338 28&mode=prin t>. • GRECO, Rogério . Curso de direi to penal . 13. ed. Rio de Janei ro: Impetus , 2011. • JESUS, Damásio E. de . Lei das contravenções penais anotada . 10. ed. ver. e atual . São Paulo: Sara iva, 2004. • NUCCI, Gui lherme de Souza. Manual de direi to penal . 7 . ed . , rev. , atual . e ampl . São Paulo: Ed. Revis ta dos Tribunais , 2011.
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