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PDF_APOSTILA LEG EXTRAVAGANTE - PC - AYRES

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Prévia do material em texto

PÁG.1 
 
VSMAR20 
 
 
 
 
PÁG.2 
 
1ª PARTE – LEIS COMENTADAS E EXERCÍCIOS ............................................................................................. 01 
1. CONCEITOS INTRODUTÓRIOS AO DIREITO PENAL E LEGISLAÇÃO PENAL EXTRAVAGANTE ........................................... 01 
2. BASE CONSTITUCIONAL, BASE LEGAL E CONSEQUÊNCIAS JURÍDICAS – CRIMES DE RACISMO, 
 CRIMES HEDIONDOS E EQUIPARADOS .............................................................................................................................. 06 
3. MATERIAL COMPLEMENTAR JECRIM ............................................................................................................................... 12 
4. LEI DOS CRIMES HEDIONDOS ............................................................................................................................................ 18 
5. LEI DE TORTURA ................................................................................................................................................................ 22 
6. LEI DE DROGAS .................................................................................................................................................................. 25 
7. ESTATUTO DO DESARMAMENTO ....................................................................................................................................... 33 
8. LEI MARIA DA PENHA ........................................................................................................................................................ 40 
9. LEI DE CONTRAVENÇÃO PENAL ........................................................................................................................................ 44 
10. LEI DE RACISMO ................................................................................................................................................................. 45 
11. QUESTÕES POR ASSUNTO ................................................................................................................................................. 47 
 
2ª PARTE – LEIS EXTRAVAGANTES .............................................................................................................. 62 
1. LEI Nº10.826/2003 E ALTERAÇÕES (Estatuto do Desarmamento) ................................................................................... 62 
2. LEI Nº 8.072/1990 E ALTERAÇÕES (Crimes hediondos).................................................................................................... 68 
3. LEI Nº 7.716/1989 E ALTERAÇÕES (Crimes resultantes de preconceitos de raça ou de cor) ........................................... 69 
4. LEI Nº 5.553/1968 (Dispõe sobre a apresentação e uso de documentos de identificação pessoal) ................................ 70 
5. LEI Nº 13.869, DE 5 DE SETEMBRO DE 2019 (Nova Lei de Abuso de Autoridade) ............................................................ 71 
6. LEI Nº 9.455/1997 (Definição dos crimes de tortura) ........................................................................................................ 74 
7. LEI Nº 8.069/1990 E ALTERAÇÕES (Estatuto da Criança e do Adolescente) .................................................................... 75 
8. LEI Nº 10.741/2003 E ALTERAÇÕES (Estatuto do Idoso) .................................................................................................. 112 
9. LEI Nº 12.850/2013 (Lei de Combate às Organizações Criminosas) ................................................................................. 121 
10. LEI Nº 9.296/1996 (Escuta telefônica) .............................................................................................................................. 126 
11. LEI Nº 9.503/1997 E ALTERAÇÕES (Código de Trânsito Brasileiro) .................................................................................. 127 
12. LEI Nº 7.210/1984 E ALTERAÇÕES (Lei de execução penal) ............................................................................................. 173 
13. LEI Nº 9.099/1995 E ALTERAÇÕES (Juizados Especiais Cíveis e Criminais) .................................................................... 190 
14. LEI Nº 8.137/1990 E ALTERAÇÕES (Crimes contra a Ordem Tributária, Econômica e outras relações de consumo) ...... 197 
15. LEI Nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha – Violência doméstica e familiar contra a mulher) .......................................... 199 
16. LEI Nº 11.343/2006 (Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas) ................................................................... 205 
17. LEI Nº 8.078/1990 E ALTERAÇÕES (Crimes contra as Relações de Consumo) ................................................................. 219 
18. DECRETO-LEI Nº 3.688/1941 (Lei das Contravenções Penais) ......................................................................................... 230 
19. LEI Nº 9.613/1998 (Lavagem de Capitais) ......................................................................................................................... 234 
20. LEI Nº 10.446/2002 (Dispõe sobre infrações penais de repercussão interestadual ou internacional 
 que exigem repressão uniforme) ....................................................................................................................................... 241 
21. LEI Nº 12.037/2009 (Identificação Criminal do Civilmente Identificado) .......................................................................... 241 
22. LEI Nº 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998 (Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas 
 de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências.) .............................................................. 242 
 
Legislação extravagante 
PROF. AYRES BARROS 
 
 
 
 
PÁG.1 
 
 
 
1ª PARTE 
LEIS COMENTADAS E EXERCÍCIOS 
 
 
 
01. DIREITO PENAL 
 
1.1. Conceitos - 
Direito penal é o ramo do direito público (que diz respeito a fun-
ção ou dever do Estado) que define as infrações penais, estabe-
lecendo as penas e as medidas de segurança aplicáveis aos 
infratores. 
 
O Direito Penal é um meio de controle social formalizado, que 
representa a espécie mais aguda de intervenção estatal. É for-
mado por um conjunto de normas jurídicas (princípios e regras) 
que definem as infrações de natureza penal e suas conseqüên-
cias jurídicas correspondentes – penas ou medidas de seguran-
ça. 
 
Em outras palavras, o Direito Penal é o conjunto de princípios e 
leis destinados a combater o crime e a contravenção penal, me-
diante a imposição de sanção penal. Nele se definem os fatos 
puníveis e se cominam as penas. 
 
1.2. Direito Penal objetivo e subjetivo - 
 
 Direito penal objetivo - Trata-se de um conjunto de 
normas estatais, nas quais tem previsão de crimes e 
contravenções. 
O Tipo penal traz um preceito primário e secundário. O 
tipo primário secundário traz a conduta criminosa, des-
crevendo de forma taxativa o crime. O preceito secundá-
rio traz a pena para quem viola o preceito primário. 
 
 Direito penal subjetivo - Trata-se do direito de punir do 
Estado. Aquele que descumpriu o preceito primário será 
punido pelo na forma prevista em lei. 
 
 
02. FUNÇÃO DO DIREITO PENAL - 
A primeira delas é a indispensável proteção de bens jurídicos 
essenciais, ou seja, os bens jurídicos mais importantes, como a 
vida, patrimônio, honra, dignidade sexual. Desta forma, prote-
gem-se os bens jurídicos fundamentais do indivíduo e da socie-
dade. 
 
A segunda função do Direito Penal é a função garantidora ou de 
garantia. Por essa função, o Estado deverá garantir a proteção 
da dignidade do indivíduo supostamente autor do crime. Deverá 
o Estado, responsável pelo Direito de Punir, ficar adstrito a atuar 
somente de acordo com a legalidade, devendo obediência ao 
cumprimento dos princípios garantidores do Direito Penal previs-tos na Constitucional Federal e demais legislações. 
 
03. FINALIDADE DO DIREITO PENAL - 
Tem tripla finalidade: Retributiva, preventiva e ressocializadora 
(ou reeducativa) 
 
3.1. Finalidade Retributiva - A teoria absoluta defende unica-
mente a ideia de retribuição, ou seja, aquele que cometeu 
um delito é merecedor de um mal, como forma de retribui-
ção pelo crime causado. Dessa forma, a pena configura 
mais um instrumento de vingança do que de justiça efetiva. 
 
3.2. Finalidade Preventiva - A Teoria Relativa defende que a 
pena deverá ter como finalidade a prevenção de novos cri-
mes, ou seja, evitar que os condenados voltem a praticar in-
frações penais. A finalidade preventiva se divide em Pre-
venção Geral e Prevenção Especial. 
 
3.2.1. Prevenção Geral - A prevenção geral visa à socie-
dade, ou seja, a coletividade, sendo que sua atuação ocorre 
antes da prática dos crimes. Por exemplo, com a comina-
ção de uma pena para determinado crime, o legislador 
quer, em seu fim, evitar que os membros da sociedade pra-
tiquem aquele crime. 
 
3.2.1. Prevenção Especial - Diferentemente da prevenção 
geral, no qual a finalidade não tem pessoa determinada, 
aqui na prevenção especial a pena destina-se aquele que 
praticou o crime. Desta forma, tem por fim evitar não mais a 
prática do crime (pois já o fez), e sim a sua reincidência. 
 
3.3. FINALIDADE RESSOCIALIZADORA OU REEDUCATIVA - 
Essa finalidade tem previsão no art. 1° da Lei de Execução 
Pena (LEP). Ela atua na fase da execução da pena. Dessa 
forma, o Sistema Prisional deve proporcionar meios para 
que, após o cumprimento de sua pena, o indivíduo possa 
retornar à sociedade. 
 
3.4. TEORIA ECLÉTICA - MISTA - UNIFICADORA - A teoria 
adotada pelo Art. 59 do Código Penal (CP) foi a teoria mis-
ta, uma vez que ela une as finalidades da Teoria absoluta 
(que visa a retribuição ao mal causado) em conjunto com 
Teoria Relativa (que visa a prevenção do crime.) Dessa 
forma, a teoria eclética tem por fim retribuir ao condenado o 
mal causado bem como prevenir que o condenado (pre-
venção especial) e a sociedade (prevenção especial) prati-
quem novos crimes. 
 
04. DIVISÃO DO DIREITO PENAL - 
A doutrina costuma diferenciar Direito Penal comum e Direito 
Penal especial, essa conhecida também como legislação extra-
vagante. 
 
 
 
 
PÁG.2 
4.1. Direito Penal comum - O Direito Penal comum tem previ-
são no Código Penal e é dividido em parte Geral e Parte 
Especial. 
 
• Parte Geral - A Parte Geral tem previsão entre os art. 1º 
e 120 do CP, e trata de Teorias relacionadas ao tempo e 
lugar do crime, conceito de crime, tentativa, consuma-
ção, excludentes de ilicitudes, concurso de pessoas, 
penas, prazos prescricionais. Ou seja, trata de regras 
gerais. 
 
• Parte Especial - Já a Parte Especial tem previsão a 
partir do art. 121. Ela traz os crimes em espécie e suas 
respectivas penas. Por exemplo, do crime de homicídio, 
infanticídio, furto, roubo... 
 
4.2. Legislação penal extravagante - A legislação extravagan-
te trata, em sua maioria, dos crimes não previstos no Códi-
go Penal, como por exemplo, a Lei dos Crimes Hediondos, 
Lei de Drogas, Estatuto do Desarmamento, Lei dos Crimes 
Ambientais. Cada lei poderá trazer regras próprias, como 
conceitos, prazos diferenciados, concessão ou vedação de 
benefícios. 
 
05. CONCEITO DE INFRAÇÃO PENAL - 
 
 Critério bipartido - (também chamado de Critério du-
alista ou binário) Infração Penal é um termo genérico, 
que poderá ser divido em crimes ou delitos; e contra-
venções. Podemos perceber que crime e delito são si-
nônimos, no entanto crime é diferente de contravenção. 
Ressalta-se que não há diferença na estrutura jurídica 
entre os crimes/delitos e as contravenções. Desta forma 
são caracterizadas como fato típico, ilícito e culpável. 
Observação - Contravenção penal também chamado de delito 
liliputiano, crime vagabundo ou crime anão (Rogério Sanches 
Cunha) 
 
 Critério de escolha - Não há diferença substancial en-
tre crime e contravenção. O critério de escolha para de-
finir se o bem jurídico será protegido por crime ou con-
travenção é meramente político, ou seja, os fatos mais 
graves devem ser rotulados como crimes e os menos 
graves como contravenção. Desta forma, dependerá do 
contexto atual. 
 
Um grande exemplo é o porte ilegal de arma de fogo, 
que até 1997 era tipificado como contravenção penal. 
Depois virou conduta criminosa; e hoje, além de crime, 
é punido de forma mais gravosa por ser crime hediondo. 
 
 Diferença entre crime/delito e contravenção - Con-
forme o art. 1ºda Lei de Introdução ao Código Penal, 
 
―Considera-se crime a infração penal a que a lei comina 
pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, 
quer alternativa ou cumulativamente com a pena de 
multa; contravenção, a infração penal a que a lei comi-
na, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, 
ou ambas, alternativa ou cumulativamente.‖ 
 
 
 
 
 
 
 
 
Crime/Delito Contravenção Penal 
 
Penas 
Lei comina pena de 
reclusão ou de de-
tenção, quer isola-
damente, quer alter-
nativa ou cumulati-
vamente com a pena 
de multa. 
A lei comina isoladamen-
te, pena de prisão simples 
ou de multa, ou ambas, 
alternativa ou cumulati-
vamente.” 
 
 
Cumprimento da 
pena 
CP - Art. 33 - A pena 
de reclusão deve ser 
cumprida em regime 
fechado, semi-aberto 
ou aberto. A de 
detenção, em regime 
semi-aberto, ou 
aberto, salvo neces-
sidade de transferên-
cia a regime fechado 
LCP - Art. 6º - A pena de 
prisão simples deve ser 
cumprida, sem rigor 
penitenciário, em estabe-
lecimento especial ou 
seção especial de prisão 
comum, em regime semi-
aberto ou aberto. 
Pena Privativa 
de Liberdade 
Reclusão ou deten-
ção (art. 33º,CP). 
Prisão simples (art. 6º, 
LCP). 
Ação Penal 
 
Pública ou privada 
(art. 100º, CP). 
Pública incondicionada 
(art. 17º, LCP) 
Competência 
Justiça Estadual ou 
Federal 
Só Justiça Estadual, 
exceto se o réu tem foro 
por prerrogativa de fun-
ção na Justiça Federal. 
Tentativa 
É punível (art. 14º, 
parágrafo único, CP). 
Não é punível (art. 4º, 
LCP). 
Limite Temporal 
da Pena 
40 anos (art. 75º, CP) 5 anos (art. 10º, LCP). 
 
06. CONCEITO DE CRIME - A doutrina costuma classificar o 
crime em três aspectos: aspecto formal, material e analítico. 
 
6.1. Conceito formal - é considerado crime tudo que a lei prevê 
como tal, ou seja, é crime o que está expressamente previs-
to em uma norma penal incriminadora. Essa norma penal, 
em seu preceito secundário, traz uma pena para aquele que 
descumpri-la. Em outras palavras, é tudo aquilo que está 
previsto em norma penal, sob ameaça de uma pena. 
 
6.2. Conceito material - em sentido material, crime o compor-
tamento humano que causou a lesão ao bem jurídico prote-
gido. Em outras palavras, é a conduta que viola de forma 
significativa o bem jurídico protegido pela normal penal. 
Observação: Esses conceitos não são suficientes para definir 
crime, pois tratam-se de conceitos vagos e imprecisos. A doutri-
na adota como conceito de crime o Critério analítico. Vejamos. 
 
6.3. Conceito analítico - O conceito analítico leva em conside-
ração os elementos que compõem a infração penal. Anali-
sa-se o crime sob o aspecto da sua estrutura. Assim, para 
que possamos ter uma crime passível de punição por meio 
de sanção penal, deverá existir os seguintes elementos: fa-
to típico + ilicitude + culpabilidade, adotando-se, portanto, a 
teoria tripartite do crime. 
Observação - O crime é um todo unitário e indivisível. Para que 
possa ser responsabilizado penalmente deverá estar presentes 
todos os elementos do crime: fato típico + ilicitude + culpabilida-
de. 
 
 
 
 
PÁG.3 
1. Fato típico - O fato típico consiste em uma conduta humana 
(dolosa ou culposa) que produz um resultado naturalístico e 
que se encaixa nadefinição do crime previsto na norma. Em 
outras palavras, é o fato humano descrito abstratamente na 
lei como infração a uma norma penal. 
 
São elementos do fato típico: 
 
 Conduta dolosa ou culposa; 
 Resultado; 
 Nexo causal entre a conduta e o resultado; 
 Tipicidade. 
Observação - Na falta de qualquer destes elementos, o fato 
passa a ser atípico e, por conseguinte, não há crime. 
 
1.1. Excluem o fato típico – 
 
 Caso fortuito e força maior – exclui a conduta. 
 Hipnose – exclui a conduta. 
 Sonambulismo – exclui a conduta. 
 Movimento reflexo – exclui a conduta. 
 Coação física irresistível – aquela que exclui o controle 
dos movimentos do corpo – um empurrão por exemplo. – 
exclui a conduta. 
 Erro de tipo inevitável, invencível, escusável – exclui tanto 
o dolo, quanto a culpa – torna o fato atípico. Já o erro de 
tipo evitável, vencível ou inescusável somente exclui a ti-
picidade dolosa, mantém, se previsto em lei, o crime cul-
poso 
 
2. Ilícito - É relação de contrariedade entre conduta do agente e 
a norma penal. Ocorre quando há um descumprimento da 
norma penal imposta pelo Estado. 
 
São excludentes de ilicitude previstas no art. 23 do CP. 
 
 Legítima Defesa; 
 Estado de Necessidade; 
 Estrito cumprimento do dever legal; 
 Exercício regular de direito; 
 
3. Culpabilidade - Trata-se de juízo de reprovação que recai 
sobre a conduta típica e ilícita que o agente se propõe a rea-
lizar. 
 
São elementos do fato típico da culpabilidade: 
 
 Imputabilidade; 
 Potencial consciência da ilicitude; 
 Exigibilidade de conduta diversa. 
São excludentes de culpabilidade – 
 
1. Excluem a Imputabilidade. 
- Inimputabilidade por doença mental ou desenvolvimento 
mental incompleto ou retardado (artigo 26, caput); 
- Inimputabilidade por menoridade penal (artigo 27); 
- Inimputabilidade por embriaguez completa, proveniente 
de caso fortuito. 
 
2. Exclui a Potencial consciência da ilicitude. 
- Erro de proibição (artigo 21, caput); 
 
3. Excluem a Exigibilidade de conduta diversa. 
- Coação moral irresistível (artigo 22, 1ª parte); 
- Obediência hierárquica (artigo 22, 2ª parte); 
 
07. CONCEITOS INERENTES AO TIPO PENAL - 
A principal função do tipo penal é descrever, de forma objetiva, 
um comportamento proibido pelo Direito Penal. Essa descrição 
tem por fim limitar e individualizar as condutas relevantes para o 
Direito Penal. Todos os elementos que compõem a descrição de 
um comportamento abstrato proibido pelo Direito Penal formam o 
tipo. 
 
Os elementos que compõem o tipo penal podem ser objetivos, 
normativos e subjetivos. 
 
 Tipos Objetivos - é tudo aquilo capaz de identificar e delimi-
tar o conteúdo da proibição penal. 
 
Exemplos - autor da ação, uma ação ou uma omissão, um 
resultado, nexo causal e imputação objetiva. 
 
 Tipos normativos - São aqueles que necessitam de uma 
valoração por parte do interprete, ou seja, para serem cons-
tatados exigem a aplicação de uma atividade valorativa, um 
juízo de valor. 
 
Exemplos - ―dignidade e decoro‖ (art. 140 do CP); ―Justa 
causa‖ 
 
 Tipo subjetivo - é tudo aquilo que move o sujeito, ou seja, 
sua intenção, sua vontade. O tipo subjetivo é o dolo, caracte-
rizado como elemento subjetivo geral. Dolo é caracterizada 
como a vontade livre e consciência do agente direcionadas à 
realização da conduta descrita em um tipo penal objetivo. 
 
 Elementares - São dados essências à figura típica, sem as 
quais ocorre atipicidade do crime. Essa atipicidade poderá 
ser: 
 
- Absoluta - quando extraída do tipo penal deixa de ser 
crime. Citamos a expressão ―coisa alheia móvel‖ do furto. 
Sem essa expressão não há crime de furto. 
 
Exemplo: 
Furto - 
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coi-
sa alheia móvel: 
 
- Relativa - quando extraída do tipo penal há uma desclas-
sificação para outro crime. Citamos o exemplo de violação 
de domicílio por autoridade pública no exercício da funda-
ção prevista na Lei 4898/65, Art. 3º, alínea ―b‖. Se a viola-
ção não for por autoridade pública, haverá o crime de Vio-
lação de domicílio, Art. 150 do CP. 
 
7.1. Núcleo do tipo - é o verbo que descreve a conduta proibi-
da pela lei penal. É a ação ou omissão executada pelo su-
jeito ativo. O núcleo do tipo tem a finalidade de evidenciar a 
ação que se procura evitar ou impor. Os tipos penais pode-
rão ser uninucleares ou plurinucleares. 
 
 Uninucleares - são os tipos penais que possuem um 
único núcleo. 
Exemplos: Homicídio - ―Matar alguém.‖ 
 
 Plurinucleares - Também chamado de tipos tipo penal 
misto-alternativo, ação múltipla ou de conteúdo variado. 
Recebem esse nome, pois possuem vários núcleos do 
tipo. 
Exemplos: Art. 33 da Lei nº 11.343/2006. 
 
 
 
 
 
PÁG.4 
7.2. Objeto Jurídico - ou seja, o bem juridicamente tutela-
do/protegido pela lei penal. 
 
Exemplos - No crime de homicídio é a vida. No crime de 
Tráfico Ilícito de Drogas, é a saúde pública. 
 
7.3. Objeto material - é a pessoa ou a coisa contra a qual recai 
a conduta criminosa do agente. 
 
Exemplos: No crime de furto, o objeto material do crime é a 
coisa alheia móvel subtraída pelo agente. No crime de trá-
fico (art. 33), é o droga. 
 
7.4. Elemento Subjetivo - é o elemento psicológico, o que está 
na cabeça do sujeito, a sua intenção, finalidade. O elemen-
to poderá ser dolo ou culpa. 
Dolo – 
 
É o elemento subjetivo geral, pois faz parte de todos os tipos 
penai. Podemos conceituar dolo como a vontade consciente de 
realizar os elementos objetivos do tipo penal. Como regra, todo 
crime é doloso. Somente será punido na forma culposa se assim 
a lei prevê expressamente. 
 
Em suma: o dolo é a regra; a culpa é exceção. Desta forma, se a 
lei não trouxer expressamente a punição pela forma culposa, 
significa dizer que ele não poderá ser praticado na forma culpo-
sa. O Código Penal, em seu art. 18, I, adotou a teoria da vontade 
ou assentimento. 
 
Culpa - ocorre quando há uma conduta voluntária do sujeito 
ativo, que produz um resultado antijurídico não querido, uma vez 
que agiu com negligência, imprudência ou imperícia. No entanto, 
esse resultado não querido poderia ter sido evitado, caso o agen-
te tivesse dado a devida atenção. 
 
7.5. Crime Doloso (Art. 18, Inciso I, CP) – É quando o agente 
quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo. 
 
7.6. Crime Culposo (Art. 18, Inciso II, CP) – É quando o agen-
te não quis o resultado, mas deu causa a este por impru-
dência, negligência ou imperícia. 
 
7.7. Crime Preterdoloso - É uma espécie de crime agravado 
pelo resultado. Nesse crime há o dolo no antecedente 
(Conduta) e Culpa no conseqüente (Resultado). 
 
7.8. Sujeito ativo do crime - é aquele que pratica a conduta 
criminosa. 
 
 Crime comum - pode ser praticado por qualquer pes-
soa, não exigindo qualidade especial. Ex.: homicídio, 
roubo, furto. 
 
 Crime próprio - exige uma condição ou qualidade es-
pecífica do sujeito ativo. Ex.: mãe no infanticídio e servi-
dor público no peculato. 
 
7.9. Sujeito Passivo - É o titular do bem jurídico protegido pela 
lei penal. É aquele tem seu bem jurídico protegido lesiona-
do, violado. Pode ser sujeitos passivo o Estado, bem como 
a vítima ou ofendido. 
 
 Sujeito passivo mediato, indireto, permanente, for-
mal, constante - é o Estado, titular do direito de punir, 
cabendo a ele pertence o direito público subjetivo de 
exigir o cumprimento da legislação penal. 
 Sujeito passivo imediato, direto, eventual, material, 
acidental - é a pessoa física ou jurídica que sofre dire-
tamente a lesão ao bem jurídico, especificado pela nor-
ma penal. 
 
7.10. Crime comissivo - cometidos por meio de uma ação. Ex.: 
sequestro. 
 
7.11. Crime omissivo - praticado através de uma omissão, abs-
tenção, um não agir. Ex.: omissão de socorro. 
 
 Crime omissivo próprio: há somente a omissãode um 
dever de agir, imposto normativamente, dispensando, 
via de regra, a investigação sobre a relação de causali-
dade naturalística (são delitos de mera conduta). 
 
 Crime omissivo impróprio: o dever de agir é para evi-
tar um resultado concreto. Trata-se da análise que en-
volve um crime de resultado material, exigindo, conse-
quentemente, a presença de nexo causal entre conduta 
omitida (esperada) e o resultado. Esse nexo, no entanto, 
para a maioria da doutrina, não é naturalístico (do nada 
não pode vir nada). Na verdade, o vínculo é jurídico, isto 
é, o sujeito não causou, mas como não o impediu é 
equiparado ao verdadeiro causador do resultado (é o 
nexo de não impedimento). 
 
7.12. Crime Material - É aquele em que a norma penal prevê um 
resultado naturalístico e a ocorrência do resultado é neces-
sário para que haja a consumação do crime. Ex. Art. 121 
Homicídio 
 
7.13. Crime Formal - É aquele em que a norma penal prevê a 
conduta e o resultado naturalístico, no entanto a lei não exi-
ge a ocorrência do resultado para que haja a consumação 
do crime. 
 
Exemplo - Art. 158 Extorsão, Art. 159 – Extorsão Mediante 
Sequestro. 
 
7.14. Crime de mera conduta - É aquele em que a norma penal 
prevê a conduta e não prevê qualquer resultado naturalísti-
co para sua consumação. Ou seja, com a simples conduta 
o crime já se consuma. Ex. Art. 135 – Omissão de Socorro. 
 
7.15. Crime Consumado (Art. 14, I, CP) - considera-se consu-
mado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua 
definição legal; 
 
7.16. Crime Tentado (Art. 14, II, CP) – considera-se tentado, 
quando, iniciada a execução, não se consuma por circuns-
tâncias alheias à vontade do agente. 
 
7.17. Crime de dano - consuma-se com a efetiva lesão do bem 
jurídico tutelado. Ex.: furto. 
 
7.18. Crime de perigo abstrato - o perigo de lesão ao bem jurí-
dico é presumido pela lei. Ex.: tráfico ilícito de substâncias 
entorpecentes. 
 
7.19. Crime de perigo concreto - o perigo de lesão ao bem 
jurídico deve ser devidamente demonstrado ou comprova-
do. Ex.: expor a vida ou saúde de alguém a perigo (art. 132, 
CP) e dirigir sem habilitação (art. 309, CTB). 
 
 
 
 
 
 
 
 
PÁG.5 
7.20. Infrações penais de menor potencial ofensivo - Confor-
me o Art. 61 da Lei 9.099/95, consideram-se infrações pe-
nais de menor potencial ofensivo as contravenções penais 
e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 
2 (dois) anos, cumulada ou não com multa. 
 
7.21. Crimes de Atentado - é aquele em que a lei pune de forma 
idêntica o crime consumado e o crime tentado, isto é, não 
há diminuição da pena em face da tentativa. Ou seja, o 
simples fato de tentar praticar o crime já configura sua con-
sumação. Ou outras palavras: é aquele que o crime tentado 
é punido da mesma forma que o crime consumado. 
 
Exemplo - Delitos do art. 3° da Lei de Abuso de Autoridade. 
 
7.22. Crime instantâneo - a consumação se dá em uma única 
conduta e não produz resultado prolongado no tempo, ou 
seja, o momento consumativo é definido. Ex.: homicídio 
 
7.23. Crime permanente - a consumação se dá em uma única 
conduta, contudo se prolonga no tempo enquanto durar a 
vontade do agente. 
Ex.: extorsão mediante sequestro, porte ilegal de arma de 
fogo ou de substâncias entorpecentes. 
 
7.24. Crime unissubjetivo - pode ser praticado por uma única 
pessoa. Havendo concurso de agentes, tratar-se-á de con-
curso eventual. Ex.: homicídio, aborto, estelionato, etc. 
 
7.25. Crime plurissubjetivo ou de concurso necessário - so-
mente pode ser praticado por mais de uma pessoa e com 
liame subjetivo entre as mesmas (concurso de agentes). 
Ex.: associação criminosa, organização criminosa, rixa, etc. 
 
7.26. Crime unissubsistente - admite a prática do crime por 
meio de um único ato. Ex.: injúria verbal. 
 
7.27. Crime plurissubsistente - exige uma ação consistente em 
vários atos. Ex.: homicídio. 
 
7.28. Crime omissivo próprio ou puro - São aqueles que o 
preceito primário traz uma conduta negativa, ou seja, um 
não fazer o que a lei determina. Dessa forma, a simples 
omissão, o não fazer aquilo que estava previsto na lei, con-
figura o crime, dispensando qualquer resultado naturalísti-
co. No crime omissivo próprio, a omissão está previsto no 
próprio tipo penal. Não admitem a tentativa. 
 
7.29. Omissão Imprópria ou Crime Comissivo Por Omissão - 
É aquele em que se pratica pela inobservância do dever ju-
rídico de agir. Omissão penalmente relevante. Omissão Im-
própria (art. 13 parag. 2º ―a‖, ―b‖ e ―c) 
 
7.30. Crime Vago - É aquele em que o sujeito passivo é pessoa 
indeterminada, é a coletividade. 
 
7.31. Crime Transeunte - É aquele crime em que passa e não 
deixa vestígios. Art. 140 Injúria 
 
7.32. Crime Não-Transeunte - É aquele que passa e deixa ves-
tígios. Ex. Art. 121 Homicídio. Art. 129 – Lesão Corporal. 
 
8. DIFERENÇA ENTRE PRECEDENTE, JURISPRUDÊNCIA, 
SÚMULA E SÚMULA VINCULANTE - 
 
 
 
8.1. PRECEDENTE - consiste em qualquer julgamento que 
venha a ser, futuramente, utilizado como fundamento, como 
base, de um novo julgamento. É preciso que se trate, po-
rém, de uma decisão que transcenda o caso concreto. 
 
8.2. JURISPRUDÊNCIA - é um conjunto de decisões judiciais 
proferidas num mesmo sentido, pelos tribunais, sobre uma 
mesma matéria. É extraída do entendimento majoritário dos 
tribunais quando da interpretação e aplicação de uma 
mesma questão jurídica. 
 
8.3. SÚMULA - é a consolidação do posicionamento jurispru-
dencial dos tribunais. É a formalização, através de um 
enunciado, do pensamento majoritário dos órgãos colegia-
dos sobre determinada matéria. 
 
8.4. SÚMULA VINCULANTE – 
 
É aprovada pelo O Supremo Tribunal Federal, de ofício ou por 
provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, 
após reiteradas decisões sobre matéria constitucional. 
 
Como o próprio nome sugere, a súmula terá efeito vinculante em 
relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração 
pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e munici-
pal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na 
forma estabelecida em lei. 
 
Ela tem por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de 
normas determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual 
entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública 
que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação 
de processos sobre questão idêntica. 
 
08. DIFERENÇAS – QUALIFICADORA, CAUSA DE AUMEN-
TO DE PENA E AGRAVANTE – 
 
8.1. Qualificadoras – Aumenta diretamente a pena base em um 
quantum já delimitado, ou seja, define a pena de acordo 
com o crime praticado e de modo exato. Assim, a qualifica-
dora traz um novo patamar mínimo e máximo. 
 
Ex.: Observe que o art. 121, caput, estabelece pena de re-
clusão de 6 a 20 anos para o preceito primário ―matar al-
guém‖. 
 
Entretanto, traz no §2.º as qualificadoras, hipóteses em que 
a pena passa a ser de 12 a 30 anos. Note que a pena base 
abstrata dobrou. 
 
8.2. Causas de aumento de pena ou majorante – A lei tam-
bém prescreve as circunstâncias pelas quais a pena é au-
mentada e em quais crimes. Entretanto, referida majoração 
será sempre em frações. 
 
Ex.: art. 121, §4.º ―(...) a pena é aumentada de 1/3 (um ter-
ço) se o crime é cometido contra pessoa menor de 14 (qua-
torze) ou maior de 60 (sessenta) anos.‖ 
 
8.3. Agravantes – A disposição sobre as agravantes é feita de 
modo genérico na lei. Nesta última espécie, o juiz verá as 
particularidades de cada caso. Estão descritas no art. 61 do 
CP: ―São circunstâncias que sempre agravam a pena, 
quando não constituem ou qualificam o crime: (...)‖. 
 
Ex.: hipótese de reincidência (inc. I do referido art.) 
 
 
 
 
 
 
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Crimes hediondos, equiparados a hediondos, Crime de ra-
cismo e ação de grupos armados contraa ordem constituci-
onal e o estado democrático de direito – 
 
01. BASE CONSTITUCIONAL - 
1.1. Mandado Constitucional de Criminalização - 
Art. 5º - Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção 
de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos es-
trangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à 
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos 
seguintes: (...) 
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e im-
prescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; 
 XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis 
de graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de entor-
pecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes 
hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e 
os que, podendo evitá-los, se omitirem; 
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de 
grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional 
e o Estado Democrático; 
 
1.2. Conceitos Iniciais – 
 
1.2.1. Fiança – 
Previsão legal no CPP – Arts. 321 ao Art. 350. 
 
Conceito – Fiança penal, a grosso modo, é o pagamento pela 
própria liberdade provisória, na forma de caução real, permitido 
constitucionalmente. A regra é que seja concedida pelo juiz e 
excepcionalmente pelo delegado de polícia. O CPP estabelece 
as hipóteses em que a concessão pode ser pelo delegado que 
formalizou a prisão em flagrante. 
 
(https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/2610058/fianca-penal-algumas-consideracoes) 
 
A fiança paga por uma pessoa acusada criminalmente, segundo 
o Código de Processo Penal (CPP), é uma caução que serve 
para eventual pagamento de multa, de despesas processuais e 
de indenização no caso de sua condenação judicial transitada 
em julgado (definitiva). Após pagar a fiança ela passa a respon-
der ao processo em liberdade, mas deve cumprir algumas obri-
gações. 
 
Obrigações - Uma delas é o comparecimento perante a autori-
dade (delegado de polícia ou juiz) todas as vezes em que houver 
intimação para atos do inquérito ou do processo. Além disso, não 
poderá mudar de residência sem prévia permissão da autoridade 
ou ausentar-se por mais de oito dias de sua residência sem in-
formar o lugar onde pode ser encontrada. 
 
Competência para arbitrar - A fiança pode ser arbitrada pela 
autoridade policial no caso de crime cuja pena privativa de liber-
dade (prisão) máxima prevista não for superior a quatro anos. 
Nessa situação, o valor pode variar de 1 a 100 salários mínimos. 
Por outro lado, no caso de pena máxima superior a quatro anos 
de prisão, o direito ao pagamento de fiança deve ser requerido 
ao juiz, que tem prazo de 48 horas para decidir. O valor, nesse 
contexto, pode variar de 10 a 200 salários mínimos. 
Quando o processo é extinto ou concluído com a absolvição 
definitiva do réu, o dinheiro depositado como fiança lhe é devol-
vido com as devidas atualizações monetárias. No caso de con-
denação definitiva, a caução é utilizada para pagamento de mul-
ta, de despesas processuais e de indenização. Se restar alguma 
importância ela é devolvida ao condenado, igualmente com as 
atualizações monetárias. 
 
(Fonte: http://cnj.jus.br/noticias/cnj/80032-conheca-os-objetivos-e-a-destinacao-da-
fianca-paga-pelo-acusado) 
 
1.2.2. Anistia, Graça, Induto – Introdução – 
A anistia, graça e indulto são indulgências provindas de órgãos 
alheios ao Poder Judiciário. São causas de renúncia do Estado 
ao exercício do direito de punir. 
 
O Estado é o único detentor do direito de punir os infratores da 
lei penal, ou seja, só ele tem o jus puniendi que permanecer 
absoluto enquanto a lei penal não é violada. Sendo violada, a lei 
penal pela prática de um delito, o jus puniendi estatal deixa de 
ser abstrato e torna-se concreto, fazendo surgir a possibilidade 
do Estado infligir uma reprimenda ao infrator da lei penal. Essa 
possibilidade de estabelecer pena ao violador da lei penal é o 
que caracteriza a punibilidade, que não é requisito ou elemento 
do crime, mas sua consequência jurídica. 
 
No entanto, podem acontecer causas que se tornam obstáculos 
para a aplicação das sanções penais pelo estado, extinguindo a 
punibilidade. Essas são as causas extintivas de punibilidade, que 
são fatos ou atos jurídicos que impedem que o Estado exerça 
seu jus puniendi contra os infratores da lei penal. 
As causas extintivas da punibilidade podem ocorrer antes da 
sentença passada em, julgado, atingindo o jus puniendi e extin-
guindo a pretensão punitiva. Ou depois do trânsito em julgado da 
sentença condenatória, extinguindo a execução da sanção penal 
ou apenas de alguns dos seus efeitos. 
 
Entre as causas de extinção da punibilidade estão a ANISTIA, a 
GRAÇA, o INDULTO e a PRESCRIÇÃO. 
 
1.2.3. Da Anistia – 
A Anistia "significa o esquecimento de certas infrações penal". 
(Delmanto, p. 165). "Como se exprime Aurélio Leal: O fim da 
anistia é o esquecimento do fato ou dos fatos criminosos que o 
poder público teve dificuldades de punir ou achou prudente não 
punir. Juridicamente os fatos deixam de existir; o parlamento 
possa uma esponja sobre eles. Só a história os recolhe". (Noro-
nha, p. 400). 
 
Aplica-se, em regra, a crimes políticos, tendo por objetivo apazi-
guar paixões coletivas perturbadoras da ordem e da tranqüilidade 
social; entretanto, tem lugar também nos crimes militares, eleito-
rais, contra a organização do trabalho e alguns outros".(Noronha, 
p. 400). 
 
A anistia é uma das causas de extinção de punibilidade prevista 
no Art.107, II do Código Penal. Segundo Damásio de Jesus, "a 
anistia opera Ex. tunc , i.e., para o passado, apagando o crime, 
extinguindo a punibilidade e demais conseqüências de natureza 
penal"(Jesus, p. 604). Então, caso o sujeito vier a praticar um 
novo crime, não será considerado reincidente. Ela "rescinde a 
condenação, ainda que transitada e julgado".(Führer, p. 118). 
 
A anistia "não abrange os efeitos civis". (Führer, p. 118). Caso os 
efeitos penais de sentença condenatória transitada em julgado, 
mas os efeitos civis não desaparecem. 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/c%C3%B3digo-processo-penal-decreto-lei-3689-41
https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/2610058/fianca-penal-algumas-consideracoes
http://cnj.jus.br/noticias/cnj/80032-conheca-os-objetivos-e-a-destinacao-da-fianca-paga-pelo-acusado
http://cnj.jus.br/noticias/cnj/80032-conheca-os-objetivos-e-a-destinacao-da-fianca-paga-pelo-acusado
https://jus.com.br/tudo/extincao-da-punibilidade
 
 
 
 
PÁG.7 
1.2.4. Da graça e indulto 
 
Conceitos - "A graça é espécie da indulgência principis de or-
dem individual, pois só alcança determinada pessoa". (Noronha, 
p. 401). O indulto é medida de caráter coletivo, entretanto. 
 
"A graça, forma de clemência soberana, destina-se a pessoa 
determinada e não a fato, sendo semelhante ao indulto individu-
al".(Mirabete, p. 366). É tanto que a Lei de Execução Penal pas-
sou a trata-la como indulto individual e regula a aplicação do 
indulto através do Art. 188 a 193. 
 
O indulto coletivo abrange sempre um grupo de sentenciados e 
normalmente inclui os beneficiários tendo em visto a duração 
das penas que lhe foram aplicadas, embora se exijam certos 
requisitos subjetivos(primariedade, etc.) e objetivos(cumprimento 
de parte da pena, exclusão dos autores da prática de algumas 
espécies de crimes, etc.)"(Mirabete, p. 367) 
 
Competência - Tanto a graça quanto o indulto são formas de 
extinção da punibilidade, conforme o Art. 107, II, CP. Ambos só 
podem ser concedidos pelo Presidente da República, mas ele 
pode delegar a atribuição a Ministro de Estado ou outras autori-
dades, não sendo necessário pedido dos interessados, nos ter-
mos do Art. 84, inciso XII, parágrafo único, da CF. 
 
Consequências - Como se vê, a graça e o indulto "apenas ex-
tinguem a punibilidade, persistindo os efeitosdo crime, de modo 
que o condenado que o recebe não retoma à condição de primá-
rio".(Delmanto, p. 165). "Há, porém, certa diferença técnica: a 
graça é em regra individual e solicitada, enquanto o indulto é 
coletivo e espontâneo".(Delmanto, p. 165) 
 
Segundo Damásio de Jesus, a graça e o indulto "somente extin-
guem a punibilidade, substituindo o crime, a condenação irrecor-
rível e seus efeitos secundários(sobre o caso de indulto ser con-
cedido antes do trânsito em julgado da sentença notória). Assim, 
vindo o sujeito agradecido ou indultado a cometer novo crime, 
será considerado reincidente". (Jesus, p. 606). Desse modo, 
"extinguem-se somente as sanções mencionadas nos respecti-
vos decretos, permanecendo os demais efeitos da sentença 
condenatória, sejam penais ou civis"(Mirabete, p. 367). 
 
1.2.5. Diferenças entre graça e indulto 
A graça, sendo o indulto individual, só alcança determinada pes-
soa, devendo ser, portanto, solicitada, mas isso não impede que 
seja concedida espontaneamente pelo Presidente da República. 
Em quanto isso, o indulto é espontâneo e coletivo, recaindo so-
bre fatos e abrangendo um número muito grande de pessoas. 
 
(Fonte: https://jus.com.br/artigos/970/anistia-graca-e-indulto-renuncia-e-perdao-
decadencia-e-prescricao) 
 
1.2.6. Da prescrição - 
Conceito – 
 
É a perda do direito Estado de punir, pelo decurso de tempo. 
Considera-se que não há mais interesse estatal na repressão do 
crime, considerando não apenas o decurso temporal, mas tam-
bém a adaptação do infrator à vida social, configurada pela não 
reincidência. 
 
Existem duas maneiras de computar a prescrição: 1) pela pena 
em abstrato; 2) pela pena em concreto. No primeiro caso, não 
tendo havido a condenação, inexiste pena determinada e definiti-
va para servir de base ao juiz ao cálculo da prescrição. 
NUCCI, em sua obra, expõe as várias teses fundamentando a 
existência da prescrição em diversos ordenamentos jurídicos, 
inclusive no nosso[2]: 
 
Teoria do esquecimento: baseia-se no fato de que, após certo 
decurso de tempo, que varia conforme a gravidade do delito, a 
lembrança do crime apaga-se da mente da sociedade, não mais 
existindo o temor causado pela sua prática, deixando de haver, 
por isso, motivo para a sua punição; 
Maneiras de computar a prescrição – 
Existem duas maneiras de computar a prescrição: 1) pela pena 
em abstrato; 2) pela pena em concreto. No primeiro caso, não 
tendo havido a condenação, inexiste pena determinada e definiti-
va para servir de base ao juiz ao cálculo da prescrição. Portanto, 
a pena máxima em abstrato prevista para o delito é utilizada. No 
caso de haver incidência de causa de aumento de pena, aplica-
se o máximo do aumento; se houver causa de diminuição, por 
sua vez, aplica-se o mínimo. [1] 
 
Havendo condenação com trânsito em julgado para a acusação, 
a pena torna-se, assim, concreta e passa a servir de cálculo para 
a prescrição. Nesse sentido é a Súmula 146 do STF: ―A prescri-
ção da ação penal regula-se pela pena concretizada na senten-
ça, quando não há recurso da acusação‖. 
 
Prazos para o cálculo da prescrição 
 
O artigo 109 do Código Penal regula os prazos para cálculo da 
prescrição, nos seguintes termos: 
 
a) em 20 anos, se o máximo da pena não for superior a 12; 
b) em 16 anos, se o máximo da pena não for superior a 8 e não 
exceder 12; 
c) em 12 anos, se o máximo da pena for superior a 4 e não 
exceder 8; 
d) em 8 anos, se o máximo da pena for superior a 2 e não exce-
der 4; 
e) em 4 anos, se o máximo da pena for igual ou superior a 1 e 
não exceder 2; 
f) em 2 anos, se o máximo da pena for inferior a 1 ano. 
 
Os prazos previstos no referido artigo servem para o cálculo da 
prescrição da pretensão punitiva e da executória. E, no parágrafo 
único, está estabelecido que as penas restritivas de direitos, que 
são substitutivas das privativas de liberdade, prescrevem no 
mesmo prazo das substituídas. 
 
A prescrição não ocorrerá, conforme expressa previsão constitu-
cional, em dois crimes: racismo e terrorismo. (art. 5º, incisos XLII 
e XLIV). 
 
Fonte:http://ambito-juridico.com.br/site/ 
?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=1290&revista_caderno=3 
 
1.3. Pena de Reclusão – 
Constituição Federal - CF/88 – 
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre 
outras, as seguintes: 
a) privação ou restrição da liberdade; 
b) perda de bens; 
c) multa; 
d) prestação social alternativa; 
e) suspensão ou interdição de direitos; 
https://jus.com.br/tudo/penas
https://jus.com.br/artigos/970/anistia-graca-e-indulto-renuncia-e-perdao-decadencia-e-prescricao
https://jus.com.br/artigos/970/anistia-graca-e-indulto-renuncia-e-perdao-decadencia-e-prescricao
http://ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=1290&revista_caderno=3#_ftn1
http://ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=1290&revista_caderno=3
http://ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=1290&revista_caderno=3
 
 
 
 
PÁG.8 
Código Penal - Decreto-Lei N. 2.848/ 1940. 
Reclusão e detenção 
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fe-
chado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-
aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime 
fechado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
§ 1º - Considera-se: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de 
segurança máxima ou média; 
b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola, 
industrial ou estabelecimento similar; 
c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou 
estabelecimento adequado. 
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas 
em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, obser-
vados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de trans-
ferência a regime mais rigoroso: (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
 a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar 
a cumpri-la em regime fechado; 
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 
(quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, 
cumpri-la em regime semi-aberto; 
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 
4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime 
aberto. 
§ 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena 
far-se-á com observância dos critérios previstos no art. 59 deste 
Código.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
§ 4
o
 O condenado por crime contra a administração pública terá 
a progressão de regime do cumprimento da pena condicionada à 
reparação do dano que causou, ou à devolução do produto do 
ilícito praticado, com os acréscimos legais. (Incluído pela Lei nº 
10.763, de 12.11.2003) 
02. Do Crime de Racismo – 
 
2.1. Previsão na CF/88 – 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união 
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, cons-
titui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamen-
tos: 
III - a dignidade da pessoa humana. 
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federa-
tiva do Brasil: 
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, 
sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros resi-
dentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à 
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
(...) 
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e impres-
critível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; 
STF enquadra homofobia e transfobia como crimes de ra-
cismo ao reconhecer omissão legislativa – 13 de Junho de 
2019. 
 
O Plenário concluiu nesta quinta-feira(13) o julgamento das 
ações que tratam da matéria e decidiu que, até que o Congresso 
Nacional edite lei específica, as condutas homofóbicas e transfó-
bicas se enquadram na tipificação da Lei do Racismo. 
 
O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu que 
houve omissão inconstitucional do Congresso Nacional por não 
editar lei que criminalize atos de homofobia e de transfobia. 
 
Por maioria, o Plenário aprovou a tese proposta pelo relator da 
ADO, ministro Celso de Mello, formulada em três pontos. O pri-
meiro prevê que, até que o Congresso Nacional edite lei especí-
fica, as condutas homofóbicas e transfóbicas, reais ou supostas, 
se enquadram nos crimes previstos na Lei 7.716/2018 e, no caso 
de homicídio doloso, constitui circunstância que o qualifica, por 
configurar motivo torpe. No segundo ponto, a tese prevê que a 
repressão penal à prática da homotransfobia não alcança nem 
restringe o exercício da liberdade religiosa, desde que tais mani-
festações não configurem discurso de ódio. Finalmente, a tese 
estabelece que o conceito de racismo ultrapassa aspectos estri-
tamente biológicos ou fenotípicos e alcança a negação da digni-
dade e da humanidade de grupos vulneráveis. Ficou vencido o 
ministro Marco Aurélio. 
 
ADO 26/DF 
 
1. Até que sobrevenha lei emanada do Congresso Nacional des-
tinada a implementar os mandados de criminalização definidos 
nos incisos XLI e XLII do art. 5º da Constituição da República, as 
condutas homofóbicas e transfóbicas, reais ou supostas, que 
envolvem aversão odiosa à orientação sexual ou à identidade de 
gênero de alguém, por traduzirem expressões de racismo, com-
preendido este em sua dimensão social, ajustam-se, por identi-
dade de razão e mediante adequação típica, aos preceitos primá-
rios de incriminação definidos na Lei nº 7.716, de 08/01/1989, 
constituindo, também, na hipótese de homicídio doloso, circuns-
tância que o qualifica, por configurar motivo torpe (Código Penal, 
art. 121, § 2º, I, ―in fine‖); 
 
2. A repressão penal à prática da homotransfobia não alcança 
nem restringe ou limita o exercício da liberdade religiosa, qual-
quer que seja a denominação confessional professada, a cujos 
fiéis e ministros (sacerdotes, pastores, rabinos, mulás ou clérigos 
muçulmanos e líderes ou celebrantes das religiões afro-
brasileiras, entre outros) é assegurado o direito de pregar e de 
divulgar, livremente, pela palavra, pela imagem ou por qualquer 
outro meio, o seu pensamento e de externar suas convicções de 
acordo com o que se contiver em seus livros e códigos sagrados, 
bem assim o de ensinar segundo sua orientação doutrinária e/ou 
teológica, podendo buscar e conquistar prosélitos e praticar os 
atos de culto e respectiva liturgia, independentemente do espaço, 
público ou privado, de sua atuação individual ou coletiva, desde 
que tais manifestações não configurem discurso de ódio, assim 
entendidas aquelas exteriorizações que incitem a discriminação, 
a hostilidade ou a violência contra pessoas em razão de sua 
orientação sexual ou de sua identidade de gênero; 
 
3. O conceito de racismo, compreendido em sua dimensão soci-
al, projeta-se para além de aspectos estritamente biológicos ou 
fenotípicos, pois resulta, enquanto manifestação de poder, de 
uma construção de índole histórico-cultural motivada pelo objeti-
vo de justificar a desigualdade e destinada ao controle ideológi-
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art33
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art33
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art33
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art33
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art33
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art33
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.763.htm#art33%C2%A74
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.763.htm#art33%C2%A74
 
 
 
 
PÁG.9 
co, à dominação política, à subjugação social e à negação da 
alteridade, da dignidade e da humanidade daqueles que, por 
integrarem grupo vulnerável (LGBTI+) e por não pertencerem ao 
estamento que detém posição de hegemonia em uma dada es-
trutura social, são considerados estranhos e diferentes, degrada-
dos à condição de marginais do ordenamento jurídico, expostos, 
em consequência de odiosa inferiorização e de perversa estig-
matização, a uma injusta e lesiva situação de exclusão do siste-
ma geral de proteção do direito. (13 de Junho de 2019) 
 
(Fonte: http://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=414010) 
 
2.2. Previsão na Lei 7.716 de 1989 – 
Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes 
de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou 
procedência nacional. (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 
15/05/97) 
[...] 
Art. 4º Negar ou obstar emprego em empresa privada. 
Pena: reclusão de dois a cinco anos. 
§ 1
o
 Incorre na mesma pena quem, por motivo de discriminação 
de raça ou de cor ou práticas resultantes do preconceito de des-
cendência ou origem nacional ou étnica: (Incluído pela Lei nº 
12.288, de 2010) (Vigência) 
I - deixar de conceder os equipamentos necessários ao empre-
gado em igualdade de condições com os demais trabalhadores; 
(Incluído pela Lei nº 12.288, de 2010) (Vigência) 
II - impedir a ascensão funcional do empregado ou obstar outra 
forma de benefício profissional; (Incluído pela Lei nº 12.288, de 
2010) (Vigência) 
III - proporcionar ao empregado tratamento diferenciado no am-
biente de trabalho, especialmente quanto ao salário. (Incluído 
pela Lei nº 12.288, de 2010) (Vigência) 
§ 2
o
 Ficará sujeito às penas de multa e de prestação de serviços 
à comunidade, incluindo atividades de promoção da igualdade 
racial, quem, em anúncios ou qualquer outra forma de recruta-
mento de trabalhadores, exigir aspectos de aparência próprios de 
raça ou etnia para emprego cujas atividades não justifiquem 
essas exigências. (Incluído pela Lei nº 12.288, de 2010) (Vigên-
cia) 
[...] 
Art. 6º Recusar, negar ou impedir a inscrição ou ingresso de 
aluno em estabelecimento de ensino público ou privado de qual-
quer grau. 
Pena: reclusão de três a cinco anos. 
Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito 
de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. (Redação 
dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97) 
Pena: reclusão de um a três anos e multa.(Redação dada pela 
Lei nº 9.459, de 15/05/97) 
§ 1º Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, em-
blemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a 
cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazis-
mo. (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97) 
Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.(Incluído pela Lei nº 
9.459, de 15/05/97) 
§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput é cometido por 
intermédio dos meios de comunicação social ou publicação de 
qualquer natureza: (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 
15/05/97) 
Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.(Incluído pela Lei nº 
9.459, de 15/05/97) 
2.3. Das Consequências em virtude da prática do Racismo – 
 Inafiançável - 
 Imprescritível - 
 Pena de reclusão - 
2.4. Código Penal – Injúria Racial – Injúria Qualificada – 
Racismo Impróprio – 
Injúria 
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o deco-
ro: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 
[...] 
§ 3
o
 Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a 
raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa 
ou portadora de deficiência: (Redação dada pela Lei nº 10.741, 
de 2003) 
Pena - reclusão de um a três anos e multa. (Incluído pela Lei nº 
9.459, de 1997) 
Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se pro-
cede mediante queixa, salvo quando, no caso do art. 140, § 2º, 
da violência resulta lesão corporal.Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da 
Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 141 deste Código, e 
mediante representação do ofendido, no caso do inciso II do 
mesmo artigo, bem como no caso do § 3
o
 do art. 140 deste Có-
digo. (Redação dada pela Lei nº 12.033. de 2009) 
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA – Em 2015, o STJ enten-
deu de modo totalmente diverso da doutrina, afirmando que o 
crime de injúria racial é imprescritível e inafiançável. Vejamos: 
 
De acordo com o Relator Ministro Ericson Maranho (Desembar-
gador Convocado do TJ/SP), ―Importante enfatizar, ainda, que a 
questão da imprescritibilidade do delito de injúria racial foi 
reconhecida por mim ao entendimento de que esse crime, 
por também traduzir preconceito de cor, atitude que conspi-
ra no sentido da segregação, veio a somar-se àqueles ou-
tros, definidos na Lei nº 7.716/89, cujo rol não é taxativo. 
Vêm, a propósito, as palavras de CELSO LAFER, quando diz 
que ―A base do crime da prática do racismo são os preconceitos 
e sua propagação, que discriminam grupos e pessoas, a elas 
atribuindo as características de uma ‗raça‘ inferior em função de 
sua aparência ou origem. O racismo está na cabeça das pesso-
as. Justificou a escravidão e o colonialismo. Promove a desigual-
dade, a intolerância em relação ao ‗outro‘, e pode levar à segre-
gação (como foi o caso do apartheid na África do Sul) e ao geno-
cídio (como foi o holocausto conduzido pelos nazistas)‖ (Racismo 
- O STF e o caso Ellwanger, pg. A2). Esta conduta é que a Lei 
Maior pretendeu obstar, vedando a seus agentes a prescrição, 
entre outros benefícios. 
 
 
http://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=414010
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9459.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9459.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12288.htm#art60
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12288.htm#art60
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12288.htm#art65
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12288.htm#art60
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12288.htm#art65
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12288.htm#art60
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12288.htm#art60
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12288.htm#art65
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12288.htm#art60
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12288.htm#art60
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12288.htm#art65
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12288.htm#art60
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12288.htm#art65
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12288.htm#art65
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9459.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9459.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9459.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9459.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9459.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9459.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9459.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9459.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9459.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9459.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9459.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.741.htm#art140%C2%A73
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.741.htm#art140%C2%A73
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9459.htm#art140%C2%A73
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9459.htm#art140%C2%A73
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12033.htm
 
 
 
 
PÁG.10 
Ainda, conforme as palavras do Relator, citando a doutrina do 
Professor e magistério Guilherme de Souza Nucci (Código Penal 
Comentado, 14ª edição, p. 756-757): ―Da mesma forma que a Lei 
7.716/89 estabelece várias figuras típicas de crime resultantes de 
preconceitos de raça de cor, não quer dizer, em nossa visão, que 
promova um rol exaustivo. Por isso, com o advento da Lei 
9.459/97, introduzindo a denominada injúria racial, criou-se mais 
um delito no cenário do racismo, portanto, imprescritível, inafian-
çável e sujeito à pena de reclusão.‖ [...] (AgRg no AREsp 
686.965/DF, 6ªT.STJ, DJe 31/08/2015) 
 
Injúria racial considerada imprescritível pelo STF 
 
STF: ―ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Fede-
ral (STF), determinou o trânsito em julgado do processo de injúria 
racial envolvendo o jornalista Paulo Henrique Amorim. A decisão 
do STF, que condenou o jornalista a um ano e oito meses de 
prisão, será cumprida e convertida em restrição a direitos. [...] 
 
Também como afirmado na mencionada decisão, na linha do 
Parecer da Procuradoria-Geral da República, releva prestigiar o 
que decidido pelo STJ, notadamente considerada a alentada 
análise da legislação infraconstitucional realizada naquele Tribu-
nal, que reconheceu não ser taxativo o rol dos crimes previs-
tos na Lei nº 7.716/1989, encontrando-se presentes o precon-
ceito e a intolerância da conduta tipificada como injúria racial, 
destacando-se, no ponto, que a própria questão referente à im-
prescritibilidade é insuscetível de reapreciação por se tratar de 
matéria infraconstitucional", argumentou o ministro. (STF, HC 
130.104, junho de 2018) 
 
 
03. Dos Crimes Hediondos e Equiparados a Hediondos (Trá-
fico, Tortura e Terrorismo) 
 
3.1. Crimes Hediondos - Previsão Legal - Lei 8.072/90 – 
Art. 1
o
 São considerados hediondos os seguintes crimes, todos 
tipificados no Decreto-Lei n
o
 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - 
Código Penal, consumados ou tentados: [...] 
 
3.2. Crime de Tráfico de Drogas - Previsão Legal - Lei 
11.343/06 – 
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, 
adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, trans-
portar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a 
consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem 
autorização ou em desacordo com determinação legal ou regu-
lamentar: 
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 
500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa. 
3.3. Crime de Tortura - Previsão Legal - Lei 9.455/97 – 
Art. 1º Constitui crime de tortura: 
I - constranger alguém com emprego de violência ou grave 
ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental: 
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da 
vítima ou de terceira pessoa; 
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa; 
c) em razão de discriminação racial ou religiosa; (...) 
§ 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou 
anistia. 
§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese 
do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em regime fechado 
3.4. Crime de Terrorismo - Previsão Legal - Lei Nº 13.260/16. 
Art. 1º Esta Lei regulamenta o disposto no inciso XLIII do art. 5º 
da Constituição Federal , disciplinando o terrorismo, tratando de 
disposições investigatórias e processuais e reformulando o con-
ceito de organização terrorista. 
Art. 2º O terrorismo consiste na prática por um ou mais indiví-
duos dos atos previstos neste artigo, por razões de xenofobia, 
discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia e religião, quan-
do cometidos com a finalidade de provocar terror social ou gene-
ralizado, expondo a perigo pessoa, patrimônio, a paz pública ou 
a incolumidade pública. 
§ 1º São atos de terrorismo: 
I - usar ou ameaçar usar, transportar, guardar, portar ou trazer 
consigo explosivos, gases tóxicos, venenos, conteúdos biológi-
cos, químicos, nucleares ou outros meios capazes de causar 
danos ou promover destruição em massa; (...) 
04.Das Consequências em virtude da prática dos Crimes 
Hediondos e Equiparados 
4.1. Lei dos Crimes Hediondos - 
Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito 
de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis 
de: (Vide Súmula Vinculante) 
I - anistia, graça e indulto; 
II - fiança. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007) 
§ 1
o
 A pena por crime previsto neste artigo será cumprida inici-
almente em regime fechado. (Redação dada pela Lei nº 11.464, 
de 2007) 
§ 2º A progressão de regime, no caso dos condenados pelos 
crimes previstos neste artigo, dar-se-á após o cumprimento de 
2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5 
(três quintos), se reincidente, observado o disposto nos §§ 3º e 
4º do art. 112 da Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei de 
Execução Penal). (Redação dada pela Lei nº 13.769, de 2018) 
(Revogado pelo Lei N. 13.964 de 2019) 
Exame criminológico – 
Súmula 439 - Admite-se o exame criminológico pelas peculiari-
dades do caso, desde que em decisão motivada. (Súmula 439, 
TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 28/04/2010, DJe 13/05/2010) 
Súmula Vinculante 26 - Para efeito de progressão de regime no 
cumprimento de pena por crime hediondo, ou equiparado, o juízo 
da execução observará a inconstitucionalidade do art. 2º da Lei 
8.072, de 25 de julho de 1990, sem prejuízo de avaliar se o con-
denado preenche, ou não, os requisitos objetivos e subjetivos do 
benefício, podendo determinar, para tal fim, de modo fundamen-
tado, a realização de exame criminológico. 
§ 3
o
 Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá funda-
mentadamente se o réu poderá apelar em liberdade. (Redação 
dada pela Lei nº 11.464, de 2007) 
§ 4
o
 A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei n
o
 7.960, de 
21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos neste artigo, terá 
o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período em caso 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art5xliii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art5xliii
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/jurisprudenciaSumulaVinculante/anexo/PSV_30.pdf
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11464.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11464.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11464.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L7210.htm#art112%C2%A73
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L7210.htm#art112%C2%A73
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L7210.htm#art112%C2%A73
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13769.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11464.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11464.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L7960.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L7960.htm
 
 
 
 
PÁG.11 
de extrema e comprovada necessidade. (Incluído pela Lei nº 
11.464, de 2007) 
Art. 5º Ao art. 83 do Código Penal é acrescido o seguinte inciso: 
"Art. 83. .............................................................. 
........................................................................ 
V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de 
condenação por crime hediondo, prática da tortura, tráfico ilícito 
de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenado não 
for reincidente específico em crimes dessa natureza." 
4.2. Regime Inicial de Cumprimento de Pena – 
Lei de Execução Penal – Lei 7.210/84 - Art. 110. O Juiz, na 
sentença, estabelecerá o regime no qual o condenado iniciará o 
cumprimento da pena privativa de liberdade, observado o dispos-
to no artigo 33 e seus parágrafos do Código Penal. 
4.3. Lei de Execução Penal – Lei 7.210/84 - 
 Progressão de Regime – 
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em 
forma progressiva com a transferência para regime menos rigo-
roso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido 
ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom 
comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabele-
cimento, respeitadas as normas que vedam a progressão. (Re-
dação dada pela Lei nº 10.792, de 2003) 
§ 1
o
 A decisão será sempre motivada e precedida de ma-
nifestação do Ministério Público e do defensor. (Redação dada 
pela Lei nº 10.792, de 2003) 
§ 2
o
 Idêntico procedimento será adotado na concessão de 
livramento condicional, indulto e comutação de penas, respeita-
dos os prazos previstos nas normas vigentes. (Incluído pela Lei 
nº 10.792, de 2003) 
―Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em 
forma progressiva com a transferência para regime menos 
rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver 
cumprido ao menos: (Redação dada pela Lei N. 13.964 de 
2019) 
I - 16% (dezesseis por cento) da pena, se o apenado for pri-
mário e o crime tiver sido cometido sem violência à pessoa 
ou grave ameaça; (Incluído pela Lei N. 13.964 de 2019) 
II - 20% (vinte por cento) da pena, se o apenado for reinci-
dente em crime cometido sem violência à pessoa ou grave 
ameaça; (Incluído pela Lei N. 13.964 de 2019) 
III - 25% (vinte e cinco por cento) da pena, se o apenado for 
primário e o crime tiver sido cometido com violência à pes-
soa ou grave ameaça; (Incluído pela Lei N. 13.964 de 2019) 
IV - 30% (trinta por cento) da pena, se o apenado for reinci-
dente em crime cometido com violência à pessoa ou grave 
ameaça; (Incluído pela Lei N. 13.964 de 2019) 
V - 40% (quarenta por cento) da pena, se o apenado for con-
denado pela prática de crime hediondo ou equiparado, se for 
primário; (Incluído pela Lei N. 13.964 de 2019) 
VI - 50% (cinquenta por cento) da pena, se o apenado for: 
(Incluído pela Lei N. 13.964 de 2019) 
a) condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, 
com resultado morte, se for primário, vedado o livramento 
condicional; 
b) condenado por exercer o comando, individual ou coletivo, 
de organização criminosa estruturada para a prática de cri-
me hediondo ou equiparado; ou 
c) condenado pela prática do crime de constituição de milí-
cia privada; 
VII - 60% (sessenta por cento) da pena, se o apenado for 
reincidente na prática de crime hediondo ou equiparado; 
(Incluído pela Lei N. 13.964 de 2019) 
VIII - 70% (setenta por cento) da pena, se o apenado for rein-
cidente em crime hediondo ou equiparado com resultado 
morte, vedado o livramento condicional. (Incluído pela Lei N. 
13.964 de 2019) 
§ 1º Em todos os casos, o apenado só terá direito à progres-
são de regime se ostentar boa conduta carcerária, compro-
vada pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normas 
que vedam a progressão. (Incluído pela Lei N. 13.964 de 
2019) 
§ 2º A decisão do juiz que determinar a progressão de regi-
me será sempre motivada e precedida de manifestação do 
Ministério Público e do defensor, procedimento que também 
será adotado na concessão de livramento condicional, indul-
to e comutação de penas, respeitados os prazos previstos 
nas normas vigentes. (Redação dada pela Lei N. 13.964 de 
2019) 
§ 3º No caso de mulher gestante ou que for mãe ou res-
ponsável por crianças ou pessoas com deficiência, os requisitos 
para progressão de regime são, cumulativamente: (Incluído pela 
Lei nº 13.769, de 2018) 
I - não ter cometido crime com violência ou grave ameaça 
a pessoa; (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018) 
II - não ter cometido o crime contra seu filho ou dependen-
te; (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018) 
III - ter cumprido ao menos 1/8 (um oitavo) da pena no re-
gime anterior; (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018) 
IV - ser primária e ter bom comportamento carcerário, 
comprovado pelo diretor do estabelecimento; (Incluído pela Lei 
nº 13.769, de 2018) 
V- não ter integrado organização criminosa. (Incluído pela 
Lei nº 13.769, de 2018) 
§ 4º O cometimento de novo crime doloso ou falta grave 
implicará a revogação do benefício previsto no § 3º deste arti-
go. (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018) 
§ 5º Não se considera hediondo ou equiparado, para os fins 
deste artigo, o crime de tráfico de drogas previsto no § 4º do 
art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006. (Incluído 
pela Lei N. 13.964 de 2019) 
§ 6º O cometimento de falta grave durante a execução da 
pena privativa de liberdade interrompe o prazo para a obten-
ção da progressão no regime de cumprimento da pena, caso 
em que o reinício da contagem do requisito objetivo terá 
como base a pena remanescente. (Incluído pela Lei N. 13.964 
de 2019) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11464.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11464.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art83v
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art33
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.792.htm#art112
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.792.htm#art112
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.792.htm#art112
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.792.htm#art112
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.792.htm#art112
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.792.htm#art112
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13769.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13769.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13769.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13769.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13769.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13769.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13769.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13769.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13769.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13769.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11343.htm#art33%C2%A74
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11343.htm#art33%C2%A74
 
 
 
 
PÁG.12 
4.4. Livramento Condicional – 
Conceito de Livramento Condicional - Livramento ou liberdade 
condicional é o benefício que pode ser concedido a um condena-
do, que permite o cumprimento da pena em liberdade até total de 
sua pena, desde que preencha as condições e requisitos defini-
dos no artigo 83 do Código Penal e 131 a 146 da LEP. 
CP - Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao 
condenado a pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 
(dois) anos, desde que: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for 
reincidente em crime doloso e tiver bons antecedentes; (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em 
crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
III - comprovado: (Redação dada pela Lei N. 13.964 de 2019) 
a) bom comportamento durante a execução da pena; (Reda-
ção dada pela Lei N. 13.964 de 2019) 
b) não cometimento de falta grave nos últimos 12 (doze) 
meses; (Redação dada pela Lei N. 13.964 de 2019) 
c) bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído; e (Re-
dação dada pela Lei N. 13.964 de 2019) 
d) aptidão para prover a própria subsistência mediante tra-
balho honesto; (Redação dada pela Lei N. 13.964 de 2019) 
 IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o 
dano causado pela infração; (Redação dada pela Lei nº 7.209, 
de 11.7.1984) 
V - cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos de conde-
nação por crime hediondo, prática de tortura, tráfico ilícito de 
entorpecentes e drogas afins, tráfico de pessoas e terrorismo, se 
o apenado não for reincidente específico em crimes dessa natu-
reza. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) 
Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso, cometido 
com violência ou grave ameaça à pessoa, a concessão do livra-
mento ficará também subordinada à constatação de condições 
pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a delin-
qüir. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
4.5. Liberdade Provisória – 
A liberdade provisória consiste em um benefício constitucional 
garantido ao acusado para que este responda o processo livre de 
prisão cautelar, isto é, em liberdade, com ou sem o arbitramento 
de fiança ou outras medidas cautelares. 
Atualmente existem três espécies de liberdade provisória, a sa-
ber, a liberdade provisória obrigatória, a liberdade provisória 
vedada e a liberdade provisória permitida. 
A liberdade provisória com ou sem fiança é um instituto de Direito 
Processual Penal que concede liberdade, sob certas circunstân-
cias, ao réu que está na iminência de ser preso, ou foi preso, em 
flagrante, ou em decorrência de sentença de pronúncia, ou de 
sentença penal condenatória, mas que ainda não transitou em 
julgado. Para conceder a liberdade provisória, no entanto, é 
necessário analisar os requisitos legais dos artigos 311 e 312 do 
CPP, ―a contrario sensu‖, ou seja, ausente qualquer daqueles 
requisitos necessários para a manutenção da prisão cautelar, 
deve-se conceder a liberdade provisória, com ou sem fiança, a 
depender do tipo de crime. A isso chamamos interpretação ―a 
contrario sensu‖. 
https://jus.com.br/artigos/36270/da-liberdade-provisoria-com-ou-sem-fianca 
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE 
COMENTADA 
 
 
01. INTRODUÇÃO – 
A lei dispõe entre os art. 1º e Art. 59 sobre o Procedimento do 
Juizado Especial Civil (JEC) e do art. 60 ao Art. 98 sobre o juiza-
do especial criminal (JECRIM). 
 
02. MANDAMENTO CONSTITUCIONAL DE EFETIVIDADE E 
CELERIDADE DA PRESTAÇÃO JURISDICIONAL 
CF/88 – Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e 
os Estados criarão: 
 
I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e 
leigos, competentes para a conciliação, o julgamento e a execu-
ção de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais 
de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e 
sumaríssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a tran-
sação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primei-
ro grau. 
 
03. INSTITUTOS DESPENALIZADORES E INSTITUTO DES-
CARCEIRIZADOR – 
 
 Composição dos Danos Civis; Transação Penal; Repre-
sentação nos crimes de lesões corporais leves e culpo-
sas; Suspensão Condicional do processo 
 
 TCO – 
04. DOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS – 
Composição: Juízes togado e Juízes leigos. 
Juízes Leigos - Resolução Nº 174 de 12/04/2013 do CNJ - De 
acordo com a Resolução Nº 174 de 12/04/2013 do CNJ, os 
juízes leigos são auxiliares da Justiça recrutados entre 
advogados com mais de 2 (dois) anos de experiência. Eles, 
quando remunerados ou indenizados a qualquer título, serão 
recrutados por prazo determinado, permitida uma recondução, 
por meio de processo seletivo público de provas e títulos, ainda 
que simplificado, conduzido por critérios objetivos. (Arts. 1º e 2º). 
Ainda, conforme o art. 3º, da Resolução, o exercício das funções 
de juiz leigo, considerado de relevante caráter público, sem 
vínculo empregatício ou estatutário, é temporário e pressupõe 
capacitação anterior ao início das atividades. 
A Resolução ainda traz vedações, dentre elas de o juiz leigo não 
poder exercer a advocacia no Sistema dos Juizados Especiais da 
respectiva Comarca, enquanto no desempenho das respectivas 
funções; bem como ficarão impedidos de advogar em todo o 
sistema nacional de juizados especiais da fazenda pública, caso 
eles sejam atuantes em juizados especiais da fazenda pública.

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