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MICROBIOLOGIA CLOSTRIDIUM

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Clostridium SSP
São bastonetes; medem 0,3-2,0 µm de diâmetro e 1,5-20 m de comprimento; arranjos aos pares ou em cadeias curtas com as extremidades arredondadas ou pontiagudas; pleomórficos; geralmente Gram positivos no cultivo jovem; geralmente móveis por flagelos peritríquios; formam esporos ovais ou esféricos que deformam a parede celular. A maioria das espécies é quimiorganotrófica; alguns são quimioautotróficos e quimiolitotróficos. Podem ser sacarolíticos, proteolíticos, nenhum ou ambos. Geralmente produzem uma mistura de ácidos orgânicos e álcoois de carboidratos e peptonas. Não realizam uma redução dos sulfatos. São fermentadores, geralmente catalase negativos (enzima intracelular, encontrada na maioria dos organismos, que decompõe o peróxido de hidrogénio) e anaeróbios obrigatórios; se houver crescimento em ar, ele é pequeno e a esporulação é inibida. Metabolicamente são muito diversos com temperatura ótima entre 10º C e 65º C. Estão distribuídos no ambiente. Muitas espécies produzem potentes exotoxinas, sendo que algumas espécies são patogênicas para os animais, tanto pela infecção de ferimentos quanto pela absorção de toxinas. 
Espécie Tipo: Clostridium butyricum
Estão distribuídos no solo e trato gastrintestinal dos animais e do homem, onde podem sobreviver e multiplicar-se. Podem formar esporos que asseguram sua sobrevivência em condições adversas, durante longos períodos de tempo. Podem tornar-se contaminantes de amostras clínicas por ter capacidade de esporular.
A reprodução mais comum nas bactérias é assexuada por bipartição. Ocorre a duplicação do DNA bacteriano e uma posterior divisão em duas células. As bactérias multiplicam-se por este processo muito rapidamente quando dispõem de condições favoráveis (duplica em 20 minutos).
Algumas espécies de bactérias, quando submetidas a condições ambientais desfavoráveis, como escassez de nutrientes ou de água, são capazes de formar estruturas denominadas esporos, ou endósporos (do grego, endos, dentro), por um processo denominado esporulação, ou esporogênese.
Dessa forma, o esporo consegue suspender completamente a sua atividade metabólica, sobrevivendo a situações adversas como calor intenso e falta de água.
No processo de formação do esporo, o cromossomo duplica-se e uma das cópias cromossômicas produzidas é isolada do restante da célula e envolta por uma membrana plasmática. Após isso, há a formação de uma grossa parede em torno dessa membrana, constituindo o esporo. A outra porção do conteúdo celular é degradada e a parede é rompida, libertando o esporo. Em ambiente propício, o esporo se reidrata, reconstituindo uma nova bactéria, que passa a reproduzir-se por reprodução binária.
Para as bactérias considera-se reprodução sexuada qualquer processo de transferência de fragmentos de DNA de uma célula para outra. Depois de transferido, o DNA da bactéria doadora se recombina com o da receptora, produzindo cromossomos com novas misturas de genes. Esses cromossomos recombinados serão transmitidos às células-filhas quando a bactéria se dividir. A transferência de DNA de uma bactéria para outra pode ocorrer de três maneiras: por transformação, transdução e por conjugação.
Na transformação, a bactéria absorve moléculas de DNA dispersas no meio e são incorporados à cromatina. Esse DNA pode ser proveniente, por exemplo, de bactérias mortas. Esse processo ocorre espontaneamente na natureza.
Na transdução, moléculas de DNA são transferidas de uma bactéria a outra usando vírus como vetores (bactériófagos). Estes, ao se montar dentro das bactérias, podem eventualmente incluir pedaços de DNA da bactéria que lhes serviu de hospedeira. Ao infectar outra bactéria, o vírus que leva o DNA bacteriano o transfere junto com o seu. Se a bactéria sobreviver à infecção viral, pode passar a incluir os genes de outra bactéria em seu genoma.
Na conjugação bacteriana, pedaços de DNA passam diretamente de uma bactéria doadora, o "macho", para uma receptora, a "fêmea". Isso acontece através de microscópicos tubos protéicos, chamados pili, que as bactérias "macho" possuem em sua superfície.
O fragmento de DNA transferido se recombina com o cromossomo da bactéria "fêmea", produzindo novas misturas genéticas, que serão transmitidas às células-filhas na próxima divisão celular.
O gênero clostridium não apresenta grande importância econômica para a agricultura em relação a patogenecidade de plantas, porém, incluir indivíduos de vida livre com a capacidade de assimilar nitrogênio atmosférico, sendo usado como importante ferramenta para a fixação biológica.
Dentre as poucas espécies fitopatogênicas encontra-se Clostridium puniceum. Infecta batatas durante estações úmidas e em condições de armazenamento úmido. Não só infecta batatas, mas outros vegetais de raízes e tubérculos, como cenouras e batatas doces. A bactéria causa podridão macia ou também chamada de pectolítica, o que significa que separa as paredes celulares da planta. 
O gênero clostridium apresenta indivíduos patógenos de animais, como:
- Clostridium perfringens (Gangrena gasosa), é o processo de necrose do músculo.
- Clostridium botulinum (Botulismo), Doença neuroparalítica grave, não contagiosa, resultante da ação de uma potente toxina. 
- Clostridium difficile (colite pseudomembranosa), resulta do deslocamento de bactérias saudáveis do cólon, geralmente devido a antibióticos.
- Clostridium tetani (Tétano), Espasmos corporais que provocam dor e duram por vários minutos, geralmente causados por sons altos, toque físico e sensibilidade à luz.

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