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Classificação especial das obrigações Quanto ao elemento subjetivo: ü Fracionárias ou parciais ü Conjuntas, unitárias ou em mão comum ü Disjuntivas ü Solidárias ü Subsidiárias Fracionárias ou parciais Diversas obrigações conexas entre si. Pressupõe a divisibilidade da prestação – art. 257 do CC. A presunção nas obrigações com multiplicidade de credores e/ou devedores com objeto divisível é de que se trata de obrigação fracionária. Presume-se que o fracionamento seja em partes iguais - presunção “juris tantum”. Porém, podem as partes dividir em partes desiguais. Credor não pode exigir mais do que a parte que lhe corresponde; devedor está obrigado somente ao que lhe cumpre. A conduta de um dos sujeitos não influencia aos demais. Ex: prescrição, pagamento de juros, nulidade e anulação, cláusula penal, etc. Exemplos: Art. 3º da Lei 2.757/56 – responsabilidade proporcional dos condôminos nas dívidas trabalhistas. Art. 1.784 do CC – sucessão hereditária. Obrigações dos herdeiros de pagar o legado – dívida que deve ser paga pelos herdeiros na proporção dos quinhões. Conjuntas, unitárias ou em mão comum Pluralidade de credores ou devedores. Pressupõe o pagamento de todos, conjuntamente, de toda a dívida. Todos, juntos, devem agir unitariamente. Um credor não pode exigir o cumprimento individualmente. Débitos indivisos e/ou créditos indivisos. Pressupõem a existência de patrimônio separado. O d i r e i t o d o c r e d o r s e d i r i g e , coletivamente, contra todos, e não contra um individualmente. Ex: condôminos, ainda que representados pelo síndico. Disjuntivas Pluralidade de devedores que se obrigam alternativamente. Caracteriza-se pela presença da conjunção alternativa “OU”. A obrigação deve ser satisfeita por um dos devedores. A escolha do devedor cabe ao credor. Extingue-se pela opção de um entre vários devedores. Os devedores não podem ser demandados conjuntamente, nem pode o credor exigir de um deles o cumprimento parcial da obrigação. Escolhido um devedor pelo credor, os demais se exoneram. Não é comum a sua ocorrência. Solidárias – visão geral (ativa e passiva) Arts. 264 e ss do CC. É uma das mais importantes. Pluralidade de credores, cada um com direito à dívida toda (solidariedade ativa) ou pluralidade de devedores, cada um obrigado à dívida por inteiro (solidariedade passiva). O Código Civil não fala, mas também admite-se uma solidariedade mista. Unidade objetiva = objeto único. O devedor pode pagar a qualquer dos credores e exonerar-se. O credor pode exigir de qualquer dos três (por exemplo) devedores TODA a soma devida. O devedor que pagou toda a dívida terá ação regressiva contra os coobrigados. Se fosse obrigação fracionária, o credor somente poderia exigir de cada devedor a sua fração (quota- parte). O credor pode escolher o devedor que irá pagar. Art. 265 do CC – a solidariedade não se presume, resulta da lei (solidariedade legal) ou da vontade das partes (solidariedade negocial ou contratual). O juiz não pode presumir! Ex. de solidariedade legal: arts. 932 e 942, par. único, do CC. Pressupõe uma relação externa (lado passivo e lado ativo) e relação interna (entre as pessoas do mesmo polo passivo). O pagamento de parte da dívida importa na redução, que aproveita a todos. Pode ser feita em ato separado. Solidariedade ativa – arts. 267 a 274 do CC. Vários credores. Um credor cobra do devedor. Devedor paga e exonera-se. Credor que recebeu o todo responde perante os demais, pelas quotas de cada um. Essa relação interna é irrelevante para o devedor. Art. 267 do CC. Ex: solidariedade ativa dos credores de conta bancária conjunta. Art. 269 do CC – se o devedor não paga tudo para um dos credores, a dívida se extingue até o montante do valor que foi pago. Se pagou menos, continua obrigado, abatido o montante pago, e mantém-se a solidariedade quanto ao saldo devedor. Art. 272 do CC – um dos credores perdoa a dívida. REMISSÃO DA DÍVIDA (arts. 385 a 388). Se um credor perdoou toda a dívida, segue “devendo” aos outros credores as suas respectivas frações. Art. 270 do CC – falecimento de um dos credores que deixa herdeiros. Art. 273 do CC – a exceção (defesa) do devedor contra o credor que agiu dolosamente, não se extende aos demais. Art. 274 do CC – o julgamento contrário a um dos credores, não atinge aos demais (coação). - Julgamento favorável a um dos credores: a) se não era de natureza pessoal, beneficia a todos, e b) se era de natureza pessoal, não interfere aos demais credores. Também se extingue pelas formas especiais de pagamento (novação, compensação, remissão, ...). Solidariedade passiva – arts. 275 a 285. Pluralidade de devedores e cada um deles é obrigado por toda a dívida. O credor pode exigir de qualquer um dos devedores toda a soma devida. O credor poderá, também, demandar dois devedores ou todos. O devedor que pagou a dívida tem direito de ação regressiva contra os demais, para haver a parcela de cada. Art. 283 do CC. Art. 275, par. único, do CC. Qualquer dos devedores está obrigado ao pagamento de toda a dívida. A defesa (exceção) de um dos devedores, quando pessoal , não aproveita aos demais. Art. 281 do CC. Em caso de o credor acei tar o p a g a m e n t o p a r c i a l d e u m d o s devedores, os demais estarão obrigados a pagar o saldo remanescente. Se o credor perdoar (remissão) a dívida a um devedor so l idá r io , o s out ros permanecerão vinculados à obrigação, abatido o valor pago. Art. 277 do CC. *Responsabilidade dos devedores solidários: -impossibilidade de prestação por dolo ou culpa de um dos devedores, todos permanecerão responsáveis pelo valor do equivalente. - Pelas perdas e danos, somente o culpado responderá. Art. 279 do CC. - Se decorrer de caso fortuito, a obrigação se extingue. -falecimento de um dos devedores solidários, que deixou herdeiros. Art. 276 do CC. A obrigação não poderá ultrapassar as forças da herança, ainda que tenha patrimônio pessoal: a)Se a dívida for indivisível: qualquer herdeiro, individualmente, ou qualquer devedor, pode ser compelido a pagar tudo. b)Se a dívida for divisível: se o herdeiro for acionado individualmente, somente pagará o equivalente a sua quota-parte na herança. Os herdeiros também podem ser chamados a pagar conjuntamente (litisconsórcio passivo necessário e unitário – vistos como um único devedor em relação aos demais devedores). *Renúncia da solidariedade – art. 282 do CC. - Não se confunde com o art. 277 do CC. - No art. 282 do CC, o credor renuncia a um dos devedores porque quer, e os demais permanecem responsáveis. A relação interna permanece. Solidariedade mista Vários credores e vários devedores. Não é prevista em lei, mas ocorre. Subsidiárias Não há qualquer referência à responsabilidade subsidiária no livro das obrigações. É uma forma especial de solidariedade. Uma pessoa tem o débito originário e a outra é responsável pelo débito. 1º demanda devedor originário, e 2º se passa à excussão de bens do responsável em caráter subsidiário, por toda a dívida. Subsidiária significa em “reforço de”ou em “substituição de”. ü Art. 46, V, do CC. ü Art. 997, VI, do CC. ü Art. 1.091 do CC. ü Arts. 595 e 596 do CPC. ü Art. 16 da Lei do Inquilinato. ü Arts. 932 e 933 do CC – responsabilidade solidária. ü Art. 934 do CC – direito de regresso. ü Art. 928 do CC – responsabilidade subsidiária do incapaz.
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