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Das obrigações divisíveis, indivisíveis e solidárias

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Ana Luiza Bittencourt 
DIREITO CIVIL III – DAS OBRIGAÇÕES E RESP. CIVIL 
Das obrigações divisíveis, indivisíveis e solidárias 
Das obrigações divisíveis e indivisíveis 
Divisível: se fracionado não perde sua essência. Ex.: dinheiro 
Indivisível: perde a essência quando fracionado. Ex.: você compra um toro reprodutor infértil > então não é indivisível. 
Pode ser indivisível por muitos motivos: pela natureza, por convenção, por lei, por sentença judicial. 
Art. 257. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta presume-se dividida em 
tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores. Divisível: tantas partes quanto forem os 
sujeitos. Ex.: Maria, Maricota e Josefina têm uma prestação de 9 mil reais (objeto) > são 3 devedores e 1 credor (José). 
Suponha que cada uma delas devesse 3 mil reais. José só pode cobrar 3 mil de cada. José vai atrás da Maria e ela paga 
os 9 mil sozinha. Maria, que não tinha obrigação nenhuma de pagar, irá se tornar credora da Maricota e da Josefina > 
sub-rogação (trouxe para si um crédito que, nesse caso foi de 6 mil). Esse dinheiro vale o mesmo tanto, independente 
de quem tá pagando. 
Art. 258. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não suscetíveis de divisão, 
por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão determinante do negócio jurídico. Ex.: um carro, 
por sua natureza, não é indivisível / por ordem econômica um diamante se torna indivisível se a pessoa ganha muito 
mais vendendo inteiro / se você faz um empréstimo e diz que receberá a vista, o valor deve se pago inteiro, não 
dividido. 
Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um será obrigado pela dívida toda. 
Multiplicidade de devedores e prestação indivisível: qualquer um dos devedores é responsável pelo cumprimento da 
obrigação, por inteiro. 
Parágrafo único. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em relação aos outros coobrigados. 
Esse devedor que fez o pagamento de toda a dívida torna-se credor (os outros devedores terão que pagar ele, que 
quitou tudo) > SUB-ROGAÇÃO. 
Art. 260. Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a dívida inteira; mas o devedor ou devedores 
se desobrigarão, pagando: Multiplicidade de credores: cada um poderá exigir do devedor o crédito por inteiro. A 
obrigação só será cumprida se o devedor cumprir a obrigação de coisa indivisível para com todos os credores ou 
cumpre a obrigação para um credor e exige caução (garantia) de que os demais credores lhe darão quitação. 
I – a todos conjuntamente; 
II – a um, dando este caução de ratificação dos outros credores. 
Art. 261. Se um só dos credores receber a prestação por inteiro, a cada um dos outros assistirá o direito de exigir dele 
em dinheiro a parte que lhe caiba no total. 
Art. 262. Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para com os outros; mas estes só a poderão 
exigir, descontada a quota do credor remitente. Remitir é perdoar. 
● Se o credor perdoou a dívida inteira, terá que pagar aos outros cocredores cota parte de cada um. Sendo a 
obrigação indivisível ele deverá transformar em dinheiro o valor da coisa indivisível e ressarcir aos outros a 
corta parte correspondente. 
● Se ele perdoar apenas aquela fração de crédito que lhe caberia, o devedor continuará obrigado a cumprir a 
parte que caberia aos outros. 
Parágrafo único. O mesmo critério se observará no caso de transação, novação, compensação ou confusão. São outras 
formas indiretas de pagamento. 
Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos. Mesmo que um dos credores 
tenha desistido da coisa indivisível, essa coisa pode se transformar em perdas e danos (indenização), perdendo assim 
a qualidade de indivisível, pois o dinheiro pode ser repartido. 
§1º Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores, responderão todos por partes iguais. 
§2º Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas perdas e danos. Aquele que der 
causa ao inadimplemento (responsável pelas perdas e danos) é o que deve arcar com o prejuízo. 
Das obrigações solidárias 
- Existe solidariedade quando, na mesma obrigação, concorre uma PLURALIDADE DE CREDORES, cada um com 
DIREITO À DÍVIDA TODA (solidariedade ativa), ou uma PLURALIDADE DE DEVEDORES, cada um OBRIGADO À DÍVIDA 
POR INTEIRO (solidariedade passiva). 
- A solidariedade também pode ser convencional (acordo entre as partes) ou legal (conforme a lei). 
Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada 
um com direito, ou obrigado, à dívida toda. Conceito de solidariedade > quando os credores ou devedores são 
responsáveis pela DÍVIDA TODA. Ex.: relação de emprego há solidariedade ativa, pois os empregadores respondem de 
forma solidária aos erros cometidos a outrem pelos empregados (podendo entrar com ação de regresso se provar 
culpa do empregador). 
• Exemplo de solidariedade ativa: A, B e C são credores de D. Nos termos do contrato, o devedor deverá pagar 
a quantia de 300 mil reais, havendo sido estipulada em contrato a solidariedade ativa entre os credores. Assim, 
qualquer dos 3 credores (A, B ou C) poderá exigir toda a dívida de D, ficando o credor que recebeu o valor 
adstrito a entregar aos demais as suas quotas partes respectivas. Se o devedor pagar a QUALQUER UM DOS 
CREDORES, a relação obrigacional se extingue. 
• Exemplo de solidariedade passiva: A, B e C são devedores de D. Nos termos do contrato, os devedores 
encontram-se coobrigados solidariamente a pagar ao credor a quantia de 300 mil reais. Assim, o credor poderá 
exigir de qualquer um dos três devedores toda a soma devida, e não apenas um terço de cada um. Obs.: o 
devedor que pagou a dívida toda terá ação regressiva contra os demais coobrigados. 
Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes. A solidariedade precisa estar 
EXPRESSA. 
Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos co-credores ou co-devedores, e condicional, ou a 
prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro. Possibilidade de a solidariedade ser FLEXIBILIZADA. Exemplo de 
uma relação com mais devedores e um credor: 
Pura simples: o credor pode escolher quem mais lhe convém para pagar essa prestação. 
Lugar diferente: ex.: apesar do lugar de pagamento ser um, pode ser convencionado que para determinado devedor 
o local pode ser outro, de forma que mais convém. 
A prazo: ex.; apesar de ser a vista, foi combinado que no caso de um dos devedores, seria permitido que ele pagasse 
parcelado. 
DA SOLIDARIEDADE ATIVA 
- Pluralidade de credores, cada um podendo exigir do devedor o cumprimento da prestação por inteiro. 
Art. 267. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da prestação por inteiro. É 
aquela obrigação em que há mais de um credor > cada um desses pode fazer a cobrança ao devedor do valor por 
inteiro. Diferente da obrigação indivisível, o devedor não precisa pagar todos os credores de uma vez e nem precisa 
exigir caução de algum deles. 
Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor comum, a qualquer daqueles poderá 
este pagar. Demandar, nesse caso, é propor ação judicial contra o devedor para ele pagar. O artigo diz que se nenhum 
dos credores demandar o devedor comum, esse devedor está livre para pagar qualquer um deles. Se um credor 
demandar (ou mais), o devedor deverá pagar o valor inteiro a ele e depois esse credor irá repartir a quota parte. 
 Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante do que foi pago. O vínculo 
obrigacional só termina com o pagamento (direto ou indireto) da dívida inteira. Então, se o devedor pagou menos do 
que devia, continuaráobrigado ao pagamento do restante da dívida, abatida a parte que já quitou. 
Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir e receber a 
quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível. O herdeiro do credor 
que morreu só pode cobrar o restante obedecendo o quinhão hereditário. Ex.: A, B e C são credores solidários de D de 
300 mil reais > B morre e deixa seus dois filhos E e F como herdeiros. Nesse caso, cada um destes só terá direito de 
receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário > como são 2 filhos, o quinhão de cada um é 
metade. Logo, cada herdeiro pode cobrar do devedor o valor de 50 mil. 
Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade. Quando 
tivermos uma obrigação solidária e a prestação da obrigação se resolver em perdas e danos, permanecerá a 
solidariedade (continuará ativa). Ex.: João e Pedro são credores solidários de Francisco, que se obrigou a entregar dois 
quadros famosos. Por culpa de Francisco, os dois quadros foram totalmente destruídos antes de serem entregues. Já 
que os quadros não poderão mais serem entregues, a solução é resolver a obrigação em perdas e danos > Francisco 
deverá pagar o equivalente dos quadros em valores (dinheiro). Logo, há a conversão da prestação em perdas e danos. 
Se o valor é 5 milhões, João e Pedro podem exigir o valor total, pois a solidariedade continua, mesmo que dinheiro 
seja divisível, já que a solidariedade foi uma opção das partes ou por força de lei. 
Art. 272. O credor que tiver remitido (perdoar) a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela parte 
que lhes caiba. Aquele que recebe sozinho se obriga a pagar a parte do outro, assim como o credor remitente (que 
perdoou) responderá perante os demais credores pela parte lhes caiba. Ex.: A, B e C são credores solidários de D > C 
perdoou toda a dívida de 300 mil > os outros credores (A e B) poderão exigir daquele que perdoou (C) as quotas-partes 
que lhes caibam (100 mil para cada). 
Art. 273. A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções (defesas) pessoais oponíveis aos outros. 
Se apenas um dos credores atuou dolosamente quando da celebração do contrato, estando todos os demais de boa-
fé, a exceção (alegação de dolo) não pode ser oposta contra todos. Não prejudicará, assim, os credores de boa-fé. 
Art. 274. O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais (1ª parte); o julgamento favorável 
aproveita-lhes (2ª parte), a menos que se funde em exceção pessoal ao credor que o obteve (3ª parte). 
• 1ª parte; ex.: se um dos credores solidários cobra sozinho a dívida e o devedor alega prescrição, sendo esta 
acolhida pelo magistrado, este julgamento contrário não afeta os demais credores solidários. Eles ainda 
podem cobrar a dívida, claro que suscitando causas que demonstrem a não consumação do prazo 
prescricional. 
• 2ª parte (juiz desacolheu a defesa do devedor e esta não era de natureza pessoal, sendo comum a todos os 
credores. Logo, o julgamento beneficiará a todos credores); ex.: credor A exige a dívida do devedor D, o qual 
se defende alegando que o percentual dos juros é excessivo. O juiz não aceita as alegações e reconhece ser 
correto o valor cobrado. Neste caso, o julgamento favorável ao credor A beneficiará todos os demais (B e C). 
• 3ª parte (juiz desacolheu a defesa do devedor e esta era de natureza pessoal. Logo, não interferirá na esfera 
jurídica dos demais credores); ex.: credor A exige a dívida do devedor D, o qual alega que A o coagiu a celebrar 
o contrato. O juiz não aceita as alegações do devedor e reconhece que A é legítimo credor solidário. Neste 
caso, o julgamento favorável ao credor A em nada interferirá na esfera jurídica dos demais credores de boa-
fé (é neutro). 
Conclusão: os credores que não participaram do processo apenas podem ser beneficiados om a coisa julgada, JAMAIS 
PREJUDICADOS. 
DA SOLIDARIEDADE PASSIVA 
- Pluralidade de devedores, cada um deles obrigado ao pagamento de toda a dívida. 
Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida 
comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto. 
Qualquer dos devedores estará obrigado ao pagamento da dívida toda. 
Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo credor contra um ou alguns dos 
devedores. O fato de o credor ter ajuizado uma ação contra apenas um dos devedores não impede que, 
posteriormente, o credor venha cobrar a dívida dos demais devedores solidários. 
Art. 276. Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes será obrigado a pagar senão a 
quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão 
considerados como um devedor solidário em relação aos demais devedores. A morte de um dos devedores solidários 
não rompe a solidariedade entre os devedores. Se um dos devedores solidários morrer, os herdeiros somente serão 
obrigados pelo pagamento da dívida até a quantia que teriam direito a receber individualmente de herança (até a 
quantia de seu quinhão hereditário). Ex.: João e Pedro são devedores solidários de Francisco no valor de 100 mil. João 
faleceu e deixou os herdeiros A e B. Francisco não pode cobrar a quantia inteira dos herdeiros. Se João deixou 
patrimônio suficiente para pagar a dívida, Francisco pode cobrar de cada herdeiro o valor de 25 mil. 
Exceção: se a obrigação for indivisível, os herdeiros do devedor solidário que morreu serão obrigados pela dívida 
inteira, ou seja, os herdeiros poderão ser demandados pela totalidade da dívida. Ex.: se a obrigação era de entregar 
um carro, o credor poderá exigir de um dos herdeiros do devedor solidário que entregue o carro, pois não tem como 
o herdeiro entregar parte do carro. 
Final do art. 276 “mas todos reunidos serão considerados como um devedor solidário em relação aos demais 
devedores”: se um dos devedores solidários morrer, os outros devedores solidários têm o direito de exigir de todos 
os herdeiros reunidos (do espólio do devedor que morreu) a parte que a ele cabia na dívida (no limite dos quinhões 
hereditários dos herdeiros). Ex.: Pedro pagou a totalidade da dívida (100 mil). Pedro poderá exigir dos herdeiros A e B 
(reunidos) a parte da dívida que cabia a João (50 mil). Os herdeiros ficarão obrigados caso João tenha deixado bens 
(herança) suficientes para o pagamento. 
Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida não aproveitam aos outros 
devedores, senão até à concorrência da quantia paga ou relevada. Se o credor aceitar o pagamento parcial de um dos 
devedores, os demais só estarão obrigados a pagar saldo remanescente. Da mesma forma, se o credor perdoar a dívida 
em relação a um dos devedores solidários (remissão), os demais permanecerão vinculados ao pagamento da dívida, 
sendo abatida a quantia relevada. 
Art. 278. Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada entre um dos devedores solidários e o credor, 
não poderá agravar a posição dos outros sem consentimento destes. Na solidariedade passiva, os devedores solidários 
somente serão obrigados por aquilo que anuíram (concordaram) > se um dos devedores fizer novas disposições com 
o credor e elas vierem a agravar a obrigação dos demais devedores solidários, essas novas disposições não terão valor 
para os devedores solidários que não anuíram. 
Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo de 
pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado. Se a prestação se impossibilitar por dolo ou 
culpa de um dos devedores, todos permanecerão solidariamente obrigadosao pagamento do valor equivalente (ou 
dívida). Entretanto, pelas perdas e danos só responderá o culpado. Ex.: João alugou um carro da sua coleção para 
Pedro e Manoel exporem em um evento de carros antigos, pelo preço de 10 mil reais. Pedro danificou a lateral do 
carro e por isso não pôde ser exposto no evento, tornando a obrigação impossível. O conserto do veículo custará para 
João o valor de 15 mil reais. Logo: Pedro e Manoel são devedores solidários, portanto os dois são obrigados á dívida 
toda (10 mil); Pedro foi culpado pelas perdas e danos, portanto só ele vai pagar os 15 mil do conserto. 
Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido proposta somente contra 
um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação acrescida. Trata da responsabilidade pelos juros de mora 
(atraso). Todos os devedores solidários responderão pelos juros perante o credor (mesmo que o credor tenha ajuizado 
a ação contra apenas um dos devedores). Isso acontece porque os juros de mora são acessórios da obrigação principal. 
O ato culposo do devedor é pessoal e exclusivo > princípio da responsabilidade pessoal e exclusiva do ato culposo > 
por esse motivo, os acréscimos da culpa devem ser suportados somente por quem foi culpado (regressivamente). 
Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais e as comuns a todos; não lhe 
aproveitando as exceções pessoais a outro co-devedor. 
Exceção é a defesa que cabe contra uma pretensão em um processo judicial. 
O artigo fala que o devedor solidário pode opor 2 tipos de exceções: pessoais e comuns. Sendo que as exceções que 
forem pessoais a um dos devedores solidários não aproveitam aos demais devedores. 
• Pessoais: diz respeito unicamente ao devedor que está alegando. Ex.: incapacidade do agente; vícios etc. 
• Comuns: atingem todos os devedores solidários ou dizem respeito ao objeto da prestação. Ex.: prescrição. 
Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores. Renúncia da 
solidariedade (diferente de perdão da dívida). O credor aceita que cada devedor cumpra apenas sua cota (parte) na 
obrigação. 
Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistirá a dos demais. Renúncia 
relativa: apenas um ou alguns devedores > a solidariedade dos demais subsistirá. Já na renúncia absoluta o credor 
renuncia a solidariedade em favor de todos os devedores. 
Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos co-devedores a sua quota, 
dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os 
co-devedores. Na relação entre os devedores solidários em si, cada codevedor é obrigado unicamente pela sua cota 
na obrigação > se um paga a prestação por inteiro, ele tem direito a ação regressiva contra os demais. Se um dos 
devedores solidários estiver insolvente (“falido”), todos os devedores solidários devem suportar a parte da dívida que 
cabia ao devedor insolvente (dividindo a cota do insolvente em partes iguais). 
Art. 284. No caso de rateio entre os co-devedores, contribuirão também os exonerados da solidariedade pelo credor, 
pela parte que na obrigação incumbia ao insolvente. Aquele que foi exonerado da solidariedade pelo credor também 
terá que suportar o valor referente à cota do devedor insolvente. 
Art. 285. Se a dívida solidária interessar exclusivamente a um dos devedores, responderá este por toda ela para com 
aquele que pagar. Se um dos devedores solidários foi o único beneficiado pela dívida, este devedor responderá por 
toda a dívida sozinho perante os demais devedores solidários. Nesse caso, não haverá rateio entre os devedores pois 
esse devedor que foi o único beneficiado responderá por toda a obrigação. 
Ex.: João fez um empréstimo com o banco de 200 mil, sendo Ricardo seu fiador. Logo, os João e Ricardo são devedores 
solidários. Se João pagou a dívida sozinho (200 mil), ele não pode exercer o direito de regresso contra Ricardo, pois 
João foi o único beneficiado pela dívida. Se Ricardo pagou a dívida toda, ele poderá exigir de João o valor total (200 
mil), tendo em vista que a dívida interessava exclusivamente a João.

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