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CAPÍTULO III
MÉTODOS DE ANÁLISE E CONSIDERAÇÕES FINAIS
3.1 Metodologias	
	Este trabalho representa apenas uma pequena parte de um universo gigantesco que é Movimento dosTrabalhadores Rurais Sem Terra e a tentativa de criminalização do movimento, principalmente, pela mídia. Tentamos aqui transmitir de forma real e fiel as nuances deste processo.
	Para tanto, no decorrer do trabalho, foramutilizadostrês tipos de metodologias: 1) Pesquisa bibliográfica, buscando entender a amplitude do tema escolhido. 2) Entrevista Semiestruturada, fonte principal para entender a relação do movimento com a mídia. 3) Análise de discurso, essa metodologia nos fez entender a atuação da mídia de forma não superficial, buscando compreender as ligações por trás dos fatos e não apenas pelo senso comum.
	Nosso trabalho é fundamentado por pesquisa bibliográfica por entendermos que quando utilizamos pesquisadores que são referências sobre o assunto,temos um peso maior no trabalho, além de ser necessário teorizar sobre o tema abordado.
A principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente. (GIL, p. 71, 1995)
	A pesquisa bibliográfica é importante para maior proximidade com o objeto de estudo, utilizando obras e artigos que abordam o assunto tratado.
	Quando nos referimos ao MST e Mídia encontramos trabalhos acadêmicos, artigos e livros de diversos autores que abrem um leque de possibilidades de debate sobre o assunto. No entanto, buscamos leituras que nos aproximasse da análise crítica e do método dialético marxista.
	Sobre a escolha da região de Trindade do Sul e Ronda alta não encontramos nenhum artigo que aborde esse tema, e pouco vimos sobre a história do MST no Estado quando procuramos artigos acadêmicos. Dessa forma, aprofundamos a nossa pesquisa e fomos em busca dos dados necessários para a elaboração deste estudo.
	O MST foi fundado em 1984 e o Estado do Rio Grande do Sul teve participação direta em sua consolidação enquanto movimento social, de forma que deveríamos encontrar um número maior de pesquisas, além de que a importância deste movimento é significativa para a sociedade.
	Por ser um tema já explorado antes, o grupo buscou traçar análises próprias em assentamentos não conhecidos com objetivo de dar espaço e voz para quem luta diariamente para a melhora do movimento (MST).
	Sobre as entrevistas, o grupo utilizou entrevista semiestruturada com caráter qualitativo, no período de julho de 2017 no estado do Rio Grande do Sul nas cidades de Ronda Alta e Trindade do Sul, foram realizadas quatro entrevistas ao todo.
Foi utilizado apenas um roteiro para ostrabalhadores rurais. Todas as questões foram semiestruturadas, com questões abertas, possibilitando que o entrevistado falasse livremente sobre o tema, acrescentando o que achasse conveniente. Utilizamos essa metodologia nas entrevistas para garantir queas pesquisadoras não influenciassem nas respostas do entrevistado, além de valorizar suas características como investigadoras quando necessário.
	Segundo Triviños (1987) podemos analisar entrevistas semiestruturadas como uma entrevista que parte de questionamentos básicos que interessam à pesquisa, oferecendo um amplo campo de interrogativas devido a novas hipóteses que vão surgindo de acordo com as repostas do interrogado. As entrevistas não tiveram tempo exato, porém, nenhuma ultrapassou 30 minutos.
	Entrevistamos quatro integrantes do MST sendo eles 4 assentados, onde um participou do processo de estruturação do movimento do Rio Grande do Sul. Analisando as quatro entrevistas chegamos à conclusão que coletamos os dados necessários para entender com detalhes como a mídia tem forte influência para os integrantes desses assentamentos. As entrevistas foram complementadas com a pesquisa bibliográfica que fundamenta o nosso trabalho.
3.2 Análise das entrevistas
Quadro com os dados dos entrevistados (fazerum quadro)
Entrevistado 1
62 anos
Integrante do MST, Assentado na cidade de Trindade do Sul. Participou do acampamento na Encruzilhada Natalino na época da ditadura.
Data da entrevista: 10 de julho de 2017
Local: Assentamento 29 de Outubro – Trindadedo Sul/RS
Entrevistado 2
54 anos
Integrante do MST, Assentado na cidade de Trindade do Sul. Participa ativamente das manifestações e ocupações organizadas pelo MST.
Data da entrevista: 10 de julho de 2017
Local: Assentamento 29 de Outubro – Trindade doSul/RS
Entrevistada 3
56 anos
Integrante do MST, Assentada na cidade de Trindade do Sul. Desde a fundação do movimento, sempre participou ativamente em projetos propostos para os assentados e/ou acampados.
Data da entrevista: 11 de julho de 2017
Local: Assentamento 29 de Outubro – Trindade do Sul/RS
Entrevistada 4
57 anos.
Integrante do MST, Assentada na cidade de Ronda Alta. Participou do acampamento na Encruzilhada Natalino na época da ditadura onde tinha uma filha de três anos. Para resistir da repressão policial, as mulheres, incluindo ela, eram colocadas, junto com as crianças, formando uma barreira em frente aos acampamentos para que não houvesse violência.
Data da entrevista: 12 de julho de 2017
Local: Assentamento Nova Ronda Alta - Ronda Alta/RS
TRAÇAR UM RÁPIDO PERFIL DOS ENTREVISTADOS COM BASE DOS DADOS DOS QUADRO. FAZER 1 OU 2 PARÁGRAFOS DIZENDO DA FAIXA ETÁRIA DOS ENTREVISTADOS, REGIÃO QUE NASCERAM, TEMPO DE MOVIMENTO.
	Durante as entrevistas realizadas com os quatro integrantes do MST, pudemos perceber que todos enxergam a mídia de uma forma negativa para o movimento e não houve nenhum relato positivo sobre os meios de comunicação mais utilizados no país em relação as notícias acerca do MST. O movimento entende que a elite brasileira detém os meios de comunicação e, por isso,trabalham para desqualificá-lo, ou seja, a criminalização aos movimentos sociais é apoiada pela classe dominante e acontece com a ajuda, mesmo que involuntária, da classe trabalhadora.
	A fala do entrevistado 1 ilustra com precisão a visão dos entrevistados sobre o papel dos principais meios de comunicação no processo de criminalização do MST. Ressaltamos que a mídia brasileira representa osinteresses dos grandes empresários, ou seja, da capital financeiro.
“A gente sabe que a grande culpa disso ainda é "dos poderosos" que controlam a mídia e seu conteúdo. Os telespectadores apenas são os alienados de um mundo totalmente capitalista” (Entrevistado 3)
	A mídia não permite que a população tenha aceso a realidade cotidiana da luta dos trabalhadores rurais sem terra, para que eles consigam refletir e tirar as suas próprias conclusões sobre essa luta. As notícias são compartilhadas de forma que não estimula o pensamento crítico de seus receptores, passando assim umas combinações de eventos chocantes, com edições e fotos, focados na parte que interessa, não dando foco na verdade. O que vemos sobre o MST na mídia parte sempre do regresso, dos prejuízos que o movimento dá e logo em seguida mostram o contraponto para que o telespectador automaticamente entenda que um é errado e o outro certo.
	Notícias como os prejuízos do agronegócio, por exemplo, são totalmente omitidas pela mídia tradicional brasileira. Diversos massacres contra os trabalhadores rurais que ousam a lutar pelo direito fazer o uso da terra, dando aquele espaço a sua função social, são também omitidos pela grande imprensa brasileira.
“Hoje a Globo mostra que o modelo de vida no campo é o Agronegócio e a gente que vive aqui e entende de terra sabe como o agronegócio faz mal para a saúde e para o planeta, mas se a tv mostra que é bom, a população compra como algo bom, o que que a gente pode fazer? ” (Entrevistada 1)
	Dos quatro integrantes entrevistados, todos entendem que a mídia não quer divulgar os projetos desenvolvidos para crianças e adultos dentro do movimento, porque não é interessante divulgar as qualidades do movimento, porém, todos citaram a importânciade cursos e palestras, até mesmo para o incentivo na formação acadêmica.
	Todavia, apesar de não vermos estampado nas capas das revistas e jornais, existe uma preocupação com o futuro da vida no campo quando relacionado a gerações futuras, pois os integrantes entendem e nós que elaboramos o trabalho também, que a sociedade capitalista exclui boa parte da classe trabalhadora do mercado de trabalho, então a busca pela qualificação entra como uma alternativa para que esses trabalhadores não fiquem à margem da sociedade.
“A gente foca muito na capacitação das crianças pra quando crescer ter alternativas no mercado de trabalho, porque a gente parte do princípio que a sociedade segrega. Então a gentetenta fazer com que esse jovem, quando ficar maior, consiga se inserir nessa sociedade.” (Entrevistado 2)
	A elite política brasileira, regida pelo sistema capitalista, logo representam os interesses dos grandes empresários e dos latifundiários, vai contra a luta pelo acesso à terra, pois defende sempre a propriedade privada. Onde a mídia nada mais é do que um mecanismo que defende interesses próprios na medida que ganha rios de dinheiro defendendo os interesses da burguesia, que visam grandes lucros, nemque seja necessário omitir e distorcer fatos. Desta forma as informações são jogadas na mídia de forma que lhe tragam resultados favoráveis, sejam eles políticos ou ideológicos.
	A mídia determina quais crimes são mais violentos de acordo com o seu entendimento, suavizando determinados delitos, ou seja, existem dois pesos e duas medidas, um para julgar e condenador o “bandidinho” da sociedade e outro para julgar os mais poderosos e influentes da nossa sociedade. Infelizmente, a justiça do país tem um lado, o lado da elite econômica comandada, essencialmente, pelos interesses burgueses.
	Nas entrevistas, ficou claro que os integrantes do MST, compreendem a sociedade desta forma, onde torna-se evidente a interferência da mídia em situações que criminalizam osegmento dos movimentos sociais. A mídia é utilizada para colocar a classe trabalhadora, contra a própria classe trabalhadora, isso acontece porque os meios midiáticos passaram a ser mais influentes do que os meios oficiais, decidindo assim o que pode ounão ser criminalizado.
“A grande massa que assistem essas emissoras são trabalhadores que ganham um salário igual a gente. Parece que é sempre mais fácil defender o rico né? Acho que isso acontece porque a sociedade “ta” sempre induzindo a gente a ter mais dinheiro e quem chega lá nunca é ladrão, nunca é vagabundo, não merece morrer, nada disso. Isso a gente deixa pro pobre não é?” (Entrevistado 2)
	A fala do entrevistado 2 deixa explícito como a mídia brasileira manipula grande parte da classe trabalhadora a reproduzir os interesses que contribuem para a manutenção da elite brasileira no poder. Difundindo na sociedade uma ideologia de as pessoas valem aquilo que elas tem, ou seja, ocorre um processo de inversão dos valores no momento em que as pessoas não são reconhecidas pelo que elas são e, sim pelo que elas têm.
CONSIDERAÇÕES FINAIS:

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