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PRÁTICA PENAL IV PEÇAS A SEREM ENTREGUES: Peça data da entrega Manhã data da entrega Noite Revogação da prisão preventiva 13 e 15 de setembro 12 e 14 de setembro Denúncia 04 e 06 de outubro 3 e 5 de outubro Resposta à acusação 25 e 27 de outubro 24 e 26 de outubro Memoriais da defesa ou da acusação 17 de novembro 14 e 16 de novembro Pronúncia 06 e 08 de dezembro 5 e 7 de dezembro Recurso em Sentido Estrito 06 e 08 de dezembro 5 e 7 de dezembro As orientações serão realizadas, nos respetivos horários, nas semanas compreendidas: • 22 a 26 de agosto; • 12 a 16 de setembro; • 3 a 7 de outubro; • 24 a 28 de outubro; e • 14 a 18 de novembro (orientação das duas últimas peças) OBS: • As peças deverão ser entregues impreterivelmente nas datas designadas acima, no Núcleo de Prática Jurídica. As peças podem ser entregues em qualquer turno (manhã ou noite), independente do turno que o aluno assista aula e seja orientado, cuidando sempre de encaminhar a peça ao respectivo professor orientador. • Os relatórios de atividade (visita, palestra ou Semana Acadêmica) deverão ser na data que será fixada pela Coordenação do NPJ, o que impede que sejam entregues antes e, também, devem ser encaminhados aos respectivos professores orientadores. As dúvidas porventura surgidas devem ser encaminhadas e dirimidas direta e exclusivamente junto com o professor orientador. PORTARIA Tendo chegado ao conhecimento desta autoridade policial a notícia, em tese, dos delitos de HOMICÍDIO DOLOSO – Consumado, ocorrido no dia 25/11/2014, às 00:18, tendo como Vítima – MARIA CLEMÊNCIA; Acusado – SÊNECA DOS SANTOS, conforme boletim de ocorrência de n. 98765/2015/3456, INSTAURO INQUÉRITO POLICIAL para a apuração dos fatos e determino ao Sr. Escrivão de Polícia que adote as seguintes providências: 1. Registe e autue este procedimento; 2. Junte-se aos autos toda a documentação pertinente aos fatos; 3. Proceda a todas as demais diligências referentes aos fatos investigados, na forma do art. 6. do CPP; 4. Por fim, voltem os autos conclusos para ulteriores deliberações. CUMPRA-SE. RIO GRANDE/RS, 27/11/2014. João da Luz Delegado de Polícia Matrícula 1234567 Ocorrência n. 98765/2015/3456 Registro: 25/11/2014 às 03:00 horas Comunicação: pessoal Comunicante: Júlia da Silva Instrução: fundamental incompleto Endereço: Rua Senador Júlio César, s/n, Rio Grande/RS - BRASIL Fato: Homicídio doloso consumado Início: 25/11/2014 às 00:15 horas Local: Rua Senador Júlio César, Rio Grande/RS Área: urbana Histórico: Recebemos uma ligação do Hospital Universitário informando-nos que havia dando entrada uma mulher gravemente ferida por disparos de arma de fogo. Uma equipe do DPPA deslocou-se até o hospital, local onde foi constatado que a vítima havia chegado sem sinais vitais. Comparecendo nesta DPPA a comunicante, a tia da vítima que relata o seguinte: Que estava na cozinha quando ouviu, vindo da casa ao lado que pertencia à vítima, barulho de louça sendo quebrada e vozes alteradas, além de choro de criança. Que ligou para o marido, Manoel Calabresa da Silva e este, estando em local próximo, veio rapidamente. Que Manoel foi até a casa perguntar o que estava acontecendo, que Sêneca dos Santos estava bêbado e muito nervoso, afirmando que havia descoberto “o caso” da vítima, que ia matar toda a família além do amante. Que a vítima tentou sair da casa com duas crianças, que Sêneca dos Santos a impediu com um soco que a lançou no chão. Que estando a vítima ainda deitada, Sêneca dos Santos atirou a queima roupa. Que logo depois, saiu correndo, gritando que ia atrás do amante e depois se mataria. Nada mais. Termo de declarações: Aos vinte e cinco dias do mês de novembro do ano de dois mil e quatorze, nesta cidade de Rio Grande/RS, numa das salas do prédio, onde funciona esta delegacia, na presidência do respectivo delegado João da Luz comigo Escrivão e Polícia, Luzia dos Santos, compareceu Júlia da Silva, data de nascimento 22/02/1969, pai João de Souza, mãe Maria de Souza, cor/pele/raça parda, estado civil: amigada, natural de Rio Grande, de nacionalidade brasileira nata, instrução: ensino fundamental incompleto, residência: Rua Senador Júlio César, s/n, Rio Grande/RS. Que estava na cozinha quando ouviu, vindo da casa ao lado, que pertencia à vítima, barulho de louça sendo quebrada e vozes alteradas, além de choro de crianças. Que não foi a primeira vez que ouvira o casal brigando, mas desta vez ficou preocupada com o barulho das louças quebradas e o choro das crianças. Que o casal tem dois filhos: Margarida de 02 anos e João Paulo de 12 anos. Que diante do barulho ficou preocupada e ligou para o marido, Manoel Calabresa da Silva e este, estando em local próximo, veio rapidamente. Que foi junto com Manoel até a casa do casal e perguntaram o que estava acontecendo, que Sêneca dos Santos estava bêbado e muito nervoso, afirmando que havia descoberto “o caso” da vítima, que ia matar a mulher e o filho caçula que suspeitava fosse do amante. Que a vítima tentou sair da casa com as duas crianças, que Sêneca dos Santos a impediu com um soco que a lançou no chão. Que estando a vítima ainda deitada, Sêneca dos Santos disparou a queima roupa e logo depois, saiu correndo, gritando que ia atrás do amante e depois se mataria. Que Sêneca sempre foi um homem respeitador, trabalhador e bom pai de família. Que Sêneca era visto sempre na rua com os filhos, que frequentava com assiduidade a Igreja com a família. Que, no entanto, o casal brigava com frequência, por ciúmes do marido. Que ouviu falar quando a criança mais nova nasceu de que Sêneca não seria o pai. Que a vítima, nos últimos tempos, estava deprimida, mas atribui isso ao fato do marido ter sido demitido. Que não sabe o paradeiro de Sêneca. Que há um boato de que o suposto amante seria um amigo de Sêneca, mas desconhece o seu nome, sabendo apenas que reside em Rio Grande e trabalha com solda de navios. Que não pensou em ligar para a polícia porque o casal brigava com muita frequência e sempre se reconciliava. Que a vítima possui somente uma irmã gêmea que reside em São José do Norte. Que os pais da vítima são falecidos. Que a vítima começou a trabalhar como empregada doméstica após a demissão do marido. Declarante: Escrivã: Termo de declarações: Aos vinte e cinco dias do mês de novembro do ano de dois mil e quatorze, nesta cidade de Rio Grande/RS, numa das salas do prédio, onde funciona esta delegacia, na presidência do respectivo delegado João da Luz comigo Escrivão e Polícia, Luzia dos Santos, compareceu Manoel Calabreza, data de nascimento 27/01/1958, pai Carlos Calabreza, mãe Fátima Maria, cor/pele/raça parda, estado civil: amigado, natural de Rio Grande, de nacionalidade brasileiro nato, instrução: analfabeto, profissão: serviços gerais, residência: Rua Senador Júlio César, s/n, Rio Grande/RS. Que recebeu uma ligação da esposa dizendo que havia uma confusão na casa do investigado. Que estava perto e foi correndo ao local. Que lá chegando encontrou Sêneca transtornado, dizendo que agora sabia toda a verdade. Que ouviu a vítima dizer que era mesmo verdade e que ela estava cansada de mentir ao marido. Que os filhos do casal choravam muito e que o declarante quis tirá-los do local. Que tentou acalmar Sêneca que tremia muito e chorava enquanto segurava a arma. Que acha que a arma disparou involuntariamente diante da mão trêmula de Sêneca, que o segundo tiro também foi fruto do desespero. Que Sêneca chorou muito depois dos disparose saiu correndo afirmando que mataria o amante e depois se mataria. Que Sêneca é um homem bom, trabalhador. Que não compreende o que ocorreu. Declarante: Escrivã: OFÍCIO N. 1234 OCORRÊNCIA: 98765/2015/3456 Rio Grande, 27 de novembro de 2014. Senhor Diretor: A par de cumprimentá-lo cordialmente, requisito o exame de NECRÓPSIA em MARIA CLEMÊNCIA, portadora do RG de n. 7654321, nascida em 15/09/1986, amigada, natural da cidade do Rio grande/RS, residente e domiciliada na Rua Senador Júlio César, s/n, e que deu entrada no Hospital Universitário em óbito por disparos de arma de fogo, no dia 25/11/2014, às 00:18 horas. Solicito, outrossim, a remessa do laudo pericial ao Órgão Policial de Rio Grande – 01 DEL. POLÍCIA/ DELEGACIA DISTRITAL. Atenciosamente, João da Luz Delegado de Polícia ILMO. SR. DR. M.D DIRETOR DO DML NESTA CIDADE RELATÓRIO DE SERVIÇO No dia de hoje recebi comunicação dos policiais da DPPA que uma mulher de nome Maria Clemência, trinta e dois anos de idade, chegou ao Hospital Universitário sem sinais vitais devido ter sido vítima de disparos de arma de fogo. Segundo as informações iniciais, o autor seria o seu companheiro, de nome Sêneca dos Santos, alcunha “Galego”, que, por motivo fútil e sem dar chance de defesa teria discutido com a vítima sobre uma suposta traição e disparado contra ela várias vezes. Parentes e vizinhos socorreram a vítima que não resistiu e faleceu antes de chegar ao hospital. Segundo um exame preliminar, a vítima teria morrido em virtude dos disparos, o que apenas será confirmado após o exame da necropsia. Galego fugiu do local e se refugiou em um bar. Após denúncia anônima, foi deslocado um efetivo de policiais até o bar, mas Galego não se encontrava mais no local. Já na DPPA conseguimos contatar com a mãe do investigado que forneceu o endereço de uma amiga de Galego, Maria Madalena Farias. Dirigimo-nos até a casa da amiga de Galego que permitiu que diligenciássemos em sua residência, onde não encontramos o investigado. Ainda em diligência, fomos avisados que vizinhos e populares estavam na porta da casa da Delegacia aguardando a prisão de Galego para linchá-lo. Deste modo, entendemos ser necessário solicitar a prisão preventiva do investigado Sêneca dos Santos para que, tão logo tenhamos conhecimento da sua localização, possamos efetuar a sua prisão. Rio Grande, 25 de novembro de 2014. Pedro Arantes Inspetor de Polícia EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DESTA COMCAR DO RIO GRANDE/RS Ref. B.O. n. 98765/2015/3456 – homicídio doloso URGENTE REPRESENTAÇÃO PELA PRISÃO PREVENTIVA Foi realizado registro de ocorrência narrando homicídio doloso, ocorrido na madrugada do dia 25/11/2014. DO FATO Por volta das 14:00 horas do dia de hoje, o acusado embriagado e munido de uma arma branca foi até a casa da tia da vítima, que acolheu os filhos do casal, e ameaçou de morte todos os que estavam na casa, inclusive os próprios filhos. Exaltado, o acusado afirmou estar a procura do amante da vítima e que desconfiava que o filho caçula do casal não era dele. Após fazer as ameaças, o acusado foi embora, dizendo que voltaria para acertar as contas com os seus desafetos. DO CABIMENTO DA PRISÃO PRVENTIVA A análise dos depoimentos colhidos nesta delegacia, bem como o relatório subscrito pelo inspetor de polícia Pedro Arantes revelam a autoria do homicídio de forma inconteste, cometido de modo violento e por motivo fútil. Os ferimentos causados na vítima, embora ainda não haja laudo da necropsia foram a causa da morte. Ocorre ainda que o homicídio e o histórico de violência doméstica, além das ameaças do acusado indicam a índole perigosa e voltada para a prática do delito do acusado. Ora, os requisitos autorizadores da prisão preventiva, a saber, a) o fumus commissi delicti, a comprovação da ocorrência de um delito, o que se depreende do caso em apreço, e sua comprovada materialidade delitiva; b) o periculum libertatis, configurada pelo perigo oferecido pela conduta do acusado em estado de liberdade. Deve-se considerar que o imputado praticou um violento homicídio e seguiu com uma conduta ameaçadora e de desprezo pela vida de todos, inclusive dos filhos, o que impõe a sua segregação cautelar, a fim de garantir a ordem pública. DA REPRESENTAÇÃO Diante do exposto, com fulcro nos arts. 311 e 312 do Código de Processo Penal represento pela DECRETAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA de SÊNECA DOS SANTOS, já qualificado nos autos, com o escopo de garantir a ordem pública. Rio Grande, 26 de novembro de 2014. João da Luz Delegado de Polícia Matrícula 1234567 DECISÃO Vistos. Trata-se de apreciar representação do Delegado de Polícia Civil pela decretação da prisão preventiva de Sêneca dos Santos. Compulsando os autos, verifico nos documentos acostados indícios suficientes no sentido de indicar a autoria do imputado pela prática do homicídio doloso ocorrido na madrugada do dia 25/11/2014, consistentes nos documentos médicos que informam o óbito da vítima bem como as declarações colhidas ainda em sede investigativa. Ressalte-se que a vítima era uma jovem mulher, que deixou duas crianças órfãs de mãe, e que morreu em virtude dos disparos efetuados. Trata-se, deste modo, de um grave delito, com pena superior a quatro anos de reclusão, envolvendo violência, o que, por si só, gera forte abalo à ordem pública, merecendo a pronta atuação estatal. Cumpre ainda destacar que o representado, não satisfeito com a prática do terrível homicídio, ameaçou matar os parentes, inclusive o filho menor da vítima, que, segundo as declarações, julga não ser seu. Diante do exposto, em prol da garantia da ordem pública, DECRETO a prisão preventiva de SÊNECA DOS SANTOS. Expeça-se mandado de prisão. Oportunamente, distribua-se, atualizem-se os antecedentes e dê-se vista dos autos ao órgão do Ministério Público. Rio Grande, 26 de novembro de 2014. Inge Borges Juíza de Direito Ofício n. 4563/2014 Processo: 012/1.14.0065414-7 Excelentíssima Juíza Informo a vossa excelência que no dia 27/11/2014, em virtude do Mandado de Prisão em anexo, foi efetuada a prisão de Sêneca dos Santos, em na data de hoje, no município de Rio Grande. Esclareço, por oportuno, que a referida prisão foi comunicada ao Ministério Público e pessoa indicada pelo preso, todos da comarca do Rio Grande, local onde ocorreu a prisão. Respeitosamente, João da Luz Delegado de Polícia Matrícula 1234567 LAUDO DE NECRÓPSIA N. 456.43/2014 VÍTIMA: MARIA CLEMÊNCIA Ocorrência policial n. 98765/2015/3456 Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento de Rio Grande/RS Aos vinte e cinco dias do mês de novembro de 2014, às 12:00 horas, neste Posto Médico- Legal da cidade do Rio Grande, a requisição do senhor Delegado de Polícia, compareceu o perito Médico-Legista Arnaldo Jorge (matrícula 33224) para proceder ao exame necroscópico no cadáver de MARIA CLEMÊNCIA, portadora do RG de n. 7654321, nascida em 15/09/1986, amasiada, natural da cidade do Rio grande/RS, residente e domiciliada na Rua Senador Júlio César, s/n, descrevendo o que encontrasse e respondendo aos seguintes quesitos: Primeiro: se houve morte. Segundo: qual a causa da morte. Terceiro: qual o instrumento ou meio que produziu a morte. Quarto: se foi produzida por meio deveneno, fogo, explosivo, asfixia ou tortura, ou por outro meio insidioso ou cruel (resposta especificada). Em consequência passou o perito a fazer o exame requisitado e as investigações julgadas necessárias, concluídas as quais declara o seguinte: HISTÓRICO: O corpo deu entrada neste Posto Médico-legal inicialmente identificado como sendo de Maria Clemência, portadora do RG de n. 7654321, nascida em 15/09/1986, amasiada, natural da cidade do Rio grande/RS, residente e domiciliada na Rua Senador Júlio César, s/n e, posteriormente, por informações dos familiares de que houvera confusão na identificação da vítima (irmãs gêmeas idênticas), o perito solicitou ao posto de Identificação de Rio Grande que procedesse à coleta e comparação das impressões digitais do cadáver, resultando na efetiva identificação do mesmo como sendo o de Maria Clemência. 1. CAUSA MORTIS: diante dos achados da necropsia, o perito formou o convencimento de que choque hipovolêmico por ferimento transfixiante de tórax por projétil de arma de fogo foi a causa da morte. 2 – CAUSA JURÍDICA DA MORTE: Diante do histórico policial e dos achados necroscópicos, houve convencimento do perito de que a causa jurídica da morte foi violenta, por homicídio. Morte violenta tem origem por ação externa que atingiu a vítima. A vítima foi atingida pordois tiros, transfixiantes na cavidade toráxica, os quais participaram diretamente na cadeia de acontecimentos patológicos que levaram à sua morte. Nestas condições, os peritos respondem aos quesitos da seguinte maneira: Primeiro quesito: sim; ao segundo quesito: choque hipovolêmico por ferimento transfixiante de toráx por dois projéteis de arma de fogo. Terceiro: instrumentos pérfuro-contundente (projéteis de arma de fogo). Quarto quesito: não. Sérgio Almada Perito Médico-Legista Matrícula 2345 CREMERS 9090909 Termo de interrogatório: Aos vinte e oito dias do mês de novembro do ano de dois mil e quatorze, nesta cidade de Rio Grande/RS, numa das salas do prédio, onde funciona esta delegacia, na presidência do respectivo delegado João da Luz comigo Escrivão e Polícia, Luzia dos Santos, estando sob custódia preventiva, e acompanhado de seu advogado, o investigado Sêneca dos Santos, portador do RG de n. 76767, o qual, cientificado a imputação que lhe é feita, passou a ser interrogado pela autoridade policial, que, antes, informou-o do direito constitucional de permanecer em silêncio, direito constitucional de que se valeu o investigado para não responder a nenhuma das perguntas que lhe foi endereçada, afirmando somente que provará a sua inocência em juízo. A seguir foi feita a leitura do presente termo para que o acusado, se desejasse, indicasse eventual retificação que entendesse necessária, de modo a registrar apenas as suas declarações que, no caso, se resumiram ao protesto pela inocência. Nada mais disse nem lhe foi perguntado, pelo que, eu, Delegado de Polícia, lavrei o presente termo que vai por todos assinado. Declarante João da Luz Delegado de Polícia Matrícula 1234567 Escrivã RELATÓRIO FINAL Procedimento: IP 9876/2014/1234-A Natureza: HOMICÍDIO DOLOSO CONSUMADO Excelentíssima Juíza de Direito: O presente inquérito policial foi instaurado tendo por base ocorrência policial registrada em razão do suposto cometimento do delito previsto no art. 121 do Código Penal Brasileiro. Vejamos o que se apurou: DOS FATOS: A ocorrência policial de n. 98765/2015/3456 narra que no dia 25/11/2014, por volta de 00:18 horas, Maria Clemência, foi vítima de disparos de arma de fogo dentro de sua residência, situada à rua Rua Senador Júlio César, s/n, nesta cidade do Rio Grande. Conforme Boletim de Atendimento Ambulatorial Maria Clemência foi encaminhada ao Hospital Universitário, mas o óbito já havia ocorrido. DAS INVESTIGAÇÕES A tia e o tio de Maria Clemência, Júlia da Silva e Manoel Calabresa foram testemunhas oculares do homicídio, estando na residência da vítima no momento em que foi alvejada pelos tiros. Segundo informações recolhidas e acostadas ao inquérito, o motivo do homicídio seria uma suposta traição e a desconfiança de que a filha menor do casal não fosse do indiciado, consta ainda um histórico de violência doméstica. Em sede de interrogatório, o indiciado, acompanhado de advogado, optou por permanecer em silêncio, afirmando apenas que provaria a sua inocência em juízo. Os depoimentos acostados aos presentes autos do inquérito demonstram de modo insofismável que Sêneca dos Santos atirou a queima roupa, na vítima. Os fatos narrados acima resultaram de motivo fútil, em razão de uma suspeita que, mesmo fundada ou verdadeira, não seria razão para ceifar a vida da vítima. DO INDICIAMENTO: Diante do exposto, com a materialidade e a autoria devidamente comprovadas, INDICIO SÊNECA DOS SANTOS pela prática de crime de homicídio qualificado nos termos do art. 121, parágrafo 2, II, III do Código Penal. É o relatório. Remeta-se ao Poder Judiciário. Rio Grande, 15 de fevereiro de 2015. João da Luz Delegado de Polícia Matrícula 1234567
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