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Resiliência
O termo resiliência vem da física e significa a propriedade de um corpo que foi deformado voltar ao estado original  quando cessam as fontes de tensão. Na Psicologia, este conceito tem sido aplicado para estudar a capacidade humana de reorganização depois das adversidades.
Resiliência é um conceito dinâmico e tem sido estudado na Psicologia há pouco mais de 20 anos. Resiliência é definida como a capacidade humana de recomposição, de renascer das adversidades e vir fortalecido, com mais recursos e seguir em um curso de vida saudável.  Esta capacidade humana de superação de desafios e adversidades tem chamado a atenção de psicólogos.
A resiliência está associada a fatores de risco. Não existirá resiliência sem o risco. 
Os eventos traumáticos, dramáticos e adversos têm grande potencial para predispor pessoas e grupo a resultados negativos  de desenvolvimento.
Muitos podem ser os fatores de risco: pobreza extrema, consumo de drogas e outras substâncias, eventos de vida estressantes, ausência de apoio de rede social, baixo nível socioeconômico.
Habitualmente os fatores de risco são vistos como predispondo a resultados negativos de desenvolvimento. Na condição de fatores de risco emergem os fatores de proteção. Pode entender como fatores de proteção características que diminuem a probabilidade de um resultado negativo. Fatores de proteção podem ser: coesão do grupo familiar, apoio social, elevada auto-estima, entre outros.
A resiliência é um processo que vai além da capacidade humana de sobreviver a dificuldades na vida. Sobreviver a eventos traumáticos não necessariamente significa ser resiliente.  Por exemplo, algumas pessoas sobrevivem a eventos adversos, mas ficam em uma posição de vitimização, alimentam seu sofrimento e  vivem cercados de culpa e raiva. 
A resiliência é um processo diferente do “sobreviver” porque é uma capacidade que permite ir em frente de modo saudável, organizado. É muito importante destacar que resiliência não significa invulnerabilidade, não significa ser auto-suficiente, não significa tampouco não sofrer com a dor e as adversidades.
 A ideia de invulnerabilidade supõe pessoas “ blindadas” , impenetráveis ao estresse ou à dor. A invulnerabilidade é incompatível com a condição humana. As pessoas são sim vulneráveis, mas as que são altamente resilientes têm uma maior capacidade de se reerguer depois das adversidades, de se recompor e viver uma vida plena. As pessoas resilientes  não são intocadas pela experiência dolorosa, já que a vivência da dor, da perda, das adversidades é necessária para sua superação. Numa cultura que não tolera a dor e o sofrimento, há uma tendência equivocada de  negar o sofrimento e negar a dor. 
O processo humano de desenvolvimento é cercado por crises e eventos desafiadores. O símbolo chinês para a apalavra crise é composto por dois pictogramas, os símbolos de perigo e oportunidade. Certamente que não desejamos crises ou adversidades, mas nossos momentos de crise podem representar ao mesmo tempo momentos de oportunidade de mudança e crescimento.
A Psicologia do Desenvolvimento tem estudado indivíduos resilientes e estes estudos têm levantado discussões sobre a visão típica segundo a qual os fatores de risco familiares, ambientais, sociais tendem a produzir transtornos na vida adulta. Muitos estudos tentam entender como crianças filhas de pais perturbados mentalmente, com fatores de risco social, que sofreram abuso e negligência podiam ter vidas saudáveis, plenas, estar emocionalmente preservados.
Muitos estudos têm sido realizados para investigar os fatores que poderiam explicar a resiliência. Walsh é uma das grandes autoras nessa área e estuda não só a resiliência individual mas também a resiliência do grupo familiar. Essa autora destaca que a resiliência depende, por exemplo: da forma como a pessoa consegue extrair significado da adversidade, do quanto consegue ter uma perspectiva positiva sobre a vida e da sua transcendência e espiritualidade. 
Podemos enxergar o mundo de formas muito diferentes. Nossos sistemas de crenças envolvem nossos valores, convicções, nossa forma de entender a vida e estão na base que explica nossas reações emocionais, decisões e nossas ações e posicionamento diante da vida. Nossos sistemas de crenças são fundamentais para a resiliência em maior ou em menor grau. 
O temperamento, a inteligência, a auto-estima, a forma como cada um de nós extrai significado da adversidade também fazem diferença para a resiliência. As pessoas mais resilientes tendem a ter uma perspectiva positiva sobre a vida. Isso significa que elas mostram perseverança, coragem, ilusões positivas, confiança compartilhada na superação de dificuldades, entre outros aspectos.
A perseverança é entendida como a capacidade de resistir, de persistir diante da adversidade. A coragem pessoal e também o encorajamento recebido por parte da família, dos amigos, do grupo social são elementos interligados e que podem favorecer a resiliência. O encorajamento e as relações de apoio são fundamentais para a coragem pessoal.  O otimismo aprendido  é um conceito proposto por Seligman e significa o reconhecimento de que os esforços e ações não são em vão.  À nível individual, pessoas resilientes tendem a ver o “fracasso” como tendo algo a aprender com ele, não exatamente como derrota.
Pessoas mais resilientes mostram o que alguns autores chamam de ilusões positivas, ou seja, a capacidade de manter a esperança diante da crise, permitindo que se utilizem todos os recursos para enfrentar as dificuldades. 
A transcendência e espiritualidade também são importantes. As pessoas com crenças transcendentes tendem a encontrar um significado maior na vida. Isto habitualmente vem associado a alguma fé espiritual, não necessariamente a uma religião. A espiritualidade costuma oferecer conforto nas situações de angústia, tornando eventos inesperados menos ameaçadores e ajudando na aceitação de situações que não podem ser modificadas.
Para finalizar deve-se destacar que a resiliência não é  uma característica imutável. Isto significa dizer que as pessoas podem mostrar níveis diferenciados de resiliência ao longo da vida, em diferentes momentos ou situações de vida.
 Leituras Complementares:
YUNES, Maria Angela Mattar. Psicologia positiva e resiliência: o foco no indivíduo e na família. Psicol. estud. [online]. 2003, vol.8, n.spe, pp. 75-84. ISSN 1413-7372. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-73722003000300010&script=sci_arttext&tlng=pt
2. Recomeçar... (Carlos Drummond de Andrade) 
Não importa onde você parou...
Em que momento da vida você cansou...
O que importa é que sempre é possível recomeçar.
Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo...
É renovar as esperanças na vida e, o mais importante...
Acreditar em você de novo.
Sofreu muito neste período? Foi aprendizado...
Chorou muito? Foi limpeza da alma...
Ficou com raiva das pessoas? Foi para perdoá-las um dia...
Sentiu-se só diversas vezes? É porque fechaste a porta até para os anjos...
Acreditou que tudo estava perdido? Era o início da tua melhora...
Onde você quer chegar? Ir alto? Sonhe alto...
Queira o melhor do melhor...
Se pensarmos pequeno... Coisas pequenas teremos...
Mas se desejarmos fortemente o melhor e, principalmente, lutarmos pelo melhor...
O melhor vai se instalar em nossa vida.
Porque sou do tamanho daquilo que vejo, e não do tamanho da minha altura.

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