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2- Embargos Infringentes

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR RELATOR DO RECURSO EM SENTIDO ESTRITO nº...., da 1ª CÂMARA CRIMINAL DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO.
Autos nº. .................
“A”, já qualificado, nos autos do Recurso em Sentido Estrito em epígrafe, por seu advogado infra-assinado, vem, respeitosamente perante Vossa Excelência, opor EMBARGOS INFRINGENTES, ao v. acórdão de fls. ...., com fundamento no artigo 609, parágrafo único, do Código de Processo Penal.
Requer seja o presente recebido e seja ordenado o seu processamento, com as razões em anexo.
Termos em que,
Pede Deferimento.
LOCAL, DATA.
Advogado...
OAB/SP nº. ....
RAZÕES DE EMBARGOS INFRINGENTES
Embargante: “A”.
Embargada: Justiça Pública.
Recurso nº. ..., da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
EGRÉGIO TRIBUNAL,
COLENDA CÂMARA,
Em que pese o notório saber jurídico da nobre Turma Julgadora, impõe-se a reforma do v. acórdão, pelas razões que passa a expor.
DOS FATOS
O embargante, policial militar, fora de serviço, dirigia seu automóvel em São Paulo, Capital, quando parou para abastecer seu veículo. Dois adolescentes, que estavam nas proximidades, começaram a importuná-lo, proferindo palavras ofensivas e desrespeitosas.
Assim, o embargante, pegando no porta-luvas do carro seu revólver, deu um tiro para cima, com a intenção de assustar os adolescentes. Contudo, o projétil, chocando-se com o poste, ricocheteou, e veio a atingir um dos adolescentes, matando-o.
Logo, o embargante fora denunciado e processado perante a 1ª Vara do Júri da Capital, por homicídio simples – art. 121, caput, do Código Penal. O magistrado proferiu sentença desclassificatória, decidindo que o homicídio ocorreu na forma culposa, por imprudência, e não na forma dolosa.
Ocorre que, o Ministério Público recorreu em sentido estrito, e a 1ª Câmara deste Tribunal reformou a decisão por maioria de votos, entendendo que o crime deveria ser capitulado conforme a denúncia, devendo o embargante ser enviado ao Tribunal do Povo.
Todavia, o voto vencido seguiu o entendimento da r. sentença de 1º grau, ou seja, homicídio culposo.
DO DIREITO
Excelências, o embargante não deve ir à Júri.
Como muito bem observado pelo voto vencido, deve haver a desclassificação, pois o homicídio ocorreu na forma culposa, e como se sabe tal homicídio não está elencado no rol de competência do Júri, consoante o disposto no artigo 74, § 1º:
“Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos crimes previstos nos arts. 121, §§ 1º e 2º, 122, parágrafo único, 123, 124, 125, 126 e 127 do Código Penal, consumados ou tentados.”
Dessa forma, o embargante não praticou o homicídio previsto nos parágrafos 1º e 2º do Código Penal, e sim o do § 3º (homicídio culposo), e, por conseguinte, tal crime não é de competência do Tribunal do Júri, devendo então os autos serem remetidos ao juízo competente para julgar a demanda, e em consequência todos os atos praticados são considerados nulos, conforme o entendimento do artigo 573, § 1º:
“A nulidade de um ato, uma vez declarada, causará a dos atos que dele diretamente dependam ou sejam consequência”.
Ademais, nota-se pelos fatos que o embargante além de não ter a intenção de matar os adolescentes, atuou em legítima defesa de sua honra, tendo em vista que os mesmos proferiram palavras ofensivas e desrespeitosas. Segue o conceito de legítima defesa trazido pelo artigo 25 do Código Penal:
“Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem”.
Por conseguinte, resta demonstrado que o embargante queria apenas assustá-los, tanto que efetuou disparo de sua arma de fogo para cima e não em direção a eles, todavia o projétil ricocheteou e acertou fatalmente um deles.
Logo, nos termos do voto vencido pleiteia-se a desclassificação para homicídio culposo consoante a sentença do magistrado de 1ª instância.
DO PEDIDO
Diante do exposto, requer sejam conhecidos e acolhidos os embargos opostos, para desclassificar o crime para homicídio culposo, nos termos do r. voto vencido, bem como para reconhecer a nulidade dos atos praticados e remeter os autos ao juízo competente, por ser medida de JUSTIÇA!
LOCAL, DATA
Advogado...
OAB/SP nº. ...

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