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Constitucional I 2º Bimestre Letícia Vidal Jaime Hermenêutica Constitucional (p.92 – Pedro Lenza) Métodos de interpretação da Constituição (5) Princípio da interpretação conforme Evitar subjetivismos – por meio de critérios; na investigação; no tratamento científico. Retirar da norma o que ela contém. Métodos Hermenêuticos Clássicos Criados pelo sistema positivista; é de responsabilidade do legislador a convivência pacífica. 1) Método Gramatical/filológico/Literal/Semântico Análise de modo textual e literal; O enunciado é insuficiente; Falha do legislador = imperícia técnica; 2 Tipos: 1) Extensivo: enunciado diz menos do que deveria. Entende-se a norma, desde que ela não ofenda o que o legislador já previu na norma de proibição; cria-se uma norma que não está prevista na legislação, indo de intérprete a legislador. 2) Restritivo: Enunciado diz mais do que deveria. 2) Método Lógico/Racional Busca saber se os motivos da criação da norma ainda são presentes; Deixa de aplicar a lei quando o motivo pelo qual foi criada a norma não existe mais; Procura harmonia lógica das normas constitucionais. 3) Método Teleológico/Sociológico Busca a finalidade da norma; Casos específicos da vida social. 4) Método Sistemático Busca a análise do todo; Lei não pode ser interpretada isoladamente. 5) Método Histórico A norma deve acompanhar a evolução da sociedade; Contextualizar o sentido da norma: agora x quando foi criada. Subsunção Método investigativo; Hipótese de incidência: 1) Interpretação no momento da aplicabilidade do fato; 2) Juízo de adequação do fato à norma. Toda norma de conduta visa a proteção de um bem jurídico; Excludente de punibilidade ≠ excepcionar a regra; Busca de respostas em princípios = Busca por argumentos valorativos; Princípios são aplicados de forma subsidiária, buscando a sedimentação do direito; Conflito: Regra x Princípio Prevalece o Princípio Há casos em que é necessário “potencializar” a norma. Comum em casos que envolvem o Princípio da igualdade Tratar os iguais de forma igual e os desiguais de forma desigual, na medida de suas desigualdades; (Ex: Entrada de cão guia em locais que o acesso de animais é proibido) Afastar a norma para extrair o melhor dela, fazendo com que a finalidade seja atingida; Situações diferentes Caso de excepcionar a norma, em que a aplicação é condizente, mas deliberadamente, não se aplica. Métodos Avançados de Hermenêutica 4 métodos divididos em 2 blocos; Indutivo: aplicação da norma frente ao caso Dedutivo: Apurar, tentar desvendar a norma antes do caso contrato (situação não vivida). Indutivo 1) Tópico-problemático (Theodor Viehweg) Parte de um caso concreto para a norma; interpretação de caráter prático na busca da solução para problemas concretizados; Extrair o sentido fechado da norma em sua aplicação Antes a norma tem sentido aberto (não exato), é um parâmetro; Quebra de paradigma. 2) Hermenêutico-concretizador (Konrad Hesse) Parte da norma para o caso concreto; Limites semânticos na aplicação da norma; Elementos de pré-compreensão. Dedutivo (p.93 – Pedro Lenza) 1) Científico-espiritual (Rudolf Smend) Parte da realidade social para a análise da norma; Constituição: dinâmica; se renova constantemente; fenômeno cultural; valores. 2) Normativo-estruturante (Friedrich Muller) O texto literal da norma deve ser analisado durante a concretização da norma em sua realidade social (realidade social para a norma); Ponta do iceberg: Direito Postulado; Parte mais significativa do iceberg: Situação normada Teoria dos Direitos Fundamentais (p.669 – Pedro Lenza) Direitos fortemente estabelecidos e oponíveis contra o estado; Cidadãos têm direitos invioláveis; Natureza: Direitos normatizados a partir da norma constitucional de aplicabilidade imediata; Identidade: O que o grupo tem em comum Cultura, modo de vida e antropologia; Cidadania: enculturação com uma sociedade; faz parte da sociedade para aceitar viver sob o manto da lei. Perde a identidade. Direitos fundamentais Coibir excessos e arbitrariedades do Estado; Rol de direitos que protegem as pessoas ante o Estado; Garantia de direitos e deveres dos cidadãos. Normas Constitucionais Exalam valor – devem ser interpretadas de forma ampla; Conteúdo material; Matar alguém = descrição de um fato; Fruto dos interesses da sociedade (maiorias e minorias); Norma jurídica = Regra ou princípio – Mas nenhuma pode se sobrepor a CF; Classificação quanto à eficácia (= aplicabilidade) Classificação Tripartida Eficácia plena, contida e limitada. Autoaplicáveis Aplicabilidade imediata Não precisa de norma regulamentadora; 1) Plena Irrestringível; Norma que, no momento em que entra em vigor, está apta a produzir todos os seus efeitos; Não se pode restringir aquilo que foi aplicado pela constituição (exemplo: não pode restringir a liberdade). 2) Contida Embora não precise de restrição, pode ter norma restringindo o âmbito de abrangência. Não-autoaplicáveis 3) Limitada Depende de um complemento; É preciso norma para regulamentar. Princípios Possuem um vetor orientativo, são extraídos de enunciados normativos e influenciam a ordem jurídica. Os Princípios Específicos de Interpretação surgem quando há dúvida quanto à regra e busca-se uma solução por ponderação de valores. É valor – tem que se mensurar; É sedimentado na sociedade; A previsão dos relatos se dá de maneira mais abstrata, sem se determinar a conduta correta. Cada caso concreto deverá ser analisado para que o intérprete dê o exato peso entre os eventuais princípios em choque (colisão). Técnica da ponderação e do balanceamento, sendo, portanto, os princípios valorativos ou finalísticos. Juízo de subsunção: Excepciona a norma Adequa o fato à norma. Regra Jurídica: Meio de encontrar um ideal de Justiça. Regra x Princípio REGRA PRINCÍPIO Dimensão da validade, especificidade e vigência Dimensão da importância, peso e valor No conflito entre regras (uma das regras em conflito ou será afastada pelo princípio da especialidade, ou será declarada inválida — cláusula de exceção, que também pode ser entendida como “declaração parcial de invalidade”) Na colisão entre princípios (não haverá declaração de invalidade de qualquer dos princípios em colisão. Diante das condições do caso concreto, um princípio prevalecerá sobre o outro) “Tudo ou nada” Ponderação, balanceamento, equilíbrio entre princípios colidentes Mandamentos ou mandados de definição Mandamentos ou mandados de otimização Princípios Estruturantes ou Estruturais São fundamentais. Estruturam e fundam o Estado. Princípio Democrático Consolida o governo do povo e o serve; é materializado na soberania popular; Poder concentrado nas mãos do povo e delegado, por meio do mandato de representação política, pelo eleito; O poder deve ser exercido por e para o povo; Art. 14, CF. – Iniciativa popular, plebiscito e referendo; Mecanismos processuais de ação popular; Ação civil do Ministério Público (MP); mandado de segurança. Princípio Republicano Por e para o povo; Proteção ao povo, dele mesmo; Garantia de alternância de poder, eleições; Reafirmação da liberdade e da igualdade na gestão da cosia pública.Princípio Federativo Descentralização do poder e organização; Fracionamento. Garante a harmonia e efetividade do pacto federativo. Princípios constitucionais gerais: 1) Da Legalidade Art. 5º, II, CF – Ninguém é obrigado a fazer nada, senão em virtude de lei; Impõe submissão à norma; Sentido amplo de “lei”; Válida, se compatível com o texto constitucional. 2) Da Isonomia Formalismo Jurídico passa para a isonomia Material (= Tratamento igualitário, salvas as desigualdades) Art. 5º, CF – Todos são iguais perante a lei; Objetivo: Igualdade, equilíbrio entre as partes; Exemplo 1: Vaga para deficientes em concursos públicos Exemplo 2: A mesma categoria não pode ter salários distintos. 3) Da Inafastabilidade da Tutela Jurisdicional do Estado Decorre do Princípio da Vedação da autotutela (= “Justiça com as próprias mãos”); Princípio de Vedação absoluto; 4) Do Devido Processo Legal A partir de um fato o judiciário remonta a sequência de atuação; A sequência de fatos conexos, com ar de legitimidade, deve ser respeitada (está na lei); Composição de álibi para chegar à justiça; “Receita de Bolo”; 6 subdivisões: 1º) Livre Acesso à Justiça É um direito fundamental do cidadão; Legítima defesa (Sua e de terceiros); Estado de Necessidade; Estrito cumprimento do dever legal (hipóteses de exceção; permissão para matar) Acesso livre (de custos) ao judiciário (= acesso gratuito a advogados), apresentando um atestado de hipossuficiência econômica; Gratuidade processual; Se há ambiguidade na norma, prevalece a constitucionalidade. 2º) Do contraditório Todo acusado tem direito de resposta contra a acusação que lhe foi feita; Contraditório = opinião contrária à que foi manifestada pela parte oposta. 3º) Da ampla defesa É uma garantia fundamental para as duas partes; 4º) Do juízo Natural Veda a criação de tribunais de exceção; Viciado na origem; 5º) Da economia processual Economia/poupar tempo, trabalho ou qualquer desperdício na condução do processo; 6º) Do duplo grau de jurisdição Esclarecer a decisão; reavaliar o processo; Exceto o Foro Privilegiado; Logravo de instrumento. Princípios de Interpretação Constitucional Princípio da Supremacia da Constituição (p. 323 – Luís Roberto Barroso) Condição hierárquica da CF Normas Principiológicas; Escalonamento do Ordenamento Jurídico Orientas fundamentalmente toda a interpretação do OJ constitucional e infraconstitucional; Toda interpretação jurídica deve se iniciar pela CF. Princípio da Unidade da Constituição (p. 94 – Pedro Lenza) A CF deve ser sempre interpretada como um Todo e as Antinomias (=contradição entre duas normas) devem ser afastadas; As normas são integradas a um sistema unitário de regras e princípios; Harmonizar espaços de tensão. Princípio da Presunção de Constitucionalidade das leis (p. 324 – Barroso) Presunção de validade – atos normativos e leis compatíveis com o Estado; “Iuris tantum” – O ônus da prova é da parte que alega invalidade/inconstitucionalidade; CCJ – Julga se o projeto da norma fere ou não a CF; Chefe do executivo – Veta o projeto ou dá sanção a lei; Controlar a Constitucionalidade da norma: – Controle Concentrado – Controle Difuso Princípio da Interpretação Conforme a Constituição (p. 325 – Barroso) Preservação da validade de certas normas, suspeitas de inconstitucionalidade; Atribuição de sentido às normas inconstitucionais; Técnica de interpretação e mecanismo de controle de constitucionalidade; Entre as interpretações possíveis, se mantém a que tiver mais afinidade com a constituição; Controle de constitucionalidade interprete mantém a validade da lei vista como inconstitucional pela própria letra Atuação “corretiva” sem redução de texto; Interpretação adequada de valores e princípios constitucionais; Declaração de inconstitucionalidade de uma das interpretações possíveis da norma; Declaração de não incidência da norma a determinada situação de fato, por trazer uma violação à Constituição. Princípio da Eficácia Integradora (p.95 – Pedro Lenza) Prioridade aos critérios e pontos de vista que favoreçam a integração, pacificação e ordenação política e social e o reforço da unidade política; Conduzir a soluções pluralisticamente integradoras. Princípio da Razoabilidade (p. 328 – Luís Roberto Barroso) Judiciário tem poder de invalidar atos legislativos ou administrativos, se: não há adequação, não há necessidade, vedação do excesso e não há proporcionalidade em sentido estrito; Permite graduação do peso da norma, para que ela não produza uma injustiça. Teoria dos Direitos Fundamentais (p.669 – Pedro Lenza) É emancipatório, libertário (libertação das amarras do Estado e Particulares); É direito, é irreverente à natureza do homem, o oponível. Não é sonho que se almeja; É um direito, então é fortemente estabelecido e oponível; Absolutos: Não admitem flexibilização; Confronto entre direitos fundamentais (exemplo da professora fazendo topless na praia) Não possuem Hierarquia – os direitos fundamentais não se sobrepõem um ao outro. Só se é relativizado de acordo com as circunstâncias do caso concreto; Imprescritíveis: Não se perde o direito de perseguir os direitos fundamentais por prazo; Irrenunciabilidade: Uma cadeia de direitos fundamentais não anula uma cadeia de direitos antigos; Coibir excessos e arbitrariedades do Estado; Rol de direitos que protegem as pessoas ante o Estado; Garantia de direitos e deveres dos cidadãos. Quanto à eficácia Horizontal: Cidadão x Cidadão – oponibilidade de direitos fundamentais entre cidadãos, nas relações privadas, sem hierarquia; contra órgãos de defesa. Vertical: Estado x Cidadão – Proteção ao cidadão dos ataques do Estado. Dimensão de Direitos Fundamentais 1ª Dimensão de Direitos Fundamentais Condições mínimas de existência do homem e de uma vida digna ao mesmo; Direitos da vida humana, dignidade, igualdade, fraternidade, propriedade; Liberdade = Direito Civil; Participação = Direito Político; Garantia fundamental (art. 5º ao 12, CF) 2ª Dimensão de Direitos Fundamentais Direitos Sociais, culturais e econômicos; Direitos de igualdade; Impulsionada pela Revolução industrial. 3ª Dimensão de Direitos Fundamentais Preservação ambiental; Proteção ao consumidor; Coletividade; Direitos de solidariedade. 4ª Dimensão de Direitos Fundamentais Engenharia genética.
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