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Cópia de Direito Civil Aula 08

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Aula 08
Direito Civil p/ TRT-MG - Com Videoaulas
Professores: Jacson Panichi, Aline Santiago
 
Direito Civil para o TRT ʹ MG. 
Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. 
Aula - 08 
 
 
Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 62 
Sumário 
- Sucessão em Geral. Sucessão legítima. Sucessão testamentária. ........................................................ 3 
- Aceitação e renúncia........................................................................................................................... 12 
- Da sucessão legítima. .......................................................................................................................... 18 
- Da sucessão testamentária. ................................................................................................................ 22 
- Capacidade testamentaria ativa e Capacidade testamentária passiva. ......................................... 22 
-Testamento público. ............................................................................................................................ 23 
-Testamento cerrado. ........................................................................................................................... 24 
-Testamento particular. ........................................................................................................................ 25 
- Codicilo ............................................................................................................................................... 25 
-Testamento marítimo e aeronáutico. .................................................................................................. 26 
-Testamento militar. ............................................................................................................................. 26 
- Legado (arts. 1.912 a 1.940). .............................................................................................................. 29 
- Do direito de acrescer (arts. 1.941 a 1.946). ...................................................................................... 29 
- Das substituições (arts. 1.947 a 1.960) ............................................................................................... 30 
- Da deserdação (arts. 1.961 a 1.965). .................................................................................................. 30 
- Da revogação do testamento. ............................................................................................................ 32 
- Do rompimento do testamento. ......................................................................................................... 32 
- Do testamenteiro (arts. 1.976 a 1.990). ............................................................................................. 32 
- Do inventário e da partilha (arts. 1.991 a 2.027). ............................................................................... 33 
- Do inventário. ..................................................................................................................................... 33 
- Dos sonegados (arts. 1.992 a 1.996). .................................................................................................. 34 
- Do Pagamento das Dívidas ................................................................................................................. 34 
- Da colação (arts. 2.002 a 2.012). ........................................................................................................ 35 
- Da partilha (arts. 2.013 a 2.027). ........................................................................................................ 36 
- QUESTÕES COMENTADAS................................................................................................................... 38 
- LISTA DAS QUESTÕES APRESENTADAS ............................................................................................... 55 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Direito Civil para o TRT ʹ MG. 
Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. 
Aula - 08 
 
 
Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 62 
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A personalidade da pessoa natural, ou seja, a sua capacidade para 
ser titular de direitos e deveres na ordem civil, termina com a morte ± art. 
6º do CC. Assim, como não é admitida a existência de direitos sem sujeitos, 
a titularidade dos direitos do de cujus (do falecido) se transmite aos 
herdeiros, legítimos e testamentários. 
A palavra sucessão é empregada com o significado de uma pessoa 
suceder ou tomar o lugar de outra na titularidade de determinados 
bens. No direito das sucessões esta palavra é usada para designar a 
transmissão de patrimônio de uma pessoa que faleceu, o autor da 
herança para os seus sucessores. 
No Código Civil de 2002, esta matéria está distribuída da seguinte 
forma: Título I ± Da sucessão em geral, que por sua vez é subdividido 
em sete capítulos; Título II ± Da sucessão legítima, que é subdividido em 
três capítulos; Título III ± Da sucessão testamentária, que é mais longo 
dos títulos e se divide em quatorze capítulos; e, por fim, Título IV ± Do 
inventário e da partilha que é dividido em sete capítulos. 
- Sucessão em Geral. Sucessão legítima. Sucessão testamentária. 
 
Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros 
legítimos e testamentários. 
 
Este é o primeiro artigo referente a sucessões e de acordo com ele 
há duas modalidades de sucessão causa mortis: 
¾ A sucessão legítima ± que é aquela que decorre da lei 
(herdeiro legitimo é aquele estabelecido na lei), no caso de a 
pessoa não ter deixado testamento; 
¾ A sucessão testamentária ± que é aquela decorrente de um 
testamento ou disposição de última vontade. 
 
O assunto, logo em seguida, é reforçado pelo art. 1.786: 
Art. 1786. A sucessão dá-se por lei ou por disposição de última vontade. 
 
A herança será tudo aquilo que pode ser considerado como 
patrimônio da pessoa, como, por exemplo: os bens, as dívidas, os 
créditos, os débitos, etc. 
 
 
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Art. 1.848. Salvo se houver justa causa, declarada no testamento, não 
pode o testador estabelecer cláusula de inalienabilidade, impenhorabilidade, e 
de incomunicabilidade, sobre os bens da legítima. 
 
¾ A inalienabilidade implica uma restrição à livre disposição do bem. 
¾ A incomunicabilidade impede que os bens integrem o patrimônio do 
cônjuge ou companheiro, ainda que o regime de bens adotado 
permita (vamos estudar o regime de bens dos cônjuges ainda nesta 
aula). 
¾ A impenhorabilidade exclui os bens da possibilidade de penhora. 
 
Desta forma, o artigo 1.848 impede a imposição de forma pura e 
simples das cláusulas restritivas, exigindo motivação declarada em 
testamento. 
 
Art. 1.848. § 1º. Não é permitido ao testador estabelecer a conversão dos 
bens da legítima em outros de espécie diversa. 
 
 Atualmente não é permitido converter, por exemplo, os bens da 
legítima de móveis em imóveis, ou de dinheiro em outro tipo de bens. 
 
Art. 1.848. § 2º. Mediante autorização judicial e havendo justa causa, 
podem ser alienados os bens gravados, convertendo-se o produto em outros bens, 
que ficarão sub-rogados nos ônus dos primeiros. 
Art. 1.849. O herdeiro necessário, a quem o testador deixar a sua parte disponível, 
ou algum legado, não perderá o direito à legítima. 
Portanto,mesmo que algum dos herdeiros necessários seja 
beneficiado por testamento (parte disponível), também fará jus à sua parte 
na legítima. 
 
Art. 1.850. Para excluir da sucessão os herdeiros colaterais, basta que o 
testador disponha de seu patrimônio sem os contemplar. 
 
³Professores! QXHP�VmR�RV�KHUGHLURV�FRODWHUDLV"´ 
Os colaterais são herdeiros facultativos ± são os irmãos, os tios, 
os primos, enfim, todos aqueles que não estiverem em linha reta 
sucessória. Os colaterais somente herdarão se inexistirem herdeiros 
necessários, ou se estes renunciarem a herança ou forem dela 
excluídos por deserdação ou indignidade. 
 
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Visto quem são os herdeiros necessários e colaterais, vamos voltar 
às disposições gerais da sucessão! 
O artigo 1790 traz a figura do(a) companheiro(a) na vigência da 
união estável e as condições nas quais ele participará da sucessão, isto 
¹em regime de união estável e ²para o caso dos bens adquiridos 
onerosamente (ou seja, não se enquadram aqui os bens que tenha sido 
recebido, por exemplo, por herança). 
 
Art. 1.790. A companheira ou o companheiro participará da sucessão do 
outro, quanto aos bens adquiridos onerosamente na vigência da união 
estável, nas condições seguintes: 
I - se concorrer com filhos comuns, terá direito a uma quota equivalente à 
que por lei for atribuída ao filho; 
II - se concorrer com descendentes só do autor da herança, tocar-lhe-á a 
metade do que couber a cada um daqueles; 
III - se concorrer com outros parentes sucessíveis, terá direito a um terço 
da herança; 
IV - não havendo parentes sucessíveis, terá direito à totalidade da 
herança. 
 
Continuando o nosso estudo, vamos ver agora a herança e sua 
administração. 
 
Art. 1.791. A herança defere-se como um todo unitário, ainda que vários sejam 
os herdeiros. 
Parágrafo único. Até a partilha, o direito dos coerdeiros, quanto à propriedade e 
posse da herança, será indivisível, e regular-se-á pelas normas relativas ao 
condomínio. 
 
A herança é deferida aos herdeiros como um todo unitário, ou seja, 
é tratada como uma coisa só, uma universalidade, e regular-se-á de 
acordo com as normas relativas ao condomínio. 
Deste modo, somente ao final da partilha é que cada herdeiro 
receberá seu quinhão, ou seja, a parte que lhe caiba dos bens. 
 
Art. 1.792. O herdeiro não responde por encargos superiores às forças da 
herança; incumbe-lhe, porém, a prova do excesso, salvo se houver inventário 
que a escuse, demostrando o valor dos bens herdados. 
 
³2�TXH�LVWR�TXHU�GL]HU"´ 
 
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Por exemplo, se houver uma dívida maior do que a herança, a parte 
que excedê-la não poderá ser cobrada. Por isso, também, a expressão de 
que o herdeiro responde por encargos até as forças da herança. 
 
Art. 1.793. O direito à sucessão aberta, bem como o quinhão de que disponha o 
coerdeiro, pode ser objeto de cessão por escritura pública. 
§ 1º. Os direitos, conferidos ao herdeiro em consequência de substituição ou de 
direito de acrescer, presumem-se não abrangidos pela cessão feita 
anteriormente. 
 
 Deste modo, se o herdeiro cedeu seus direitos e, após esta cessão, 
obtiver mais vantagens em decorrência de substituição ou acréscimo, estas 
³novas YDQWDJHQV´�QmR�HVWDUmR�DEUDQJLGDV�SHOR�FRQWUDWR�GH�FHVVmR� 
 
Art. 1.793. § 2º. É ineficaz a cessão, pelo coerdeiro, de seu direito hereditário 
sobre qualquer bem da herança considerado singularmente. 
 
 O herdeiro poderá ceder seus direitos como um todo, mas não poderá 
ceder apenas algum bem singular como, por exemplo, um carro. 
 Cabe ressaltar que esta cessão será ineficaz com relação à herança, 
mas não tornará ineficaz o negócio jurídico, que poderá produzir os 
seus efeitos se ao final da partilha o bem ficar no quinhão do cedente. 
 
Art. 1.793. § 3º. Ineficaz é a disposição, sem prévia autorização do juiz da 
sucessão, por qualquer herdeiro, de bem componente do acervo hereditário, 
pendente a indivisibilidade. 
 
 Se o bem é indivisível, o herdeiro não pode dispor dele livremente, 
isto até poderá ocorrer, mas será necessária a prévia autorização do juiz 
da sucessão. 
 
Art. 1.794. O coerdeiro não poderá ceder a sua quota hereditária a pessoa 
estranha à sucessão, se outro coerdeiro a quiser, tanto por tanto. 
Art. 1.795. O coerdeiro, a quem não se der conhecimento da cessão, poderá, 
depositado o preço, haver para si a quota cedida a estranho, se o requerer até 
cento e oitenta dias após a transmissão. 
Parágrafo único. Sendo vários os coerdeiros a exercer a preferência, entre eles se 
distribuirá o quinhão cedido, na proporção das respectivas quotas hereditárias. 
 
Os artigos acima tratam da uma preferência que se dá àqueles que 
pertencem à sucessão. Caso algum herdeiro queira ceder a sua cota, terá 
 
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Art. 1.802. São nulas as disposições testamentárias em favor de pessoas não 
legitimadas a suceder, ainda quando simuladas sob a forma de contrato oneroso, 
ou feitas mediante interposta pessoa. 
Parágrafo único. Presumem-se pessoas interpostas os ascendentes, os 
descendentes, os irmãos e o cônjuge ou companheiro do não legitimado a suceder. 
 
Art. 1.803. É lícita a deixa ao filho do concubino, quando também o for do 
testador. 
 
 Este artigo autoriza que o filho da amante, sendo também filho do 
testador, possa figurar como herdeiro ou legatário, tendo em vista que o 
filho (descendente) é herdeiro necessário, não podendo, por expressa 
disposição legal, ser excluído da sucessão do pai. 
 
Agora passaremos a ver como ocorre a aceitação e a renúncia da 
herança. 
- Aceitação e renúncia. 
 
Art. 1.804. Aceita a herança, torna-se definitiva a sua transmissão ao 
herdeiro, desde a abertura da sucessão. 
Parágrafo único. A transmissão tem-se por não verificada quando o 
herdeiro renuncia à herança. 
 
 A transmissão provisória da herança somente se tornará definitiva 
com a aceitação, que é o momento no qual o herdeiro manifestará a 
sua vontade de receber a herança. 
Portanto, a aceitação é ato através do qual o herdeiro, de forma 
expressa ou tácita, declara sua intenção de ser herdeiro ou legatário. 
 
Art. 1.805. A aceitação da herança, quando ¹expressa, faz-se por declaração 
escrita; quando ²tácita, há de resultar tão-somente de atos próprios da qualidade 
de herdeiro. 
§ 1º. Não exprimem aceitação de herança ¹os atos oficiosos, como o funeral 
do finado, ²os meramente conservatórios, ou ³os de administração e guarda 
provisória. 
 
§ 2º. Não importa igualmente aceitação a cessão gratuita, pura e simples, da 
herança, aos demais coerdeiros. 
 
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 Se um dos herdeiros ceder gratuitamente, de forma pura e simples, 
a sua quota aos demais herdeiros, isto não será considerado aceitação. 
 
Art. 1.806. A renúncia da herança deve constar expressamente de 
instrumento público ou termo judicial. 
 
Art. 1.807. O interessado em que o herdeirodeclare se aceita, ou não, a herança, 
poderá, vinte dias após aberta a sucessão, requerer ao juiz prazo razoável, 
não maior de trinta dias, para, nele, se pronunciar o herdeiro, sob pena de se 
haver a herança por aceita. 
 
Art. 1.808. Não se pode aceitar ou renunciar a herança em parte, sob 
condição ou a termo. 
§ 1º. O herdeiro, a quem se testarem legados, pode aceitá-los, renunciando a 
herança; ou, aceitando-a, repudiá-los. 
§ 2º. O herdeiro, chamado, na mesma sucessão, a mais de um quinhão 
hereditário, sob títulos sucessórios diversos, pode livremente deliberar 
quanto aos quinhões que aceita e aos que renuncia. 
 
³9RFrV�SRGHULDP�H[SOLFDU�PHOKRU�R�DUW��1.808"´ 
 A herança é um todo unitário, por isso não ser possível a sua 
aceitação ou a sua renúncia em parte, sob uma condição ou um termo. Não 
pode a pessoa, por exemplo, aceitar o ativo e renunciar às dívidas. 
O § 1º fala do herdeiro (sucessor a título universal) que poderá 
também ser chamado à sucessão na qualidade de legatário (que é o 
sucessor a título singular). Este parágrafo é uma exceção ao caput, pois a 
pessoa pode, se assim quiser, escolher entre a herança e o legado (mas 
ambos na sua totalidade). 
 
Art. 1.809. Falecendo o herdeiro antes de declarar se aceita a herança, o 
poder de aceitar passa-lhe aos herdeiros, a menos que se trate de vocação adstrita 
a uma condição suspensiva, ainda não verificada. 
Parágrafo único. Os chamados à sucessão do herdeiro falecido antes da aceitação, 
desde que concordem em receber a segunda herança, poderão aceitar ou 
renunciar a primeira. 
Art. 1.810. Na sucessão legítima, a parte do renunciante acresce à dos outros 
herdeiros da mesma classe e, sendo ele o único desta, devolve-se aos da 
subsequente. 
 
³1mR�HQWHQGL�LVWR"´ 
 Vamos exemplificar para facilitar a sua compreensão. Se o autor da 
herança tiver deixado três filhos e um deles renunciar à herança, a sua 
 
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parte será acrescida à parte dos dois filhos que a aceitaram e não aos netos 
(filhos deste que renunciou). 
Somente quando o renunciante for o único herdeiro de sua classe (no 
exemplo, se o renunciante fosse filho único) é que a herança será devolvida 
aos da classe subsequente e observada a ordem de vocação hereditária. 
 
Art. 1.811. Ninguém pode suceder, representando herdeiro renunciante. Se, 
porém, ele for o único legítimo da sua classe, ou se todos os outros da mesma 
classe renunciarem a herança, poderão os filhos vir à sucessão, por direito próprio, 
e por cabeça. 
 
Art. 1.812. São irrevogáveis os atos de aceitação ou de renúncia da herança. 
 
 Porém cabe ressaltar que a renúncia, como qualquer outro negócio 
jurídico, está sujeita aos vícios de vontade, podendo, então, ser invalidada 
pelos vícios dos negócios jurídicos em geral. 
 
Art. 1.813. Quando o herdeiro prejudicar os seus credores, renunciando à herança, 
poderão eles, com autorização do juiz, aceitá-la em nome do renunciante. 
§ 1º. A habilitação dos credores se fará no prazo de trinta dias seguintes ao 
conhecimento do fato. 
§ 2º. Pagas as dívidas do renunciante, prevalece a renúncia quanto ao 
remanescente, que será devolvido aos demais herdeiros. 
 
 Agora vamos ver quem deverá ser excluído da sucessão: 
 
Art. 1.814. São excluídos da sucessão os herdeiros ou legatários: 
I - que houverem sido autores, coautores ou partícipes de homicídio doloso, ou 
tentativa deste, contra a pessoa de cuja sucessão se tratar, seu cônjuge, 
companheiro, ascendente ou descendente; 
II - que houverem acusado caluniosamente em juízo o autor da herança ou 
incorrerem em crime contra a sua honra, ou de seu cônjuge ou companheiro; 
III - que, por violência ou meios fraudulentos, inibirem ou obstarem o autor da 
herança de dispor livremente de seus bens por ato de última vontade. 
Art. 1.815. A exclusão do herdeiro ou legatário, em qualquer desses casos de 
indignidade, será declarada por sentença. 
Parágrafo único. O direito de demandar a exclusão do herdeiro ou legatário 
extingue-se em quatro anos, contados da abertura da sucessão. 
Art. 1.816. São pessoais os efeitos da exclusão; os descendentes do herdeiro 
excluído sucedem, como se ele morto fosse antes da abertura da sucessão. 
 
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Parágrafo único. O excluído da sucessão não terá direito ao usufruto ou à 
administração dos bens que a seus sucessores couberem na herança, nem à 
sucessão eventual desses bens. 
 
Art. 1.817. São válidas as alienações onerosas de bens hereditários a terceiros 
de boa-fé, e os atos de administração legalmente praticados pelo herdeiro, antes 
da sentença de exclusão; mas aos herdeiros subsiste, quando prejudicados, o 
direito de demandar-lhe perdas e danos. 
Parágrafo único. O excluído da sucessão é obrigado a restituir os frutos e 
rendimentos que dos bens da herança houver percebido, mas tem direito a ser 
indenizado das despesas com a conservação deles. 
 
Art. 1.818. Aquele que incorreu em atos que determinem a exclusão da herança 
será admitido a suceder, se o ofendido o tiver expressamente reabilitado em 
testamento, ou em outro ato autêntico. 
Parágrafo único. Não havendo reabilitação expressa, o indigno, contemplado em 
testamento do ofendido, quando o testador, ao testar, já conhecia a causa da 
indignidade, pode suceder no limite da disposição testamentária. 
 
 Agora vamos imaginar uma situação: Uma pessoa morre e não deixa 
disposições de última vontade (testamento), além disso, ela não possui 
herdeiros necessários. O que acontecerá com os bens desta pessoa? 
Nesta situação estaremos diante da possibilidade de sua vacância, 
ela está positivada no art. 1.819: 
 
Art. 1.819. Falecendo alguém sem deixar testamento nem herdeiro legítimo 
notoriamente conhecido, os bens da herança, depois de arrecadados, ficarão 
sob a guarda e administração de um curador, até a sua entrega ao sucessor 
devidamente habilitado ou à declaração de sua vacância. 
 
Quando o de cujus não deixou testamento, nem herdeiro 
notoriamente conhecido, a herança não terá quem a administre, 
ficando o patrimônio do de cujus sem qualquer proteção, sujeito, 
deste modo, a deteriorações ou apropriação de terceiros. 
Nestes casos, de acordo com o artigo 1.819, os bens serão 
arrecadados e ficarão sob a guarda e administração provisória de um 
curador até a entrega destes bens aos herdeiros que se habilitarem ou, 
então, até a declaração de sua vacância (situação que decorre do não 
aparecimento de herdeiros). 
 Praticadas as diligências de arrecadação dos bens e terminado o 
inventário, que consistirá na arrecadação e identificação do patrimônio do 
autor da herança, passa-se a outra fase, caracterizada pela busca de 
herdeiros. Isso de acordo com o art. 1.820: 
 
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Art. 1.820. Praticadas as diligências de arrecadação e ultimado o inventário, serão 
expedidos editais na forma da lei processual, e, decorrido um ano de sua primeira 
publicação, sem que haja herdeiro habilitado, ou penda habilitação, será a herança 
declarada vacante. 
 
 No período que antecede a vacância a herança ainda é denominada 
jacente, sendo assegurado aos credores o direito de reivindicar o 
pagamento de dívidasreconhecidas (art. 1.821). Assim, admite-se a 
habilitação de dívidas vencidas e exigíveis, caso em que, com a 
concordância das partes (curador da herança jacente e Ministério Público) 
o juiz mandará que se faça a separação de dinheiro ou, em sua falta, de 
bens suficientes para o pagamento. 
 
Art. 1.821. É assegurado aos credores o direito de pedir o pagamento das dívidas 
reconhecidas, nos limites das forças da herança. 
 
Art. 1.822. A declaração de vacância da herança não prejudicará os herdeiros que 
legalmente se habilitarem; mas, decorridos cinco anos da abertura da sucessão, 
os bens arrecadados passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se 
localizados nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União 
quando situados em território federal. 
Parágrafo único. Não se habilitando até a declaração de vacância, os colaterais 
ficarão excluídos da sucessão. 
 
 Mesmo após os bens terem sido declarados vacantes, ainda há um 
prazo de cinco anos para que se apresentem herdeiros. Findo este 
prazo, sem que ninguém tenha se apresentado para requerer a herança, 
os bens, passarão ao domínio do Estado, do Distrito Federal ou da União 
(dependendo de onde estiverem localizados). 
Outra situação, na qual, mesmo existindo herdeiros, a herança será 
declarada vacante, é a descrita no art. 1.823: 
Art. 1.823. Quando todos os chamados a suceder renunciarem à herança, será 
esta desde logo declarada vacante. 
 
 Em princípio, a herança não pode ser considerada jacente se os 
herdeiros são conhecidos, porém, se todos renunciarem ao direito (e não 
havendo outros herdeiros), desde logo se recolherá o acervo de bens ao 
Estado. 
 
Agora vamos passar ao estudo da ação de petição de herança. 
 Esta ação será intentada por herdeiro que foi preterido e que através 
desta ação buscará o reconhecimento judicial da sua qualidade de herdeiro, 
 
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bem como a restituição do patrimônio deixado pelo autor da herança ou 
parte dele. 
 Vamos ver os artigos referentes à petição de herança. 
 
Art. 1.824. O herdeiro pode, em ação de petição de herança, demandar o 
reconhecimento de seu direito sucessório, para obter a restituição da 
herança, ou de parte dela, contra quem, na qualidade de herdeiro, ou mesmo 
sem título, a possua. 
 
Art. 1.825. A ação de petição de herança, ainda que exercida por um só dos 
herdeiros, poderá compreender todos os bens hereditários. 
 
Art. 1.826. O possuidor da herança está obrigado à restituição dos bens do 
acervo, fixando-se-lhe a responsabilidade segundo a sua posse, observado o 
disposto nos arts. 1.214 a 1.222. 
Parágrafo único. A partir da citação, a responsabilidade do possuidor se há de 
aferir pelas regras concernentes à posse de má-fé e à mora. 
 
Art. 1.827. O herdeiro pode demandar os bens da herança, mesmo em 
poder de terceiros, sem prejuízo da responsabilidade do possuidor originário 
pelo valor dos bens alienados. 
Parágrafo único. São eficazes as alienações feitas, a título oneroso, pelo 
herdeiro aparente a terceiro de boa-fé. 
 
Art. 1.828. O herdeiro aparente, que de boa-fé houver pago um legado, não está 
obrigado a prestar o equivalente ao verdadeiro sucessor, ressalvado a este o 
direito de proceder contra quem o recebeu. 
 
 Antes de comentarmos este artigo, cabe uma explicação a respeito 
dos legados. O legado é uma disposição testamentária de um bem singular 
como, por exemplo, um anel, um carro ou até de uma quantia em dinheiro, 
que o testador deixa para uma pessoa (que poderá ser um herdeiro legítimo 
ou não). 
O legado é diferente da herança. A herança é o conjunto de bens 
deixado pelo falecido, já o legado é um bem singular ou mesmo vários do 
conjunto da herança (Não se preocupe que voltaremos a este assunto mais 
adiante na aula). 
Assim, ao efetuar o pagamento de um legado, o herdeiro (real ou 
aparente) nada mais faz do que cumprir uma determinação do testador 
que, enquanto eficaz, faz sair do acervo hereditário um bem expressamente 
destinado ao legatário. Sobre ele, portanto, os herdeiros não têm qualquer 
 
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direito. Pago o legado cumpre-se com a obrigação e não há opção de 
ressarcimentos. 
 Entretanto, pode ocorrer uma situação em que o legado não seja 
devido2. Neste caso, o herdeiro aparente, que de boa-fé houver pago o 
legado, não responde perante o verdadeiro sucessor pelo equivalente. A 
ação que o verdadeiro herdeiro poderá intentar será para reaver o que o 
herdeiro aparente indevidamente recebeu. O herdeiro aparente só será 
responsabilizado por seu ato se agiu de má-fé no cumprimento do legado. 
 
Acabamos o estudo da sucessão em geral, agora passaremos ao 
estudo da sucessão legítima. 
- Da sucessão legítima. 
 
No começo da aula vimos que existem duas espécies de sucessão 
causa mortis: a sucessão legítima e a sucessão testamentária. 
Isto de acordo com o art. 1.786: 
Art. 1.786 A sucessão dá-se por lei ou por disposição de última vontade. 
 
Como o próprio nome sugere, a sucessão legítima é aquela que 
decorre da lei, ela atinge os casos em que o testamento é inexistente, 
inválido ou já tenha perdido sua eficácia, atinge também os bens que não 
foram compreendidos no testamento. 
O herdeiro legítimo é aquela pessoa que é indicada por lei como 
sucessora na hipótese de sucessão legal. E são eles o objeto do primeiro 
artigo sobre sucessão legítima. 
 
Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: 
I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo 
se casado este com o falecido no regime3 da comunhão universal, ou no da 
separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da 
comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares; 
II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge; 
III - ao cônjuge sobrevivente; 
IV - aos colaterais. 
 
 Ao cônjuge sobrevivente será reconhecido o direito sucessório se ao 
tempo da morte do outro, não estavam separados judicialmente, nem de 
 
2 Situação que ocorre no caso de o testamento ser nulo ou ter sido revogado pelo de cujus. 
3 Estudaremos o regime de separação de bens entre cônjuges logo mais à frente. 
 
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fato há mais de dois anos ± salvo se comprovar que a convivência se 
tornara impossível sem culpa sua (art. 1830). Também será assegurado o 
direito de habitação no imóvel destinado a residência da família desde que 
seja o único daquela natureza a inventariar, esse direito permanece 
qualquer que seja o regime de bens (art. 1.831). 
 
Art. 1.832. Em concorrência com os descendentes (art. 1.829, inciso I) caberá 
ao cônjuge quinhão igual ao dos que sucederem por cabeça, não podendo 
a sua quota ser inferior à quarta parte da herança, se for ascendente dos herdeiros 
com que concorrer. 
 
Art. 1.833. Entre os descendentes, os em grau mais próximo excluem os mais 
remotos, salvo o direito de representação. 
 
 De acordo com o art. 1.833, o legislador deixa clara a prioridade dos 
herdeiros mais próximos sobre os mais remotos. Desde modo, se o falecido 
deixou filhos, netos e bisnetossomente os primeiros serão chamados 
à sucessão. 
 
 Os filhos terão os mesmos direitos à quota sucessória, independente 
de serem ou não do casamento ou, então, de serem adotados (art. 1.834). 
Eles sucederão o de cujus por cabeça, ou seja, a herança será dividida 
entre eles em partes iguais. 
Os demais descendentes podem suceder por cabeça ou por 
estirpe. 
 
A sucessão por estirpe se dá quando concorrem descendentes de 
graus diferentes, como por exemplo, no direito de representação, em que 
o filho ³$´ que vier a falecer antes de seu pai ³%´, será representado pelos 
netos do autor da herança ³%´. Neste caso, os outros filhos GH�³%´�herdarão 
por cabeça e os seus netos (filhos GH� ³$´� por estirpe ± a quota do 
representado será dividida entre eles. 
Se todos os filhos do falecido já estivessem mortos os netos estariam 
todos no mesmo grau de parentesco em relação ao de cujus, e desta forma, 
sucederiam por cabeça e não por estirpe. 
De acordo com o art. 1.835: 
Art. 1.835. Na linha descendente, os filhos sucedem por cabeça, e os outros 
descendentes, por cabeça ou por estirpe, conforme se achem ou não no 
mesmo grau. 
 
 
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 Quanto aos colaterais, os primeiros a serem chamados são os irmãos, 
e estes podem ser bilaterais ou germanos ± quando possuem o mesmo pai 
e a mesma mãe, ou podem ser unilaterais ± consanguíneos quando é 
apenas o pai em comum ou uterino quando é apenas a mãe em comum. 
 
Art. 1.841. Concorrendo à herança do falecido irmãos bilaterais com irmãos 
unilaterais, cada um destes herdará metade do que cada um daqueles herdar. 
Art. 1.842. Não concorrendo à herança irmão bilateral, herdarão, em partes iguais, 
os unilaterais. 
 
Quando o falecido não tiver irmãos vivos, os filhos deste (sobrinhos 
do falecido) estão autorizados a herdar em seu nome, e se ainda não tiver 
sobrinhos os tios do falecido herdarão, de acordo com o art. 1.843: 
Art. 1.843. Na falta de irmãos, herdarão os filhos destes e, não os havendo, os 
tios. 
§ 1º. Se concorrerem à herança somente filhos de irmãos falecidos, herdarão por 
cabeça. 
§ 2º. Se concorrem filhos de irmãos bilaterais com filhos de irmãos unilaterais, 
cada um destes herdará a metade do que herdar cada um daqueles. 
§ 3º. Se todos forem filhos de irmãos bilaterais, ou todos de irmãos unilaterais, 
herdarão por igual. 
 
Art. 1.844. Não sobrevivendo cônjuge, ou companheiro, nem parente algum 
sucessível, ou tendo eles renunciado a herança, esta se devolve ao Município 
ou ao Distrito Federal, se localizada nas respectivas circunscrições, ou à 
União, quando situada em território federal. 
 
 Neste momento da aula vamos ver de forma um pouco mais 
específica a representação, cujo conceito temos no art. 1.851. 
 
Art. 1.851. Dá-se o direito de representação, quando a lei chama certos 
parentes do falecido a suceder em todos os direitos, em que ele sucederia, se vivo 
fosse. 
Art. 1.852. O direito de representação dá-se na linha reta descendente, mas 
nunca na ascendente. 
Art. 1.853. Na linha transversal, somente se dá o direito de representação em 
favor dos filhos de irmãos do falecido, quando com irmãos deste concorrerem. 
Art. 1.854. Os representantes só podem herdar, como tais, o que herdaria o 
representado, se vivo fosse. 
 
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Art. 1.855. O quinhão do representado partir-se-á por igual entre os 
representantes. 
Art. 1.856. O renunciante à herança de uma pessoa poderá representá-la na 
sucessão de outra. 
- Da sucessão testamentária. 
 
Agora vamos ver a outra espécie de sucessão, que ocorre através de 
atos de disposição de última vontade que serão externados por meio de um 
testamento. 
O testamento é um ato personalíssimo e revogável (art. 1.858), 
solene, unilateral e através do qual alguém dispõe do todo ou de parte de 
seu patrimônio para depois de seu falecimento. 
 
- Capacidade testamentaria ativa e Capacidade testamentária passiva. 
 
Qualquer pessoa que não seja incapaz (e que esteja de posse de suas 
faculdades mentais) poderá testar ± possui capacidade testamentária 
ativa. Se a incapacidade ocorrer depois de feito o testamento ele será 
válido, ao contrário, se uma pessoa incapaz fizer um testamento este não 
será válido quando ela adquirir a capacidade. E lembre-se de que, de 
acordo com o parágrafo único do art. 1.860, os maiores de dezesseis anos 
poderão testar. 
 
Já a capacidade testamentária passiva, em regra, todas as 
pessoas físicas ou jurídicas a possuem. Desde modo, não podem figurar no 
polo passivo do testamento animais, coisas inanimadas e tampouco 
entidades místicas. 
 
E ainda, de acordo com o art. 1.863: 
³É proibido o testamento conjuntivo, seja simultâneo, recíproco ou correspectivo´. 
 
Assim, é proibido fazer um testamento em conjunto com outra pessoa, ou 
que seja simultâneo, recíproco ou correspectivo com o testamento de outra 
pessoa. E não podemos esquecer a proibição quanto ao fato de herança de 
pessoa viva ser objeto de um contrato. 
 
Art. 1.857. Toda pessoa capaz pode dispor, por testamento, da totalidade dos 
seus bens, ou de parte deles, para depois de sua morte. 
§ 1º. A legítima dos herdeiros necessários não poderá ser incluída no 
testamento. 
 
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§ 2º. São válidas as disposições testamentárias de caráter não 
patrimonial, ainda que o testador somente a elas se tenha limitado. 
 
 Como exemplo destas disposições testamentárias de caráter não 
patrimonial temos o reconhecimento de filhos, a nomeação de tutores ou 
curadores, etc. 
 
Art. 1.858. O testamento é ato personalíssimo, podendo ser mudado a 
qualquer tempo. 
 
Art. 1.859. Extingue-se em cinco anos o direito de impugnar a validade do 
testamento, contado o prazo da data do seu registro. 
 
De acordo com o Código Civil de 2002 existem as formas ordinárias 
e as formas especiais de testamento. As formas ordinárias estão elencadas 
no art. 1.862: 
Art. 1.862. São testamentos ordinários: 
I - o público; 
II - o cerrado; 
III - o particular. 
-Testamento público. 
 
 O testamento público será aquele elaborado por tabelião em seu livro 
de notas, de acordo com as declarações do testador. Seus requisitos estão 
elencados no art. 1.864: 
Art. 1.864. São requisitos essenciais do testamento público: 
I - ser escrito por tabelião ou por seu substituto legal em seu livro de notas, de 
acordo com as declarações do testador, podendo este servir-se de minuta, notas 
ou apontamentos; 
II - lavrado o instrumento, ser lido em voz alta pelo tabelião ao testador e a duas 
testemunhas, a um só tempo; ou pelo testador, se o quiser, na presença destas 
e do oficial; 
III - ser o instrumento, em seguida à leitura, assinado pelo testador, pelas 
testemunhas e pelo tabelião. 
Parágrafo único. O testamento público pode ser escrito manualmente ou 
mecanicamente, bem como ser feito pela inserção da declaração de vontade em 
partes impressas de livro de notas, desde que rubricadas todas as páginas pelo 
testador, se mais de uma. 
 
 
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 Traz ainda o CC/2002, algumas regras especiais para que pessoas 
analfabetas ou com necessidades especiais também possam elaborar um 
testamento. 
 
Art. 1.865. Se o testador não souber, ou não puder assinar, o tabelião ou 
seu substituto legal assim o declarará, assinando, neste caso, pelo testador, e, a 
seu rogo, uma das testemunhas instrumentárias. 
 
Art. 1.866. O indivíduo inteiramente surdo, sabendo ler, lerá o seu testamento, 
e, se não o souber, designará quem o leia em seu lugar, presentes as 
testemunhas. 
 
Art. 1.867. Ao cego só se permite o testamento público, que lhe será lido, 
em voz alta, duas vezes, uma pelo tabelião ou por seu substituto legal, e a outra 
por uma das testemunhas, designada pelo testador, fazendo-se de tudo 
circunstanciada menção no testamento. 
-Testamento cerrado. 
 
 Testamento cerrado é aquele em que o próprio testador, ou outra 
pessoa a seu mando, em língua nacional ou estrangeira, escreve o 
testamento. Possui formalidades específicas enumeradas pelo art. 1.868. 
 
Art. 1.868. O testamento escrito pelo testador, ou por outra pessoa, a seu rogo, 
e por aquele assinado, será válido se aprovado pelo tabelião ou seu substituto 
legal, observadas as seguintes formalidades: 
I - que o testador o entregue ao tabelião em presença de duas testemunhas; 
II - que o testador declare que aquele é o seu testamento e quer que seja 
aprovado; 
III - que o tabelião lavre, desde logo, o auto de aprovação, na presença de duas 
testemunhas, e o leia, em seguida, ao testador e testemunhas; 
IV - que o auto de aprovação seja assinado pelo tabelião, pelas testemunhas e 
pelo testador. 
Parágrafo único. O testamento cerrado pode ser escrito mecanicamente, desde 
que seu subscritor numere e autentique, com a sua assinatura, todas as paginas. 
 
 O testamento cerrado não poderá ser feito por quem não saiba ou 
não possa ler (art. 1.872). 
 
Art. 1.873. Pode fazer testamento cerrado o surdo-mudo, contanto que o 
escreva todo, e o assine de sua mão, e que, ao entregá-lo ao oficial público, ante 
 
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as duas testemunhas, escreva, na face externa do papel ou do envoltório, que 
aquele é o seu testamento, cuja aprovação lhe pede. 
 
 Depois de cumpridas as formalidades exigidas ± aprovado e cerrado, 
será o testamento entregue ao testador e caberá ao tabelião registrar em 
seu livro de notas o dia, mês, ano e lugar em que o testamento foi aprovado 
e entregue. 
 Quando o testador falecer o testamento será entregue ao juiz que o 
abrirá, registrará e ordenará que seja cumprido. Isto tudo se não encontrar 
nenhum vício externo que o torne eivado de nulidade ou suspeito de 
falsidade. 
-Testamento particular. 
 
 O testamento particular é aquele que será feito pelo próprio testador, 
a próprio punho ou por meios eletrônicos, em língua nacional ou estrangeira 
(desde que as testemunhas a entendam). 
Se for elaborado manualmente será lido e assinado por quem o 
escreveu perante três testemunhas que também o subscrevem. Se for 
elaborado por meio mecânico NÃO poderá conter rasuras ou espaços em 
branco e também será lido e assinado perante três testemunhas que 
também o subscreverão. 
 Uma vez morto o testador seu testamento será publicado em juízo e 
pelo menos uma das testemunhas deverá afirmar sua autenticidade, e 
depois de ouvido o Ministério Público o juiz confirmará o testamento. 
 
Seguindo a ordem de assuntos do CC/2002 (antes de vermos os 
testamentos especiais) vamos ver o codicilo. 
 
- Codicilo 
 
 O codicilo é o ato de última vontade através do qual se dispõe 
sobre temas de pequeno valor. Vamos ver os artigos referentes ao tema. 
 
Art. 1.881. Toda pessoa capaz de testar poderá, mediante escrito particular 
seu, datado e assinado, fazer disposições especiais sobre o seu enterro, sobre 
esmolas de pouca monta a certas e determinadas pessoas, ou, 
indeterminadamente, aos pobres de certo lugar, assim como legar móveis, roupas 
ou joias, de pouco valor, de seu uso pessoal. 
 
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Art. 1.882. Os atos a que se refere o artigo antecedente, salvo direito de terceiro, 
valerão como codicilos, deixe ou não testamento o autor. 
Art. 1.883. Pelo modo estabelecido no art. 1.881, poder-se-ão nomear ou 
substituir testamenteiros. 
Art. 1.884. Os atos previstos nos artigos antecedentes revogam-se por atos iguais, 
e consideram-se revogados, se, havendo testamento posterior, de qualquer 
natureza, este os não confirmar ou modificar. 
Art. 1.885. Se estiver fechado o codicilo, abrir-se-á do mesmo modo que o 
testamento cerrado. 
 
 Os testamentos especiais5 estão previstos de forma absoluta, uma 
vez que não são admitidos outros pelo ordenamento jurídico. Pelo art. 
1.886: 
Art. 1.886. São testamentos especiais: 
I - o marítimo; 
II - o aeronáutico; 
III - o militar. 
-Testamento marítimo e aeronáutico. 
 
Feito por quem estiver em navio de guerra ou mercante ou aeronave 
militar ou comercial perante o comandante ± ou no caso do aeronáutico por 
quem o comandante designar, na presença de duas testemunhas por forma 
que corresponda ao do testamento público ou particular. O registro do 
testamento marítimo será registrado no diário de bordo. 
 
Art. 1.891. Caducará o testamento marítimo, ou aeronáutico, se o testador 
não morrer na viagem, nem nos noventa dias subsequentes ao seu 
desembarque em terra, onde possa fazer, na forma ordinária, outro 
testamento. 
Art. 1.892. Não valerá o testamento marítimo, ainda que feito no curso de 
uma viagem, se, ao tempo em que se fez, o navio estava em porto onde o 
testador pudesse desembarcar e testar na forma ordinária. 
-Testamento militar. 
 
 É aquele feito por militares e outras pessoas que também estejam a 
serviço do exército em campanha dentro ou fora do país. Deverá ser 
redigito por autoridade militar e requer a presença de duas testemunhas. 
 
5 Testamentos especiais são aqueles feitos em determinadas situações de emergência e 
possuem um caráter provisório. 
 
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 Este tipo de testamento também poderá ser feito por pessoas feridas 
e, neste caso, a pessoa dirá em voz alta suas disposições de última vontade 
na presença de duas testemunhas. 
 
Art. 1.895. Caduca o testamento militar, desde que, depois dele, o testador 
esteja, noventa dias seguidos, em lugar onde possa testar na forma ordinária, 
salvo se esse testamento apresentar as solenidades prescritas no parágrafo único 
do artigo antecedente. 
 
 O próximo assunto abordado pelo CC /2002 e o das disposições 
testamentárias. 
 
Art. 1.897. A nomeação de herdeiro, ou legatário, pode fazer-se pura e 
simplesmente, sob condição, para certo fim ou modo, ou por certo motivo. 
Art. 1.898. A designação do tempo em que deva começar ou cessar o direito do 
herdeiro, salvo nas disposições fideicomissárias, ter-se-á por não escrita. 
Art. 1.899. Quando a cláusula testamentária for suscetível de interpretações 
diferentes, prevalecerá a que melhor assegure a observância da vontade do 
testador. 
Art. 1.900.É nula a disposição: 
I - que institua herdeiro ou legatário sob a condição captatória de que este 
disponha, também por testamento, em benefício do testador, ou de terceiro; 
II - que se refira a pessoa incerta, cuja identidade não se possa averiguar; 
III - que favoreça a pessoa incerta, cometendo a determinação de sua identidade 
a terceiro; 
IV - que deixe a arbítrio do herdeiro, ou de outrem, fixar o valor do legado; 
V - que favoreça as pessoas a que se referem os arts. 1.801 e 1.8026. 
Art. 1.901. Valerá a disposição: 
 
6 Art. 1.801. Não podem ser nomeados herdeiros nem legatários: 
I - a pessoa que, a rogo, escreveu o testamento, nem o seu cônjuge ou companheiro, ou 
os seus ascendentes e irmãos; 
II - as testemunhas do testamento; 
III - o concubino do testador casado, salvo se este, sem culpa sua, estiver separado de 
fato do cônjuge há mais de cinco anos; 
IV - o tabelião, civil ou militar, ou o comandante ou escrivão, perante quem se fizer, assim 
como o que fizer ou aprovar o testamento. 
Art. 1.802. São nulas as disposições testamentárias em favor de pessoas não legitimadas 
a suceder, ainda quando simuladas sob a forma de contrato oneroso, ou feitas mediante 
interposta pessoa. 
Parágrafo único. Presumem-se pessoas interpostas os ascendentes, os descendentes, os 
irmãos e o cônjuge ou companheiro do não legitimado a suceder. 
 
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I - em favor de pessoa incerta que deva ser determinada por terceiro, dentre duas 
ou mais pessoas mencionadas pelo testador, ou pertencentes a uma família, ou a 
um corpo coletivo, ou a um estabelecimento por ele designado; 
II - em remuneração de serviços prestados ao testador, por ocasião da moléstia 
de que faleceu, ainda que fique ao arbítrio do herdeiro ou de outrem determinar 
o valor do legado. 
Art. 1.902. A disposição geral em favor dos pobres, dos estabelecimentos 
particulares de caridade, ou dos de assistência pública, entender-se-á relativa aos 
pobres do lugar do domicílio do testador ao tempo de sua morte, ou dos 
estabelecimentos aí sitos, salvo se manifestamente constar que tinha em mente 
beneficiar os de outra localidade. 
Parágrafo único. Nos casos deste artigo, as instituições particulares preferirão 
sempre às públicas. 
Art. 1.903. O erro na designação da pessoa do herdeiro, do legatário, ou da coisa 
legada anula a disposição, salvo se, pelo contexto do testamento, por outros 
documentos, ou por fatos inequívocos, se puder identificar a pessoa ou coisa a 
que o testador queria referir-se. 
Art. 1.904. Se o testamento nomear dois ou mais herdeiros, sem discriminar a 
parte de cada um, partilhar-se-á por igual, entre todos, a porção disponível do 
testador. 
Art. 1.905. Se o testador nomear certos herdeiros individualmente e outros 
coletivamente, a herança será dividida em tantas quotas quantos forem os 
indivíduos e os grupos designados. 
Art. 1.906. Se forem determinadas as quotas de cada herdeiro, e não absorverem 
toda a herança, o remanescente pertencerá aos herdeiros legítimos, segundo a 
ordem da vocação hereditária. 
Art. 1.907. Se forem determinados os quinhões de uns e não os de outros 
herdeiros, distribuir-se-á por igual a estes últimos o que restar, depois de 
completas as porções hereditárias dos primeiros. 
Art. 1.908. Dispondo o testador que não caiba ao herdeiro instituído certo e 
determinado objeto, dentre os da herança, tocará ele aos herdeiros legítimos. 
Art. 1.909. São anuláveis as disposições testamentárias inquinadas de erro, dolo 
ou coação. 
Parágrafo único. Extingue-se em quatro anos o direito de anular a disposição, 
contados de quando o interessado tiver conhecimento do vício. 
Art. 1.910. A ineficácia de uma disposição testamentária importa a das outras que, 
sem aquela, não teriam sido determinadas pelo testador. 
Art. 1.911. A cláusula de inalienabilidade, imposta aos bens por ato de 
liberalidade, implica impenhorabilidade e incomunicabilidade. 
Parágrafo único. No caso de desapropriação de bens clausulados, ou de sua 
alienação, por conveniência econômica do donatário ou do herdeiro, mediante 
autorização judicial, o produto da venda converter-se-á em outros bens, sobre os 
quais incidirão as restrições apostas aos primeiros. 
 
 
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 Seguindo com a aula! Chegamos agora ao legado. 
- Legado (arts. 1.912 a 1.940). 
 
 O legado recai sobre uma coisa certa e determinada. 
É uma disposição testamentária a título singular, através da 
qual o testador deixará a pessoa, pertencente ou não a sucessão legítima, 
um ou mais objetos individualizados (ou até mesmo uma soma em 
dinheiro). Os objetos do legado poderão ser coisas corpóreas ou 
incorpóreas, alimentos, renda, pensão periódica, etc. 
 O legatário ± pessoa que foi designada para receber o legado poderá 
renunciar de forma expressa ou tácita a este direito. Também poderá o 
legado caducar ± perder sua validade, de acordo com o art. 1.939. 
 
Art. 1.939. Caducará o legado: 
I - se, depois do testamento, o testador modificar a coisa legada, ao ponto de já 
não ter a forma nem lhe caber a denominação que possuía; 
II - se o testador, por qualquer título, alienar no todo ou em parte a coisa legada; 
nesse caso, caducará até onde ela deixou de pertencer ao testador; 
III - se a coisa perecer ou for evicta, vivo ou morto o testador, sem culpa do 
herdeiro ou legatário incumbido do seu cumprimento; 
IV - se o legatário for excluído da sucessão, nos termos do art. 1.815; 
V - se o legatário falecer antes do testador. 
Art. 1.940. Se o legado for de duas ou mais coisas alternativamente, e 
algumas delas perecerem, subsistirá quanto às restantes; perecendo parte de 
uma, valerá, quanto ao seu remanescente, o legado. 
- Do direito de acrescer (arts. 1.941 a 1.946). 
 
Art. 1.941. Quando vários herdeiros, pela mesma disposição testamentária, forem 
conjuntamente chamados à herança em quinhões não determinados, e qualquer 
deles não puder ou não quiser aceitá-la, a sua parte acrescerá à dos co-herdeiros, 
salvo o direito do substituto. 
 
 Este é o conceito dado pelo legislador sobre o direito de acrescer. 
Dele podemos extrair seus requisitos: a nomeação de mais de um herdeiro 
ou legatário, na mesma disposição testamentária, sem determinação ou 
individualização de quotas, para a mesma porção de bens. 
 
 
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- Das substituições (arts. 1.947 a 1.960) 
 
 Compreende-se dentre os direitos de testar não só a nomeação dos 
herdeiros e legatários, mas também eventuais substituições, que somente 
ocorrerão caso o herdeiro ou legatário não queiram ou não possam aceitar 
a herança, ou seja, caso venha a falecer o herdeiro testamentário antes da 
abertura da sucessão do testador (premoriência) ou ainda em caso de 
renúncia ou exclusão do beneficiário por indignidade. 
 
Existem três espécies de substituição: a vulgar (ou ordinária); a 
fideicomissária; e a compendiosa. 
 
1. Substituição vulgar ou ordinária ± ocorrerá quando o próprio 
testador7 designar uma ou mais pessoas para o lugar do herdeiro ou 
do legatário que não quiser ou não puder aceitar o benefício. Poderá 
ser: simples quando designar apenas um substituto;coletiva 
quando existir mais de um substituto; e recíproca quando o testador 
instituir vários herdeiros ou legatários e os declarar substitutos uns 
dos outros. 
2. Substituição fideicomissária ± é uma forma de substituição 
indireta: 
Art. 1.951. Pode o testador instituir herdeiros ou legatários, estabelecendo 
que, por ocasião de sua morte, a herança ou o legado se transmita ao 
fiduciário, resolvendo-se o direito deste, por sua morte, a certo tempo ou 
sob certa condição, em favor de outrem, que se qualifica de fideicomissário. 
Art. 1.952. A substituição fideicomissária somente se permite em favor dos 
não concebidos ao tempo da morte do testador. Parágrafo único. Se, ao 
tempo da morte do testador, já houver nascido o fideicomissário, adquirirá 
este a propriedade dos bens fideicometidos, convertendo-se em usufruto o 
direito do fiduciário. 
3. Substituição compendiosa é uma forma de substituição que 
mistura as outras duas que vimos. Aqui o testador vai instituir um 
fideicomisso e também designará substitutos para o caso de não ser 
aceito. 
- Da deserdação (arts. 1.961 a 1.965). 
 
 Na deserdação o testador por ato unilateral, exclui da sucessão 
herdeiro necessário, privando-o, desta forma, de sua legítima com 
expressa declaração de causa - Art. 1.964. Somente com expressa 
declaração de causa pode a deserdação ser ordenada em testamento. 
 
7 Deste modo é uma substituição direta feita pelo próprio testador. 
 
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Art. 1.962. Além das causas mencionadas no art. 1.8148, autorizam a 
deserdação dos descendentes por seus ascendentes: 
I - ofensa física; 
II - injúria grave; 
III - relações ilícitas com a madrasta ou com o padrasto; 
IV - desamparo do ascendente em alienação mental ou grave enfermidade. 
 
Art. 1.963. Além das causas enumeradas no art. 1.814, autorizam a deserdação 
dos ascendentes pelos descendentes: 
I - ofensa física; 
II - injúria grave; 
III - relações ilícitas com a mulher ou companheira do filho ou a do neto, ou com 
o marido ou companheiro da filha ou o da neta; 
IV - desamparo do filho ou neto com deficiência mental ou grave enfermidade. 
 
 Os efeitos da deserdação são pessoais, portanto seus herdeiros 
herdarão por substituição, como se o deserdado estivesse morto. 
 Para que a deserdação tenha eficácia os outros herdeiros deverão 
intentar ação de deserdação num prazo de quatro anos para confirmar a 
vontade do falecido. Nesta ação o deserdado terá direito de defesa. 
 Para que esta deserdação seja revogada o testador terá que elaborar 
outro testamento. 
 
 
Dando prosseguimento à aula, vamos ver agora a revogação e o 
rompimento do testamento, que, juntos com a caducidade e a nulidade 
relativa e absoluta, promovem a inexecução do testamento, ou seja, 
impedem o testamento de produzir seus efeitos jurídicos. 
 
 
 
8Art. 1.814. São excluídos da sucessão os herdeiros ou legatários: 
I - que houverem sido autores, coautores ou partícipes de homicídio doloso, ou tentativa 
deste, contra a pessoa de cuja sucessão se tratar, seu cônjuge, companheiro, ascendente 
ou descendente; 
II - que houverem acusado caluniosamente em juízo o autor da herança ou incorrerem 
em crime contra a sua honra, ou de seu cônjuge ou companheiro; 
III - que, por violência ou meios fraudulentos, inibirem ou obstarem o autor da herança 
de dispor livremente de seus bens por ato de última vontade. 
 
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- Da revogação do testamento. 
 
 Um testamento somente poderá ser revogado por outro testamento, 
ainda que de outra espécie (pode, por exemplo, um testamento público 
revogar um particular). 
A revogação é ato consciente do testador, com a finalidade de tornar 
ineficaz o testamento feito anteriormente. Não existe repristinação 
testamentária, ou seja, um testamento revogado por outro, não recupera 
sua validade sendo este revogado. 
 
Um testamento também não poderá ser revogado por um codicilo, mas o 
contrário será possível: um codicilo poderá ser revogado por um 
testamento. 
 
 A revogação poderá ser total ± quando o novo testamento retira a 
eficácia de todo o testamento anterior, ou parcial ± quando o novo 
testamento retira a validade de apenas algumas cláusulas do testamento 
anterior. Também poderá ser feita de forma expressa ± quando o testador 
declara de forma inequívoca sua intenção, ou de forma tácita ± quando 
houver incompatibilidades entre as disposições de um e do outro 
testamento, ou quando o testador alienar a coisa legada, ou ainda quando 
o lacre do testamento cerrado for violado pelo testador ou por outra pessoa 
com seu consentimento. 
- Do rompimento do testamento. 
 
Art. 1.973. Sobrevindo descendente sucessível ao testador, que não o 
tinha ou não o conhecia quando testou, rompe-se o testamento em todas 
as suas disposições, se esse descendente sobreviver ao testador. 
Art. 1.974. Rompe-se também o testamento feito na ignorância de 
existirem outros herdeiros necessários. 
Art. 1.975. Não se rompe o testamento, se o testador dispuser da sua metade, 
não contemplando os herdeiros necessários de cuja existência saiba, ou quando 
os exclua dessa parte. 
- Do testamenteiro (arts. 1.976 a 1.990). 
 
 O testamenteiro será aquela pessoa física, capaz e idônea que será 
nomeada pelo testador para que faça cumprir suas disposições de última 
vontade. Deverá ser citado no inventário e ouvido em todos os atos e 
termos do processo. 
 
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 O autor do testamento poderá nomear apenas um ou vários 
testamenteiros que poderão agir de forma sucessiva, conjunta ou solidária. 
 Se o testamenteiro não for herdeiro ou legatário do de cujus lhe será 
devido um premio chamado de vintena, que será arbitrado pelo juiz e ficará 
entre 1% a 5% de acordo com a importância da herança e sua dificuldade 
de execução. 
 
Art. 1.987. Salvo disposição testamentária em contrário, o testamenteiro, que não 
seja herdeiro ou legatário, terá direito a um prêmio, que, se o testador não o 
houver fixado, será de um a cinco por cento, arbitrado pelo juiz, sobre a herança 
líquida, conforme a importância dela e maior ou menor dificuldade na execução 
do testamento. 
Parágrafo único. O prêmio arbitrado será pago à conta da parte disponível, quando 
houver herdeiro necessário. 
Art. 1.988. O herdeiro ou o legatário nomeado testamenteiro poderá preferir o 
prêmio à herança ou ao legado. 
 
 Se o testador não nomear um testamenteiro, o juiz nomeará um 
dativo de sua confiança. 
 
- Do inventário e da partilha (arts. 1.991 a 2.027). 
- Do inventário. 
 
 O inventário é o meio processual pelo qual se apuram os bens 
deixados pelo falecido, para, posteriormente, proceder à partilha entre os 
herdeiros. Ou seja, o inventário é um processo judicial que tem por objetivo 
relacionar, descrever e avaliar todos os bens do de cujus quando de sua 
morte, para, por fim, distribuí-los entre seus sucessores. 
 Possui um prazo de sessenta dias para ser instaurado (no último 
domicílio do autor da herança), contados a partir da abertura da sucessão 
(que se dá com a mortedo de cujus) e deverá estar concluído nos doze 
meses seguintes, sob pena de multa. 
 
Tendo em vista, que os procedimentos de inventário e de arrolamento 
dos bens estão disciplinados pelo Código de Processo Civil, o CC/2002 
limitou-se a colocar um artigo sobre o tema, qual seja: 
 
Art. 1.991. Desde a assinatura do compromisso até a homologação da partilha, 
a administração da herança será exercida pelo inventariante. 
 
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de pagamento, acompanhada de prova valiosa, o juiz mandará reservar, em poder 
do inventariante, bens suficientes para solução do débito, sobre os quais venha a 
recair oportunamente a execução. 
§ 2º. No caso previsto no parágrafo antecedente, o credor será obrigado a iniciar 
a ação de cobrança no prazo de trinta dias, sob pena de se tornar de nenhum 
efeito a providência indicada. 
Art. 1.998. As despesas funerárias, haja ou não herdeiros legítimos, sairão do 
monte da herança; mas as de sufrágios por alma do falecido só obrigarão a 
herança quando ordenadas em testamento ou codicilo. 
Art. 1.999. Sempre que houver ação regressiva de uns contra outros herdeiros, a 
parte do coerdeiro insolvente dividir-se-á em proporção entre os demais. 
Art. 2.000. Os legatários e credores da herança podem exigir que do patrimônio 
do falecido se discrimine o do herdeiro, e, em concurso com os credores deste, 
ser-lhes-ão preferidos no pagamento. 
Art. 2.001. Se o herdeiro for devedor ao espólio, sua dívida será partilhada 
igualmente entre todos, salvo se a maioria consentir que o débito seja imputado 
inteiramente no quinhão do devedor. 
- Da colação (arts. 2.002 a 2.012). 
 
Art. 2.002. Os descendentes que concorrerem à sucessão do ascendente comum 
são obrigados, para igualar as legítimas, a conferir o valor das doações que 
dele em vida receberam, sob pena de sonegação. 
Parágrafo único. Para cálculo da legítima, o valor dos bens conferidos será 
computado na parte indisponível, sem aumentar a disponível. 
 
 A obrigatoriedade de igualar as legítimas decorre do princípio da 
intangibilidade. A colação é ato que tem por objetivo fazer retornar ao 
monte partível todas as doações feitas pelo de cujus em vida, para assim 
igualar a legítima dos descendentes. Por isso, a colação só tem lugar 
na sucessão legítima e não na testamentária. 
 Então, o ato de retorno desses bens ao monte partível é chamado de 
colação ou conferência, e o seu descumprimento por parte dos 
descendentes que concorrem à sucessão do ascendente comum implicará 
a pena de sonegação. 
 Devem ser trazidas à colação não só as doações diretas, mas 
qualquer liberalidade que tenha sido atribuída ao herdeiro. 
 
Art. 2.005. São dispensadas da colação as doações que o doador determinar 
saiam da parte disponível, contanto que não a excedam, computado o seu valor 
ao tempo da doação. 
 
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Parágrafo único. Presume-se imputada na parte disponível a liberalidade feita a 
descendente que, ao tempo do ato, não seria chamado à sucessão na qualidade 
de herdeiro necessário. 
Art. 2.010. Não virão à colação os gastos ordinários do ascendente com o 
descendente, enquanto menor, na sua educação, estudos, sustento, vestuário, 
tratamento nas enfermidades, enxoval, assim como as despesas de casamento, 
ou as feitas no interesse de sua defesa em processo-crime. 
Art. 2.011. As doações remuneratórias de serviços feitos ao ascendente também 
não estão sujeitas a colação. 
- Da partilha (arts. 2.013 a 2.027). 
 
 Com a morte do autor da herança o acervo patrimonial transmite-se 
aos herdeiros e sucessores, que receberão suas quotas-partes na 
proporção de seus quinhões hereditários. A divisão dos bens ocorrerá por 
meio da partilha, que será ato subsequente ao inventário. A partilha 
poderá ser judicial ou amigável. 
 
¾ Será judicial quando não houver acordo entre os herdeiros, ou 
quando algum dos herdeiros seja menor ou incapaz. Será feita 
no processo de inventário que resultará em uma sentença, que 
uma vez transitada em julgado, faz com que o herdeiro recebe 
os bens que integram sua parte na herança. 
Art. 2.016. Será sempre judicial a partilha, se os herdeiros 
divergirem, assim como se algum deles for incapaz. 
 
¾ Será amigável quando todos os herdeiros forem maiores e 
capazes e entrarem em acordo quanto aos bens da herança. 
Este tipo de partilha será simplesmente homologada pelo juiz. 
Art. 2.015. Se os herdeiros forem capazes, poderão fazer partilha 
amigável, ¹por escritura pública, termo nos autos do 
inventário, ou ²escrito particular, homologado pelo juiz. 
 
Art. 2.026. O evicto será indenizado pelos coerdeiros na proporção de suas 
quotas hereditárias, mas, se algum deles se achar insolvente, responderão os 
demais na mesma proporção, pela parte desse, menos a quota que corresponderia 
ao indenizado. 
Art. 2.023. Julgada a partilha, fica o direito de cada um dos herdeiros circunscrito 
aos bens do seu quinhão. 
 
 Assim, de acordo com o artigo 2.023, uma vez julgada a partilha, 
os herdeiros receberão os bens e um formal de partilha em que constarão 
as seguintes peças: 
 
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1. Termo de inventariante e título de herdeiro, 
2. Avaliação dos bens que constituem o quinhão do herdeiro, 
3. Quitação de impostos e 
4. A sentença. 
 
Art. 2.021. Quando parte da herança consistir em bens remotos do lugar do 
inventário, litigiosos, ou de liquidação morosa ou difícil, poderá proceder-
se, no prazo legal, à partilha dos outros, reservando-se aqueles para uma ou 
mais sobrepartilhas, sob a guarda e a administração do mesmo ou diverso 
inventariante, e consentimento da maioria dos herdeiros. 
 
 No caso deste artigo será feita uma sobrepartilha, que nada mais é 
do que uma partilha adicional dos bens que não puderam integrar a 
primeira partilha. 
 
Art. 2.027. A partilha, uma vez feita e julgada, só é anulável pelos vícios e 
defeitos que invalidam, em geral, os negócios jurídicos. 
Parágrafo único. Extingue-se em um ano o direito de anular a partilha. 
 
 
 
 
Faça os exercícios e, caso tenha dúvidas, por favor, entre em contato 
conosco. 
 
Um abraço, bons estudos e que Deus os abençoe e proteja! 
 
Aline & Jacson. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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- QUESTÕES COMENTADAS 
 
1. FCC 2014/TJ ± AP/Juiz. Romeu e Clara, há dez anos, vivem em união 
estável, desde que contavam 18 anos de idade e nada dispuseram a 
respeito do regime de bens. Norberto, pai de Clara, faleceu, e sem qualquer 
motivação impôs cláusula de inalienabilidade vitalícia a todos os bens que 
deixou para sua filha. É correto afirmar que, sem motivação, 
a) Com a imposição de cláusula de inalienabilidade, para que Romeu 
participe da herança de Clara, bastará que mova ação declaratória de 
inexistência de justa causa que autorize excluir os bens herdados da 
comunhão. 
b) O testador pode clausular todos os bens dos herdeiros necessários, 
mas como não foi inserida a cláusula de incomunicabilidade,Romeu 
participará de todos os bens recebidos por Clara em razão da morte 
do pai dela. 
c) A cláusula de inalienabilidade só poderia incidir sobre o disponível, 
mas como ela importa, também, a incomunicabilidade, Romeu só 
participará dos bens de Clara até o limite da legítima. 
d) A cláusula de inalienabilidade só poderia ser imposta sobre o 
disponível, mas não sobre a legítima, entretanto, Romeu em nada 
participará da herança recebida por Clara. 
e) O testador não poderá impor as cláusulas de inalienabilidade quer 
sobre a legítima quer sobre o disponível, mas a despeito da nulidade 
dessa disposição testamentária, Romeu não participará da herança 
de Clara. 
 
Comentário: 
Para respondermos a esta questão vamos usar uma combinação de artigos: 
Art. 1.848. Salvo se houver justa causa, declarada no testamento, não 
pode o testador estabelecer cláusula de inalienabilidade, impenhorabilidade, e 
de incomunicabilidade, sobre os bens da legítima. 
 
Art. 1.725. Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, 
aplica-se às relações patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão 
parcial de bens. 
 
Art. 1.658. No regime de comunhão parcial, comunicam-se os bens que 
sobrevierem ao casal, na constância do casamento, com as exceções dos 
artigos seguintes. 
 
Art. 1.659. Excluem-se da comunhão: 
 
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I - os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na 
constância do casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu 
lugar; 
 
E, ainda, WHPRV� D� V~PXOD� Qž� ��� GR� 67)� TXH� GL]�� ³A CLÁUSULA DE 
,1$/,(1$%,/,'$'(�,1&/8,�$�,1&2081,&$%,/,'$'(�'26�%(16´� 
Gabarito letra D. 
 
2. FCC 2014/Prefeitura de Cuiabá - MT/Procurador. Quando faleceu, 
Arlindo possuía um irmão, Armando, e dois sobrinhos, João e Josué. À 
época do falecimento, a lei estipulava que o irmão precedia os sobrinhos 
na sucessão. No entanto, antes da partilha, sobreveio lei alterando a ordem 
de vocação hereditária, colocando os sobrinhos à frente do irmão. A lei não 
previu regras de transição. Os bens de Arlindo passaram a ser de 
a) Armando, que adquiriu tal direito por ocasião do falecimento de 
Arlindo. 
b) João e Josué, porque a lei de ordem pública possui efeito retroativo. 
c) João e Josué, porque, até a partilha, Armando possuía mera 
expectativa de direito 
d) João e Josué, porque a lei nova não previu regras de transição 
e) Armando, porque a lei equipara os direitos sob condição suspensiva 
ao direito adquirido. 
 
Comentário: 
Art. 1.787. Regula ¹a sucessão e ²a legitimação para suceder a lei vigente ao 
tempo da abertura daquela. 
Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros 
legítimos e testamentários. 
Gabarito letra A. 
 
3. FCC 2014/SEFAZ ± RJ/Auditor Fiscal da Receita Estadual. Joaquim 
era pai de Pedro, casado com Maria sob o regime da comunhão universal 
de bens; de Benedito, casado com Antonia, sob o regime da comunhão 
parcial de bens e de José, casado com Joana, sob o regime da separação 
de bens. Joaquim doou, com dispensa de colação, para José e sua mulher, 
Joana, um imóvel. José faleceu, em 30/6/2013, deixando dois filhos. 
Joaquim, por testamento público lavrado em 10/07/2013, deixou seu 
disponível para os filhos Pedro e Benedito, com cláusula vitalícia de 
inalienabilidade, tendo o testador falecido em 15/10/2013. É correto 
afirmar que, com a morte de 
a) José, o imóvel que recebera por doação juntamente com sua mulher, 
passará integralmente a ela e não aos filhos do casal; a parte que 
 
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Pedro receber na herança de seu pai se comunicará a Maria apenas 
no que compreender a legítima; Benedito receberá sua parte na 
herança, nada se comunicando a sua mulher, Antonia, e os filhos de 
José herdarão, por direito de representação, parte da herança de 
Joaquim tirada da legítima e calculada por estirpe. 
b) Joaquim, seus bens serão divididos entre seus filhos Pedro e 
Benedito, que herdarão por estirpe e nada se comunicará a seus 
respectivos cônjuges e os netos de Joaquim receberão parte da 
herança do avô, por representação, calculada por cabeça; quanto ao 
bem doado a José e a sua mulher, com a morte deste, será partilhado 
somente entre seus dois filhos. 
c) José, do imóvel que lhe fora doado por Joaquim, o cônjuge 
sobrevivente haverá a metade e a outra metade passará a seus filhos, 
os quais, também, concorrerão na herança de Joaquim, por estirpe; 
com a morte de Joaquim os filhos sobreviventes receberão a legítima 
e o disponível com cláusula de inalienabilidade, comunicando-se a 
herança a Maria, mas não a Antonia. 
d) Joaquim, a legítima será partilhada entre os filhos sobreviventes, 
comunicando-se o que receber Pedro do disponível a sua esposa, mas 
não se comunicando o que receber Benedito; quanto à legítima, que 
receberão Pedro e Benedito, nada se comunicará aos respectivos 
cônjuges; os filhos de José herdarão da legítima a cota parte do que 
receberia seu pai se vivo fosse, calculando-se, entretanto, por 
estirpe, mas não tendo de trazer à colação o imóvel doado, que ficou 
pertencente na razão de 50% (cinquenta por cento) a Joana e 25% 
(vinte e cinco por cento) a cada um dos filhos do casal. 
e) José, o imóvel que recebera por doação juntamente com sua mulher, 
ficará pertencendo em metade para ela e metade em condomínio 
para os dois filhos do casal; os netos de Joaquim participarão da 
herança do avô, por direito de representação, calculada a legítima 
deles por cabeça; Benedito e Pedro receberão suas partes na herança 
de Joaquim, que não se comunicarão às respectivas esposas. 
 
Comentário: 
Pessoal, nesta questão vamos começar pelo começo (rs), ou seja, vamos 
primeiro entender a problemática para depois atacarmos as alternativas. 
Então vamos lá: Joaquim era pai de três filhos: Pedro, Benedito e José. 
Pedro era casado com Maria sob o regime da comunhão universal de bens, 
Benedito era casado com Antonia sob o regime da comunhão parcial de 
bens e José era casado com Joana sob o regime da separação de bens. 
Da herança de Joaquim temos uma parte que é chamada de legítima, na 
qual ele não pode dispor, e uma parte que é chamada de testamentária 
que o testador poderá dispor como bem quiser. 
 
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Joaquim doou, com dispensa de colação, para José e sua mulher, Joana, 
um imóvel. 
A colação é um instituto que tem por fim igualar as partes que compõe 
a legítima dos descendentes e do cônjuge sobrevivente, tendo em vista 
que serão trazidos à colação os bens que já haviam sido doados, em 
vida, pelo autor da herança, aos descendentes e ao cônjuge como forma 
de adiantamento da legítima. 
O caso da questão se enquadra na seguinte situação: 
Art. 2.005. São dispensadas da colação as doações que o doador determinar saiam 
da parte disponível, contanto que não a excedam, computado o seu valor ao 
tempo da doação. 
 
Portanto, o imóvel que Joaquim doou para José e sua esposa saiu da parte 
disponível de seu patrimônio. 
Continuando, José faleceu, em 30/6/2013, deixando dois filhos. José era 
casado com Joana em regime de separação de bens, porém temos uma 
súmula do STF que diz: 
Súmula

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