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Metodologia Científica UNIDADE 2 1 METODOLOGIA CIENTÍFICA uNIDADE 2 Para início de conversa Olá, Caro(a) aluno(a) estamos juntos nesta Unidade 2 da disciplina de Metodologia Científica. O que você achou de nosso primeiro encontro? Surgiu alguma dúvida? Lembre-se que consultar o seu tutor se for preciso, tudo bem? Orientações da Disciplina Neste segundo encontro, vamos aprofundar os assuntos que compõem a segunda unidade desta disci- plina, que tem como conteúdo e objetivos ver e entender o que é a metodologia; conhecer os principais métodos e tipos de pesquisa; aprender a utilizar diferentes técnicas de pesquisa e compreender o papel da estatística na pesquisa científica. Para sua melhor aprendizagem, lembramos que a leitura do seu livro-texto de metodologia científica é fundamental. Ao longo desta unidade, convidaremos você para a apreciação e estudos de diversos recur- sos didáticos que complementarão seus estudos. Vamos à UNIDADE 2? METODOLOGIA, MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQuISA Palavras do Professor Na verdade, com relação ao conceito de METODOLOGIA, você já tem uma base conceitual e funcional desta ferramenta tão importante para a sua formação acadêmica e profissional, pois, na UNIDADE 1, já iniciamos essa discussão. Como vimos, embora todos os tipos de conhecimento sejam de grande impor- tância para nós, em nossa vida cotidiana, na formação profissional, dentro do ensino superior, prevale- cerão os conhecimentos científicos e filosóficos, pois esses tipos de conhecimento estarão diretamente ligados à ciência e à busca dos conhecimentos reflexivos e sistemáticos sobre o saber científico. Para que o conhecimento científico (próprio da ciência) seja realizado, a busca pelas evidências científicas e pela teoria do conhecimento deve ser realizada de forma metódica, organizada e sistemática. É neste sentido que a METODOLOGIA CIENTÍFICA surge como uma ferramenta teórica e prática que nos permite o conhecimento e a utilização de métodos que nos auxiliam na busca pelas verdades científicas baseadas nas evidências que os métodos científicos provam e tornam verificáveis estas evidências. 2 Fique atento! É importante lembrar a você que as verdades científicas -- embora válidas, pois são baseadas na ciência -- são provisórias, pois, sendo a ciência uma experiência que reflete a vida, a realidade e os fenômenos, quando a realidade, os fenômenos e as nossas experiências de vida mudam, transformam-se, as verdades e as evidências científicas também mudam e são reavaliadas, de acordo com novos métodos, novas teorias, leis e conceitos. Você se lembra de que, na unidade 1, vimos o que são as teorias, os conceitos, as leis e as doutrinas? Então, na base da produção e aprendizagem do conhecimento científico está a METODOLOGIA CIENTÍFICA. Lembra que, na unidade 1, mostramos a você que a METODOLOGIA CIENTÍFICA é a ciência ou a disciplina que estuda os métodos científicos? E também vimos que, ao longo da história da humanidade, os seres humanos vêm criando soluções e formas de adquirir meios mais seguros e viáveis para sobrevivermos e conferir mais qualidade de vida para nossas próprias vidas. Vimos que muitos homens e mulheres que estudavam a natureza, a física, a química e outras ciências promoveram o que chamamos de REVOLUÇÃO CIENTÍFICA, transformando ideias em ciência e permitindo o progresso científico. Palavras do Professor Caro(a) aluno(a),você já pode observar que, até chegarmos à REVOLUÇÃO CIENTÍFICA, muitos homens e mulheres, pesquisadores e pesquisadoras de renome, como Isaac Newton, por exemplo, contribuíram muito para o progresso das pesquisas sobre vários assuntos. Mas também, ainda no século XVII, muitos destes renomados estudiosos faziam suas descobertas a partir de suas intuições e de seus talentos, sem um método que os guiasse em suas pesquisas. Um desses exemplos foi o médico Paracelso que achava possível criar vida humana em laboratório ou transformar chumbo em ouro, o que se verificou improvável posteriormente! Fonte: http://3.bp.blogspot.com/ 3 Bem, na introdução do seu livro-texto, você pôde verificar que as descobertas sobre o mundo, a natureza e os fenômenos precisavam de um método para garantir que elas fossem promovidas de forma sistemática e metódica, garantindo suas evidências científicas. Viu que foi René Descartes, no século XVII, que criou um primeiro método científico, chamado de método dedutivo. O feito de Descartes alterou completamente a maneira de se produzir conhecimento sobre a realidade, o mundo e os fenômenos que o constitui. Leitura complementar Para aprofundar este tópico, você deve fazer a leitura das Considerações Gerais, do Capítulo 5, do livro de Barros e Lehfeld (2007), em nossa biblioteca virtual, da página 67 à 68. Essa leitura é fundamental para iniciarmos nossos estudos sobre o MÉTODO CIENTÍFICO e como a metodologia científica é funda- mental para a produção do conhecimento científico. Palavras do Professor Depois destas importantes leituras dos capítulos indicados que você fez em seu livro-texto e no livro de Barros e Lehfeld (2007), fica bem fácil compreender qual a relação que existe entre a metodologia e o estudo dos métodos, não é? Você já percebeu que a metodologia é a disciplina que estuda os métodos e que, como disciplina, a metodologia tem uma relação direta com a ciência e a produção do conhecimento científico, pois todas as vezes que falamos sobre estudos acadêmicos e científicos nos deparamos com a metodologia pois, para produzirmos e adquirirmos conhecimento científico, nós precisamos de métodos que nos permitam atingir estes conhecimentos de maneira organizada, sistemática e verificável, não é? Leitura complementar Muito bem, você pode compreender melhor esta relação entre a ciência e a metodologia fazen- do a leitura do capítulo 04, do livro de Barros e Lehfeld, da página 49 à página 56. Você viu, nesta leitura, que a ciência tem a ver com estudos e processos metodológicos, com métodos que nos ajudam a compreender melhor a natureza, os fatos e os fenômenos, através de vários métodos, como experimentação, indução, dedução etc. Assim, você já compreendeu que, na medida em que a humanidade vai desenvolvendo sua capacidade de explicar os fatos, os fenômenos e a realidade, a ciência vai se desenvolvendo e exigindo o surgimento de uma ciência ou disciplina que estude e organize os procedimentos através dos quais a humanidade produz o conhecimento científico. Esta ciência ou disciplina é exatamente a METODOLOGIA CIENTÍFICA que surge com o próprio método científico, na idade média, a partir do século XVII. 4 Veja o vídeo! A metodologia científica passa, então, a se preocupar com os métodos científicos e suas explicações sobre os fenômenos da realidade. Que tal você assistir a este vídeo de aproximadamente 3 minutos que vai mostrar-lhe os objetivos da metodologia científica? Vamos ao vídeo? https://www.youtube.com/watch?v=FIeW1jy0fr8 E aí? Deu para compreender? Então, também através deste vídeo, o que é a metodologia científica e quais os seus objetivos, o que nos permite continuar nossos estudos em busca de uma melhor compreensão sobre os métodos. Mas, antes, vamos relembrar a ideia do PARADIGMA, como uma espécie de realização científica que é reconhecida universalmente. Palavras do Professor Caro(a) estudante, porque é importante compreendermos o significado do PARADIGMA? Porque ele é um conjunto de explicações sobre determinados fenômenos que serve como referência explicativa universal. Ou seja, quando, no mundo, pesquisadores e pesquisadoras vão estudar determinados fenômenos, se- jam nas ciências humanas, físicas etc., partem de um paradigma para nortear seus estudos. São alguns exemplos de PARADIGMA: na Física, a teoria de Isaac Newton ou a Lei da Relatividade de Einstein. Nas ciênciashumanas e sociais, o paradigma do funcionalismo é considerado até hoje, como modelo que explica o funcionamento das sociedades, por exemplo, a partir de seu funcionamento ou das funções que elas exercem na vida dos seres humanos. O fundador do conceito de PARADIGMA foi o historiador norte-americano Thomas Kuhn. Em seu livro “A estrutura das Revoluções Científicas”, ele explica: paradigmas são as realizações cientificas universalmente reconhecidas que, durante algum tempo, fornecem problemas”(Kuhn,e1991,soluções p.13)modelares para uma comu- nidade de praticantes de uma ciência. Isto significa também que na sua área de conhe- cimento, e ao longo de sua formação universitá- ria, você vai se deparar com vários paradigmas que são próprios da ciência que você estuda. Al- guns ainda são seguidos, estão vigentes; outros já foram superados, mas nos indicam o desen- volvimento da sua ciência. http://criticanarede.com/books/revcientificas.png 5 Bem, agora você já está pronto(a), para iniciar os estudos sobre o MÉTODO! Vamos, então, à principal pergunta: O que é MÉTODO? De acordo com o seu livro-texto, no subcapítulo “Método”, primeiro vê-se o método em sua forma semântica. Ou seja, em seu significado. Assim, a palavra método significa caminho e vem do grego methodos. Caro(a) estudante, de forma geral, significa um caminho para se chegar a determinados objetivos. Na verdade, nesse sentido mais amplo, todos nós adotamos métodos em todas as fases e ocasiões de nossas vidas cotidianas. Todos os dias, nós organizamos nossa vida e desenvolvemos nossos métodos para o nosso dia a dia. Assim, quando dizemos que alguém é metódico, estamos querendo dizer que esta pessoa é organizada em sua maneira de encaminhar sua vida e suas necessidades, dando mais organização às suas ações. Mas o método de que estamos falando no campo da Metodologia Científica é diferente dos métodos que adotamos em nosso cotidiano, embora se aplique à mesma exigência: um tipo de artifício através do qual nós organizamos alguma coisa, alguma atividade. Na metodologia científica, o método é um conjunto de técnicas e procedimentos que são utilizados para a construção do conhecimento científico. Ou seja, o método científico é uma estrutura técnica de organização para obter-se o conhecimento científico, um conhecimento que é próprio da ciência e de suas descobertas. Um conhecimento que nos permite estudar e pesquisar os fatos e fenômenos através de uma organização técnica específica. Observe a figura abaixo. Ela nos dá uma visão sobre como devemos nos utilizar do método no campo da ciência. A figura é representativa do método da experimentação. Mas a ciência se utiliza de outros mé- todos de pesquisa. Fonte: Adaptação do autor Bem, agora já podemos entender que o método científico tem a ver com técnicas, procedimentos e regras. Mas para que tantas exigências? Ora, para que o resultado das pesquisas científicas tenha validade científica, pois esse resultado deve ser fruto da sistematização, organização e racionalização do processo de produção do conhecimento científico, diferenciando-se dos “achismos” do conhecimento empírico e da fé do conhecimento religioso, pois, neste campo, estaremos sempre em uma dimensão pessoal e não científica, certo? 6 Para Resumir Vamos aproveitar para falar, inclusive, sobre a questão da racionalização no mundo da ciência. Vamos lembrar, mais uma vez, de René Descartes, o filósofo e matemático francês, do século XVII, que criou o método dedutivo, que veremos mais adiante. Ora, todos nós conhecemos a máxima conclusão a que chegou Descartes, quando observou que os seres humanos têm como principal característica da espécie a capa-cidade de raciocínio. Foi a partir daí que o mesmo formulou a célebre frase: “Penso, logo existo!”. Fonte: http://sereduc.com/0Z6yzO Assim, não somente para Descartes, mas para toda a humanidade, pensar é a primeira e fundamental condição para a produção do conhecimento humano. Mas, quando chegamos ao conhecimento científico, temos que pensar com a razão que gera a racionalidade que, por sua vez, através dos métodos, gera o conhecimento científico, pois somente podemos utilizar da razão científica através dos métodos. Temos, então, outro tipo de método que é o método racional, muito utilizado no campo da filosofia. Acesse o Ambiente Virtual Bem, agora, vamos mostrar um pouco da história do método. Quando e quem o fez surgir, na história da humanidade. Para uma melhor compreensão deste tópico, sugerimos a releitura do seu livro-texto, no subcapítulo “O método científico e os grandes pensadores”, da página 38 à 42, ok? Então, na sua releitura, você deve ter percebido que, embora as ciências, de um modo geral, tenham experimentado um grande progresso nas idades moderna e contemporânea, a preocupação com a ra- cionalização e a sistematização das pesquisas e descobertas sobre os vários aspectos que envolvem a humanidade iniciou-se na Grécia, antes mesmo da Era Cristã, com a filosofia de Aristóteles, Platão e Só- 7 crates. Mas foi a partir do Renascimento, como vimos na Unidade 1, que os estudos sobre a humanidade se intensificaram em todas as áreas, sobretudo a Física, a Química, a Medicina e a Filosofia. Assim, vamos dar ênfase ao período que compreende o Renascimento até à idade moderna, para con- tarmos a você a história dos métodos e dos grandes pensadores que ajudaram a construir a história da ciência no mundo. Nossa história seguirá os passos do seu livro-texto, nas páginas anteriormente sugeridas (da página 38 à página 42). Tomás de Aquino, o Teólogo E, assim, vamos começar com o teólogo italiano Tomás de Aquino (1225-1274), o mais importante filósofo da Igreja Católica. Baseado em estudos do filósofo grego Aristóteles, Aquino inaugurou a discussão sobre a diferença entre a ciência e a religião, afirmando que a fé e a razão não se opõem, mas se complementam na busca de Deus. Não nos esqueçamos de que Aquino era um teólogo. Segundo ele, para a compreensão da fé existia a Teologia, e para a compreensão da razão existia a Filosofia. Assim, Aquino vai inaugurar a divi- são entre as coisas de Deus e as coisas dos homens, mas tudo como obra divina, de Deus, tanto a fé, quanto a razão. Assim, o teólogo Tomás de Aquino legitima a divisão entre estas duas áreas da experiência humana, permitindo que a Igreja fosse mais tolerante quanto às pesquisas e descobertas, naquele período. Fonte: http://portalconservador.com/wp-content/uploads/2014/05/San_ Tommaso_dAquino_AH.jpg Copérnico, Galileu e Kepler Vamos seguir nosso trajeto histórico em busca da ciência com os matemáticos e físicos Copérnico, Galileu e Kepler. É Nicolau Copérnico que, como astrônomo polonês, vai impulsionar as descobertas na Idade Média através da sua teoria heliocêntrica, defendendo que o sol era o centro do universo e não a terra, como queria o grego Ptolomeu. Depois desta revolução física, outros estudiosos impulsionaram muito mais os estudos sobre a Física e a Matemática, na Idade Média, até criarem as bases da ciência moderna. O mais importante deles é Galileu Galilei (1564-1642), matemático, físico e astrônomo italiano, foi um dos primeiros estudiosos a desenvolver grandes e complexas teorias e cálculos para explicar o movimento físico dos corpos, criando a Lei dos Corpos, o princípio da inércia e muitos outros cálculos que, até hoje, 8 são utilizados nas ciências físicas e em campos importantes da Engenharia, por exemplo. Mas a criação do telescópio foi extraordinariamente importante para as observações sobre o espaço, já naquela época. E essas observações passaram a ser uma forma expressiva de garantir a validade das descobertas por esses estudiosos. Aqui nasceu a observação como uma maneira científica de garantir a legitimidade das teorias. Aqui nasceram os métodosda experimentação e da observação, como técnicas e procedimentos válidos para os conhecimentos científicos da época. O telescópio de Galileu Fonte: http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=34363&op=all Bem, a partir, então, da leitura do seu livro-texto, da unidade 2, você já viu que foi Galileu quem iniciou a sistematização das regras para se estudar qualquer fenômeno físico e foi ele também quem inaugurou o chamado método de indução experimental. Na página 39 do seu livro-texto você dispõe de uma figura que explica bem as etapas deste método. Mas, antes de comentar esta figura, vamos entender o próprio nome do método. Vamos fazer o seguinte: vamos separar cada palavra do método e explicá-la, ok? Como neste infográfico: 9 Para Resumir Resumindo, este método sugeria que, para a identificação de um fenômeno, deve-se observar e descobrir seus aspectos particulares, fazer as experiências necessárias para provar estes aspectos e, por fim, obter a explicação provável para um fenômeno que pode ser generalizado, posteriormente. Após todas as descobertas de Galileu, por meio de suas observações astrofísicas, Képler, matemático alemão (1571-1630), vai também contribuir para o desenvolvimento da matemática e da astronomia, através das chamadas leis de Képler. Embora a Igreja Católica não admitisse tais avanços e punisse estes estudiosos, o caminho para o desenvolvimento científico já estava historicamente traçado e não voltaria mais atrás. Pelo contrário, a partir de René Descartes, Francis Bacon e outros, o progresso científico se intensifica, com adoção dos métodos como exigência fundamental para a validação científica de toda e qualquer descoberta e inovação, seja científica ou tecnológica. Lembra-se da REVOLUÇÃO CIENTÍFICA e da REVOLUÇÃO INDUSTRIAL estudadas na unidade 1? Pois é, foram os métodos científicos que permiti- ram a realização de todas estas descobertas tão importantes para os seres humanos. Após as contribuições de Copérnico, Galileu, Képler e outros, Isaac Newton propôs a utilização do método experimental para comprovar as descobertas científicas. Atualmente, o método experimental é conhecido como método hipotético-dedutivo, que afirma que as hipóteses somente são verdadeiras quando provar- mos sua validade através de observação e experimentos. Veja o vídeo! Agora podemos e devemos dar uma olhadinha neste vídeo que nos conta a história destes grandes es- tudiosos. O vídeo tem duração de 3 minutos e 40 segundo. Vamos ao vídeo? https://www.youtube.com/watch?v=psrmWkNHcCg Bem, vamos seguir em nosso estudo demonstrando os principais métodos utilizados no mundo da ciência. Descartes e o método DEDUTIVO: Como vimos anteriormente, o filósofo francês René Descartes sistematiza o método dedutivo, baseado em estudos aristotélicos. DEDUÇÃO vem do latim deducere e significa tirar conclusões de um princípio, de uma proposição ou suposição (http://conceito.de/metodo-dedutivo). Observe o infográfico abaixo: 10 Francis Bacon e o método INDuTIVO Francis Bacon (1561-1626) foi considerado por muitos como o fundador da ciência moderna, a partir da sistematização do método indutivo. Para Bacon, os fenômenos naturais devem ser estudados levando-se em consideração seus aspectos específicos. Mas não somente com ideias sobre estes fenômenos, mas com OBSERVAÇÃO e EXPERIMENTAÇÃO, duas atitudes e regras fundamentais para a verificação da vali- dade da explicação sobre um fenômeno. Observe o infográfico a seguir: 11 No caso dos métodos DEDUTIVO e INDUTIVO, podemos também utilizar a seguinte representação: Karl Popper e o Método Hipotético-Dedutivo O método hipotético-dedutivo foi sistematizado metodicamente por Popper, tomando como base o prin- cípio de falseamento das teorias. Ou seja, para Popper uma teoria somente tem validade enquanto outra não a supere e a torne falsa. Para ele, o confronto permanente entre as teorias é o que confere validade ao conhecimento científico como um todo. Karl Marx e o Método Dialético Na verdade, o método dialético não foi uma proposição original do cientista político alemão Karl Marx. O método dialético foi pensado na Grécia, por Sócrates, por exemplo, que já chamava a atenção para as contradições do que pensamos ser verdade. O próprio Sócrates perguntava: O que é a verdade? O filósofo Alemão Hegel vai retomar a ideia da dialé- tica, apontando as contradições que existem na natureza, afirmando que o novo nasce das contradições do velho e que a natureza é composta por um movimento constante entre a tese (fenômeno afirmado), a antítese (o fenômeno negado) e a síntese (o surgimento de um novo fenômeno). Assim, embora Marx não tenha inaugurado o método dialético, é ele quem vai dar a sistematização me- tódica do mesmo através de algumas leis que fazem parte da lógica deste método: a dialética não está apenas na natureza. Ela está na natureza e na história dos homens, na luta dos contrários, na luta entre a tese e a antítese, pois somente assim, nesta luta, surge o novo, a síntese de todo e qualquer fenômeno seja natural ou histórico-social. Edmund Husserl e o Método Fenomenológico Uma das últimas contribuições da filosofia moderna para o estudo dos métodos vem do filósofo alemão Edmund Husserl. Seu método fenomenológico defende que, independente da natureza do fenômeno e da forma como se descobre um fenômeno, o mesmo deve ser interpretado pelo pesquisador ou pesquisado- ra. Ou seja, os fenômenos também devem ser interpretados por seus diferentes aspectos. Olhe a figura abaixo. Ela resume bem as características dos métodos: 12 Fonte: http://sereduc.com/yUKlpT Veja o vídeo! Agora, vamos aos recursos didáticos para aprofundarmos este assunto. Vamos fazer uma leitura sobre os métodos e vamos também assistir a um vídeo bem atual sobre esta discussão, ok? Em seguida para leitura, vamos a nossa biblioteca virtual. O livro é Metodologia Científica, de Aidil Barros e Neide Lehfeld, no capítulo 5, da página 73 à página 79. E o vídeo, de 16 minutos e 18 segundos, que está disponibilizado no seguinte endereço: https://www.youtube.com/watch?v=7gIYUOWKAWY. TIPOS DE PESQuISA Muito bem, agora, vamos iniciar nossa conversa sobre os TIPOS DE PESQUISA, pois já deve estar claro para você que todos os nossos estudos têm como objetivo compreender como a humanidade produz o co- nhecimento científico e como desenvolvemos pesquisas sobre os diversos aspectos da vida humana, ok? Leitura complementar Bem, é bom começarmos falando sobre o que é PESQUISA, não? Para isto, preciso que você volte ao seu livro-texto, da página 45 à página 56, onde se fala sobre os tipos de pesquisa e as técnicas de pesquisa. Vamos, então, ao conceito? 13 Caro(a) aluno(a), pesquisar significa obter conhecimento sobre um determinado fenômeno. Podemos pes- quisar situações diversas em nosso cotidiano, como os preços de alguns produtos ou qual a melhor forma de nos vestirmos para uma solenidade. Mas a pesquisa que nos interessa aqui não é qualquer pesquisa. Trata-se da pesquisa que busca a solução de problemas para a humanidade em geral ou para setores específicos da humanidade. Estamos, então, falando da PESQUISA CIENTÍFICA, que será sempre desenvolvida através dos vários métodos científicos. Gil (1996, p. 19 apud CASARIN e CASARIN, 2011, p. 29) afirma que PESQUISA é um “procedimento racio- nal e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos”. Ou seja, a pesquisa é uma atividade própria da ciência porque exige racionalização, sistematização e método. Palavras do Professor Mas para que pesquisar? Acabamos de ver o porquê da pesquisa: para trazer soluções a todos os pro- blemas da vida das espécies humana, animal, vegetal etc. Em nossas vidas cotidianas temos inúmeros tipos de problemas: de saúde, de moradia, de mobilidade, na economia,na política, na sociedade e outros tantos. Se formos tentar resolvê-los apenas com nossa vontade e intuição, provavelmente produziremos outros problemas. Mas, quando usamos a ciência para resolver a maior parte de nossos problemas, vemos como as soluções são mais eficazes e duradouras. Assim, você pode imaginar, a partir dos estudos que está fazendo, que existe uma relação bem conexa entre a metodologia científica, onde aprender o que é e como utilizar os métodos, e a pesquisa, que somente pode ser desenvolvida com a utilização de métodos e técnicas, não é? Sobre a pesquisa, então, vamos dar uma paradinha nesta conversa, para que você possa fazer algumas leituras e assistir a um vídeo, ok? Leitura complementar Leitura: Biblioteca virtual, livro de Helen e Samuel Casarin, da página 27 à página 29. Vídeo, de 1 minuto e 59 segundos: https://www.youtube.com/watch?v=Zcy04Bep0wM 14 Palavras do Professor Então, já está bem claro para você o que é PESQUISA. Agora, vamos ver como a metodologia científica classifica a pesquisa. Vamos fazer um gráfico para você entender melhor! A pesquisa pode ser classificada quanto à: Fonte: Adaptação do autor Quanto à finalidade, a pesquisa pode ser APLICADA ou BÁSICA 15 Quanto à abordagem do objeto de estudo, a pesquisa pode ser QUANTITATIVA e/ou QUALITATIVA: Fonte: http://www.ipot.com.br/pesquisa-opiniao/wp-content/uploads/2011/02/pesquisa-opiniao.jpg Quanto aos objetivos, a pesquisa pode ser EXPLORATÓRIA, DESCRITIVA e EXPLI-CATIVA. Quanto aos procedimentos técnicos, a pesquisa pode ser de vários tipos: bibliográfica, documental, ex- perimental etc. Observe o quadro a seguir. Ele faz um bom resumo sobre a classificação e os tipos de pesquisa: 16 Fonte: http://entendeudireito.blogspot.com.br/2011/09/tipos-de-pesquisa-metodologia.html Bom meu caro(a), continuando nossos estudos, vamos agora, para os tipos de técnicas de pesquisa. Deve- mos lembrar a você que, quando estamos estudando um determinado objeto de estudo (unidade 1) ou um determinado fenômeno, podemos nos utilizar de vários tipos de pesquisa, desde que a escolha de nossa metodologia nos mostre a viabilidade desta utilização complementar, ok? São os objetivos da pesquisa e suas hipóteses que vão determinar que tipo de método e pesquisa você deve desenvolver para a conse- cução dos resultados pretendidos. Acesse o Ambiente Virtual Vamos dar uma paradinha para a releitura do seu livro-texto, do capítulo da unidade 2, sobre as técnicas de pesquisa, da página 51 à 56. Então, vamos lá! As técnicas de pesquisa são os procedimentos técnicos através dos quais buscamos os dados referentes ao objeto ou fenômeno estudado. Ou seja, as técnicas de pesquisa têm uma relação direta com os dados da pesquisa e de como podemos ter acesso a eles ou como devemos fazer seu levan- tamento. Para isto, a metodologia científica apresenta as técnicas de pesquisa em fontes diretas e fontes 17 indiretas. Observe os infográficos abaixo: Fonte: Adaptação do autor FONTES DIRETAS >> Observação: sistemática, assistemática, participante, não participante, individual, em campo ou laboratório >> Entrevista: padronizada, não padronizada,painel. >> Questionário: perguntas abertas ou fechadas; contato dire- to ou indireto com os entrevistados (correio, e-mail, etc) FONTES INDIRETAS >> Documental: a partir de documentos impressos, fotográfi- cos, digitalizados etc. >> Bibliográfica: através de livro impressos ou e-books. 18 Elementos de estatísticas Nas páginas 57 a 59, do seu livro-texto, o autor fala sobre os elementos estatísticos que podem envolver uma pesquisa. Trata-se de um tipo de pesquisa que é estatística e que vai levar em consideração os aspectos quantitativos da pesquisa, a partir de sua classificação, codificação e tabulação dos dados. As etapas de desenvolvimento dos estudos estatísticos ficam bem claras neste subcapítulo. Você deve pro- ceder à releitura dele, ok? A estatística é um ramo da matemática aplicada que tem como objetivo coletar, organizar, descrever, analisar e interpretar dados quantitativos para tomada de decisões. Na estatística, os dados coletados podem ser representados graficamente. Uma destas apresentações são as tabulações de dados, que podem apresentar diversas formas. Observe o gráfico abaixo. Este gráfico representa um levantamento sobre materiais de construção, em forma de tabulação: Palavras do Professor Caro(a) aluno(a) para fecharmos nossa unidade 2, que tal você dar uma olhadinha neste blog sobre como tabular uma pesquisa. Certamente, você aprenderá mais sobre este assunto. O seu GUIA DE ESTUDO está repleto de conhecimentos e recursos didáticos sobre a metodologia cientí- fica e os métodos, bem como os tipos e técnicas de pesquisa e os elementos estatísticos. Aproveite esta riqueza de conhecimentos e informações e tenha um excelente estudo! Nos veremos em breve e até a próxima unidade ! 19 Referências Bibliográficas AMADO, Cervo; SERVIAN, Pedro; DA SILVA, Roberto. Metodologia científica. 6ª edi- ção. São Paulo PEARSON Prentice Hall, 2007. BARROS, Aidil J. da S. e LEHFELD, Neide Aparecida. Fundamentos de metodologia científica. 3ª edição. São Paulo: PEARSON Prentice Hall, 2007. CASARIN, Helen de C. S. e CASARIN, Samuel. Pesquisa científica – da teoria à prá-tica. Curitiba: Editora IBPEx, 2011. MASCARENHAS, Sidnei A. Metodologia científica. São Paulo: PEARSON Education Brasil, 2012. page5 page7 page9 page13 page15 page17 page21 page23 page25 page27 page29 page31 page39
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