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Análise Textual Aula 8

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Aula 8 – Raciocínio Argumentativo
Em aulas anteriores, já tratamos do discurso argumentativo e do discurso dissertativo. Mas ainda precisamos mergulhar na estrutura da construção de tais textos, para que possamos exercitar a capacidade de leitura e entendimento. Logo, esta aula vai tratar da organização do raciocínio argumentativo, ou seja, o que torna um texto, com uma organização específica, ser reconhecido como um texto que defende uma ideia, que apresenta argumentos, tenta persuadir, etc. 
Um pingo de filosofia: raciocínio indutivo
Muitas vezes, para formularmos um ponto de vista, uma opinião, precisamos analisar diversas situações que nos levam a uma conclusão (tese). Nesse caso, estamos tratando de um raciocínio indutivo. A Indução é o princípio lógico segundo o qual se deve partir das partes para o todo. Ou seja, ao fazer uma pesquisa, deve-se ir coletando casos particulares e, depois de certo número de casos, pode-se generalizar, afirmando que sempre que a situação se repetir o resultado será o mesmo. 
A base desse princípio, portanto, é a experimentação. 
Um pingo de filosofia: raciocínio dedutivo
Por outro lado, também podemos ter uma ideia geral, uma visão geral sob um determinado tema, que será comprovada a partir da verificação de alguns casos particulares. Nesse caso, estamos tratando de um raciocínio dedutivo. A dedução é o princípio lógico segundo o qual devemos partir do geral para o particular. Assim, devemos primeiro criar uma lei geral e depois observar casos particulares e verificar se essa lei não se contradiz. Para os adeptos da dedução, o cientista não precisa de mil provas indutivas. Basta uma única prova dedutiva para que a lei possa ser considerada válida. 
A base desse princípio, portanto, é a observação. 
Mas o que isso tem a ver com Argumentação? 
Um argumento é um conjunto de afirmações encadeadas de tal forma que se pretende que uma delas, a que chamamos a conclusão (ou tese), seja apoiada por outras afirmações (os argumentos propriamente ditos). 
A diferença mais importante entre um argumento e um raciocínio é que em um argumento pretendemos persuadir alguém de que a conclusão é verdadeira, ao passo que em um raciocínio queremos apenas saber se uma determinada conclusão pode ser justificada ou não por um determinado conjunto de afirmações. Sempre que argumentamos, temos o intuito de convencer alguém a pensar como nós. No momento da construção textual, os argumentos são essenciais, esses serão as provas que apresentaremos, com o propósito de defender nossa ideia e convencer o leitor de que essa é a correta. Para tal, muitas vezes precisamos usar a lógica indutiva e/ou dedutiva para formularmos nossos argumentos, bem como usar outras estratégias. 
Tipos de argumento mais comuns: 
Argumento de autoridade – A conclusão se sustenta pela citação de uma fonte confiável, que pode ser um especialista no assunto, dados de uma instituição de pesquisa ou uma frase dita por uma autoridade. 
Argumento por causa e consequência – A tese é comprovada por relações de causa e efeito. Argumento da exemplificação / ilustração – A tese é defendida com o relato de um exemplo real. Esse recurso é usado quando a tese carece de maiores esclarecimentos por ser muito teórica. 
Argumento de provas concretas ou senso comum – A tese é defendida por meio de informações extraídas da realidade, tais como dados estatísticos ou fatos de domínio público.
A contra-argumentação. 
A contra-argumentação nada mais é que uma nova argumentação em que se procura desmontar um raciocínio anteriormente apresentado. Uma forma bastante eficaz de se contra argumentar é utilizar o senso comum (aquilo que as pessoas usam no seu cotidiano; o que é natural e fácil de entender, o que elas pensam que sejam verdades, geralmente porque ouviram de alguém, que também ouviu de alguém).
 
Aula 8 (cópia dos slides)
Raciocínio indutivo
O raciocínio indutivo parte de premissas para chegar a uma conclusão.
Premissas são proposições, afirmativas que servem de base para uma conclusão.
exemplo: 
o ferro conduz eletricidade
o ferro é metal
o ouro conduz eletricidade
o ouro é metal
o cobre conduz eletricidade
o cobre é metal
logo os metais conduzem eletricidade. 
Podemos deduzir que o raciocínio indutivo resulta de inferências e conclusões a partir de premissas baseadas no real, exatamente para ser construída a conclusão.
Se as premissas não fossem baseadas no real, a conclusão poderia vir pronta. 
Como podemos montar um raciocínio argumentativo baseado na indução a partir da figura a seguir?
Raciocínio dedutivo
raciocínio que faz uso da dedução para obter uma conclusão a respeito de determinada (s) premissa(s).
os raciocínios dedutivos se caracterizam por apresentar conclusões que devem, necessariamente, ser verdadeiras caso todas as premissas sejam verdadeiras.
Exemplo
todos os homens são mortais - premissa 1
Sócrates é homem - premissa 2
logo, Sócrates é mortal - premissa conclusão
Silogismo 
Silogismo: "raciocínio";. Aristóteles designou silogismo a argumentação lógica perfeita, constituída de três proposições declarativas que se conectam de tal modo que a partir das primeiras duas, chamadas premissas, é possível deduzir uma conclusão. 
O exemplo anterior pode ser utilizado para ilustrar a noção de silogismo.
Note que a conclusão só pode ser deduzida a partir das premissas existentes.
A conclusão por dedução é extraída a partir de premissas
A conclusão por indução é construída a partir de particularidades para chegar a uma espécie de ideia geral.
Nos dois tipos de raciocínio, necessitamos de fazer inferências, porém na dedução as inferências são organizadas a partir das premissas, a conclusão é dependente das premissas. se houver premissas falsas, corre-se o risco de haver conclusão falsa.
Na indução as inferências são organizadas a partir do real. pode-se dizer que se examina a informação específica para se chegar à generalização. 
Argumento
Baseado na lógica (ciência do raciocínio), um argumento é um conjunto de uma ou mais proposições ou premissas juntamente com outra conhecida como conclusão.
Um argumento dedutivo afirma que a verdade de uma conclusão é uma consequência lógica das premissas que o antecedem.
Um argumento indutivo afirma que a verdade da conclusão é apenas apoiada pelas premissas.
Argumentação informal - linguagem informal 
Argumentação formal - linguagem formal - 
Inferências - deduções a partir das situações. 
TIPOS DE ARGUMENTO:
ARGUMENTO DE AUTORIDADE: a conclusão é sustentada pela citação de uma fonte confiável: especialista no assunto, dados de pesquisa, pensamento de alguém com representatividade social respeitável, líder ou político, algum artista famoso ou algum pensador, enfim, uma autoridade no assunto abordado. 
EXEMPLO :
O cinema nacional conquistou nos últimos anos qualidade e faturamento nunca vistos antes. “Uma câmera na mão e uma ideia na cabeça” - a famosa frase-conceito do diretor Gláuber Rocha – virou uma fórmula eficiente para explicar os R$ 130 milhões que o cinema brasileiro faturou no ano passado. (Adaptado de Época, 14/04/2004)
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ARGUMENTO POR CAUSA E CONSEQÜÊNCIA: 
Para comprovar uma tese, você pode buscar as relações de causa (os motivos, os porquês) e de consequência (os efeitos). 
EXEMPLO: 
 
Ao se desesperar num congestionamento em São Paulo, daqueles em que o automóvel não se move nem quando o sinal está verde, o indivíduo deve saber que, por trás de sua irritação crônica e cotidiana, está uma monumental ignorância histórica.
São Paulo só chegou a esse caos porque um seleto grupo de dirigentes decidiu, no início do século, que não deveríamos ter metrô. Como cresce dia a dia o número de veículos, a tendência é piorar ainda mais o congestionamento – o que leva técnicosa preverem como inevitável a implantação de perigos. (Adaptado de Folha de S. Paulo. 01/10/2000)
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ARGUMENTO DE EXEMPLIFICAÇÃO OU ILUSTRAÇÃO: 
a exemplificação consiste no relato de um pequeno fato (real ou fictício). esse recurso argumentativo é amplamente utilizado quando a tese defendida é muito teórica e necessita de esclarecimentos com dados concretos. 
EXEMPLO:
A condescendência com que os brasileiros têm convivido com a corrupção não é propriamente algo que fale bem de nosso caráter. Conviver e condescender com a corrupção não é, contudo, praticá-la, como queria um líder empresarial que assegurava sermos todos corruptos.Somos mesmo? máquina, papel e tempo que deveriam servir à instituição. Os chefes justificam esses pequenos Os chefes justificam esses pequenos desvios com a alegação de que os salários públicos são baixos. 
Assim, estabelece-se um pacto: o chefe não luta por melhores salários de seus funcionários, enquanto estes, por sua vez, não “funcionam”. O outro exemplo é o do policial que entra na padaria do bairro em que faz ronda e toma de graça um café com coxinha. Em troca, garante proteção extra ao estabelecimento comercial, o que inclui, eventualmente, a liquidação física de algum ladrão pé-de-chinelo. (Jaime Pinksky/Luzia Nagib Eluf.. Brasileiro(a) é Assim Mesmo, Ed.Contexto)
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Argumento de Provas Concretas ou Princípio: 
Ao empregarmos os argumentos baseados em provas concretas, buscamos evidenciar nossa tese por meio de informações concretas, extraídas da realidade 
EXEMPLO: 
São expedientes bem eficientes, pois, diante de fatos, não há o que questionar...
No caso do Brasil, homicídios estão assumindo uma dimensão terrivelmente grave. De acordo com os mais recentes dados divulgados pelo IBGE, sua taxa mais que dobrou ao longo dos últimos 20 anos, tendo chegado à absurda cifra anual de 27 por mil habitantes. Entre homens jovens (de 15 a 24 anos), o índice sobe a incríveis 95,6 por mil habitantes. (Folha de S. Paulo. 14/04/2004)
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Resumindo os pontos abordados:
Raciocínio argumentativo
Raciocínio dedutivo
- Silogismo, premissas
- Raciocínio indutivo
- Argumento e tipos de argumento

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