Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ORIGEM DAS ESPÉCIES: AS CONTRIBUIÇÕES DE DARWIN E LAMARCK Acadêmicos PRESIDENTE PRUDENTE 2017 ORIGEM DAS ESPÉCIES: AS CONTRIBUIÇÕES DE DARWIN E LAMARCK PRESIDENTE PRUDENTE 2017 Sumário Introdução 4 2 Lamarck e suas contribuições 4 Críticas ao Lamarckismo 5 Darwin e suas contribuições 5 Neodarwinismo 6 Lamarck Versus Darwin 7 Conclusão 8 Referências 9 3 Introdução O homem desde a percepção de sua existência como ser racional buscou compreender como surgiram as formas de vida na terra e como as milhares e diferentes espécies se adaptavam ao mesmo meio ou as adversidades. Na busca pelo conhecimento da evolução da vida surgiram como especialistas na história Jean Baptiste de Lamarck e Charles Darwin, percursores em Teorias da evolução até hoje discutidas, questionadas e base de inúmeros estudos de evolucionismo. Hoje os numerosos estudos sobre evolução, comprovam que muitos dos animais descendem de ancestrais comuns, sofrendo alterações conforme o meio e as condições em que viviam. O presente trabalho tem por objetivo expor as ideias de Lamarck e Darwin e constatar suas semelhanças e diferenças, além de mostrar os pontos assertivos das teorias de ambos e o que contribuíram no desenvolvimento das espécies como conhecemos hoje, além dos pontos que inviabilizaram parte das mesmas. Assim através de comparações de ambas as teorias e estudos embasados nas mesmas, obter uma teoria mais bem conceituada sobre a evolução das espécies, mais verazes com base no conhecimento contemporâneo. Lamarck e suas contribuições Lamarck colaborou para o pensamento evolucionista pois percebeu algo além da influência passiva do meio ambiente nos organismos. Ele entendeu que mudando o meio ambiente, mudam as necessidades dos indivíduos, que por sua vez alteram os comportamentos para atender às estas novas necessidades. Estas mudanças de comportamento alteram o uso de determinadas estruturas anatômicas, ou órgãos, que podem crescer ou atrofiar, dependendo do uso. Esse conceito ficou conhecido como uso e desuso como publicado em seu livro "Filosofia Zoológica"; já o segundo princípio, a herança de características adquiridas, versava que estas características alteradas pelo uso e desuso seriam hereditárias. Lamarck enxergava na evolução um processo contínuo e crescente de complexidade, ou seja conforme os seres vão evoluindo eles tornam-se cada vez mais complexos e perfeitos. 4 Lamarck não acreditava em extinção, para ele eram apenas seres que se transformaram em espécies diferentes. Entretanto este pensamento foi refutado devido a algumas formas mais complexas de vida terem surgido antes de outras mais simples, não adequando a cadeia linear proposta por Lamarck. Críticas ao Lamarckismo A lei do uso e desuso proposta por Lamarck propõe uma verdade apenas parcial pois o habitat só pode alterar as especialidades do organismo dentro de certos limites predeterminados pelo gene. A percepção visual humana por exemplo, não aumenta com o uso dos olhos. O mais importante, porém, é que essas características não são transmitidas aos descendentes. As variações entre indivíduos dependem da informação genética e que somente essas informações e as mutações dos genes podem ser transmitidas a uma geração seguinte. August Weissman biólogo alemão conseguiu refutar as Leis de Lamarck: cortou a cauda de ratos durante várias gerações, e os seus filhotes continuavam a nascer com cauda. Assim ele conseguiu provar que a ausência da cauda não foi transmitida para outras gerações, invalidando a segunda lei de Lamarck. Outro argumento contra a teoria de Lamarck é que muitas características adquiridas são prejudiciais. É, por exemplo, o caso de doenças adquiridas ao longo da vida e das degenerações que acompanham o processo do envelhecimento. Se a lei proposta por Lamarck fosse verdadeira, deveríamos esperar uma contínua degeneração das espécies, entretanto essas doenças afetam, não o genótipo, e sim o fenótipo, e, portanto, não passam para a prole. O maior mérito de Lamarck foi seu pioneirismo. Sua tese provocou muitas discussões e permitiu que o conhecimento desses fenômenos biológico se generalizasse. Darwin e suas contribuições Charles Darwin, apresentou suas ideias sobre a evolução e a seleção natural tendo bases através experimento e observações em viagens ao redor do Mundo, por exemplo. Em cada uma das paradas da expedição, Darwin teve a oportunidade de estudar e catalogar as 5 plantas e os animais locais passando a observar padrões intrigantes na distribuição e características dos organismos. Darwinismo é o termo que faz menção aos estudos desenvolvidos por Darwin. Sua teoria esta pautada em dois pilares principais: a descendência com modificação e a seleção natural. A primeira partiu do princípio de que a evolução é um processo de divergência a partir de ancestrais comuns. Para Darwin, isso resumia a dualidade da vida: Diversidade x Uniformidade, onde diversidade se pautava nas diferenças que foram evoluindo quando espécies se ramificaram a partir dos ancestrais comuns, e a outra no parentesco das mesmas que descenderam dos ancestrais supracitados. A segunda pode ser entendida como um processo em que os indivíduos com determinadas características herdadas sobrevivem e se reproduzem com uma taxa maior, em comparação com outros indivíduos, devido a essas características. Se o ambiente se modifica, ou se os indivíduos mudam para um novo ambiente, a seleção natural talvez leve à adaptação dos organismos a essas novas condições, podendo originar novas espécies. O principal problema da teoria darwiniana foi a ausência de uma teoria que explicasse a origem e a transmissão das características favoráveis que permitiam ao organismo sobreviver e procriar. Devido à escassez de conhecimentos, Darwin não sabia explicar, como novos indivíduos poderiam surgir, visto que os genes, a mutação e a recombinação genética, resultante da meiose e da fecundação no processo de reprodução, não eram conhecidos na época. Neodarwinismo Também conhecida como teoria sintética, demonstra que a evolução foi uma junção de fatores como a seleção natural, mutação e recombinação gênica, ampliando a compreensão da natureza. Um ponto de fragilidade do trabalho de Darwin, era o processo de surgimento de variabilidade dos seres vivos. Esse assunto é explicado pela genética, que efetivamente começa a existir para o mundo em 1900, com a redescoberta dos trabalhosde Mendel, 6 considerado o pai da genética, cujos trabalhos permaneceram desconhecidos durante a sua vida. A redescoberta dos trabalhos de Mendel foi realizada pelo geneticista Thomas Morgan, que foi responsável pela introdução dos estudos abordando a relação entre a mutação genética dos indivíduos e a seleção natural pelo meio ambiente. Imagem 1 – Fluxograma Neodarwinismo Fonte: DE BRITTO, Elias Avancini. Biologia 1. 1ª ed. São Paulo: Editora Poliedro, 2015. O ambiente atua sobre o organismo portador da mutação pela seleção natural, assim, mutações favoráveis são preservadas na população. Lamarck Versus Darwin Darwin e Lamarck propuseram explicações evolucionistas para o processo de adaptação dos seres vivos ao ambiente. Lamarck considerava que o ambiente gera necessidade de adaptação e desencadeia um esforço, pelo qual a espécie modifica-se e torna-se adaptada ao meio. Pode-se dizer que o mecanismo proposto por Lamarck é um processo de adaptação ativa, pois envolve esforço dos indivíduos. Darwin considera que o ambiente promove a seleção dos mais adaptados. A adaptação não é produto do esforço dos organismos; Isso significa que o mecanismo proposto pro Darwin é um processo de adaptação passiva. Exemplo: O bico longo do beija-flor é uma adaptação à obtenção de néctar contido no fundo de flores que apresentam a forma de tubo. Essa adaptação é descrita de 7 maneira diferente, segundo a visão darwinista ou lamarckista. Abaixo, tem-se o exemplo modificado de acordo com a visão lamarckista e a visão darwinista. Frase lamarckista: O beija-flor tem bico longo para alcançar o néctar do fundo das flores. Frase darwinista: O beija-flor pode alcançar o néctar do fundo das flores porque tem bico longo. Imagem A – Cadeia segundo Lamarck (A) e Darwin (B). Fonte: Evolução, o sentido da biologia – Diogo Meyer e Charbel Niño El-Hani. Imagem B – Mudança evolutiva para Lamarck e Darwin. Fonte: Evolução, o sentido da biologia – Diogo Meyer e Charbel Niño El-Hani. Conclusão Lamarck através de todo seu estudo quanto a forma de evolução dos seres vivos e através da afirmação que o organismo se adapta ao meio e transmitindo essas mudanças as 8 futuras gerações, contribui para a atual formação da teoria moderna de evolução pelo conceito de que as espécies evoluem para se adaptar ao meio onde habitam. A colaboração de Darwin para a compreensão da evolução das espécies se deu principalmente por meio da teoria que as novas características são obtidas de modo aleatório e que o habitat se encarregava de selecionar os seres que melhor se habituavam a ele. Com o avanço genético a teoria de Darwin é a que mais se aproxima da aceita na contemporaneidade. Os estudos evolutivos comprovaram que alteração em populações origina-se aleatoriamente através de mutação, recombinação genética sendo a seleção natural a incumbida por consolida-la ou não. Os genes que se alteraram são os responsáveis por determinar se as características são ou não necessárias aos seres, assim elas são repassadas ou não a seus descendentes, contribuindo para a variação e surgimento de novas espécies. Referências REECE, Jane et al. Biologia de Campbell. Tradução de Anne D. Villela et al. 10 ed. Porto Alegre: Artmed, 2015. DE BRITTO, Elias Avancini. Biologia 1. 1ª ed. São Paulo: Editora Poliedro, 2015. BRUM, Igor Vilela. Apostila de Biologia. Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF, 2014. UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO – USP. Disponível em < http://www.ib.usp.br/evolucao/inic/text2b.htm > Acesso em 10 de julho de 2017. Portal toda matéria. Disponível em < https://www.todamateria.com.br/neodarwinismo> Acesso em 17 de julho de 2017. 9
Compartilhar