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Direito II - Aula XIV - Procedimento Sumaríssimo

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Procedimento sumaríssimo
	A própria Constituição Federal estabelece a celeridade processual como um direito individual do cidadão. Inserido pela Emenda Constitucional 45, ocorrida em 2004, o inciso LXXVIII do artigo 5º da Constituição Federal, dispôs sobre esta questão: Art. 5º... LXXVIII- a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
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	Assim, tanto o legislador, quanto o Poder Judiciário devem diligenciar seus atos no sentido de tornar mais célere o processo, assegurando ao cidadão uma razoável duração de seu processo.
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	Entretanto, com o objetivo de aumentar ainda mais a celeridade do processo trabalhista, foi instituído, nos idos de 2000, com o advento da Lei 9957/2000, o Procedimento Sumaríssimo.
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	O Procedimento Sumaríssimo buscou, sobretudo, dar maior celeridade aos processos de menor complexidade, com normas que previam a redução de prazos, uma maior concentração dos atos em audiência e a restrição de recursos.
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	A primeira limitação diz respeito ao valor da causa. No procedimento sumaríssimo as causas são limitadas ao valor de até 40 salários mínimos, apurados na data do ajuizamento da reclamatória trabalhista. Também não estão sujeitas ao procedimento sumaríssimo as causas que tiverem como partes a Administração Pública Direta, autárquica e Fundacional.
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Requisitos da petição incial
	No procedimento sumaríssimo também deverão ser observadas as regras de caráter geral constantes da CLT. Assim, a petição inicial deverá atender aos requisitos estabelecidos pelo artigo 840, §1º da CLT. Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal. § 1º- Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura do reclamante ou de seu representante. 
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	Entretanto, em se tratando de procedimento sumaríssimo, existem duas ressalvas a serem realizadas.
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Citação 
	Questão importante diz respeito às citações. No procedimento sumaríssimo não se admite que seja realizado a notificação por edital. Desta forma e por expressa imposição legal, caberá ao autor (reclamante) a correta indicação do nome e endereço do réu (reclamado), sob pena de arquivamento do processo e condenação ao pagamento das custas.
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Pedido 
	O pedido deverá ser certo e determinado. Neste caso, o autor deverá indicar o seu valor correspondente, também sob pena de arquivamento da ação e sua condenação ao pagamento das custas.
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Intimação das partes e advogados
 	Constitui ônus das partes e seus procuradores informarem o correto endereço para o qual devam ser enviadas as intimações. Em se tratando de alteração no endereço, também constitui ônus da parte informá-lo, sob pena de serem consideradas válidas as intimações realizadas no endereço anteriormente informado.
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MARCAÇÃO DA AUDIENCIA
	A audiência deverá ser realizada no prazo máximo de 15 dias, contados da data do ajuizamento da Reclamatória trabalhista, estando autorizado, se necessário, a instituição de pauta especial para o cumprimento desta exigência.
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	A audiência será UNA. Também, no procedimento sumaríssimo existe a obrigação da ocorrência de tentativa de conciliação entre as partes, devendo o juiz, quando iniciada a audiência, "esclarecer as partes sobre as vantagens da conciliação" e utilizar-se de todos os "meios adequados de persuasão para a solução conciliatória do litígio".
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INCIDENTES PROCESSUAIS
	Os incidentes processuais que possam interferir no andamento do feito serão decididos de plano pelo juiz, sem interrupção da audiência. As demais questões serão decididas na sentença.
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PROVAS E DOCUMENTOS
	Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, ainda que não requeridas previamente. A parte deverá se manifestar acerca dos documentos apresentados pela parte contrária imediatamente, sem interrupção da audiência. Salvo, se a critério do juiz, for constatada a absoluta impossibilidade de fazê-lo.
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AS TESTEMUNHAS
	Diferentemente, do que ocorre no rito ordinário, o número de testemunhas é limitado até no máximo de duas para cada parte, que, neste caso, comparecerão à audiência de instrução e julgamento independentemente de intimação. A intimação somente será deferida se houver comprovação de que convidada a testemunha, esta deixou de comparecer. Uma vez intimada, havendo nova recusa ao comparecimento, poderá o juiz promover a sua condução coercitiva.
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	A perícia somente será admitida quando houver imposição legal para a sua realização ou quando a prova do fato realmente a exigir. Em ambos os caos, o juiz deverá, desde logo, nomear o perito, fixar o objeto da pericia e o prazo para a sua realização. Do laudo pericial, as partes serão intimadas a se manifestarem no prazo de cinco dias.
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INTERRUPÇÃO DE AUDIENCIA
	Quando for necessária a interrupção da audiência, o seu prosseguimento e a sua sentença deverão ocorrer no prazo máximo de trinta dias, salvo quando da ocorrência de motivo relevante, devidamente justificado nos autos pelo juiz da causa.
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ATA DE AUDIENCIA
	Na ata de audiência serão registrados resumidamente os atos essenciais, as afirmações fundamentais das partes e as informações úteis à solução da causa trazidas pela prova testemunhal.
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SENTENÇA
	Na sentença será dispensado o relatório. Neste caso, o juiz deverá mencionar os elementos de sua convicção do juízo e o resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência. Sempre que possível, o juiz adotará a decisão que reputar mais justa e equânime, atendendo aos fins sociais da lei e as exigências do bem comum.
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	Em se tratando de Recurso Ordinário, a ação que tramita no rito sumaríssimo será imediatamente distribuída no Tribunal, devendo o relator liberá-la no prazo máximo de 10 dias, para inclusão em pauta imediata. Neste caso, não há revisor. Havendo necessidade, o parecer do representante do Ministério Público será oral e em sessão de julgamento. O acórdão não terá relatório e consistirá unicamente na certidão de julgamento, com a indicação do suficiente do processo e a parte dispositiva, e das razões de decidir do voto prevalente.

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