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ESTUDOS PROCESSO CIVIL PARTE GERAL CPC: Noções gerais: Direito processual civil: é um ramo do direito que estuda as normas do poder estatal na prestação jurisdicional (relação judicial), conflituosas ou não. Objeto do processo civil: é o processo, ou seja, uma relação jurídica desencadeada por uma pretensão resistida (um motivo para a instauração da relação jurídica). Elementos: - Jurisdição: poder dever do Estado de compor o conflito. - Ação: direito autônomo de provocar a tutela jurisdicional do Estado. - Processo: instrumento da realização da jurisdição. Conceito: o processo é um conjunto de atos, devendo haver o direito do contraditório, que criam a relação jurídica que por sua vez, causa efeitos nas partes integrantes. Novo CPC: art 15: possibilita que o CPC seja usado supletivamente, quando houver alguma norma incompleta, e subsidiariamente, quando não há outra norma que regule aquele assunto, respeitando a compatibilidade. Princípio da instrumentalidade do processo: todos devem ter acesso a todas as espécies de demanda, garantidas pelo ordenamento jurídico. É por meio dele que há a efetivação dos direitos. Normas processuais civis: Art 22, CF: compete privativamente à União legislar sobre as normas processuais. Art 24, CF: compete à União, estados e municípios legislar sobre o procedimento. As normas processuais civis não retroagem e devem ser aplicadas imediatamente aos processos em curso. Processo e procedimento: Enquanto o processo é o instrumento que permite a resolução daquela pretensão por meio do exercício jurisdicional, o procedimento é a sequência de atos para esse fim. Existem dois tipos de processo: 1. Processo de conhecimento: conhecer as alegações das partes e das provas por elas produzidas, atividade cognitiva. A partir do processo de conhecimento o juiz decidirá qual das partes está com a razão, por meio da sentença. Ou seja, a cognição do procedimento busca a sentença. 2. Processo de execução: satisfação, realização, concretização do direito. Ocorre quando há uma decisão judicial que não é auto satisfativa, assim há também a necessidade de que alguém satisfaça aquela decisão. O juiz não precisa se convencer do título, pois já está declarado. Exemplo, um inadimplente. Atividade satisfativa do processo: duas espécies: a) Cumprimento de sentença: ocorre por meio de uma impugnação e deverá alegar o porquê de não ter alegado aquela prova anteriormente. b) Processo de execução: fase em que a parte pode apresentar livremente suas provas e alegações. O autor deve provar o fato constitutivo do seu direito e o réu deve provar fatos extintivos, modificativos ou impeditivos do direito do autor. Obs: o juiz pode distribuir dinamicamente o ônus da prova de acordo com a situação. Existem dois tipos de procedimento: 1. Procedimento comum, art 318, cpc: é o procedimento padrão, aplicável subsidiariamente a todas as situações, salvo disposição em contrário. 2. Procedimento especial, art 539 ao 770, cpc: se não estiver na lista, segue o procedimento comum. Princípios processuais: São normas que trazem a fundamentação do direito processual. - Princípio da celeridade processual: o processo deve ser solucionado em um tempo razoável. - Princípio da segurança jurídica: as leis que vão ser utilizadas no processo devem estar previstas no ordenamento para que seja coerente/razoável sua aplicação. - Princípio da isonomia: o judiciário deve tratar todos com igualdade, tanto de tratamento, quanto de direitos quanto aos onus e bonus. - Princípio da inafastabilidade da jurisdição: o judiciário deve receber todas as demandas que são levadas até ele sendo grave ou não (existem exceções). - Princípio da indelegabilidade: o juiz não pode delegar a terceiros a demanda competida à ele. - Princípio da imparcialidade: juiz deve ser imparcial em suas decisões. - Princípio do devido processo legal: durante a relação jurídica devem ser observadas todas as garantias fundamentais processuais. - Princípio do contraditório: direito de manifestação das partes, da participação das partes para o convencimento do juiz, não podendo ele decidir sem ouvir a parte, inclusive em decisões que ele pode conhecer de ofício, evitando decisões surpresa. Obs: não se aplica o direito do contraditório em: tutelas provisórias de urgência, de evidência e em decisões que já estão previstas. - Princípio da ampla defesa: toda manifestação deve ser o mais ampla possível para que seja eficaz no convencimento do juiz. - Princípio da razoável duração do processo: existe para evitar que o processo fique durante um tempo excessivo no órgão jurisdicional. - Princípio da fundamentação: toda decisão deve ser fundamentada, deve ser explicado o motivo do convencimento baseado em fundamentos jurídicos. - Princípio da inércia da jurisdição: o processo civil inicia-se por meio de uma iniciativa da parte, ou seja, o judiciário deve ser provocado. - Princípio da autocomposição: os membros do processo (tanto jurídicos quanto as partes) devem priorizar a solução consensual dos conflitos, tentar uma mediação/conciliação antes de uma audiência de sentença. Obs: mediação é quando o mediador apenas facilita a comunicação das partes, mas ele não sugere soluções e a conciliação é quando o conciliador ajuda a encontrar a solução, dando sugestões também. - Princípio da boa-fé: todos que participam do processo devem agir de boa fé objetiva, ou seja, exteriorizada, não basta a intenção. - Princípio da cooperação/ colaboração: todos que integram o processo devem cooperar para que aquele processo acabe em prazo razoável. - Princípio da publicidade: todos os julgamentos serão públicos, sob pena de nulidade, a não ser aqueles que são de segredo da justiça. Obs: os que não são públicos são aqueles que tramitam em segredo de justiça: interesse público, versem sobre casamento, separação, alimentos e guarda, que constem direitos da intimidade e aqueles que versem sobre arbitragem. - Princípio da transparência: os juízes devem preferencialmente respeitar a ordem cronológica dos processos. - Princípio do livre convencimento motivado: o juiz é o condutor do processo. - Princípio da economia processual: o poder judiciário deve aceitar apenas atos necessários, ou seja, não deve gastar tempo com coisas inúteis. - Princípio da instrumentalidade das formas: o que importa é o resultado obtido, ou seja, a finalidade não necessariamente um modelo documental obrigatório para obter aquele resultado. - Princípio da documentação: para ser válido, o ato processual precisa ser documentado. Ação: É um direito fundamental conferido para evitar a justiça pelas próprias mãos. Elementos da ação: partes, pedido (objeto da ação) e causa de pedir (o porquê). Requisitos da ação válida: legitimidade das partes e interesse de agir (utilidade). - Obs: legitimidade ad causam (relação do sujeito com a causa pedida) e ad processum (capacidade de fato e de direito). - Obs: legitimidade ordinária (você entrar com a ação para defender um direito próprio) e extraordinária (você entrar com a ação para defender direito alheio, exemplo quando o MP entra, sindicatos, etc). Jurisdição: É o poder do Estado de te orientar sobre os seus direitos garantidos ou não e durante a orientação ele deve respeitar todos os princípios. Obs: não é feita só pelo Estado, pois o problema pode ser resolvido por uma arbitragem, uma mediação, negociação e outros meios de resolução. Obs: ela é una e indivisível, ou seja, o juiz que for designado para aquele processo não pode dividir seu serviço para terceiros. Características da jurisdição: - Inércia: ela precisa ser provocada. - Substitutividade: o particular entrega sua pretensão para o judiciário resolver. - Definitividade: no final do processo o judiciário, em regra, dará uma decisão definitiva. - Indeclinabilidade: o juiz não pode se subtrair de um processo sem motivo legal. Graus de jurisdição: - 1° grau: aquela que inicia a petição, os juízes. - 2° grau: tribunais, turmas recursais. Competência: delimitação da funçãojurisdicional de cada órgão, ou seja, o juiz vai decidir as causas no limite da sua competência. Obs: as causas levadas ao judiciário devem ser analisadas por um juiz natural, ou seja, um juiz togado. Determinação da competência: ocorre no momento em que a P. I. É distribuída, não importando as mudanças de fato ou de direito que ocorrerem depois, a não ser que altere a competência absoluta (mudança da matéria, ex: era cível e virou penal). Regra geral: a competência será no foro de domicílio do réu, pois a demanda deverá ser proposta lá. - Exceções: - Ação sobre imóveis: é proposta onde está a coisa. - Ação com réu incapaz: é proposta no foro do domicílio do seu representante. Competência relativa e absoluta: - Relativa: está ligada aos interesses das partes, logo pode ser modificada. Ela é fixada de acordo com o valor da causa, território, qual juizado, erro no pedido… Obs: a competência relativa pode ser prorrogada pela inércia da parte. Ex: O autor precisava peticionar a ação no Rio e por má fé peticiona em BH, o réu pode alegar esse fato territorial e a competência relativa será prorrogada até que o autor protocole no Rio. Obs: as partes, concordando, podem alterar a competência relativa. - Absoluta: está ligada à matéria, ao pessoal e ao funcional, logo, não pode modificar. Ela é fixada de acordo com a matéria (cível/penal…), funcional do órgão… Incompetência: quando o órgão não possui adequação legítima para atuar naquele caso. Incompetência absoluta: vícios insanáveis Incompetência relativa: vícios sanáveis Sujeitos do processo: são as partes. Para ser parte é necessário que a pessoa tenha capacidade processual (autor e réu) e postulatória (os advogados e defensores: devem estar regulados juridicamente para possuir essa capacidade postulatória). Responsabilidade das partes: - Responde por perdas e danos a parte que agir de má fé em algum ato processual. Ex: impôs recurso com intenção manifestamente protelatória. - A sentença impõe que a parte vencida pague honorários ao advogado adversário. Pluralidade de partes: litisconsórcio: ocorre quando o polo ativo ou passivo é composto por mais de uma pessoa. Intervenção de terceiros: não são partes, apenas compõem o processo por algum motivo. Ocorre quando há: - assistência (interesse jurídico) - denunciação da lide (o terceiro é o responsável pelo bem em questão) - chamamento ao processo (solidariedade passiva) Juiz: - Assegura o cumprimento da ordem judicial e pode utilizar de todos os meios que acreditar necessários para isso. - Determina o suprimento de pressupostos processuais e o saneamento dos vícios. - Suas ações são limitadas pelo que foi imposto pelas partes, sendo vedado que ele conheça questões que não foram citadas pelas partes. Impedimento (art. 144): situações em que o juiz não poderá julgar aquele processo, porque não será imparcial, exemplo: ser parente até 3° grau das partes ou de seus advogados, cônjuge, companheiro… Suspeição (art. 145): situações em que ele não poderá julgar o processo por haver uma dúvida acerca da sua imparcialidade, exemplo: ser amigo/ inimigo, credor/ devedor, juiz que recebeu presentes das partes… - O juiz pode se declarar suspeito ou impedido sem precisar expor seus motivos. Atos processuais: são atos jurídicos que compõem o processo. Características: em regra, são feitos das 6h às 20h, em dias úteis e são executados na sede do juízo. Durante as férias forenses não se realizam atos processuais, a não ser as citações, intimações e penhora. *podem ou não ser digitalizados, integralmente ou parcialmente. Classificação dos atos processuais: 1) Atos postulatórios: atos que pedem algo, atos do início daquele processo. 2) Atos instrutórios: atos que instruem algo no convencimento do juiz. 3) Atos dispositivos: aqueles que dizem respeito a desistência de algum direito. *As partes podem definir um negócio jurídico processual durante o processo quando há o direito da autocomposição no ato. *As partes e o juiz podem em comum acordo estabelecer um calendário para a prática dos atos processuais. Atos das partes: produzem imediatamente a constituição, modificação ou extinção de um direito processual. Atos do juiz: - Atos decisórios: - Sentença: decisão que põe fim à fase cognitiva do processo e extingue a execução. Existem dois tipos de sentença: 1) Sentença que não resolve o mérito: - indeferir a petição inicial. - processo parado por mais de 1 ano por negligência das partes. - quando o autor abandona o processo por mais de 30 dias, não praticando os atos necessários. - quando verificar ausência dos pressupostos processuais. - reconhecer a existência de perempção (o autor entra com a mesma demanda 3 vezes e abandona o processo, assim, não tem direito de entrar de novo com a mesma demanda), litispendência (duas demandas iguais pendentes de julgamento) ou coisa julgada (duas demandas iguais, porém uma delas já foi julgada). - reconhecer ausência de legitimidade ou interesse processual. - acolher convenção de arbitragem. - desistência da ação. - em caso de morte da parte com direito intransmissível. Obs: antes de proferir uma sentença sem resolução do mérito o juiz deve dar oportunidade para que a parte saneie aquele vício para que ele consiga resolver o mérito. 2) Sentença com resolução do mérito: - acolhe ou rejeita o pedido da petição inicial ou reconvenção. - juiz reconhece decadência ou prescrição. - quando o juiz homologa o pedido, a renúncia ou a transação (acordo). - Decisão interlocutória: qualquer pronunciamento decisório que não seja sentença. - Despacho: todos os demais pronunciamentos do juiz praticados de ofício ou a requerimento da parte. Exemplo: quando ele manda citar o réu. - Atos meramente ordinatórios: é a juntada e a vista obrigatória, são atos de secretaria mas regulados pelo juiz. - Atos instrutórios: aqueles que interferem no convencimento do juiz, exemplo: deferimento de prova, distribuição do ônus da prova. - Atos de comunicação: - Citação: ato que chama o réu para integrar a relação processual, acontece apenas uma vez durante o processo e é o primeiro contato do réu com a situação. - Intimação: ato que vai para os advogados para eles comunicarem seus respectivos clientes sobre a demanda do processo. - Cartas: carta precatória (ocorre entre juízos de comarcas diferentes mas dentro do mesmo território, aquele que manda a carta é o juiz deprecante e o que recebe, o juiz deprecado), carta rogatória (ocorre entre juízos de territórios diferentes, estrangeiro) e a carta de ordem (comunicação entre juízo de hierarquia superior para juízo de hierarquia inferior). Prazos processuais: É o prazo para a prática do ato processual. Em regra, esses prazos estão na lei, mas se não tiver previsão legal e o juiz não determinar prazo, ele será de 5 dias para a parte praticar. * Não conta o dia do início, apenas o de vencimento e os prazos processuais são contados apenas em dias úteis. * Os prazos processuais são suspensos durante as férias forenses. * Prerrogativa para prazo em dobro, ou seja, todos os prazos serão contados em dobro para: Fazenda Pública, Ministério Público e Litisconsórcio com diferentes procuradores, de escritórios diferentes e em autos físicos, ou seja, se for eletrônico não existe prazo em dobro. Formação, suspensão ou extinção do processo: Formação: o processo é considerado formado com o protocolo da petição inicial, mas ele só é considerado válido quando o réu foi citado validamente. Suspensão: processo ficará suspenso quando: - Morte ou perda da capacidade de alguma das partes, do representante ou procurador (só há suspensão se o direito em questão for transmissível, se for um direito intransmissível haverá a extinção do processo). Ex: ação de divórcio e o marido morre - extingue. Ex: ação de cobrança de dívida - suspende e passa o direito de cobrança para os herdeiros. - Pela convenção das partes ou motivo de força maior. - Pela arguição de impedimento ou suspeição (se reconhecidos, enquanto remete o processo para o juizcompetente o processo ficará suspenso) . - Admissão de incidente de demandas repetitivas (enquanto a demanda que será julgada como base para outras ainda não foi sentenciada, os processos com incidente daquela demanda repetitiva ficam suspensos). - Quando a sentença do mérito depender do julgamento de outra ação ou se a sentença de mérito depender do resultado de uma prova de outro processo. Nesses casos a suspensão não poderá exceder 1 ano. - Quando a única advogada do caso se tornou mãe (suspende por 30 dias) e quando o único advogado se tornou pai (suspende por 8 dias). Extinção: a extinção do processo ocorre quando há a sentença que resolve ou não o mérito. PARTE ESPECIAL CPC: Processo de conhecimento: destinado ao conhecimento do direito da parte, para que não haja incertezas sobre a existência daquele direito, ou seja, para haver segurança jurídica. - O que ele conhece? Os fatos e suas provas, os direitos, as questões principais e incidentais e as questões processuais e de mérito. Existem dois tipos de procedimento no processo de conhecimento: 1) Procedimento comum: é aplicado em todas as situações a não ser que haja disposição ao contrário, é o procedimento padrão. 2) Procedimento especial: aplicados àqueles casos previstos em lei. Procedimento comum: 1) Inicia-se com a Petição Inicial contendo: - o juízo dirigido. - os nomes, estado civil, profissão, existência de união estável, endereço eletrônico e residencial das partes. - os fatos, a causa de pedir e o pedido com o valor da causa. - as provas. - a vontade das partes de participar ou não da mediação ou conciliação. Obs: toda petição inicial deve conter os documentos indispensáveis para a propositura da ação: procuração dos advogados, RG e CPF do autor. 2) Houve o protocolo da petição inicial = processo passou a existir. 3) Juiz recebeu a petição inicial, mas percebeu que ela carece de algum requisito que dificulta o julgamento: vai proferir um despacho para que haja a emenda da petição inicial, indicando o que deve ser corrigido, assim o autor será intimado para em 15 dias emendar a P.I. 3.1) O autor fez a emenda dentro do prazo: petição inicial apta e haverá a citação. 3.2) O autor não fez a emenda dentro do prazo: extingue o processo. 4) O juiz também pode indeferir (pode ser corrigido e continuar o processo, é um vício sanável) a P.I. ao recebê-la quando: - for inepta (não tem pedido ou causa de pedir, não tem pedido determinado ou é incompatível com os fatos). - parte ilegítima ou ausência de interesse processual. Obs: o indeferimento da petição inicial gera uma sentença sem resolução do mérito. 5) O juiz também pode improceder (o processo não continuará, é um vício insanável) liminarmente (antes do réu ser citado e se pronunciar) a P.I. ao recebê-la quando: - contrariar súmula do STF ou STJ ou sobre direito local. - contrariar acórdão proferido pelo STF ou STJ - contrariar entendimento firmado em demandas repetitivas. - quando verificar decadência ou prescrição. Obs: a improcedência da petição inicial gera uma sentença com resolução do mérito. 6) Juiz também pode se declarar suspeito ou impedido para julgar aquele caso ao receber a petição, mas se não for nenhum dos casos acima e a petição estiver apta e regular, ele proferirá despacho para que haja a citação do réu. 7) Parte para a Citação do réu: ato pelo qual convoca o réu para integrar a relação processual e a citação é indispensável para a validade do processo. 7.1) Citação é feita por: correio, oficial de justiça, escrivão se o réu comparecer no cartório, por hora certa feita por oficial (oficial já tentou citar 2 vezes e o réu está se ocultando, ele marca um dia e hora para citar), por edital ou por meio eletrônico. 8) Petição completa e o réu já foi citado (min. 20 dias de antecedência)? Juiz marca audiência de conciliação ou mediação (as duas com min. 30 dias de antecedência). Obs: só não vai ter essa audiência se o direito em questão não comportar autocomposição ou se as duas partes demonstrarem que não possuem interesse em realizar a audiência. 8.1) Audiência: acordo + sentença = extingue o processo com resolução do mérito. 8.2) Não houve acordo na audiência: continuidade do processo, ou seja, o réu deverá contestar em 15 dias contados da data da audiência. 9) A Contestação deve conter as provas do réu com suas razões e defesa. Porém, antes de falar sobre o mérito do processo o réu deve alegar: a prescrição do direito, a inexistência da citação, a incompetência absoluta ou relativa, incorreção do valor da causa, a inépcia da petição inicial. Assim podemos observar que a contestação deve conter dois tipos de defesa: a defesa do mérito e a defesa processual, sendo que a última deve vir primeiro. 9.1) Reconvenção: ocorre quando o réu formula uma pretensão, dentro da ação imposta pelo autor, na sua contestação, e, obviamente, sua pretensão deve envolver o autor da ação principal. 9.2) Se o réu não oferecer a contestação ele é considerado um réu revel e perderá o direito de contestar. Assim, os fatos alegados pelo autor, em regra, serão considerados verdadeiros, mas o réu não perde o direito de integrar a relação processual, apenas perde o de se contestar 10) Após a contestação há a fase de Saneamento que na realidade ocorre desde o momento que o juiz recebe o processo, é uma organização do processo para garantir que não há vícios e nem informações inúteis nos autos. É o momento em que, por exemplo, o juiz intima as partes para apresentar novas manifestações sobre novas provas apresentadas. 10.1) No saneamento pode haver o julgamento conforme o estado do processo: - Juiz pode extinguir o processo proferindo sentença com ou sem resolução de mérito observando as hipóteses previstas. - Juiz pode julgar antecipadamente o mérito, ou seja, irá extinguir o processo com resolução do mérito quando o processo não necessitar de mais provas, não precisa da audiência probatória. Ou quando o réu for revel e o juiz considerar os fatos alegados pelo autor como verdadeiros. - Juiz pode julgar antecipadamente parcialmente o mérito: quando um ou mais pedidos se mostrar incontroversos ou não precisarem de mais provas. 10.2) O juiz de ofício ou a requerimento das partes pode determinar as provas necessárias e pode pedir a produção de uma prova específica. Ex de meio de provas: documentos, confissões, perícia, depoimentos, inspeção judicial, ata notarial (prova de algo digital -foto, áudio, mensagem do wpp -, o tabelião escreve a ata notarial e aquilo passa a valer como prova, pois tem a fé pública). 11) Audiência de instrução e julgamento: momento em que o juiz deverá viabilizar a solução consensual do conflito apresentado pelas partes e para finalizar o convencimento do juiz, no final da audiência há o momento das razões finais, momento em que o juiz concede a palavra para os advogados das partes (por 20 min cada). Após essas razões, ele já estará convencido para proferir a sentença. 12) O proferimento de Sentença depende de alguns elementos essenciais: - o relatório dos atos relevantes praticados. - os fundamentos que o juiz se baseou para decidir e os dispositivos usados. Obs: não se considera fundamentada a sentença que apenas reproduz o ato normativo sem explicar a sua relação com a causa. Obs: é vedado ao juiz proferir sentença com objeto diverso do que foi demandado. 12.1) Sentença publicada = aberto o prazo para a apelação. Não houve recurso ou perdeu o prazo recursal a decisão será transitada em julgado, ou seja, se tornará coisa julgada. Cumprimento de sentença: ocorre a fase de cumprimento de sentença quando ela põe fim apenas a fase cognitiva do processo. Para inaugurar essa fase é necessário um título executivo judicial com a sentença e a existência de uma obrigação. Sobre a obrigação imposta pela sentença: - sentença líquida: aquela que impõe uma obrigação certa e determinada, possibilitando de imediato o cumprimento de sentença, no mesmo processo. - sentença ilíquida: aquela que não impõe uma obrigação determinada, impõe uma obrigaçãoincerta e genérica, dessa forma não há como cumprir prontamente a sentença, primeiro deve haver a determinação da obrigação para depois ir para o cumprimento. Obs: a liquidação da sentença pode ser feita por arbitramento (determinado na sentença, por convenção das partes ou pela natureza do objeto) e em qualquer um dos casos vai haver a intimação das partes para apresentarem documentos que ajudem a fixar o valor, caso ele não consiga decidir, nomeará um perito. Também pode ser feita por procedimento comum quando houver necessidade de alegar fato novo. Nesse caso, o juiz vai intimar o requerido para apresentar a contestação em 15 dias. Sobre a exigibilidade da obrigação: - Obrigação certa, líquida e exigível: cumprimento de sentença definitivo, pois já tem todos os dados necessários. - Obrigação certa, líquida e inexigível (não transitou em julgado): cumprimento de sentença provisório, porém, o credor fica responsável por todas as mudanças de entendimento do tribunal sobre aquela obrigação. > Após a liquidação e a existência do título judicial (decisões que reconheçam a existência da obrigação, que reconhece a autocomposição judicial ou extrajudicial, certidões e sentenças) há nos mesmos autos o início da fase executória do cumprimento de sentença. Cumprimento de sentença definitivo (obrigação exigível): 1) Trânsito em julgado da decisão. 2) Requerimento do cumprimento de sentença, pois já tem todos os requisitos para ser exigível e ele será protocolado no juízo em que tramita o processo de conhecimento, em regra. 3) Intimação do devedor - ele tem 15 dias para cumprir a obrigação espontaneamente, se ele paga nesse período, extingue a fase de execução - se ele não paga: 4) Multa de 10% sobre o valor da causa e sobre os honorários advocatícios, mandado de penhora e começa o prazo de 15 dias para o devedor oferecer sua impugnação do cumprimento de sentença (alegar por ex. que o valor está errado). 5) Assim, haverá a penhora ou a exploração dos bens do devedor para satisfazer integralmente o credor. Recursos: - Sentença - apelação 15 dias - Decisão interlocutória - agravo de instrumento 5 dias - Despacho - não cabe recurso - Emenda - 15 dias
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