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Processo Civil I

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ESTUDOS PROCESSO CIVIL
PARTE GERAL CPC:
Noções gerais:
Direito processual civil: é um ramo do direito que estuda as normas do poder estatal na
prestação jurisdicional (relação judicial), conflituosas ou não.
Objeto do processo civil: é o processo, ou seja, uma relação jurídica desencadeada por
uma pretensão resistida (um motivo para a instauração da relação jurídica).
Elementos:
- Jurisdição: poder dever do Estado de compor o conflito.
- Ação: direito autônomo de provocar a tutela jurisdicional do Estado.
- Processo: instrumento da realização da jurisdição.
Conceito: o processo é um conjunto de atos, devendo haver o direito do contraditório, que
criam a relação jurídica que por sua vez, causa efeitos nas partes integrantes.
Novo CPC: art 15: possibilita que o CPC seja usado supletivamente, quando houver
alguma norma incompleta, e subsidiariamente, quando não há outra norma que regule
aquele assunto, respeitando a compatibilidade.
Princípio da instrumentalidade do processo: todos devem ter acesso a todas as
espécies de demanda, garantidas pelo ordenamento jurídico. É por meio dele que há a
efetivação dos direitos.
Normas processuais civis:
Art 22, CF: compete privativamente à União legislar sobre as normas processuais.
Art 24, CF: compete à União, estados e municípios legislar sobre o procedimento.
As normas processuais civis não retroagem e devem ser aplicadas imediatamente aos
processos em curso.
Processo e procedimento:
Enquanto o processo é o instrumento que permite a resolução daquela pretensão por meio
do exercício jurisdicional, o procedimento é a sequência de atos para esse fim.
Existem dois tipos de processo:
1. Processo de conhecimento: conhecer as alegações das partes e das provas por
elas produzidas, atividade cognitiva. A partir do processo de conhecimento o juiz
decidirá qual das partes está com a razão, por meio da sentença. Ou seja, a
cognição do procedimento busca a sentença.
2. Processo de execução: satisfação, realização, concretização do direito. Ocorre
quando há uma decisão judicial que não é auto satisfativa, assim há também a
necessidade de que alguém satisfaça aquela decisão. O juiz não precisa se
convencer do título, pois já está declarado. Exemplo, um inadimplente.
Atividade satisfativa do processo:
duas espécies:
a) Cumprimento de sentença: ocorre por meio de uma impugnação e deverá alegar o
porquê de não ter alegado aquela prova anteriormente.
b) Processo de execução: fase em que a parte pode apresentar livremente suas
provas e alegações. O autor deve provar o fato constitutivo do seu direito e o réu
deve provar fatos extintivos, modificativos ou impeditivos do direito do autor.
Obs: o juiz pode distribuir dinamicamente o ônus da prova de acordo com a situação.
Existem dois tipos de procedimento:
1. Procedimento comum, art 318, cpc: é o procedimento padrão, aplicável
subsidiariamente a todas as situações, salvo disposição em contrário.
2. Procedimento especial, art 539 ao 770, cpc: se não estiver na lista, segue o
procedimento comum.
Princípios processuais:
São normas que trazem a fundamentação do direito processual.
- Princípio da celeridade processual: o processo deve ser solucionado em um
tempo razoável.
- Princípio da segurança jurídica: as leis que vão ser utilizadas no processo devem
estar previstas no ordenamento para que seja coerente/razoável sua aplicação.
- Princípio da isonomia: o judiciário deve tratar todos com igualdade, tanto de
tratamento, quanto de direitos quanto aos onus e bonus.
- Princípio da inafastabilidade da jurisdição: o judiciário deve receber todas as
demandas que são levadas até ele sendo grave ou não (existem exceções).
- Princípio da indelegabilidade: o juiz não pode delegar a terceiros a demanda
competida à ele.
- Princípio da imparcialidade: juiz deve ser imparcial em suas decisões.
- Princípio do devido processo legal: durante a relação jurídica devem ser
observadas todas as garantias fundamentais processuais.
- Princípio do contraditório: direito de manifestação das partes, da participação das
partes para o convencimento do juiz, não podendo ele decidir sem ouvir a parte,
inclusive em decisões que ele pode conhecer de ofício, evitando decisões surpresa.
Obs: não se aplica o direito do contraditório em: tutelas provisórias de urgência, de
evidência e em decisões que já estão previstas.
- Princípio da ampla defesa: toda manifestação deve ser o mais ampla possível para
que seja eficaz no convencimento do juiz.
- Princípio da razoável duração do processo: existe para evitar que o processo
fique durante um tempo excessivo no órgão jurisdicional.
- Princípio da fundamentação: toda decisão deve ser fundamentada, deve ser
explicado o motivo do convencimento baseado em fundamentos jurídicos.
- Princípio da inércia da jurisdição: o processo civil inicia-se por meio de uma
iniciativa da parte, ou seja, o judiciário deve ser provocado.
- Princípio da autocomposição: os membros do processo (tanto jurídicos quanto as
partes) devem priorizar a solução consensual dos conflitos, tentar uma
mediação/conciliação antes de uma audiência de sentença.
Obs: mediação é quando o mediador apenas facilita a comunicação das partes, mas ele
não sugere soluções e a conciliação é quando o conciliador ajuda a encontrar a solução,
dando sugestões também.
- Princípio da boa-fé: todos que participam do processo devem agir de boa fé
objetiva, ou seja, exteriorizada, não basta a intenção.
- Princípio da cooperação/ colaboração: todos que integram o processo devem
cooperar para que aquele processo acabe em prazo razoável.
- Princípio da publicidade: todos os julgamentos serão públicos, sob pena de
nulidade, a não ser aqueles que são de segredo da justiça.
Obs: os que não são públicos são aqueles que tramitam em segredo de justiça: interesse
público, versem sobre casamento, separação, alimentos e guarda, que constem direitos da
intimidade e aqueles que versem sobre arbitragem.
- Princípio da transparência: os juízes devem preferencialmente respeitar a ordem
cronológica dos processos.
- Princípio do livre convencimento motivado: o juiz é o condutor do processo.
- Princípio da economia processual: o poder judiciário deve aceitar apenas atos
necessários, ou seja, não deve gastar tempo com coisas inúteis.
- Princípio da instrumentalidade das formas: o que importa é o resultado obtido, ou
seja, a finalidade não necessariamente um modelo documental obrigatório para
obter aquele resultado.
- Princípio da documentação: para ser válido, o ato processual precisa ser
documentado.
Ação:
É um direito fundamental conferido para evitar a justiça pelas próprias mãos.
Elementos da ação: partes, pedido (objeto da ação) e causa de pedir (o porquê).
Requisitos da ação válida: legitimidade das partes e interesse de agir (utilidade).
- Obs: legitimidade ad causam (relação do sujeito com a causa pedida) e ad
processum (capacidade de fato e de direito).
- Obs: legitimidade ordinária (você entrar com a ação para defender um direito
próprio) e extraordinária (você entrar com a ação para defender direito alheio,
exemplo quando o MP entra, sindicatos, etc).
Jurisdição:
É o poder do Estado de te orientar sobre os seus direitos garantidos ou não e durante a
orientação ele deve respeitar todos os princípios.
Obs: não é feita só pelo Estado, pois o problema pode ser resolvido por uma arbitragem,
uma mediação, negociação e outros meios de resolução.
Obs: ela é una e indivisível, ou seja, o juiz que for designado para aquele processo não
pode dividir seu serviço para terceiros.
Características da jurisdição:
- Inércia: ela precisa ser provocada.
- Substitutividade: o particular entrega sua pretensão para o judiciário resolver.
- Definitividade: no final do processo o judiciário, em regra, dará uma decisão
definitiva.
- Indeclinabilidade: o juiz não pode se subtrair de um processo sem motivo legal.
Graus de jurisdição:
- 1° grau: aquela que inicia a petição, os juízes.
- 2° grau: tribunais, turmas recursais.
Competência:
delimitação da funçãojurisdicional de cada órgão, ou seja, o juiz vai decidir as causas no
limite da sua competência.
Obs: as causas levadas ao judiciário devem ser analisadas por um juiz natural, ou seja, um
juiz togado.
Determinação da competência: ocorre no momento em que a P. I. É distribuída, não
importando as mudanças de fato ou de direito que ocorrerem depois, a não ser que altere a
competência absoluta (mudança da matéria, ex: era cível e virou penal).
Regra geral: a competência será no foro de domicílio do réu, pois a demanda deverá ser
proposta lá.
- Exceções:
- Ação sobre imóveis: é proposta onde está a coisa.
- Ação com réu incapaz: é proposta no foro do domicílio do seu representante.
Competência relativa e absoluta:
- Relativa: está ligada aos interesses das partes, logo pode ser modificada. Ela é
fixada de acordo com o valor da causa, território, qual juizado, erro no pedido…
Obs: a competência relativa pode ser prorrogada pela inércia da parte. Ex: O autor
precisava peticionar a ação no Rio e por má fé peticiona em BH, o réu pode alegar esse fato
territorial e a competência relativa será prorrogada até que o autor protocole no Rio.
Obs: as partes, concordando, podem alterar a competência relativa.
- Absoluta: está ligada à matéria, ao pessoal e ao funcional, logo, não pode
modificar. Ela é fixada de acordo com a matéria (cível/penal…), funcional do órgão…
Incompetência:
quando o órgão não possui adequação legítima para atuar naquele caso.
Incompetência absoluta: vícios insanáveis
Incompetência relativa: vícios sanáveis
Sujeitos do processo:
são as partes.
Para ser parte é necessário que a pessoa tenha capacidade processual (autor e réu) e
postulatória (os advogados e defensores: devem estar regulados juridicamente para possuir
essa capacidade postulatória).
Responsabilidade das partes:
- Responde por perdas e danos a parte que agir de má fé em algum ato processual.
Ex: impôs recurso com intenção manifestamente protelatória.
- A sentença impõe que a parte vencida pague honorários ao advogado adversário.
Pluralidade de partes: litisconsórcio: ocorre quando o polo ativo ou passivo é composto
por mais de uma pessoa.
Intervenção de terceiros: não são partes, apenas compõem o processo por algum motivo.
Ocorre quando há:
- assistência (interesse jurídico)
- denunciação da lide (o terceiro é o responsável pelo bem em questão)
- chamamento ao processo (solidariedade passiva)
Juiz:
- Assegura o cumprimento da ordem judicial e pode utilizar de todos os meios que
acreditar necessários para isso.
- Determina o suprimento de pressupostos processuais e o saneamento dos vícios.
- Suas ações são limitadas pelo que foi imposto pelas partes, sendo vedado que ele
conheça questões que não foram citadas pelas partes.
Impedimento (art. 144): situações em que o juiz não poderá julgar aquele processo,
porque não será imparcial, exemplo: ser parente até 3° grau das partes ou de seus
advogados, cônjuge, companheiro…
Suspeição (art. 145): situações em que ele não poderá julgar o processo por haver uma
dúvida acerca da sua imparcialidade, exemplo: ser amigo/ inimigo, credor/ devedor, juiz que
recebeu presentes das partes…
- O juiz pode se declarar suspeito ou impedido sem precisar expor seus motivos.
Atos processuais:
são atos jurídicos que compõem o processo.
Características: em regra, são feitos das 6h às 20h, em dias úteis e são executados na
sede do juízo. Durante as férias forenses não se realizam atos processuais, a não ser as
citações, intimações e penhora.
*podem ou não ser digitalizados, integralmente ou parcialmente.
Classificação dos atos processuais:
1) Atos postulatórios: atos que pedem algo, atos do início daquele processo.
2) Atos instrutórios: atos que instruem algo no convencimento do juiz.
3) Atos dispositivos: aqueles que dizem respeito a desistência de algum direito.
*As partes podem definir um negócio jurídico processual durante o processo quando há o
direito da autocomposição no ato.
*As partes e o juiz podem em comum acordo estabelecer um calendário para a prática dos
atos processuais.
Atos das partes:
produzem imediatamente a constituição, modificação ou extinção de um direito processual.
Atos do juiz:
- Atos decisórios:
- Sentença: decisão que põe fim à fase cognitiva do processo e extingue a
execução. Existem dois tipos de sentença:
1) Sentença que não resolve o mérito:
- indeferir a petição inicial.
- processo parado por mais de 1 ano por negligência das partes.
- quando o autor abandona o processo por mais de 30 dias, não praticando os atos
necessários.
- quando verificar ausência dos pressupostos processuais.
- reconhecer a existência de perempção (o autor entra com a mesma demanda 3
vezes e abandona o processo, assim, não tem direito de entrar de novo com a
mesma demanda), litispendência (duas demandas iguais pendentes de julgamento)
ou coisa julgada (duas demandas iguais, porém uma delas já foi julgada).
- reconhecer ausência de legitimidade ou interesse processual.
- acolher convenção de arbitragem.
- desistência da ação.
- em caso de morte da parte com direito intransmissível.
Obs: antes de proferir uma sentença sem resolução do mérito o juiz deve dar oportunidade
para que a parte saneie aquele vício para que ele consiga resolver o mérito.
2) Sentença com resolução do mérito:
- acolhe ou rejeita o pedido da petição inicial ou reconvenção.
- juiz reconhece decadência ou prescrição.
- quando o juiz homologa o pedido, a renúncia ou a transação (acordo).
- Decisão interlocutória: qualquer pronunciamento decisório que não seja
sentença.
- Despacho: todos os demais pronunciamentos do juiz praticados de ofício ou a
requerimento da parte. Exemplo: quando ele manda citar o réu.
- Atos meramente ordinatórios: é a juntada e a vista obrigatória, são atos de
secretaria mas regulados pelo juiz.
- Atos instrutórios: aqueles que interferem no convencimento do juiz, exemplo:
deferimento de prova, distribuição do ônus da prova.
- Atos de comunicação:
- Citação: ato que chama o réu para integrar a relação processual, acontece apenas
uma vez durante o processo e é o primeiro contato do réu com a situação.
- Intimação: ato que vai para os advogados para eles comunicarem seus
respectivos clientes sobre a demanda do processo.
- Cartas: carta precatória (ocorre entre juízos de comarcas diferentes mas dentro do
mesmo território, aquele que manda a carta é o juiz deprecante e o que recebe, o
juiz deprecado), carta rogatória (ocorre entre juízos de territórios diferentes,
estrangeiro) e a carta de ordem (comunicação entre juízo de hierarquia superior para
juízo de hierarquia inferior).
Prazos processuais:
É o prazo para a prática do ato processual. Em regra, esses prazos estão na lei, mas se
não tiver previsão legal e o juiz não determinar prazo, ele será de 5 dias para a parte
praticar.
* Não conta o dia do início, apenas o de vencimento e os prazos processuais são contados
apenas em dias úteis.
* Os prazos processuais são suspensos durante as férias forenses.
* Prerrogativa para prazo em dobro, ou seja, todos os prazos serão contados em dobro
para: Fazenda Pública, Ministério Público e Litisconsórcio com diferentes procuradores, de
escritórios diferentes e em autos físicos, ou seja, se for eletrônico não existe prazo em
dobro.
Formação, suspensão ou extinção do processo:
Formação: o processo é considerado formado com o protocolo da petição inicial, mas ele
só é considerado válido quando o réu foi citado validamente.
Suspensão: processo ficará suspenso quando:
- Morte ou perda da capacidade de alguma das partes, do representante ou
procurador (só há suspensão se o direito em questão for transmissível, se for um
direito intransmissível haverá a extinção do processo).
Ex: ação de divórcio e o marido morre - extingue.
Ex: ação de cobrança de dívida - suspende e passa o direito de cobrança para os herdeiros.
- Pela convenção das partes ou motivo de força maior.
- Pela arguição de impedimento ou suspeição (se reconhecidos, enquanto remete o
processo para o juizcompetente o processo ficará suspenso) .
- Admissão de incidente de demandas repetitivas (enquanto a demanda que será
julgada como base para outras ainda não foi sentenciada, os processos com
incidente daquela demanda repetitiva ficam suspensos).
- Quando a sentença do mérito depender do julgamento de outra ação ou se a
sentença de mérito depender do resultado de uma prova de outro processo. Nesses
casos a suspensão não poderá exceder 1 ano.
- Quando a única advogada do caso se tornou mãe (suspende por 30 dias) e quando
o único advogado se tornou pai (suspende por 8 dias).
Extinção: a extinção do processo ocorre quando há a sentença que resolve ou não o
mérito.
PARTE ESPECIAL CPC:
Processo de conhecimento: destinado ao conhecimento do direito da parte, para que não
haja incertezas sobre a existência daquele direito, ou seja, para haver segurança jurídica.
- O que ele conhece? Os fatos e suas provas, os direitos, as questões principais e
incidentais e as questões processuais e de mérito.
Existem dois tipos de procedimento no processo de conhecimento:
1) Procedimento comum: é aplicado em todas as situações a não ser que haja
disposição ao contrário, é o procedimento padrão.
2) Procedimento especial: aplicados àqueles casos previstos em lei.
Procedimento comum:
1) Inicia-se com a Petição Inicial contendo:
- o juízo dirigido.
- os nomes, estado civil, profissão, existência de união estável, endereço eletrônico e
residencial das partes.
- os fatos, a causa de pedir e o pedido com o valor da causa.
- as provas.
- a vontade das partes de participar ou não da mediação ou conciliação.
Obs: toda petição inicial deve conter os documentos indispensáveis para a propositura da
ação: procuração dos advogados, RG e CPF do autor.
2) Houve o protocolo da petição inicial = processo passou a existir.
3) Juiz recebeu a petição inicial, mas percebeu que ela carece de algum requisito que
dificulta o julgamento: vai proferir um despacho para que haja a emenda da petição
inicial, indicando o que deve ser corrigido, assim o autor será intimado para em 15
dias emendar a P.I.
3.1) O autor fez a emenda dentro do prazo: petição inicial apta e haverá a citação.
3.2) O autor não fez a emenda dentro do prazo: extingue o processo.
4) O juiz também pode indeferir (pode ser corrigido e continuar o processo, é um vício
sanável) a P.I. ao recebê-la quando:
- for inepta (não tem pedido ou causa de pedir, não tem pedido determinado
ou é incompatível com os fatos).
- parte ilegítima ou ausência de interesse processual.
Obs: o indeferimento da petição inicial gera uma sentença sem resolução do mérito.
5) O juiz também pode improceder (o processo não continuará, é um vício insanável)
liminarmente (antes do réu ser citado e se pronunciar) a P.I. ao recebê-la quando:
- contrariar súmula do STF ou STJ ou sobre direito local.
- contrariar acórdão proferido pelo STF ou STJ
- contrariar entendimento firmado em demandas repetitivas.
- quando verificar decadência ou prescrição.
Obs: a improcedência da petição inicial gera uma sentença com resolução do mérito.
6) Juiz também pode se declarar suspeito ou impedido para julgar aquele caso ao
receber a petição, mas se não for nenhum dos casos acima e a petição estiver apta
e regular, ele proferirá despacho para que haja a citação do réu.
7) Parte para a Citação do réu: ato pelo qual convoca o réu para integrar a relação
processual e a citação é indispensável para a validade do processo.
7.1) Citação é feita por: correio, oficial de justiça, escrivão se o réu comparecer no
cartório, por hora certa feita por oficial (oficial já tentou citar 2 vezes e o réu está se
ocultando, ele marca um dia e hora para citar), por edital ou por meio eletrônico.
8) Petição completa e o réu já foi citado (min. 20 dias de antecedência)? Juiz marca
audiência de conciliação ou mediação (as duas com min. 30 dias de
antecedência).
Obs: só não vai ter essa audiência se o direito em questão não comportar autocomposição
ou se as duas partes demonstrarem que não possuem interesse em realizar a audiência.
8.1) Audiência: acordo + sentença = extingue o processo com resolução do mérito.
8.2) Não houve acordo na audiência: continuidade do processo, ou seja, o réu
deverá contestar em 15 dias contados da data da audiência.
9) A Contestação deve conter as provas do réu com suas razões e defesa. Porém,
antes de falar sobre o mérito do processo o réu deve alegar: a prescrição do direito,
a inexistência da citação, a incompetência absoluta ou relativa, incorreção do valor
da causa, a inépcia da petição inicial. Assim podemos observar que a contestação
deve conter dois tipos de defesa: a defesa do mérito e a defesa processual, sendo
que a última deve vir primeiro.
9.1) Reconvenção: ocorre quando o réu formula uma pretensão, dentro da ação
imposta pelo autor, na sua contestação, e, obviamente, sua pretensão deve envolver
o autor da ação principal.
9.2) Se o réu não oferecer a contestação ele é considerado um réu revel e perderá o
direito de contestar. Assim, os fatos alegados pelo autor, em regra, serão
considerados verdadeiros, mas o réu não perde o direito de integrar a relação
processual, apenas perde o de se contestar
10) Após a contestação há a fase de Saneamento que na realidade ocorre desde o
momento que o juiz recebe o processo, é uma organização do processo para
garantir que não há vícios e nem informações inúteis nos autos. É o momento em
que, por exemplo, o juiz intima as partes para apresentar novas manifestações sobre
novas provas apresentadas.
10.1) No saneamento pode haver o julgamento conforme o estado do processo:
- Juiz pode extinguir o processo proferindo sentença com ou sem resolução de
mérito observando as hipóteses previstas.
- Juiz pode julgar antecipadamente o mérito, ou seja, irá extinguir o processo
com resolução do mérito quando o processo não necessitar de mais provas,
não precisa da audiência probatória. Ou quando o réu for revel e o juiz
considerar os fatos alegados pelo autor como verdadeiros.
- Juiz pode julgar antecipadamente parcialmente o mérito: quando um ou mais
pedidos se mostrar incontroversos ou não precisarem de mais provas.
10.2) O juiz de ofício ou a requerimento das partes pode determinar as provas
necessárias e pode pedir a produção de uma prova específica.
Ex de meio de provas: documentos, confissões, perícia, depoimentos, inspeção
judicial, ata notarial (prova de algo digital -foto, áudio, mensagem do wpp -, o
tabelião escreve a ata notarial e aquilo passa a valer como prova, pois tem a fé
pública).
11) Audiência de instrução e julgamento: momento em que o juiz deverá viabilizar a
solução consensual do conflito apresentado pelas partes e para finalizar o
convencimento do juiz, no final da audiência há o momento das razões finais,
momento em que o juiz concede a palavra para os advogados das partes (por 20
min cada). Após essas razões, ele já estará convencido para proferir a sentença.
12) O proferimento de Sentença depende de alguns elementos essenciais:
- o relatório dos atos relevantes praticados.
- os fundamentos que o juiz se baseou para decidir e os dispositivos usados.
Obs: não se considera fundamentada a sentença que apenas reproduz o ato normativo sem
explicar a sua relação com a causa.
Obs: é vedado ao juiz proferir sentença com objeto diverso do que foi demandado.
12.1) Sentença publicada = aberto o prazo para a apelação. Não houve recurso ou
perdeu o prazo recursal a decisão será transitada em julgado, ou seja, se tornará
coisa julgada.
Cumprimento de sentença:
ocorre a fase de cumprimento de sentença quando ela põe fim apenas a fase cognitiva do
processo. Para inaugurar essa fase é necessário um título executivo judicial com a sentença
e a existência de uma obrigação.
Sobre a obrigação imposta pela sentença:
- sentença líquida: aquela que impõe uma obrigação certa e determinada,
possibilitando de imediato o cumprimento de sentença, no mesmo processo.
- sentença ilíquida: aquela que não impõe uma obrigação determinada, impõe uma
obrigaçãoincerta e genérica, dessa forma não há como cumprir prontamente a
sentença, primeiro deve haver a determinação da obrigação para depois ir para o
cumprimento.
Obs: a liquidação da sentença pode ser feita por arbitramento (determinado na sentença,
por convenção das partes ou pela natureza do objeto) e em qualquer um dos casos vai
haver a intimação das partes para apresentarem documentos que ajudem a fixar o valor,
caso ele não consiga decidir, nomeará um perito. Também pode ser feita por procedimento
comum quando houver necessidade de alegar fato novo. Nesse caso, o juiz vai intimar o
requerido para apresentar a contestação em 15 dias.
Sobre a exigibilidade da obrigação:
- Obrigação certa, líquida e exigível: cumprimento de sentença definitivo, pois já tem
todos os dados necessários.
- Obrigação certa, líquida e inexigível (não transitou em julgado): cumprimento de
sentença provisório, porém, o credor fica responsável por todas as mudanças de
entendimento do tribunal sobre aquela obrigação.
> Após a liquidação e a existência do título judicial (decisões que reconheçam a existência
da obrigação, que reconhece a autocomposição judicial ou extrajudicial, certidões e
sentenças) há nos mesmos autos o início da fase executória do cumprimento de sentença.
Cumprimento de sentença definitivo (obrigação exigível):
1) Trânsito em julgado da decisão.
2) Requerimento do cumprimento de sentença, pois já tem todos os requisitos para ser
exigível e ele será protocolado no juízo em que tramita o processo de conhecimento,
em regra.
3) Intimação do devedor - ele tem 15 dias para cumprir a obrigação espontaneamente,
se ele paga nesse período, extingue a fase de execução - se ele não paga:
4) Multa de 10% sobre o valor da causa e sobre os honorários advocatícios, mandado
de penhora e começa o prazo de 15 dias para o devedor oferecer sua impugnação
do cumprimento de sentença (alegar por ex. que o valor está errado).
5) Assim, haverá a penhora ou a exploração dos bens do devedor para satisfazer
integralmente o credor.
Recursos:
- Sentença - apelação 15 dias
- Decisão interlocutória - agravo de instrumento 5 dias
- Despacho - não cabe recurso
- Emenda - 15 dias

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