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Cap.08: Combustão nos Motores Disciplina: Máquinas Térmicas II – Motores de Combustão Interna Prof. Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Depart. de Ciências Amb. e Tecnológicas Engenharia Mecânica Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.1. Combustão nos motores IC • Ar e o combustível misturam no coletor de admissão, passam pela válvula de admissão e são comprimidos pelo pistão para o volume da câmara de combustão. • Antes do PMS inicia-se a combustão (faísca). • Após a inflamação na região da vela a frente de chama é propagada ao restante do volume e extinta nas paredes da câmara e do cilindro. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.1. Combustão nos motores IC • Frente de chama é, teoricamente, de propagação esférica. • Na prática: propagação é turbulenta. • Numa câmara de vela central, a frente de chama atinge as paredes ~15º depois do PMS, mas a combustão pode continuar por mais 5 ou 10º. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.1.1. Caracterização da Combustão Normal • Velocidade laminar de chama: • Velocidade a que uma frente de chama laminar se propaga na mistura (sem turbulência) adiabaticamente. • Depende: • Característica do combustível • Riqueza da mistura. • Temperatura da mistura e pouco da sua pressão. • A velocidade da frente de chama real (turbulenta) 10x superior. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.1.1. Caracterização da Combustão Normal • Zonas da combustão normal: • Ignição pela faísca. • Desenvolvimento inicial da chama. • Propagação da chama. • Extinção da chama. • Duração de cada zona: entre 30 e 90º da árvore. • Combustão inicia-se antes do PMS e termina após o instante de pressão máxima. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.1.1. Caracterização da Combustão Normal • A reação térmica da combustão inicia-se pela adição da energia da faísca da ignição. • Fase de desenvolvimento da chama: o tempo necessário para queimar 1% da massa da mistura. • A duração desta fase é constante, depende somente da riqueza da mistura (ϕ). • Uma velocidade de rotação mais elevada do motor originará uma maior duração (ângulos de árvore). Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.1.1. Caracterização da Combustão Normal • Duração de combustão: definida entre os valores de 1% e 90% de mistura queimada. • Depende: riqueza da mistura, velocidade do motor, geometria da câmara, posição da vela e velocidade de combustão. • Redução: elevada turbulência, uma câmara compacta (frente de chama aumenta) e vela central (reduz espaço pela frente). Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.1.1. Caracterização da Combustão Normal • Velocidade de combustão: • Variação da massa dos gases queimados no tempo. • Determinada por processos de difusão na frente de chama (grau de turbulência da mistura e temperatura). dt dx M dt M m m q c m q M M x Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.1.1. Caracterização da Combustão Normal • Se a frente de chama fosse perfeitamente esférica, era fácil de deduzir que a taxa de queima seria sempre crescente (frente aumentaria sempre de área) até à sua extinção. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.1.1. Caracterização da Combustão Normal • Inicialmente considera-se uma propagação esférica, instantes seguintes a área da frente de chama estabiliza-se e no final reduz-se a zero. • A taxa de queima dos gases tende para um valor constante, antes da sua extinção. • Câmara real: taxa de produção de gases queimados cresce até um máximo, e decresce (diminuição da área de frente e da pressão no cilindro). Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.1.1. Caracterização da Combustão Normal • Velocidade de propagação de chama: • Velocidade linear de deslocamento da frente de chama em relação a um referencial fixo (paredes da câmara). • Elevados rendimentos e baixos consumos: • Combustões rápidas. • Liberação de calor no momento certo (5 a 10º depois do PMS). Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.1.1. Caracterização da Combustão Normal • Calor liberado mais cedo: • Origina elevadas pressões durante o movimento ascendente do pistão. • Reduz o efeito motor. • Aumenta as perdas térmicas para as paredes. • Calor liberado mais tarde: • Elevada entalpia descarregada nos gases de escape. • Muito calor liberado para as paredes do cilindro. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.1.1. Caracterização da Combustão Normal • Combustões rápidas: • Maximiza o trabalho do ciclo real. • Minimizam a ocorrência de “knock” (detonação). • Eficiência da mistura pobre: • Melhora expoente de expansão. • Reduz as perdas de bombeamento na válvula borboleta. • Temperatura de chama mais baixa: menores perdas térmicas e dissociação. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.1.1. Caracterização da Combustão Normal • Dispersão Cíclica: • Depende da riqueza da mistura na zona de ignição e na zona de propagação. • Mistura levemente rica tende a acelerar a frente de chama. • Mistura pobre retarda a frente de chama e intensifica a dispersão cíclica. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.1.1. Caracterização da Combustão Normal • Dispersão Cíclica: • Como existe a variação da composição local da mistura de ciclo para ciclo existem ciclos com combustões mais rápidas que outros. • Mais acentuado em baixas cargas. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.1.1. Caracterização da Combustão Normal • Dispersão Cíclica: • Rotações Elevadas: elevada turbulência homogeneíza melhor a mistura e reduz a dispersão cíclica. • Baixas Cargas: diluição dos novos gases pelos queimados penaliza a ignição da mistura e propagação da chama. • Motores de queima pobre necessitam de elevada turbulência. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.1.1. Caracterização da Combustão Normal • Diagrama p-V: • As linhas de compressão e expansão são retas de inclinação entre 1,3 e 1,35 (expoente politrópico). • 1,3: expoente adiabático para a mistura ar-combustível. • 1,35: é superior ao expoente adiabático para os gases de escape. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.2. Parâmetros da Combustão IC 8.2.1. Turbulência • A velocidade de combustão duma mistura estacionária é extremamente lenta. • Na prática: escoamento através das tubulações e restrições e compressão no cilindro causa elevada turbulência. • Velocidade de combustão pode ser 10x superior. • Formas de produzir turbulência: • “Swirl” – turbilhão • “Tumble” - confusão • “Squish” - esmagar Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.2.1. Turbulência • “Swirl”: • Inserção de obstáculos no escoamento: defletores nas válvulas de admissão ou encurvamento nas tubulações de admissão. • Eleva as perdas de carga e condicionam a potência máxima.• Aumenta a superfície média da frente de chama e reparte melhor a região dentro da câmara. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.2.1. Turbulência • “Swirl”: Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.2.1. Turbulência • “Barrel Swirl” ou “tumble”: • Criação dum turbilhão de eixo perpendicular ao eixo do cilindro que é intensificado na compressão da mistura. • Usado em motores de 4 válvulas. • Pode-se usar válvulas borboletas na tubulação que leva a uma das válvulas de cada cilindro. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.2.1. Turbulência • “Squish”: • “Esmagamento” da mistura na periferia da câmara de combustão quando o pistão sobe até PMS. • A mistura é violentamente atirada para o centro da câmara, produzindo um nível de turbulência elevada. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.2.1. Turbulência • “Squish” Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.2.1. Turbulência • Esses processos referem-se a macro-turbulência. • Micro-turbulência: • Pode acontecer num fluido globalmente parado, mas dotado de uma intensa agitação local: micro-vórtices e a nível molecular. • As macro-turbulências transformam-se em grande parte em micro-turbulências no PMS, mas o restante dissipa-se em calor, havendo sempre uma macro-turbulência residual. • Na zona da vela deverá ter somente micro-turbulência, não devendo haver grandes movimentos de mistura na ignição. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.2.1. Turbulência • Velocidade de propagação de chama: • Aproximadamente proporcional à velocidade média do pistão. • Diretamente proporcional a turbulência. • Motor IC: velocidade de propagação de chama é praticamente proporcional à sua velocidade de rotação. • Avanço de ignição: • Diretamente proporcional ao regime. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.2.2. Taxa de Compressão • Aumentando consegue-se uma velocidade de chama mais elevada, pois a pressão e a temperatura da mistura são mais elevadas no instante da ignição e da propagação: • Energia necessária para a ignição é mais baixa (início de combustão mais fácil e rápido). • Propagação da frente de chama é mais rápida, velocidades de combustão elevadas. • Aumento da turbulência da mistura. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.2.3. Avanço da Ignição • A ignição deve ser posicionada de maneira a que se obtenha o valor máximo de pressão logo após o PMS e para isso a faísca deve ocorrer com um certo avanço (10º a 50º). • Aumenta o torque do motor. • Regras práticas: • Pressão máxima: 16º após PMS. • ½ da mistura deve estar queimada: 10º após PMS. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.2.3. Avanço da Ignição • Avanços exagerados: • Ocasiona um aumento excessivo da pressão durante a subida do pistão, reduzindo a sua componente útil. • Pode originar o “knock”. • MBT: ponto de torque máximo. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.2.3. Avanço da Ignição Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.2.3. Avanço da Ignição Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.2.4. Qualidade da Faísca • Energia: 50mJ durante um período entre 10 e 1000µs. • Posição da faísca depende do tipo de vela que se usa e da posição da vela na câmara de combustão, mais central possível. • Elevadas velocidades de rotação: pouco tempo de energização resultando em faíscas de baixa energia. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.2.5. Riqueza da Mistura • Binário Máximo: riquezas ligeiramente superiores à estequiométrica. • Queima pobre: velocidades de combustão relativamente baixas se a turbulência da mistura não for aumentada. • Dispersão cíclica: aumenta com o emprobecimento da mistura, há maior probabilidade de ocorrência de pontos excessivamente pobres nas imediações dos eletrodos da vela. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.2.6. Nível de Preparação da Mistura • Mistura perfeitamente homogeneizada queima adequadamente. • Combustíveis gasosos: baixo nível de potência (volume ocupado pelo combustível). • Combustíveis líquidos: elevada preparação da mistura se houver espaço e tempo suficiente. • Inversamente proporcional a velocidade do motor. • Aquecimento da mistura ajuda na utilização de injeção multiponto. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.2.6. Nível de Preparação da Mistura • Pulverização do combustível: • Não é necessário completamente vaporizado: gotas de reduzidas dimensões, mistura é densa (estado líquido). • Reduz a temperatura da mistura. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.2.6. Nível de Preparação da Mistura • Pulverização do combustível: Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.2.7. Carga e Velocidade do Motor • Aumento da velocidade: • Aumenta o nível de turbulência (benéfico para combustão). • Eleva a velocidade de combustão. • Deve haver avanço na ignição. • Redução do tempo do ciclo é mais significativa, necessitando a mistura dum maior ângulo para sua combustão. • Rotações elevadas: • Carga reduzida eleva substancialmente a turbulência da mistura, pois a velocidade do ar aumenta ao nível da válvula borboleta. Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.2.7. Carga e Velocidade do Motor • Rotações baixas: • Baixa pressão no coletor de admissão: gases de escape retornam (aumento da dispersão cíclica). • Injeção MPI: • Deficiências de preparação de mistura para velocidades e cargas baixas: não se cria turbulência e aumenta a dispersão cíclica. • EGR (Recirculação de gases de escape): • Diluição destes gases a baixas pressões de admissão. • Temperatura e pressão máximas são mais baixas reduzindo a emissão de NOx. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.2.8. Temperatura, Pressão e Umidade do Ar • Elevação da Temperatura e Pressão proporciona uma combustão mais rápida. • Aumento da pressão e redução da temperatura: efeito do aumento da densidade da mistura. • Aumento da umidade: reduz a velocidade de chama e a temperatura máxima de combustão. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.2.9. Características do Combustível • Índice de octano - Octanagem: • Determina a taxa de compressão e a velocidade de combustão. • Elevado num motor com elevada taxa de compressão: queima mais eficiente. • Se combustível (alta octanagem) for queimado num motor de taxa de compressão baixa dele se obterá mesmo rendimento que dum combustível de menor índice de octano. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.3. Câmaras de Combustão dos Motores IC • Principais características: • Compacta. • Posição da vela. • Temperatura máximas das paredes, especialmente em zonas longe da vela. • Área de passagem dos gases e posição das válvulas. • Turbulência e enchimento. • Posicionamento dos coletores de admissão e escape. • Minimizara ocorrência do “knock” e queimar rapidamente. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.3. Câmaras de Combustão dos Motores IC • Características de uma câmara ideal: • Compacta (razão área/volume baixa). • Vela localizada centralmente (minimizar a distância percorrida pela frente de chama) ou pode-se usar duas por cilindro. • Área de frente de chama deverá aumentar com sua progressão. • As paredes (válvulas e velas incluídos) deverão ter uma temperatura o mais homogênea possível. • As válvulas devem ser colocadas de maneira a que se maximizem a área de passagem dos gases. • A turbulência da mistura deve ser elevada, mas não deverá penalizar grandemente o enchimento. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.3.1. Câmaras com Válvulas Laterais • Câmara de combustão consiste no volume que faz a ligação entre o cilindro e as válvulas. • Vantagens: facilidade de fabricação e baixo custo de produção. • A vela deve ser colocada sobre as válvula de escape. • Propensa ao “knock”. • Baixa compacidade. • Rendimento é extremamente baixo. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.3.2. Câmara de Turbulência • Câmara em L com uma zona de “squish”. • Zona de esmagamento: pistão praticamente toca o cabeçote. • Velocidade de combustão é alta. • Taxas de compressão >6:1. • Maiores velocidades. • Melhores rendimentos. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.3.3. Câmaras em Banheira • Cavidade em forma de fundo de banheira. • Válvulas paralelas e o seu eixo geralmente é paralelo ao do cilindro. • A vela é posicionada numa posição lateral, colocando-se com seu eixo inclinado em relação ao do cilindro. • Diâmetro das válvulas é condicionado pelo do pistão (inferior a metade deste). Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.3.3. Câmaras em Banheira • Enchimento da câmara de combustão é prejudicado: em grande parte do perímetro das válvulas, haver uma parede, sendo difícil a entrada e saída dos gases. • Arestas vivas: pontos quentes, depósitos de carbonos. • Baixo custo de fabricação. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.3.4. Câmaras em cunha ou triangular • As válvulas são paralelas entre si, mas inclinadas em relação ao eixo do cilindro. • Maior compacidade e sem arestas vivas. • Permite melhores enchimentos: inexistência de paredes laterais. • Os pistões são geralmente curvos e apresentam bolsas para que as válvulas não o atinjam. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.3.4. Câmaras em cunha ou triangular Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.3.5. Câmaras Hemisférica • Boa compacidade e grande diâmetro das válvulas: potência e estabilidade de combustão a baixa rotação. • Para que a taxa de compressão seja elevada a coroa do pistão terá de ser convexa. • Vela colocada numa posição lateral (ou 2 velas): o trajeto da frente de chama seja o mais curto possível, proporcionando uma combustão rápida. • Custo elevado. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.3.5. Câmaras Hemisférica Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.3.7. Câmara no Pistão • Cabeçote plano com válvulas paralelas. • Câmara de combustão usinado na cabeça do pistão. • Boa compacidade. • Baixos enchimentos: diâmetro das válvulas condicionado pelo do pistão. • Induz “Squish”. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.3.8. Câmara de 4 Válvulas (pent-roof) • Compacta, vela na posição central e enchimento excelente. • Válvula de diâmetro pequeno: bom arrefecimento da válvula de escape. • Abertura de válvula muito ampla: não trabalha suavemente em baixas velocidades. • Baixa turbulência. • Em velocidades elevadas: torque e potência altas. • Turbulência tipo “thumble”. Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.3.8. Câmara de 4 Válvulas (pent-roof) • Em velocidades baixas: inoperância de uma das válvulas de admissão. • Induz a turbulência “swril”. • Válvula borboleta que corta o fluxo da mistura. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.3.9. Câmara de 4 Válvulas Radiais • Custo elevado: motores de competição ou motores de motos. • Elevada compacidade. • Vela central. • Turbulência a alta rotação. Prof.: Daut Couras Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.4. Combustão Anormal • Três tipos: • Pré-ignição ou ignição à superfície. • Auto-ignição. • “Knock”: grilar, batida de pino ou detonação. • Quanto maior a taxa de compressão ou maior a temperatura do motor e misturas estequiométrica maior a possibilidade de ocorrência dos três. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.4.1. Ignição à Superfície • Geralmente ocorre em motores mais desgastados. • Ignição iniciada por um ponto quente: depósito de carbono ou os eletrodos da vela. • A partir das válvulas de escape ou de descontinuidades da câmara de combustão. • Pode ser: • Pré-ignição: antes da faísca. • Pós-ignição: depois da faísca. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.4.1. Ignição à Superfície • Pré-ignição é mais grave: pode resultar em “knock”. • Pós-ignição: desenvolve-se uma frente de chama turbulenta. • O que diferencia da combustão normal: momento e posição do início da combustão. • Várias frentes de chamas elevam a pressão e resulta em combustão severa. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.4.1. Ignição à Superfície • Pré-ignição progressiva: • Com o aumento do nível térmico do ciclo, o ponto quente originário do início da combustão, aquecerá mais, iniciando a combustão mais cedo. • Teoricamente: ponto de máxima pressão ocorre antes do PMS e anula o torque. • Prática: aparecimento de “knock” violento e paredes com temperaturas elevadas. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.4.1. Ignição à Superfície • “RUN-ON”: Funcionamento do motor após a ignição ter sido desligada, quando a alimentação é por carburadores. • Evitada pelo uso de velas frias (temperaturas entre 1100 e 1300K). • MOGI, 1998: O efeito do aumento da taxa de compressão e do aumento do avanço da ignição na pré-ignição devem-se à ocorrência do “Knock”: aumenta a taxa de transferência de calor para as paredes, elevando a sua temperatura. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.4.2. Auto-Ignição • Ignição instantânea de toda a mistura. • Causas: Alta taxa de compressão e/ou paredes muito quentes. • Útil: Motores de aeromodelo se utilizam desta combustão usando uma vela incandescência e elevados valores de taxa de compressão. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.4.3. “Knock” (Grilar) • Forma de auto-ignição de uma parte da mistura, na qual as condições de temperatura são superiores às de ignição espontânea. • Velocidades de propagação de chama elevadas e ruído metálico (grilar). • Acontece após o início da combustão normaliniciada pela faísca: pode-se chegar as condições de ignição num determinado ponto da câmara de combustão. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.4.3. “Knock” (Grilar) MOTOR GRILANDO Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.4.3. “Knock” (Grilar) • Combustão normal: • Deflagração da mistura ocorre a velocidades sub-sônicas do meio não queimado. • Ondas de pressão: viajam à velocidade do som superiores à velocidade de frente de chama. • “Knock”: • Deflagração da mistura propaga-se a velocidades sônicas relativas aos gases queimados. • Velocidade de chama e de propagação da pressão são iguais: pressão elevada. • As ondas de choque que refletem nas paredes são responsáveis pelo barulho e vibração característicos. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.4.3. “Knock” (Grilar) Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.4.3. “Knock” (Grilar) • Características perigosas: com o grande aumento da pressão, a temperatura aumenta excessivamente, pondo em risco os materiais • Pistões de alumínio: podendo a sua coroa ser fundida e abrir um buraco, ou os segmentos ficarem presos. • Válvula de escape: gases de escape elevam a temperatura. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.4.3. “Knock” (Grilar) • Se o “knock” for derivado da iniciação normal da combustão é repetitivo. • Pode não ocorrer em todos os ciclos nem em todos os cilindros. • Geralmente é mais intenso em um cilindro do que nos outros. • Se for derivado da ignição a superfície é ocasional (não repetitivo). • Casos particulares. • Intensidade da ignição a superfície aumenta com o tempo. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.4.3. “Knock” (Grilar) • Pode ocorrer tanto a baixa como a alta velocidade. • Baixa velocidade: “knock” de aceleração (grilar) quando se abre o acelerador a baixa rotação. • Não é muito destrutivo: não se prolonga. • Altas velocidades: não é facilmente audível. • É mais destrutivo. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.4.3. “Knock” (Grilar) • Altas velocidades – consequências: • Pré-ignição, pelo aquecimento dos depósitos na câmara. • “Knock” por pré-ignição cada vez mais cedo e mais intenso, levando a destruição do motor. • Erosão gradual de regiões da câmara de combustão. • Progressão: temperaturas se elevam e aparece cada vez mais cedo. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.4.3. “Knock” (Grilar) • Como ocorre a máxima carga (borboleta completamente aberta): restringe potência e torque máximo do motor. • Detecção: sensores de “knock” ou audição humana. • Sensores: enviam a informação para central da ignição que avança. • Detectam ondas de pressão vibratórias ou somente vibrações. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.4.3. “Knock” (Grilar) • Ondas de pressão: • Velocidades muito elevadas: > 1000m/s. • Frequências: 6 a 20kHz que refletem nas paredes que produzem o ruído. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.4.3. “Knock” (Grilar) • Formas de minimizar: • Reduzir o avanço da ignição. • Aumentar o IO do combustível. • Reduzir a taxa de compressão. • Aumentar a turbulência. • Reduzir a carga. • Aumentar a riqueza da mistura. • Aumentar a velocidade do motor. • Baixar a temperatura de admissão. • Baixar a pressão de admissão. • Reduzir as temperaturas máximas das paredes da câmara. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.4.3. “Knock” (Grilar) • Formas de minimizar: • Reduzir a distância máxima entre a vela e qualquer ponto da câmara. • Usar câmaras de combustão mais compactas. • Admitir uma maior porcentagem de combustível no estado líquido. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.4.3. “Knock” (Grilar) • Em relação ao combustível: • Quanto maior (e mais pesado) mais propenso é para o desenvolvimento do “knock”. • Um motor varia a sua compressão efetiva ao longo da vida: • Inicialmente sua compressão aumenta pela acomodação dos componentes. • Após 80 a 150 mil km a compressão começa a baixar, como resultado dos desgaste dos segmentos e válvulas. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.4.3.1. Detonação • Aparece quando a velocidade de propagação da frente de chama, acelera a expansão dos gases queimados, iguala a velocidade do som. • Cria-se uma onda de pressão com um enorme valor, coincidente com a frente de chama. • A onda de pressão criada vai aumentando de intensidade com a progressão da combustão. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.4.4. Parâmetros Relativos ao Knock • Avanço da ignição: • Quanto mais avançada mais propensão ao “knock”. • Este é o parâmetro controlado pela sistema de ignição. • Pode ser efetuado cilindro por cilindro. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.4.4. Parâmetros Relativos ao Knock • Taxa de Compressão: • Não é possível utilizar valores superiores a 10-11:1. (Será?????) • Quanto mais elevada for a taxa mais propenso à ... • Turbulência: • Aumenta a velocidade de propagação de chama, pelo que a combustão será mais rápida, não havendo tempo à ocorrência... Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.4.4. Parâmetros Relativos ao Knock • Carga imposta: • Cargas mais elevadas vai originar pressões e temperaturas mais elevadas na altura da combustão. • Cargas mais baixas pedem avanço de ignição, improvável a ocorrência. • Riqueza da Mistura: • Aumento da riqueza reduz a possibilidade, mas inflama com maior facilidade. • Misturas pobres originam temperaturas mais baixas, retardam o aparecimento do “knock”. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.4.4. Parâmetros Relativos ao Knock • Velocidade do motor: • Aumento cria mais turbulência, reduz a possibilidade. • Velocidades elevadas implicam em pouco tempo para o aparecimento do ... • Temperatura e pressão de admissão: • Redução destes originam menores pressões e temperaturas na altura da combustão reduz a possibilidade... • Motores com pré-compressão deverão usar inter-cooler. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.4.4. Parâmetros Relativos ao Knock • Temperatura do motor: • Quanto menor este for, menor será a transferência de calor para os gases durante a compressão e maior será a perda de calor dos gases durante a combustão. • Ambos reduzem a possibilidade... • Recirculação de gases de escape: • Reduz a temperatura máxima de chama, reduz a possibilidade... Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.4.4. Parâmetros Relativos ao Knock • Preparação da mistura: • Preparação deficiente: grandes quantidades de combustível líquido, origina temperaturas menores durante a compressão. • O sistemas de injeção permitem maiores taxas de compressão. • Fornecer calor à mistura antes de ser admitida aumenta a possibilidade. Prof.:Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.4.5. Índice de Octano • O IO da gasolina afeta a taxa de compressão que o motor pode ter, sem incorrer em detonação. Taxa de compressão IO necessário Rendimento (%) 5:1 72 - 6:1 81 25 7:1 87 28 8:1 92 30 9:1 96 32 10:1 100 33 11:1 104 34 12:1 108 35 Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.4.6. “Rateres” (“backfire”) • Combustões anormais que acontecem no coletor de escape ou no de admissão. • Mais comuns no escape: falta de ignição dentro do cilindro. • A mistura A/F é descarregada para o sistema de escape e entra em combustão. • Produz uma grande expansão dos gases ao inflamar, podendo resultar no rompimento dos bojos e originar um grande ruído e labaredas saindo do tudo de escape. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.4.6. “Rateres” (“backfire”) • Na admissão: • São mais destrutivos pois destroem o filtro de ar e a sua caixa. • Associados a misturas pobres tem duas causas: • Falha de ignição num ciclo, essa mistura pode arder pela faísca que alguns sistemas incluem no cruzamento de válvula, por isso a combustão pode se propaga do escape à admissão. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.4.6. “Rateres” (“backfire”) • Na admissão: • Associados a misturas pobres tem duas causas: • Mistura muito pobre tanto no início como o desenvolvimento da combustão são muito lentos e pode acontecer que ainda se desenrole a combustão quando a abertura da válvulas de admissão (final do escape), situação que a frente de chama se propaga ao coletor de admissão. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.4.6. “Rateres” (“backfire”) BACKFIRE Prof.: Daut Couras Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.5 COMBUSTÃO NOS MOTORES IPC Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.5 COMBUSTÃO NOS MOTORES IPC Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.5.1. Características da Combustão • Não se desenrola instantaneamente (Otto), ocupa parte do tempo de expansão – processo isobárico. • Permanência a pressões elevadas é superior no ciclo de IPC. • Interesse em estender a combustão: melhora a suavidade. • O combustível injetado durante compressão e expansão, sendo a combustão essencialmente detonante. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.5.1. Características da Combustão • Característica principal: inflamação espontânea ou auto-inflamação. • Pode ocorrer o “knock”: qdo atraso da detonação for extenso. • “Knock”: ocorre no início da detonação quando a taxa de aumento de pressão é muito elevada. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.5.1. Características da Combustão • Tempo de compressão: ar ambiente é comprimido elevando a sua pressão (30-55 bar) e temperatura (700- 900ºC). • Combustível é injetado e a mistura se auto-inflama. • Injeção continua durante a descida do pistão: pressão se mantém constante. • Preparação da mistura: heterogêneo. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.5.1. Características da Combustão • Não há limitação do ar de admissão. • Não necessita duma mistura próxima a estequiométrica: variação da carga é controlada pela injeção de mais ou menos combustível. • A quantidade de ar aspirado é constante: não possui problemas de perdas por bombeamento em carga parcial. • Pedal ligado a bomba de injeção. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.5.1. Características da Combustão • Queima em mistura pobre: • O coeficiente politrópico no processo de expansão é superior ao do motor a gasolina. • Ocorre uma conversão de energia superior. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.5.2. Preparação da Mistura • Mistura heterogêneas: riqueza varia. • Muito elevada no centro do “spray” (=∞). • Muito baixa longe do “spray”(=0). • Pulverização do combustível: • Velocidade elevada. • Turbulência elevada. • Temperatura elevada. • Combustível misturar-se com o ar em sua totalidade: gotas variadas em direções variadas. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.5.2. Preparação da Mistura • Dispersão cíclica: inexistente mesmo em cargas reduzidas (misturas excessivamente pobres) não há problemas na combustão. • Energia para a inflamação: é fornecida por transferência de calor entre o ar e o combustível e não a partir de um fonte externa de energia. • Expansão da frente de chama: é restringida pela existência de oxigênio junto do combustível. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.5.2. Preparação da Mistura • Problema maior do motor Diesel: suficiente mistura de combustível e ar. • Motores com cilindros muito largos requer injeções de pressões muito elevadas. • Motores pequenos e grandes poderão usar câmaras de combustão diferentes em desenho e sistemas de injeção a diferentes pressões. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.5.3. Tipo de Combustão • Início da injeção (antes do PMS): ocorre a auto-ignição das porções de combustível que já estão misturadas com o ar (atraso). • P e T elevam-se ainda mais, reduzindo o atraso da inflamação (queima mais rápido). • Injeção prossegue até que a quantidade necessária de combustível tenha sido fornecida: durante a expansão (combustível consumido). Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.5.3. Tipo de Combustão • Não há restrições quanto ao “knock”: • Injeção começa imediatamente antes da combustão. • Taxa de compressão não é limitada. • Combustão detonante: severa e ruidosa. • Desenvolvimento da injeção: gotas de diâmetros diferentes e taxas de injeção variáveis – taxas de aumento de pressão seja mantida baixa. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.5.3. Tipo de Combustão • Velocidade ótima de combustão: • Boa pulverização. • Elevada turbulência. • Velocidade baixas: • Formação de gomas devido a queima incompleta. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.5.4. Combustíveis • Deve ser facilmente auto-inflamável. • Índice de Cetano (IC): representa a facilidade do combustível auto inflamar-se. • Valores correntes: menor que 50. • Aumento do IC reduz o poder calorífico do combustível. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.5.5. Fases da Combustão nos Motores IPC • Fases: • Atraso da inflamação: início da combustão. • Combustão explosiva. • Combustão progressiva. • Combustão por difusão: após a injeção existe a combustão das últimas porções de combustível. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.5.5.1. Atraso da Inflamação • Motivo: quando se injeta é necessário que se evapore, misture com o ar e reaja. • Atraso físico: transferência de calor, vaporização das gotas e mistura. • Atraso químico: reações químicas de oxidação lenta. Prof.: Daut Couras UniversidadeFederal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.5.5.1. Atraso da Inflamação • Condições do ar no momento da injeção: • Pressão: 35-60 bar. • Temperatura: acima de 450ºC. • As gotas de combustível aquecem e vaporizam. • Por difusão mistura-se com ar. • Inicia-se reações de oxidação lentas. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.5.5.1. Atraso da Inflamação • Equação de Arrhenius – Velocidade de reação: • Onde: • A – fator de frequência • E – energia de ativação (J/mol) • R – cte dos gases (J/mol.K) • T – temperatura absoluta (K) RT E A dt dm exp Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.5.5.1. Atraso da Inflamação • Atraso físico depende: • Atomização do “spray”. • Taxa de aquecimento. • Vaporização das gotas. • Estes parâmetros variam com a velocidade de injeção e diâmetro das gotas (depende da velocidade). • Atraso químico depende: • Equação da velocidade de reação. • Índice de Cetano (IC). Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.5.5.1. Atraso da Inflamação • Se o atraso for elevado: • Combustão será violenta: muita massa de combustível existente que queimará simultaneamente. • Elevada taxa de aumento de pressão. • Elevada vibração e ruído. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.5.5.1. Atraso da Inflamação • Para reduzir o atraso: atua sobre a pulverização. • “Spray” mais finos: facilita a vaporização (transferência de massa), transferência de calor e mistura com o ar. • Área superficial do “spray” é inversamente proporcional ao diâmetro médio das suas gotas. • Aumento da turbulência. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.5.5.1. Atraso da Inflamação • Sistemas de injeção “Common-rail”: • Realiza pré-injeções (0,5 ms): prepara a câmara de combustão para a combustão rápida de todo o combustível. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.5.5.2. Combustão explosiva (cinética) • Pressão e temperatura sobem rapidamente: proporciona severidade. • Controle é difícil: incide sobre os parâmetros iniciais. • Variação de vazão. • Avanço da injeção. • Pressão de injeção. • Importante na produção dos poluentes: NOx e partículas. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.5.5.3. Combustão progressiva (difusiva) • Controle dessa fase é difusivo. • O combustível precisa se espalhar por toda a câmara ou o ar (turbulento) passe pelo “spray”de combustível. • Motores de injeção direta: Necessário um “spray” multidirecional e com gotas de tamanhos variados. • Gotas menores: consumirão o ar perto do injetor. • Gotas maiores: trajeto maior (paredes do cilindro e pistão). Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.5.5.3. Combustão progressiva (difusiva) • Motores de injeção direta: • Combustão mais lenta. • Menores teores de emissão. • Consumos específicos baixos. • Motores de câmara auxiliar: turbulência elevada. • Ar passa a velocidade elevada em frente ao injetor: pressão pode se reduzida. • Fase difusiva é mais rápida. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.5.5.3. Combustão progressiva (difusiva) • Esta fase desenrola-se praticamente a pressão constante, necessário o controle: • Taxa de injeção. • Forma, atomização e penetração do “spray”. • Boa combustão: maior qtde possível de oxigênio seja posto em contato com o combustível seja arrefecido pelas paredes ou sobreaquecido pelos gases de combustão. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.5.5.4. Combustão por difusão • Ocorre após a interrupção da injeção. • Relativamente longa. • Temperatura dos gases não tem uma redução elevada. • São queimadas as últimas porções de combustível e os resíduos sólidos da combustão anterior. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.5.5.4. Combustão por difusão • Necessário haver na câmara regiões de elevada temperatura e alguma turbulência: ar possa chegar onde é necessário. • Necessário elevado rendimento para utilização correta do calor. • Pós-injeção: partículas sejam queimadas nessa fase. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.6. Parâmetros da Combustão IPC 8.6.1. Sistema de Injeção • Principal responsável pelo bom ou mau desempenho. • Função: formação de mistura A/F o mais homogeneamente possível e fornecer a qtde requerida para uma certa carga. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.6.1. Sistema de Injeção • Características do “Spray”: • Atomização. • Penetração. • Distância que ocorre o rompimento das gotas. • Ângulo de “spray” – θ: ar ccinjar ppD 2 05.0 Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.6.1. Sistema de Injeção • Dois tipos: • Injeção Direta: • Maiores pressão • Injetores de vários orifícios • Melhor Spray • Combustível procura o ar • Bom rendimento térmico • Bons consumos • Combustão mais dura Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.6.1. Sistema de Injeção • Dois tipos: • Injeção Indireta: • Menores pressões • Injetores de único orifício • Spray mais grosseiro • Ar procura combustível • Câmaras de turbulência • Baixos rendimentos Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.6.1. Sistema de Injeção 8.6.1.1. Atomização: • Parâmetros: • Pressão • Diâmetros de orifícios 8.6.1.2. Penetração do spray • Parâmetros: • Velocidade (100 a 250 m/s) • Pressão de injeção (300 e 2000 bar) • Massa específica • Diâmetros de orifícios Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.6.1. Sistema de Injeção 8.6.1.3. Distribuição de Tamanhos das Gotas: • Redução do atraso da inflamação • Utilização de todo o ar da câmara • Variar diâmetro em relação a massa. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.6.1. Sistema de Injeção 8.6.1.4. Avanço da Injeção: • Entre 10 a 15°. • Avanço maior: P e T baixas aumenta o atraso da inflamação. • Avanço menor: P e T baixará idem. Prof.: Daut Couras Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.6.1. Sistema de Injeção 8.6.1.5. Carga ou Massa injetada: • Aumento: • Combustões com gradientes de pressão maiores. • T’s dos gases residuais e paredes aumentam. • Compressão a T maior. • Reduz o atraso da inflamação. Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.6.2. Turbulência • Afeta transferência de calor e massa: reduz o atraso da inflamação. • Pode ser na: • Câmara de combustão. • Tubulação de admissão. Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.6.3. Taxa de Compressão • Aumento: maior P e T. • Reduz o atraso da inflamação. • Aquecimento e vaporização das gotas. • Ciclos ruidosos e pouco suaves. • Limites: 22:1 ou 19:1 (sobrealimentados). Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.6.4. Combustíveis • Índice de Cetano: determina qualidade de ignição. • Aumento reduz o atraso.• Varia: 40 a 55. Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.6.5. Outros Parâmetros 8.6.5.1. P e T de admissão • Afetam o atraso da inflamação • T<1000K: aumenta o atraso da inflamação. • T>1000K: não haverá muita diferença. 8.6.5.2. Sobrealimentação • Eleva P e T de admissão: idem anterior. Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.6.5. Outros Parâmetros 8.6.5.3. Velocidade do motor • Aumenta a turbulência: reduz o atraso. • Aumenta a P de injeção e T. • Sistema Common rail. Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.6.6. Câmaras de Combustão IPC • Câmaras de injeção Direta Universidade Federal Rural do Semi-Árido Máquinas Térmicas II 8.6.6. Câmaras de Combustão IPC • Câmaras de injeção Indireta
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