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Reforma_da_Administração_Pública_ou_A_Reforma_do_Aparelho_do_Estado_e_as_Mudanças_Constitucionais[1]

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TEXTO 2
Reforma da Administração Pública ou A Reforma do Aparelho do Estado e as Mudanças Constitucionais
1. Introdução
		A reforma do Estado, que se tornou um tema central nos anos 90 em todo o mundo, é uma resposta ao processo de globalização em curso, que reduziu a autonomia dos Estados de formular e implementar políticas, e principalmente à crise do Estado que começa a se delinear em quase todo o mundo nos anos 70, mas que só assume plena definição nos anos 80. No Brasil a reforma do Estado começou nesse momento,em meio a uma grande crise econômica,que chega ao auge em 1990 com o episódio hiperinflacionário. A partir de então ela se torna imperiosa. O ajuste fiscal,a privatização e a abertura comercial,que vinham sendo ensaiados nos anos anteriores, são então atacados de frente. A reforma administrativa, entretanto, não só se tornou um tema central no Basil em 1995, após a eleição e posse do FHC(Fernando Henrique Cardoso). Nesse ano ficou claro para a sociedade brasileira que esse reforma se tornara condição para a consolidação do ajuste fiscal do Estado brasileiro e , de outro, para a existência de um país de um serviço público moderno, profissional e eficiente, voltado para o atendimento das necessidades dos cidadãos
A crise do Estado impôs a necessidade de reconstruí-lo, a globalização, o imperativo de redefinir suas funções. Antes da integração mundial dos mercados e dos sistemas produtivos, os Estados podiam ter como um de seus objetivos fundamentais proteger as respectivas economias da competição internacional. Depois da globalização, as possibilidades do Estado de continuar a exercer esse papel diminuíram muito. Seu novo papel é o de facilitar para que a economia nacional se torne internacionalmente competitiva. A regulação e a intervenção continuam necessárias na educação, na saúde, na cultura, no desenvolvimento tecnológico, nos investimentos de infra-estrutura – uma intervenção que não apenas compense os desequilíbrios distributivos provocados pelo mercado global, mas que capacite os agentes econômicos a competir em nível mundial. A diferença entre uma proposta de reforma neoliberal e uma social- democracia está no fato de que o objetivo da primeira é retirar o Estado da economia, enquanto que a segunda é aumentar a governança do Estado, é dar ao Estado meios financeiros e administrativos para que ele possa intervir efetivamente, sempre que o mercado não tiver condições de coordenar adequadamente a economia. 
2. Uma Administração Pública Eficiente
O objetivo da reforma é permitir que a administração pública se torne mais eficiente e ofereça ao cidadão mais serviços, com melhor qualidade. Ou seja, fazer mais e melhor com os recursos disponíveis. A redução dos custos será perseguida ao mesmo tempo em que se promove a contínua revisão e o aperfeiçoamento das rotinas e processos de trabalho, simplificando procedimentos, desburocratizando e estabelecendo metas e indicadores de desempenho e de satisfação do cidadão.
De outro lado, a reforma administrativa ou do aparelho do Estado é fundamental para assegurar a estabilidade do Plano Real: o Governo brasileiro precisa coibir o desperdício e racionalizar o gasto público. O que o Governo quer com a reforma é impedir que os gastos aumentem consumindo os recursos do Estado, sem que haja uma contrapartida de eficiência e de qualidade nos serviços prestados. A atual Constituição impõe obstáculos de difícil remoção para a aplicação de políticas voltadas para a cobrança de desempenho do serviço público e para a racionalização das despesas.
A melhoria da eficiência exigiu também a descentralização dos serviços, aproximando a sociedade do cidadão, retirando do Estado atividades que possam ser melhor executadas por entidades públicas apoiadas pelo Estado. Também será indispensável redefinir os mecanismos de controle convencionais, voltados para o controle dos processos, burocratizado e ineficaz, redirecionando-os para a avaliação de resultados.
A reforma administrativa entrou na agenda da sociedade brasileira,. Foi discutida pelos cidadãos. Hoje o País conta com uma administração transparente tem consciência das decisões que são tomadas pelo Congresso poderão refletir o que pensa a sociedade.
3. Os principais pontos da reforma
	A reforma exigiu aprovação de mudanças na Constituição para a sua implementação, abrange a revisão de outras leis e normas, a concepção de novos instrumentos de gestão e de formas de organização da administração, procurando assimilar o que há de mais avançado nas teorias e métodos de administração, na experiência internacional e na própria trajetória da Administração Pública Brasileira. 
Os principais projetos e medidas na Administração Federal foram:
dotar os órgãos centrais do Estado de maior capacidade de formulação e acompanhamento das políticas públicas especialmente por meio da criação de novas carreiras e fortalecimento das existentes, voltadas para a formulação de políticas púbicas e a regulação, de modo a assegurar o recrutamento contínuo, nos próximos anos, de quadros com alta capacitação técnica;
rever as estruturas e competências dos órgãos e entidades da Administração Federal, visando redução de níveis hierárquicos, à adoção de formatos organizacionais mais leves e flexíveis e à descentralização de competências para Estados e Municípios;
estimular o planejamento estratégico em todos os órgãos e entidades compreendendo, a definição de missão, objetivos e metas, conjugado à implantação de indicadores de desempenho e de processos contínuos de melhoria da gestão;
descentralizar e melhorar o desempenho gerencial na prestação de serviços públicos na área social, mediante implantação de Organizações Sociais sem vinculação administrativa com o Estado, mas fomentadas com recursos púbicos e controladas por contratos de gestão;
fortalecer a capacidade regulatória do Estado, principalmente sobre os setores produtivos objeto de privatização de empresas estatais, mediante criação de Agências Regulatórias especialmente nas atividades exploradas por concessão estatal;
melhorar o desempenho da prestação de serviços púbicos típicos de Estado, em atividades como arrecadação, segurança e previdência social, mediante implantação de Agências Executivas com maior autonomia administrativa e controle com ênfase nos resultados alcançados;
profissionalizar o servidor com treinamento permanente e avaliação de desempenho e participação em programas de melhoria contínua dos processos de trabalho;
racionalizar e readequar o perfile a distribuição de servidores, com fixação da lotação necessária de servidores em cada órgão ou entidade e o remanejamento, treinamento ou afastamento de servidores desnecessários;
modernizar a legislação do servidor púbico e rever privilégios, propondo ao Legislativo emendas à legislação vigente e à própria Constituição, contemplando, particularmente, o estabelecimento de restrições às aposentadorias precoces e a revisão de benefícios descabidos, fixados na legislação vigente;
controlar custos, por meio de sistemas de informação gerencial, particularmente para o acompanhamento de despesas, de modo a tornar claro para os administradores públicos o custo real de suas unidades e programas;
rever a legislação que rege as compras e contratações, visando a obtenção de melhores preços e à agilização de procedimentos requeridos – lei das licitações;
aplicar as tecnologias de informática à melhora da gestão; para possibilitar a disseminação do trânsito de documentos por meio eletrônico e o acesso com rapidez, pelos gerentes, à informação, ao formato adequado às necessidades do processo decisório.
4. O Que A Sociedade Ganha Com A Reforma Administrativa
- uma administração pública eficiente – significa que o Estado será capaz de gerar mais benefícios, na forma de prestação de serviços à sociedade,com os mesmos recursos disponíveis
- o equilíbrio das contas nos Estados e municípios - Estadose Municípios terão condições legais de promover,de forma mais eficaz,seus processos de ajustamento das contas públicas.
- o estado deixa de ser um obstáculo à retomada do desenvolvimento econômico – hoje o setor privado já se ajustou e está voltando a investir . O Estado,entretanto, continua amarrado pelo desequilíbrio das contas e pela desorganização interna. Há perda de técnicos qualificados, baixo desempenho e persistência no uso de formas atrasadas de gestão.
- serviços públicos com qualidade e retirada de normas e controles desnecessários, a flexibilização de gestão e a ênfase no desempenho vão ajudar a Adm Pública a oferecer melhores serviços,com maior qualidade.
5. O Que o Servidor Público Ganha Com A Reforma Administrativa
- ganhará respeito da sociedade - a opinião pública tinha uma imagem muito negativa do servidor. A sociedade precisava saber que o servidor trabalha muito e é dedicada ao ideal de servir ao público,por isso, a profissionalização, cobrar desempenho, demitir servidor que não se empenha no seu trabalho. A estabilidade só se justifica no interesse do Estado
- servidor ter a certeza de que seu trabalho é necessário – consciência dos servidores de que a função do Estado não é dar empregos, mas prestar os serviços que a sociedade, o contribuinte necessita. Não faz sentido manter empregados desnecessários. Contas públicas insustentáveis levaram ao desligamento de servidores. Retomar o crescimento ,acautelando-se contra o empreguismo;
- servidor teve seu desenvolvimento profissional estimulado pelos programas de treinamento em massa e sistemas de promoção vinculados a cursos de aperfeiçoamento;
- renovação do quadro de servidores – abertura de concursos e organização de carreira renovou o quadro de servidores e representou um avanço nas condições de trabalho e na qualidade dos serviços;
- condições de trabalho melhoraram - novos métodos de gestão, maior autonomia, profissionalização da gerência, indicadores de desempenho, sistemas de avaliação permanente do servidor e dos órgãos foram projetos que produziram revolução gerencial no serviço público.
6. O Que Muda Na Constituição
A Proposta de Reforma do Estado, foi encaminhada pelo Governo ao Congresso Nacional em Agosto de 1995, tendo sido objeto de Substitutivo elaborado pelo Deputado Moreira Franco, no qual foram mantidas e mesmo ampliadas muitas das propostas básicas do texto original. As alterações ao texto constitucional, pela importância para o prosseguimento da reforma foram: Estabilidade, Remunerações, Regime Jurídico dos Servidores, Contratos de Gestão, Flexibilização de Gestão das Estatais, Descentralização para Estados e Municípios, Controle Social da Adm Pública e Economia de despesas em cada órgão ou entidade.
6.1 1Estabilidade – o tempo de exercício exigido pela estabilidade foi ampliado de 2 para 3 anos e se tornou obrigatória a avaliação de desempenho do servidor no estágio probatório, como requisito para a estabilidade. Poderá ocorrer a perda do cargo por insuficiência de desempenho.apurada mediante avaliação periódica.
6.2 Remunerações – ficou instituído teto de remuneração único para os três poderes e para a União, Estados,Distrito Federal e Municípios, correspondente ao subsídio dos Ministros do STF. Engloba todas as parcelas remuneratórias,inclusive as vantagens pessoais e incide sobre os proventos e pensões, além de alcançar as situações de acumulação de remunerações e proventos. 
A isonomia é o princípio segundo o qual servidores que desempenham a mesma função em diferentes órgãos devem receber a mesma remuneração. Não pode haver discrepâncias entre um órgão e outro ou entre um Poder e outro,na fixação de salário dos servidores,uma vez que todos são servidores de um único Estado. A isonomia passa a ser questão de ordem administrativa e não mais objeto de questionamentos e reivindicações
6.3 Regime Jurídico dos Servidores – é a lei com base na qual são definidos os direitos, deveres e demais parâmetros que devem regular o relacionamento entre empregado e empregador. O chamado Regime Jurídico Único –RJU – é o regime jurídico dos servidores púbicos civis da Administração Direta, das autarquias e das fundações, instituído pela lei n] 8.112/90. O RJU regula a relação entre os servidores públicos e a Administração. A esse regime se incorporaram, por ocasião de sua criação, em 1990, os funcionários públicos que eram regidos pela antiga Lei. 1.711/52 – o estatuto dos funcionários públicos civis da União e os empregados públicos que eram regidos pelo regime celetista..
6.4 Contratos de Gestão – podem ser celebrados contratos para ampliar a autonomia dos órgãos inclusive, para definição da remuneração de seus servidores; a autônoma ampliada fica vinculada a um controle mais rigoroso e efetivo, realizado pelo contrato de gestão e direcionado para avaliação dos resultados alcançados
6.5 Flexibilização de Gestão das Estatais – foi permitida legislação diferenciada para as estatais em relação ás licitações e contratos. Foi estabelecido o estatuto da empresa estatal exploradora de atividades econômicas,definindo mecanismos diferenciados de controle e de ampliação de sua autonomia
6.6 Descentralização para Estados e Municípios - a lei permitiu os consórcios públicos e convênios pra a gestão associada de serviços públicos e para a transferência de serviços, pessoal ou bens entre as esferas de Governo, facilitando o processo de descentralização de muitas atividades e serviços atualmente executados pela União.
6.7 Controle Social da Adm Pública – foi fortalecida a participação do cidadão mediante lei que regulamentou o direito de audiência e de participação na tomada de decsões que lhe digam respeito, as reclamações relativas á prestação dos serviços públicos,o acesso a informações e a representação como abusos e negligência na prestação dos serviços públicos.
6.8 Economia de despesas em cada órgão ou entidade – os recursos economizados provenientes de despesas de manutenção dos órgãos e entidades da administração pública poderão ser aplicados em programas de qualidade, no treinamento e modernização interna ou até mesmo em gratificações ou prêmios de produtividade,destinados aos servidores; a lei deverá regulamentou esse mecanismo de estímulo à redução de gastos, vinculado à concessão de benefícios diretamente ao servidor ou na forma de melhoria das suas condições de trabalho
7. PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE TEMAS DA REFORMA ADMINISTRATIVA
O que é a Reforma Administrativa ou do Aparelho do Estado?
O que é o Aparelho do Estado?
Por que o Governo decidiu fazer essa reforma?
Quais são as mudanças que aconteceram na Constituição?
Quais os resultados esperados com essa reforma?
A reforma se conclui com a aprovação das emendas constitucionais?
O que é Regime Jurídico Único?
A permissão de vários regimes não poderá desorganizar a Administração?

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