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TCC sobre Interação Mente versus Cérebro

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FACULDADE CAMPOS ELÍSEOS
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROCIÊNCIAS
MILTON JOSÉ DE OLIVEIRA
INTERAÇÃO MENTE-CÉREBRO
Americana
2017
�
MILTON JOSÉ DE OLIVEIRA
INTERAÇÃO MENTE-CÉREBRO
Monografia Interação Mente-cérebro apresentada à Faculdade Campos Elíseos como exigência parcial à obtenção do título de Especialista em Pós-Graduação em Neurociências.
Prof. Orientadora: Fátima Ramalho Lefone
Americana
2017
�
Aprovado pelos membros da banca examinadora em:
____/____/____ com menção ____(______________)
Banca Examinadora
__________________________
___________________________
Resumo
 
Até mesmo no meio acadêmico, a grande maioria confunde o cérebro com a mente ou toma um pelo outro sem entender a real distinção e função de cada um deles. Esta pesquisa visa esclarecer que eles são distintos, interdependentes e trabalham – sistêmica, harmônica e integradamente – muito bem ajustados e afinados numa relação psíquica bio-neurofisiológica. A pesquisa tem o objetivo de analisar e descrever o cérebro como o órgão que recebe comando da mente (pensamentos) e estímulos do meio físico (ambiente) e considerar quanto à natureza destes estímulos, sendo os primeiros cognitivos (intelectual) e os segundos físico-químicos (sensoriais). A especificidade deste trabalho é a de investigar sobre estudos da mente e do cérebro para explicar que o pensamento é gerado na mente e não no cérebro como comumente acredita a maioria. Entender que o cérebro e a mente no ser biológico estão submetidos a um constante processo evolutivo bio-filogenético conforme pode ser constatado nas teorias de evolução biológica e artigos científicos disponíveis nos acervos acadêmicos como veremos ao longo deste trabalho alguns artigos consultados.
Palavras chave: Mente; cérebro; pensamento: ideias; estímulos.
Abstract:
Summary: Even in the academic world, the vast majority confuse the brain with the mind or take one for the other without understanding the real distinction and function of each of them. This research aims to clarify that they are distinct, interdependent and work - systemically, harmonically and integrally - very well tuned and tuned in a bio-neurophysiological psychic relationship. The aim of this research is to analyze and describe the brain as the organ that receives command of the mind (thoughts) and stimuli of the physical environment (environment) and consider the nature of these stimuli, being the first cognitive (intellectual) and second physical- Chemical (sensory). The specificity of this work is to investigate studies of the mind and brain to explain that thought is generated in the mind and not in the brain as most commonly believe. To understand that the brain and the mind in the biological being are subject to a constant evolutionary bio-phylogenetic process as can be seen in the theories of biological evolution and scientific articles available in the academic collections as we will see throughout this work some articles consulted.
Keywords: Mind; brain; Thought: ideas; Stimuli.
SUMÁRIO
	INTRODUÇÃO.....................................................................................................................
	05
	1. OS PRECURSORES DA DESCOBERTA DA MENTE......................................
	05
	OS PRECURSORES DA DESCOBERTA DA MENTE................................
	05
	Evolução do princípio inteligente (Teorias da Evolução das espécies)
	07
	Reconhecendo a Mente..............................................................................
	08
	OS PARADIGMAS MONISTA E DUALISTA.....................................................
	08
	O Paradigma Monista.................................................................................
	08
	O Paradigma Dualista (Mente extrafísica) ...............................................
	09
	A NATUREZA ESPIRITUAL DO HOMEM.........................................................
	10
	A Construção da Mente..............................................................................
	10
	O QUE É A MENTE?.........................................................................................
	11
	INTERAÇÃO MENTE CÉREBRO.....................................................................
	12
	O cérebro não Explica a Mente..................................................................
	12
	CONCLUSÃO...............................................................................................................
	22
	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................
	23
�
Introdução
TÍTULO: A INTERAÇÃO MENTE-CÉREBRO
PROBLEMATIZAÇÃO: A grande maioria das pessoas confunde a mente com o cérebro. Na verdade, eles são distintos, interdependentes e trabalham – sistêmicos, harmônica e integradamente – muito bem ajustados e afinados numa relação bio psíquico neurofisiológica.
 OBJETIVO GERAL: Analisar e descrever o cérebro como o órgão que recebe comando da mente e estímulos do meio físico ambiente, considerando que são estímulos distintos, ou seja, quanto à natureza, sendo os primeiro cognitivos (intelectual) e os segundos físico-químicos (sensoriais). 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS: Elaborar estudo sobre a mente e o cérebro para explicar que o pensamento é gerado na mente e não no cérebro.
O presente trabalho é o resultado de uma pesquisa bibliográfica extraída, em sua maioria, de conteúdos literários, palestras de fontes físicas e de fontes disponíveis na rede mundial de computadores. Pretende-se demonstrar que o cérebro e a mente representam a parte mais significativa do ser biológico como resultado mais expressivo da evolução das espécies, cujo ápice desse progresso está no ser humano. À medida que o homem avança no conhecimento acadêmico – científico e tecnológico – mais o véu que obstaculiza a percepção do entendimento é erguido e descobrindo novos horizontes do conhecimento intelectual numa visão holística. É interessante frisar que a mente está na base de todo o conhecimento pelo pensamento e o cérebro é o órgão do ser biológico – no nosso caso o homem – o que lhe dá sustentação de manifestação no mundo físico para percepção desse conhecimento. Os relatos científicos desde a era da pré-ciência até os dias de hoje têm concebido a mente como um produto gerado pela fisiologia cerebral. Isso, talvez, se deve por causa da óptica do paradigma cartesiano, monista e materialista. Pelo paradigma dualista (Alma e corpo) – como poderemos perceber ao longo deste trabalho - vislumbramos a necessidade de dar ênfase ao novo paradigma holístico que surge com as evidências constatadas e que tem as suas raízes na Antiguidade, porém foi ofuscado pelo paradigma predominante até agora, ou seja, pelo paradigma materialista monista (apenas o corpo). Percebe-se essa tendência principalmente nas áreas de saúde no atendimento a uma pessoa que necessita de atendimento à doença (disfunção orgânica) ou de ordem psicológica (transtorno mental) - quando essa pessoa é atendida ou trada à luz do paradigma dualista (holístico), os resultados são proativos trazendo mais lenitivo à pessoa portadora de queixa de disfunções orgânicas e/ou psicológicas com evidente melhoria de qualidade de vida. O presente trabalho foi dividido didaticamente em capítulos e subcapítulos para facilitar a sua leitura, bem como a sua compreensão.
OS PRECURSORES DA DESCOBERTA DA MENTE
Para Facure� (2009, p. 41), o conhecimento sistematizado do corpo humano só foi possível logo após o fim da Idade Média com a quebra de amarras dogmáticas dentro da própria Medicina e com as contribuições filosóficas de René Descartes (1637)� que separou o corpo da alma e libertou a Ciência da interferência eclesiástica. Até então, prevalecia o conhecimento empírico organizado principalmentepor Cláudio Galeno, médico grego�. Continua Facure (2001, p. 65), que muitos dos filósofos da Grécia antiga acreditavam na existência da Alma (consciência) e a considerava um ser imaterial, atuando sobre o corpo, porém com existência independente deste. Segundo Platão,� essa Alma tinha prévio conhecimento da realidade das coisas no mundo das ideias antes da sua atual existência na vida física. Também é de Platão - Naquele tempo antecedendo Freud - que durante o sono do corpo a alma tenta se retirar das influências internas e externas e que os desejos expressos, habitualmente, nos sonhos não são evidenciados no estado de vigília (acordado). 
Conforme Facure, Pitágoras, admitia a existência da alma (consciência) e presumia uma realidade da psique. Para Facure, Hipócrates tinha uma percepção muito atual em analogia com os paradigmas da psicologia hodierna e Franz Anton Mesmer (1775), Na Obra "Escritos sobre a cura magnética”, aborda, quem sabe, de forma indireta, um estudo oportuno que enfatiza a necessidade de sondar uma provável intervenção de como a mente atua sobre o corpo. Também para Facure, os neuropsiquiatras Hypolithe Bernheim e Ambroise-August Libeaut, fizeram uso da hipnose (1870), teoria esta que foi difundida na escola de Nancy na França (1894). A partir daí a hipnose passa a ser enunciada como sendo uma expressão da sugestionabilidade humana capaz de afetar todas as pessoas. 
Conforme Facure, (2009, p. 50), Franz Joseph Gall�, foi um precursor da teoria de localização das áreas cerebrais correlacionada ao comportamento humano. Nesse sentido, Pierre Paul Broca� (1860-70) descobre a área cerebral correspondente à fala. A partir de então, a neurologia de mapeamento cerebral se instaura velozmente procurando no cérebro posições anatômicas e fisiológicas de modo a montar um mosaico de aplicabilidade todo intricado da funcionalidade do intelecto. Coube, entretanto, a Sigmund Freud (1899), médico vienense discípulo de Charcot, desenvolver uma tese sobre a psique, pesquisando os quadros de neuroses de seus pacientes e sugerindo a ideia do inconsciente (repositório dos desejos reprimidos) e chamando a atenção dos pesquisadores para a importância que essa instância psicológica representa e interfere na vida de cada ser humano. Simpatizantes do pensamento freudiano alargaram e até remodelaram as ideias freudianas sem, contudo, explicar a multiplicidade do psiquismo humano. 
Segundo elucida Facure (2009, p. 53), até o presente momento, a Ciência não logrou elaborar uma hipótese convincente do ponto de vista da racionalidade intelectiva para a gigantesca complexidade da psique humana. Argumenta Facure que o eminente psicólogo suíço Jean Piaget� (2007), estudando minuciosamente o comportamento particular de seus filhos comprovou que o intelecto cognitivo se adquire por etapas especificas das quais a criança se utiliza para resolver suas dificuldades e conseguir seus objetivos. Partindo desse pressuposto, Piaget demonstrou que as estruturas cognitivas são fundamentais para o sujeito aprender. Estas estruturas estão intimamente correlacionadas com a evolução ou maturidade biológica do indivíduo na parte de aprender. Essas estruturas estão subdivididas em estágios que são: o sensório-motor (até 2 anos), pré-operatório (de 3 a 7 anos), operatório concreto (de 8 a 11 anos) e operatório formal (a partir de 12 anos). Piaget enfatiza que esses estágios são sequenciais, contínuos e complementares e não podem ser invertidos, pulados ou subestimados. Para Piaget, o conhecimento vem de dentro para fora com a observância sequencial destes estágios. 
Para Facure (2009, p. 59), diante do cabedal de conhecimento sobre o organismo humano, sobretudo o cérebro, alcançado até hoje, resta-nos saber se a ciência oficial já tem uma proposta convincente para justificar o que – de fato – representa o nosso corpo humano e o sentido da mente sobre ele. Continuando, afirma Facure que – segundo o paradigma espírita – somos seres espirituais. Nesse caso, é preciso que a ciência oficial perceba e admita a existência de um princípio inteligente (Alma) que tem uma mente pela qual se dá a manifestação da vitalidade ao ser biológico e sua consequente existência. Porquanto, sem a existência de uma consciência (princípio inteligente) não haveria a manifestação da vida muito menos a percepção e verbalização das ideias do ser inteligente no plano físico.
Evolução do princípio inteligente (Teorias da Evolução das espécies)
Segundo interpreta Alves (2015, p. 13), a fim de entendermos o procedimento da construção da mente – que não está no cérebro -, inicialmente, se faz necessário ter um olhar sobre a filogenia que trata da origem e da evolução das espécies, porque a edificação da mente se processa ao longo dos milênios através da evolução dos seres biológicos, conforme explica a seguir:
Nesse sentido, é forçoso conhecer dentre outras as teorias de Jean Baptiste Pierre Antnonie de Monet – O Cavaleiro de Lamark (1809); A origem das Espécies (1859) de Charles Darwin; On the Tendency of Varieties to Depart Indenfinitely from the Original Type, de Alfred Russel Wallace; as leis da hereditariedade com base na genética de Gregor Johann Mendel� (1865). A teoria que descreve a estrutura do DNA, tendo um formato de dupla hélice, facultando-nos entender a replicação e síntese de RNA bem como o fenômeno da mutação gênica de Watson e Crick na década de 1950. Em cujas obras – citadas – os autores mencionados tratam da Ortogênese (evolução direcional); Herança de caracteres adquiridos etc.
De acordo com Alves (2016), a fim de dar prosseguimento ao estudo e pesquisa sobre a mente, é necessário admitir – doravante – que a vida estagia em dois planos (físico e extrafísico) e na sua essência, por conseguinte, ela é transcendente ao Mundo Físico (Material) no qual estagiamos. 
Para Alves (2016), necessário, no entanto, conceber a existência de um Mundo paralelo ao mundo físico com o nome de Mundo Espiritual. Nessa linha de pensamento, em verdade, há uma alternância constante do ser inteligente (consciência) entre esses dois mundos a qual ocorre do estado de sono para o estado de vigília (acordado) e vice-versa. Porém, quando da morte do corpo biológico que lhe serviu de instrumento durante a existência na Terra o princípio inteligente (consciência) retorna em definitivo ao mundo espiritual, mas pode – de lá – exercer influência sobre os seres do mundo físico, conforma informa Kardec (1865, p.100), em o livro dos Médiuns. 
Conforme nos ensina Kardec, A. (1861, p. 197), o mundo físico serve de laboratório do mundo espiritual, sendo, portanto, transitória as experiências que o ser inteligente (consciência) aqui se submete. De outra forma a ciência não teria – dentro da racionalidade intelectiva e fazendo uso apenas dos sentidos sensoriais – condições de explicar a desigualdade de aptidões, posições sociais etc. entre as pessoas. Nem de esclarecer as causas das doenças congênitas ou das mutilações de nascença. Segundo Alves, já está na hora, de os cientistas sensatos cogitarem sobre o real sentido da vida no plano físico.
Reconhecendo a mente
Informa-nos Facure (2001, p.66), até o Século XVI, os sábios da era pré-ciência, ao lidar com as enfermidades do corpo humano, aceitavam a subsistência da consciência (Alma) e acreditavam que era ela quem comandava os fenômenos físicos do corpo tais como a circulação do sangue, a digestão dos alimentos, as sensações físicas etc. A partir daí, René Descartes (1637) instituiu a teoria que estabeleceu significativamente a separação do corpo e da alma, inserindo de vez o organismo humano na investigação científica. 
OS PARADIGMAS MONISTA E DUALISTA
O paradigma monista
Conforme Descartes, no “Discurso do método – Meditações” (1637), a partir do qual estabelece o paradigma cartesiano (reducionista, mecanicista, mercantilista). Desde então, a consciência (Alma) perdeu a ingerência nas funções do corpo humano e estas passaram a ser comparadas às dos fenômenos orgânicos, físicos e químicos.Isto é, a respiração foi relacionada com a combustão dos gases, a digestão correlacionada à conta da fermentação das substâncias e assim por diante. Só que este paradigma não descreve nem define o que é a vida nem qual é o seu verdadeiro sentido. Destarte, a parte consciente (inteligente) que dá vitalidade à matéria ficou anulada e o organismo humano, da condição de efeito ou reflexo da consciência (Alma), passou também à condição de causa dos fenômenos orgânicos. Nessa visão, o paradigma constitui um paradoxo que contraria um dos princípios básicos da racionalidade da ciência em que uma coisa não pode ocupar duas posições de sentido ao mesmo tempo. Por exemplo, uma coisa não pode ser verdadeira e falsa concomitantemente. Conforme evidencia o paradigma monista fica evidente a falta de coerência quando os médicos procuram as causas das doenças apenas no arcabouço orgânico e não as encontra nem conseguem debelar certas enfermidades ou encontrar a verdadeira causa das doenças. Isto por um simples erro de acuidade perceptiva, ou melhor, ignoram o comando da mente sobre o cérebro que repercute sobre o restante do organismo.
 
O paradigma dualista (Mente extrafísica)
Segundo Júnior, D. I�., que defende o paradigma dualista e a mente extrafísica, é na mente que se originam os transtornos psicológicos e estes são manifestados no organismo em formas de doenças. Para Júnior, quando o médico examina o paciente e não encontra nenhuma doença orgânica nele é porque a pessoa está com transtorno mental e recomenda procurar um psicólogo ou um psiquiatra. Continua Júnior afirmando, que no paradigma monista, o homem é concebido do ponto de vista mecanicista, porém, não desmontável como se faz com as engrenagens das máquinas para substituição de peças. Isto porque há órgãos que não podem ser substituídos nem mesmo através de transplantes. O médico Júnior argumenta sobre a necessidade premente de substituição deste paradigma monista pelo holístico, dualista e transcende à matéria e afirma que a visão holística já começa a despontar no horizonte da racionalidade. Segundo Júnior, o homem é o resultado da união da essência espiritual (Alma) com a matéria organizada (organismo humano). Argumenta que a matéria em si é inerte, porém com a presença da Alma (consciência) ela pode ser vitalizada e até intelectualizada como acontece nas ações instrumentalizadas do homem, mas que não é percebida pela maioria acadêmica. Conforme nos informa Júnior, até os nossos dias, o materialismo foi útil porque nos trouxe o entendimento que temos atualmente. Todavia, como paradigma monista não tem parâmetro de comparação e por isso não tem condição de continuar sobrevivendo à luz do progresso intelectual. Sustenta que mesmo a ciência oficial não admitido o paradigma dualista, os vestígios deste novo paradigma são notados desde a antiguidade. Para sustentar sua tese, Júnior cita que para Hipócrates (377 a. C), na Grécia Antiga, considerado Pai da Medicina ocidental, admitia o cérebro como o mensageiro da mente. Hipócrates considerava o cérebro como um instrumento da mente. Júnior afirma que no século XVII, René Descartes (1637), estabeleceu um método para o homem pensar melhor. Haja vista, é Descartes o criador da famosa frase: “Penso! Logo, existo. ” E segundo Júnior, o homem é um Espírito que possui um intelecto com capacidade de raciocínio e também de pensar. Nessa linha de pensamento, o homem consegue fazer abstração da realidade e racionalizar seus instintos e ideias.
A NATUREZA ESPIRITUAL DO HOMEM
3.1 A construção da mente
Alves, no livro A Construção da Mente, (2016 p. 22), assevera que até hoje, a Ciência só estudou um dos elementos básicos do universo, ou seja, se preocupou em estudar apenas a matéria, sem cogitar do segundo elemento – mais importante – que é o Espírito, a essência da vida ou a outra faceta da verdade. Continuando, Alves, nos afirma que existe sim, além da matéria substancialmente observada pela ciência, um Princípio Inteligente (Alma), que sobrevive à destruição do corpo físico. Alves nos informa ainda que o Espírito se liga ao corpo físico durante a gestação do bebê por um fluido material especial de nome Princípio Vital já detectado pelos vitalistas, inclusive por Franz Anton Mesmer� (1775) e que a ciência vitalista� já é aceita por muitos homens de ciência incluindo a homeopatia de Hahnemam (aceita oficialmente por muitos países) bem como a Medicina Oriental. Essas evidências chamam a atenção dos estudiosos do ocidente - comprometidos com o conhecimento à luz da verdade - para a realidade do princípio vital que vitaliza os organismos biológicos.
3.2. A mente e o Cérebro
É de Assis� a seguinte declaração: “A mente se debruça sobre o trapézio do cérebro. ” 
Diante dessa afirmação, conclui-se que a mente e o cérebro são coisas distintas. Essa conclusão vem corroborar com paradigma holístico (dualista) o qual descreve a dualidade: Alma (consciência) e matéria (corpo). Sendo a mente é extrafísica e pertence ao princípio inteligente (consciência). Nesse sentido a mente é, portanto, um instrumento da Alma (consciência) para comandar e intelectualizar a matéria. Segundo o médico e fisiologista Júnior, (2015), o paradigma monista (mono = matéria), não nega o materialismo, porém ele não considera a Alma (consciência). Continuando afirma Júnior que, além disso, este paradigma não tem argumento para justificar nem comprovar onde fica arquivado o conhecimento adquirido pelo homem. Que na hipótese de esse paradigma considerar que o conhecimento ficasse arquivado no cérebro, mas com a morte do corpo biológico, este conhecimento seria destruído junto com a decomposição cadavérica. E que isso não aconteceria se admitíssemos o paradigma dualista, onde afirma que o conhecimento é preservado porque fica gravado e arquivado na mente, ou seja, na Alma (consciência) – parte que sobrevive ao corpo por ocasião da morte do corpo biológico.
Conforme Alves, O cérebro com toda a sua complexidade anatômica, biológica e fisiológica é o instrumento de que a Alma (consciência = a parte inteligente) se utiliza por intermédio da mente para manifestar-se no mundo material (mundo físico). Afirma que numa analogia com o computador, o cérebro representa a parte de hardware, porém é na mente que estão os aplicativos, ou melhor, a parte dos softwares que ela (Alma) se utiliza. Na informática os softwares (aplicativos) podem ser gravados e guardados em memórias extra hardware (computador) e mesmo com a destruição do computador não se perdem os dados. A mesma analogia se aplicada ao corpo e consciência (Alma). O conhecimento adquirido pelo homem não se perde jamais com a morte do corpo biológico porque fica gravado e arquivado na Alma e não no cérebro como equivocadamente muitos acreditam e que a alma sobrevive à morte do corpo biológico.
O QUE É A MENTE?
Conforme Emmanuel (1958, p. 4)�, a mente é o espelho da vida em toda parte e que ela está presente no ser biológico desde os seres primitivos, atendendo ao impositivo da filogênese e da biogênese a cujos processos o ser biológico está submetido.
Para Júnior, a mente instrumentaliza o cérebro e o cérebro comanda o restante do organismo biológico através do vasto sistema nervoso.
Para Novaes�, a mente é uma espécie de órgão a serviço da Alma (Espírito), fazendo a interface ente ela e a realidade material
Segundo Mathias� (2017. p. 11), O cérebro não é a mente. Ele é uma estação de conexão com o Universo que utilizamos, tendo ou não consciência desse fenômeno. Então, se a mente não é produto do cérebro, há algo em nós que o comanda e chamamos a esse algo de Alma (espírito). E se há espírito como a parte inteligente da nossa personalidade, há toda uma realidade subjacente e transcendente aos fatos que estão diante dos nossos sentidos. (...) Continua Mathias, que há no meio Acadêmico cientistas como Dr. Beauregard, M. e tantos outros, afirmando que quem comanda o cérebro é um ser que a ele transcende. E se o cérebro está a serviçodesse ser, então há uma transcendência em todos os acontecimentos da nossa vida material. (...)
Deste relato, infere-se que somos uma consciência que possui uma mente que está conectada a um cérebro que, por conseguinte, comanda o corpo biológico. Assim, percebe-se que a mente é uma interface entre a consciência e o cérebro para que a alma possa exprimir-se no meio material.
INTERAÇÃO MENTE CÉREBRO
O Cérebro não Explica a Mente (Hessen)�
Segundo Hessen (2011), nos últimos, anos após a década de 1990, a neurociência foi invadia por avalanche de informações no campo das pesquisas e a cada dia surgem novos conhecimentos seguidos de recentes técnicas de mapeamentos cerebrais, valendo-se de fotos instantâneas e instrumentações sofisticadas no estudo do funcionamento dos neurônios. Todo esse aparato ajuda a revelar a organização cerebral em minúcias de detalhes. 
Conforme Hessen, quando o consciente está em atividade, o circuito gelatinoso se agita em um tráfego de pensamentos, anseios, conflitos, preocupações, curiosidades e intenções. Além de comandar todo o cosmo orgânico para garantir a vida vegetativa, o cérebro também precisa atender aos apelos das ideias permeadas de emoções que desencadeiam uma cascata de estímulos e reações neuroquímicas que provem da consciência que dele se instrumentaliza, ou seja, vindo da Alma através da mente. Continua Hessen, que desde os movimentos peristálticos dos intestinos á produção de novas células assim como os arcos reflexos (piscar das pálpebras) tudo é comandado e controlado pelo sistema nervoso que tem no cérebro o governo central da fantástica ‘máquina’ humana.
Para Luiz e Xavier�, em referência ao cérebro afirma: nas reentrâncias de semelhante cabine, de cuja intimidade a criatura (Alma) expede as suas ordens e decisões com que traça o próprio destino, temos, no córtex (que corresponde a camada mais externa do cérebro), os centros da visão, da audição, do tato, do paladar, do olfato, do gosto, da palavra falada e escrita, da memória e de múltiplos automatismos em conexão com os mecanismos da mente, configurando os poderes da memória profunda, do discernimento, da análise, da reflexão, do entendimento e dos multiformes valores morais de que o ser se enriquece no trabalho da própria sublimação.
Continuando, Luiz e Xavier� informa que nos lobos frontais, silenciosos ainda para a investigação científica dos cientistas do mundo, jazem materiais de ordem sublime, que conquistaremos, gradualmente, no esforço de ascensão, representando a parte mais nobre de nosso organismo divino em evolução.
Matéria publicada no Jornal “Zygon”.SXC� nos revela que apesar desse silêncio, atualmente, os neurocientistas não têm mais medo de falar, publicamente, sobre a consciência e como o cérebro produz a mente. Segundo pesquisas, a experiência espiritual das pessoas pode ser explicada pela “ausência” de atividade em uma das regiões do cérebro, mas, especialmente no lóbulo parietal direito, onde se processa as preferências e gostos pessoais e onde se “reconhecem as habilidades e os interesses amorosos da pessoa, portanto, responsáveis pela afirmação da identidade individual”. Ainda, no mesmo Jornal, segundo Brick Johnstone, da Universidade de Missouri-EUA o estudo sugere que as pessoas têm essa região menos ativa, com menos “definidores próprios”, não as mais suscetíveis a levar vidas espiritualizadas. Que a descoberta também sugere que é uma das principais características da experiência espiritual a abnegação, um comportamento ante egoísta, segundo informa Johnstone.
Para Luiz e Xavier, o cérebro é o instrumento que traduz a mente onde reside o manancial de nossos pensamentos. Através do cérebro, pois, podemos unir à luz ou à treva, ao bem ou ao mal.
Conforme Luiz e Xavier�, apesar de todos esforços, os cientistas interessados se esforçam para explicar a mente somente pelos fenômenos físicos através dos estudos e práticas dos neurologistas, toda a classe de fenômenos intelectuais e até “espirituais” através das ações combinadas do sistema nervoso. E, em que pese à Ciência ter conseguido certezas irrefutáveis como, por exemplo, a de que uma lesão orgânica faz cessar a manifestação de uma rede neural ou faz desaparecer uma faculdade, ela, porém, momentaneamente está infinitamente limitada para explicar os fenômenos do espírito. Nesse sentido, em face de semelhante situação, não podemos afastar a verdade da influência de ordem espiritual e invisível no cérebro. Porquanto, se faz mister compreender não a alma insulada no corpo, porém, ligada a esse corpo, o qual representa a sua forma objetiva como um aglomerado de matérias imprescindíveis à sua condição de tangibilidade animadas pela sua vontade e por seus atributos imortais. 
Continua Luiz e Xavier, que sobre a questão da mente, esta não pertence ao cérebro e o cérebro não explica a mente, ainda que exista uma interação entre os dois. A mente é uma entidade independente, é uma segregação cerebral. O cérebro é o meio pelo qual a Alma expressa sua inteligência no mundo material. Por isso, a maioria dos estudiosos da mente humana faz da inteligência um atributo do cérebro. Há uma diferenciação significativa entre a pesquisa acadêmica com viés, nitidamente, materialista e a ciência espírita, pois enquanto a ciência humana faz do cérebro o excretor da inteligência, a ciência espírita faz do cérebro um instrumento do espírito (Alma) que é o ser inteligente individualizado que usa e comanda o cérebro para se comunicar no meio material, ou seja, no meio físico. Desta maneira, é importante que o Espiritismo e a ciência se complementem, até porque as leis do mundo espiritual e as leis do mundo material são faces de uma realidade em comum; A vida. O cérebro assemelha-se a complicado laboratório, onde o espírito como prodigioso alquimista efetua inimagináveis associações às suas exteriorizações inteligentes. 
Conforme nos informa Emanuel e Xavier� (2001), a totalidade do campo nervoso da criatura constitui a representação das potências perispirítica, vagarosamente, conquistadas pela Alma (consciência) através de milênios em processo evolutivo. E o cérebro é o real aparelho dos mais complexos em que nosso <<eu>> reflete a vida. Através do cérebro, sentimos os fenômenos exteriores segundo a nossa capacidade receptiva (perceptiva) que é determinada pela experiência já adquirida de cada um. Por isso, avaria ele (cérebro) de criatura a criatura, em virtude da multiplicidade das posições na escala evolutiva.
Segundo Luiz e Xavier�, existem os que recebem as sensações exteriores e os que recolhem as impressões da consciência. Contudo, em todo o cosmo celular, agitam-se interruptores e condutores como elementos de emissão e de recepção. Entretanto, é a mente a orientadora desse universo microscópico, em que bilhões de corpúsculos e energias multiformes se consagram a seu serviço (da Alma). O mundo interno do indivíduo, do ponto de vista mental, não é estático nem as ideias estão rigidamente estabelecidas. A mente tem a dinâmica de um mosaico de luzes que se projetam pela consciência, que se contrai ou expande diante do que se emociona.
Para Facure�, desse universo abstrato, emanam as correntes da vontade, determinando vasta rede de estímulos, reagindo ante as exigências da paisagem externa ou satisfazendo às exigências da paisagem interna ou atendendo às sugestões das zonas inferiores.
Pra Luiz e Xavier�, nervos, zona motora e lobos frontais, no corpo físico (carnal), traduzem impulsividade, experiências e noções superiores da Alma (Eu maior) que constituem campos de fixação da mente num corpo humano ou fora dele. Para que a Alma, através da sua mente, prossiga na direção do alto (evolução espiritual) é imprescindível se equilibre, valendo-se das conquistas anteriores a fim de orientar os serviços presentes e, amparando-se, simultaneamente na esperança que flui, cristalina e bela, da fonte superior de idealismo elevado e através dessa fonte ela possa captar do plano divino as energias restauradoras e dessa forma construiro seu futuro santificante.
Continuam Luiz e Xavier, portanto, a Alma é o centro de tudo: pensamentos, emoções etc. O cérebro – através da mente - é seu instrumento que facilita a coordenação do corpo físico que serve de canal para as suas múltiplas manifestações. Que a experiência de cada indivíduo é medida pelo referencial de imagens mentais que criamos e armazenamos sobre o mundo no qual vive. Cada objeto, cada palavra, cada sensação é carregada de um potencial simbólico que desencadeia no indivíduo a capacidade de criar imagens vivas da realidade. A ciência, mormente a neurociência, em que pese seus nítidos avanços, até agora não admite, integralmente, essa conclusão, insistindo que tudo está nas funções cerebrais, como por exemplo a linguagem, o pensamento, a coordenação motora, a emoção etc. Isso porque insiste em tomar o efeito pela causa.
Conforme aponta Kardec�, a solução para os problemas criados pelo reducionismo materialista, explica: da influencia dos órgãos se pode inferir a existência de uma relação entre o desenvolvimento do cérebro e o das faculdades morais e intelectuais, explicam os emissários do Cristo que não confundais o efeito com a causa e que o Espírito (Alma) dispõe sempre das faculdades que lhe são próprias. Então, não são os órgãos e, sim as faculdades da Alma que impulsionam o desenvolvimento dos órgãos. Continua Kardec, que o homem não pode ser o seu cérebro.
Conclui também Hessen, que o homem não pode ser o cérebro porque inúmeras experiências de quase morte (EQM), de sonambulismo, de hipnose conduzida, de regressão de vidas passadas e a extensa bibliografia dos fenômenos mediúnicos, paranormais desmentem categoricamente essa ideia de que os neurônios cerebrais respondem pelo ser humano. Por conseguinte, o pensamento assim como a consciência não mora nos neurônios, mas vivem no íntimo da Alma imortal que leva para todo o sempre como conquista inalienável o amor e a sabedoria.
Conforme artigo sobre EQM, abaixo, pulicado por Nogueira� P. (2005), percebe-se que a Alma tem identidade distinta do corpo humano que lhe serve de instrumento para experiência evolutiva no Orbe:
“Ciência - Na fronteira da morte” A ciência começa a decifrar as experiências extraordinárias de quem quase passou para o lado de lá e a revelar o que todos sentimos no fim da vida. Continua Nogueira afirmando que a morte não é mais a mesma. Hoje um coração parado não significa que seu dono vá, necessariamente, passar para o lado de lá. Graças a uma série de procedimentos médicos e um aparelhinho chamado desfibrilador, uma parcela razoável de pacientes dados como mortos tem sido “ressuscitada” nas UTIs mundo afora. 
Várias dessas pessoas têm histórias para contar. São histórias que desconcertam a ciência com perguntas muito difíceis e que só agora começam a ser respondidas. Muitos dos que estiveram na fronteira da morte – algo entre 6% e 23% – relatam experiências místicas: túneis que terminam em luzes celestiais, encontros com seres igualmente luminosos, memórias de uma consciência descolada do corpo físico, uma sensação indescritível de paz. Essas lembranças, não raro, incluem descrições detalhadas de fatos ocorridos entre a “morte” e a “ressurreição”. Coisas que, diz a lógica dos vivos, não poderiam ser recordadas por pessoas com atividade cerebral nula. 
A veracidade desses relatos (leia alguns depoimentos ao longo desta reportagem) nunca pôde ser provada. Mas os pontos comuns a todas as narrações trouxeram a desconfiança de que se tratava de algo além de mentiras ou delírios. Como é cientificamente inadmissível que mortos tenham qualquer experiência, as estranhas ocorrências foram batizadas de experiências de quase-morte (EQM) – tradução aproximada de near-death experiences, termo cunhado pelo médico americano Raymond Moody Jr., pioneiro no estudo do assunto. A primeira obra de Moody sobre EQMs, A Vida Depois da Vida, foi publicada 30 anos atrás. Nela, a pesquisa de campo – o autor catalogou 150 casos -– culmina em conclusões de forte inclinação espiritualista. Sejamos razoáveis: mesmo para os céticos, não é difícil se deixar impressionar pelas histórias dessas pessoas. Assim, foram poucos os cientistas com um nome a zelar que se atreveram a explorar a área. O campo ficou livre para os esotéricos, embalados pelos mais de 13 milhões de livros vendidos por Moody. “Por ser muito explorado em meios nada científicos, o assunto virou tabu”, afirma a neurocientista Suzana Herculano-Houzel, da UFRJ, para quem as experiências refletem reações normais de cérebros moribundos. 
A situação começou a mudar na virada do milênio. Sem ligar para a rejeição da academia, meia dúzia de corajosos dos EUA e da Europa entrou de avental e tudo nesse pântano entre a ciência, a religião e a filosofia. Seus trabalhos detectaram os processos cerebrais que detonam os eventos da experiência de quase-morte. E mais, fornecem indícios de que a luz no fim do túnel talvez seja experimentada por todo mundo na hora derradeira. Isso não é pouca coisa. Mas faltam ainda encaixes essenciais para que o quebra-cabeça faça sentido. Se não foi encontrada nenhuma prova da existência da vida além-túmulo, também não se acharam provas de que ela não existe. Falta descobrir o que é a luz. Decifrar o que nos reserva a morte. Para isso, a ciência vai ter de entrar mais fundo no pântano e, quem sabe, expandir suas próprias fronteiras. 
A experiência em 1998, Lars Grael velejava em Vitória, ES, quando foi atropelado por uma lancha, perdeu uma perna e muito sangue. Seu coração parou de bater. Lars teve uma experiência de quase-morte. Nas palavras do próprio, “é uma coisa muito difícil de descrever”. O médico José Carlos Ramos de Oliveira, outro sobrevivente de parada cardíaca, endossa Lars: “só quem passou por isso sabe do que estou falando”. “Indescritível” é o adjetivo que mais aparece nos relatos de EQMs. A experiência é inefável – impossível de ser reproduzida com fidelidade em palavras. Ao que parece, a comunicação flui sem linguagem, os sentidos não atuam do jeito regular e nada se assemelha muito às coisas deste mundo. Isso não ajuda muito a compreensão daqueles que, como eu e quase todos os estudiosos do fenômeno (não sei quanto a você), nunca estiveram do lado de lá. Apesar da dificuldade em verbalizar a experiência, os relatos de EQMs são muito mais claros e detalhados que narrativas de sonhos ou de alucinações por drogas. 
Os depoimentos são semelhantes, mas nunca iguais. Algumas pessoas “flutuam” sobre o próprio corpo e observam o trabalho dos médicos; outras são guiadas por parentes mortos até uma luz brilhante. O túnel, descrito por tantos, assume formas diversas. “A maioria disse ter visto um túnel longo e escuro, mas outros o descreveram como um caleidoscópio ou um túnel de ladrilhos coloridos”, afirma o médico britânico Sam Parnia, da Universidade Cornell, em Nova York, EUA. Era preciso criar critérios para avaliar um fenômeno com tantas variações. 
Em 1980, o psicólogo americano Kenneth Ring dividiu em 5 fases sequenciais os eventos da EQM – nem sempre eles seguem a ordem do esquema, contudo. Em outro esforço metodológico, Bruce Greyson, psiquiatra da Universidade da Virgínia, EUA, elaborou uma escala em que 16 das ocorrências mais comuns de uma experiência de quase-morte ganham conceito 0, 1 ou 2. Na escala Greyson, a nota mínima de uma EQM legítima é 7 em 32. Se os roteiros são aleatórios e nunca se repetem, as impressões deixadas pela experiência raramente fogem de um padrão. “Apenas 3% das experiências de quase-morte são negativas”, diz a psicóloga Willoughby Britton, da Universidade do Arizona, EUA. Mesmo quem teme arder no inferno experimenta algo descrito como paz, serenidade ou bem-estar. “Isso foi observado até em suicidas que são ressuscitados”, afirma José Zacarias Souza, professor de filosofia que integra um grupo interdisciplinar da PUC-SP. “Esses pacientes aprendem a valorizar a vida, não tentam se matar de novo.” Qualquer um que tenha sobrevivido a uma EQM volta transformado. Passa a agir de forma mais solidária,desprendida de valores materiais. O medo da morte evapora. Para Suzana Herculano-Houzel, isso é uma postura sensata dos que escaparam de morrer por um fio. “Eles ganharam uma segunda chance”, afirma. Só que nem todos dão o mesmo valor a essa chance – é o que sugere um estudo feito na Holanda, publicado em 2001 na revista médica inglesa The Lancet pela equipe do cardiologista Pim van Lommel. 
Ele acompanhou sobreviventes de paradas cardíacas por 14 anos: quem recordava uma EQM apresentou mais mudanças positivas de atitude do que aqueles que não se lembravam do período em que estavam “mortos”. Willoughby Britton, que trabalha com pacientes terminais, afirma que a transformação pouco tem a ver com religião. “Pessoas muito religiosas deixam de ir à igreja depois de passar por uma experiência de quase-morte”, diz. Não que Jesus esteja excluído das EQMs: em alguns casos, Ele é visto flutuando na luz. Mas são visões de cristãos – fiéis de outras religiões relatam encontros com divindades de seus próprios credos. O que geralmente ocorre, no entanto, é que essa presença seja descrita apenas como um “ser de luz” amoroso e acolhedor. As experiências de quase-morte não se encaixam na descrição do além feita por nenhuma doutrina em particular. Fica difícil, portanto, tentar explicá-las a partir da religião. Vejamos se a ciência consegue desvendar esse enigma. As causas
Gente transformada pela luz: parece ficção new age de procedência genérica. Mas essas pessoas estão aí e não são poucas. Elas não levariam vantagem alguma em mentir. “Talvez muitos não relatem suas visões com medo de serem tachados de loucos”, diz a psicóloga Maria Julia Kovács, coordenadora do Laboratório de Estudos Sobre a Morte da USP. “Podemos não explicar essas experiências, mas não dá para negar que elas existem. ” Se existem, devem ser estudadas. Eis uma tarefa espinhosa, pois as experiências de quase-morte são totalmente subjetivas e dificílimas de descrever. O volume da literatura médica sobre o assunto é pífio. E nem poderia ser diferente: apesar de alguns pesquisadores enxergarem referências à EQM na obra de Platão ou em lendas indígenas, ela só ficou relativamente comum na década de 1950. Foi quando a ressuscitação cardiopulmonar começou a se tornar um procedimento eficiente, salvando várias vidas que antes seriam dadas por perdidas. Por motivos óbvios, foram descartados testes de laboratório com cobaias humanas induzidas a um estado de quase-morte.
 Até a década de 1990, os pesquisadores recorriam apenas ao estudo retrospectivo: análise de depoimentos referentes a experiências ocorridas meses, anos ou décadas atrás. Sem mencionar a imprecisão desses relatos, o método distorce a base estatística da pesquisa. Todos os participantes dos estudos são voluntários, então é natural que os resultados sejam “inflados”. Esse método norteou uma pesquisa feita em 1982 pelo instituto Gallup dos EUA, até hoje a melhor referência que se tem sobre a ocorrência de EQMs. Os resultados espantam: aproximadamente 8 milhões de pessoas, ou 4% da população americana, teriam experimentado sensações místicas de quase-morte. E quem seriam essas pessoas? Gente com a saúde mental em ordem, o que já descarta a hipótese de loucura pura e simples. Gente de formação cultural e religiosa muito diversa, o que elimina a possibilidade de um fenômeno localizado em algum estrato social. 
O estudo das experiências de quase-morte pode ser dividido em 2 frentes. A neurológica sustenta que toda a explicação de uma EQM se encerra no cérebro; a transcendental, rechaçada pela maioria da comunidade científica, aposta na existência de uma consciência atuante fora do corpo (o que alguns chamam de alma ou espírito). Os únicos resultados concretos até hoje são fruto da pesquisa pé-no-chão. Eventos de uma experiência clássica, como a visão de túnel e a sensação de sair do corpo, já têm explicação neurológica convincente. Contra as teorias transcendentais, o argumento mais contundente é o fato de que a proximidade da morte não é imprescindível na EQM. “Ela acomete pessoas que pensam que estão morrendo quando não existe emergência grave”, afirma a psicóloga inglesa Susan Blackmore – hippie das antigas que se rendeu ao ceticismo após várias tentativas frustradas de provar eventos paranormais. Susan sustenta que a visão de túnel é um resultado da falta de oxigenação no cérebro. 
As células responsáveis pela visão central são muito mais abundantes que as da visão periférica – por isso enxergamos mal o que só está ao alcance dos cantos dos olhos. Segundo Susan, a oxigenação débil pode deflagrar uma ativação anormal das células da visão. Mais numerosas na porção central, criariam a sensação de uma luminosidade intensa que desvanece à medida que as células diminuem: uma luz no fim do túnel. Essa teoria é baseada em incidentes envolvendo pilotos de Força Aérea dos EUA. A velocidade brutal dos caças reduz o fluxo sanguíneo para o cérebro dos aviadores, que “apagam” e relatam visões de túnel semelhantes às das EQMs. 
A impressão de abandonar o próprio corpo – a chamada experiência extracorpórea – é um dos componentes mais intrigantes da experiência de quase-morte. Mas ela também ocorre isoladamente em uma série de situações: no uso de drogas, na meditação, durante o sono (ou após uma longa privação do sono), em momentos de estresse. O acaso levou o neurologista suíço Olaf Blanke, do Hospital Universitário de Genebra, a relacionar essa experiência a uma região do cérebro chamada giro angular. Ao examinar uma paciente epiléptica em 2002, a equipe de Olaf estimulou eletricamente o giro angular da mulher. Ela teve a impressão de estar fora do corpo e logo um artigo na revista científica Nature parecia demolir as suposições transcendentais sobre experiências de quase-morte. 
O giro angular fica em uma extremidade do lobo parietal, setor cerebral responsável pela orientação espacial. É o lobo parietal que nos faz perceber onde termina o nosso corpo e o mundo começa. Pessoas com distúrbios nessa região têm uma dificuldade enorme para completar tarefas muito simples – coisas como atravessar uma porta aberta. O neurocientista Andrew Newberg, da Universidade da Pensilvânia, EUA, colheu imagens tomográficas de budistas em meditação. Nelas, a atividade no lobo parietal era muito reduzida. “O cérebro fica sem escolha: ele sente que o ‘eu’ é infinito e intimamente entrelaçado a todos e a tudo”, diz Andrew no livro Why God Won’t Go Away (“Por Que Deus Não Vai Embora”, inédito no Brasil). Esse seria o gatilho cerebral para o sentimento de fazer parte de um corpo único que engloba todas as coisas e pensamentos – presente em visões místicas e nas experiências de quase-morte. As tomografias mostraram que, enquanto o lobo parietal “dorme”, há uma atividade intensa no lobo temporal direito. Essa região do cérebro frequenta há tempos os anais da neurologia: a epilepsia do lobo temporal direito é um distúrbio que provoca alucinações vívidas e induz à religiosidade intensa. 
Suspeita-se que o episódio bíblico em que São Paulo encontra Jesus e se converte ao cristianismo tenha ocorrido durante um ataque de epilepsia. Antes que me esconjurem: mesmo que isso seja verdade, não constitui uma prova de que a visão foi irreal. Estamos aqui falando de processos ocorridos dentro do cérebro – que podem ser medidos por tomógrafos. Ainda está para ser inventada uma máquina que mostre o que é real e o que não é. Realidade ou ilusão? Quando você come uma lasanha recém-saída do forno, seu cérebro é bombardeado por estímulos: o cheiro, o sabor, a temperatura, a textura da carne moída, a visão do queijo derretido. Para uma questão prática – começar logo a digestão dos nutrientes –, o cérebro ordena a ativação imediata das glândulas salivares. Você também pode salivar só ao lembrar de uma refeição deliciosa, não é? As áreas cerebrais ativadas foram as mesmas. Mas a lasanha não estava lá. E você sabia disso. Para o neurocientista Andrew Newberg, a lógica da lasanha pode ser aplicada a toda experiência, inclusive à de quase-morte.“Rastrear o comportamento neurológico de uma experiência espiritual não prova que ela é irreal”, diz. Se Deus existe e aparecer para você, sua percepção da revelação divina será necessariamente mediada pelo cérebro. Não existe uma realidade objetiva. Tudo o que consideramos concreto é informação de segunda mão, uma imagem mental filtrada pelos nossos sentidos. 
Mas ficaríamos loucos se questionássemos a realidade de cada xícara de chá que tomamos. Por isso, afirma Andrew, consideramos reais as coisas que parecem reais em comparação às outras – o mundo físico parece mais real que os sonhos, portanto é mais real. Para quem os vivencia, os eventos das experiências de quase-morte parecem tão reais quanto o mundo físico – se não ainda mais reais que ele. Fica o dilema: ou eles existem de fato e a mente desenvolveu a capacidade de percebê-los ou é tudo uma construção neural criada pelo cérebro e existente apenas dentro dele. “A ciência não oferece meios de resolver essa questão”, afirma Andrew. 
É claro que a ciência clássica – cuja realidade só admite o que pode ser observado e medido – não corrobora a retórica mística de Andrew Newberg. Ela tampouco cogita ser viável o esforço do médico britânico Sam Parnia, que pretende provar, de acordo com os padrões científicos vigentes, que a mente não depende do cérebro. Se bem-sucedida, a empreitada quixotesca dissiparia as controvérsias a respeito da experiência extra corporal, único evento da EQM passível de verificação objetiva. Experiências extra corporais incluem lembranças de fatos ocorridos enquanto os pacientes estão desacordados. Por exemplo, um homem em coma atendido pela equipe do holandês Pim van Lommel teve a dentadura removida. Uma semana depois, reconheceu a enfermeira que lhe desdentou e disse que a dentadura estava num carrinho de instrumentos cirúrgicos – nem a mulher lembrava disso. Histórias como essa são numerosas, muitas confirmadas por profissionais que arriscam a própria reputação. Os céticos têm todo tipo de munição para derrubá-las. 
A principal é duvidar do conto, já que nada foi registrado com rigor científico. “As histórias são aumentadas”, afirma Suzana Herculano-Houzel. Outro argumento recorrente é questionar quando a memória se forma – nada impede que seja antes ou depois da perda total de sentidos. Por fim, põe-se em dúvida a própria definição de morte aplicada a esses casos. A morte clínica se caracteriza pela ausência de batimentos cardíacos, parada respiratória e atividade cerebral inexistente. Aí mora a polêmica: para críticos como Suzana, não são feitas medições confiáveis desse nível de atividade. “O eletroencefalograma pode não detectar os sinais mais sutis do cérebro – e o aparelho quase nunca é usado nas emergências. ” Sam Parnia quer acabar com o diz-que-diz-que com um estudo que deve durar até 5 anos, envolvendo cerca de 1 500 pacientes na Inglaterra. Como as experiências extracorpóreas costumam ser narradas da perspectiva de quem flutua logo abaixo do teto, Sam vai posicionar “surpresas” que só poderão ser vistas dessa situação: telas com sequências aleatórias de imagens. “É mais ou menos assim: às 9h, aparece o Pelé, às 9h01, a bandeira do Brasil, às 9h02, uma foto de Londres”, diz. O ambiente será monitorado o tempo todo, assim como os sinais vitais do pobre-coitado que estiver na maca. 
Caso um paciente identifique figuras que foram projetadas durante sua morte clínica, estará provado que ele “voou” pela sala de cirurgia. Isso abriria um campo de estudo completamente novo para a ciência, que pressupõe que mente e consciência são produtos da atividade cerebral. “Mas até hoje não se explicou como um monte de circuitos elétricos gera uma percepção unitária do mundo e de nós mesmos”, afirma Sam Parnia. “Desconfio que a consciência possa ser um tipo de matéria ainda não detectável, algo com leis, teoremas e axiomas próprios. ” Alguém falou em alma? “A ciência chama de consciência e a religião, de alma. O nome não importa”, diz o médico inglês. Todas as pesquisas desse tipo, incluindo um estudo anterior de Sam Parnia, fracassaram. É muito pouco provável que algum de nós esteja vivo no dia em que a ciência compreender os mistérios da alma. Ou da consciência, como preferir. Por enquanto, devemos nos contentar com o que se sabe sobre o cérebro. Ele pode apresentar diferenças fisiológicas nos indivíduos que passaram por experiências de quase-morte, sugere um estudo conduzido por Willoughby Britton. A psicóloga americana constatou que parte dessas pessoas têm funcionamento anormal do lobo temporal enquanto dormem. “Como a comparação foi feita com pessoas que não haviam passado por morte clínica, não dá para intuir se a anormalidade é causa ou consequência da EQM”, diz. 
A neurocientista Suzana acha que as funções alteradas podem ser pistas de que o cérebro não passou ileso pela experiência. Segundo ela, a EQM não tem nada de místico – é uma pane de células que estão morrendo e, se voltarem a funcionar, não serão as mesmas de antes. Quando um paciente ressuscitado não a relata, ou perdeu a memória ou não teve o cérebro tão avariado. Para sustentar essa tese, a pesquisadora cita o estudo de Pim van Lommel: nos anos subsequentes à pesquisa, o índice de mortalidade das pessoas com EQMs foi superior ao de quem não guardava memórias da fronteira da vida. Se a visão de Suzana estiver correta e as experiências de quase-morte forem só isso – nossos últimos passos em direção ao vazio –, nunca saberemos disso. Nem ao morrer, pois seremos reduzidos a nada. Mas a saideira terá sido boa assim mesmo. 
Depoimentos a Stefan Gan. Frases: “É uma coisa muito difícil de descrever. Nem imaginava que isso pudesse acontecer. Tive uma morte momentânea e me senti mais leve, com menos dor. Senti muita paz. Também me vi levantando do meu corpo. Voltei à vida, mas tive uma segunda parada e de novo me senti saindo do meu corpo. Era uma sensação menos nítida, acho que estava partindo mesmo. Foi coisa de segundos. Mas parece que o tempo ficou parado. Hoje vejo a vida por uma outra óptica. Meus valores mudaram e aprecio as coisas mais simples – um gole de água, um beijo de cada um da minha família. Tudo, tudo mudou. ” Lars Grael é iatista, detentor de 2 medalhas olímpicas e secretário de Esportes do Governo do Estado de São Paulo. Teve 2 paradas cardíacas depois que sua perna direita foi amputada por uma lancha que o atropelou durante uma regata em 1998. “No momento do acidente, eu me senti tragada por um ‘túnel de vento’. Fiquei flutuando no asfalto e vendo o carro capotar num barranco. Outro carro parou e 3 homens saíram dele. Um deles desceu o morro e disse: ‘Tem uma mulher morta ali’. Era eu. Não tive nenhum choque ao ver o corpo – apenas lamentei, em pensamento, o que tinha sofrido. Fora do corpo, conseguia enxergar em todas as direções ao mesmo tempo. Então eu avistei 2 pessoas flutuando acima do morro. Uma delas era uma mulher morena. 
A outra, a silhueta de um homem alto, me pareceu conhecida – apesar de ser transparente. A moça esticou o braço direito e disse, sem mexer a boca: ‘tenha calma; isso está na sua programação’. Essa frase funcionou para mim como uma senha. Era como se eu resgatasse toda a minha memória. Deslizei em direção à dupla, mas lembrei que meu único filho de 12 anos estava sozinho num chalé sem vizinhos e sem telefone. Alguém precisava resgatá-lo. Nesse mesmo instante, fui tragada de novo pelo túnel e voltei ao corpo. Daí senti uma dor horrível. Foi o único jeito de avisar a família sobre o acidente e resgatar meu filho. ” Maria Aparecida Cavalcanti é radialista e professora universitária em São Paulo. Diz ter passado por 3 experiências de quase-morte. O relato acima se refere à segunda dessas experiências, ocorrida depois de um desastre automobilístico em Santa Catarina, em 1994. “Percorri os corredores do hospital. Parecia que eu estava flutuando, como se não tivesse meu corpo. Passei por várias portas e via as pessoas, mas elas pareciam distantes. Tudo era claro, muito claro! Vi uma luz muito forte que estava lá no fundo.Quando cheguei, era um lugar diferente de tudo o que já tinha visto. Era o céu, de alguma forma eu sabia. Havia alguém me acompanhando, mas eu não sabia quem era. Estava acima de outras pessoas, como em uma nuvem, quando de repente vi meu pai, já falecido. Fiquei feliz e disse para ele: ·pai, traz uma escada que eu vou descer’, mas ele disse: ‘não, filha, você não pode! ’. E foi então que eu acordei. ” Inês de Chagas Lima é agente de saúde em Pindamonhangaba, SP. Ela entrou em coma após complicações na retirada de um cisto ovariano. “A última coisa que ouvi foi o médico dizer: ‘fibrilou’. Eu estava morrendo e me ressuscitaram. Como se fosse um sonho, entrei em um túnel escuro. Era uma sensação de prazer, de paz e de bem-estar que não tem explicação. Acho que só quem passou por isso sabe do que estou falando. E, de repente, comecei a ver tudo de trás para frente, como uma câmera de cinema num trilho. Via faces em preto-e-branco na parede do túnel. Não eram rostos de pessoas conhecidas. E o ‘trem’ da câmera de cinema voltando para trás em uma velocidade espetacular. ” José Carlos Ramos de Oliveira é médico cardiologista em São Paulo e sofreu uma parada cardíaca em 1989. 
A experiência em 5 etapas. Modelo de EQM foi criado por cientista americano para facilitar o estudo do fenômeno. Os eventos nem sempre acontecem nesta sequência: 
1. A paz - No início da experiência, a dor desaparece. Somem também as noções de tempo e espaço. A pessoa é tomada por um sentimento indescritível de paz e serenidade. Essa fase ocorre em cerca de 60% das EQMs. 
2. A viagem: A sensação é de se desprender do corpo físico e flutuar. Muitos dizem ver e ouvir o que se passa no ambiente em que o corpo está. Outros vão a lugares distantes – há até viagens espaciais. 
3. O túnel: Segue-se uma etapa transitória de escuridão. São comuns as descrições de viagens muito velozes por um túnel, como se a pessoa estivesse sendo tragada por um aspirador de pó gigante. 
4. A luz: No fim desse túnel, quase sempre há uma luz. Sobreviventes de experiências de quase morte dizem que essa é a luz mais brilhante que poderia existir no Universo e, ainda assim, não ofusca a visão. 
5. A fronteira: Em cerca de 10% dos casos, a pessoa relata entrar na luz do fim do túnel. Além dela, há ambientes paradisíacos e um limite que, ser for ultrapassado, tornaria a morte irreversível. A pessoa acorda em seu corpo e volta a sentir dor. Isto também pode acontecer: 
RETROSPECTIVA - A pessoa recorda vividamente todos os fatos de sua vida – não é comum que essa lembrança apareça de uma vez, fugindo do conceito terreno de tempo. 
COMPANHIA - Alguns relatos de EQMs incluem encontros com os espíritos de parentes mortos. Ou de amigos mortos. Ou com conhecidos vivos. Ou com completos desconhecidos. 
O SER ILUMINADO - Mesmo pessoas sem religião narram encontros com uma entidade bondosa, caridosa e acolhedora. Quando lhe atribuem uma identidade, ela varia de acordo com a fé. 
CONHECIMENTO GLOBAL: Durante a EQM, a pessoa pode vir a encontrar uma esfera que encerra todo o conhecimento do Universo. O ego desaparece, tudo e todos passam a ser uma coisa só. (NOGUEIRA� P. (2005)).
CONCLUSÃO
Os comandos que o cérebro recebe da mente são os pensamentos. Os pensamentos são elaborados na mente e resultam do concurso das ideias permeadas pelas emoções. Os estímulos sensoriais que o cérebro capta através de seu sistema nervoso periférico vias aferentes sensitivas (SNP) são enviados à mente e desta à Alma que elabora uma resposta. Alguns destes estímulos têm respostas automáticas pelo SNC (medula espinal) antes de passar pelo centro coronário que os encaminha à consciência (Alma). Este tipo de estímulo é conhecido como arco-reflexo como, por exemplo, um cisco que atinge o olho ou o proveniente de um espinho etc.
 Para Alves, o pensamento é de nível mental e os estímulos são de natureza sensorial. É interessante compreender o que é realmente o cérebro e o que é, de fato, a mente e a principal função de cada um. 
Afirma Alves, que a mente faz parte do ser inteligente (consciência) do indivíduo a qual o permite sua manifestação no plano físico através do cérebro integrado com o restante do organismo. Explica que o cérebro é o órgão, por excelência, para expressar o pensamento elaborado na mente e que serve de interface da mente com o ser inteligente (consciência). É a presença da mente no cérebro que determina a condição de lucidez de uma pessoa. Isto porque o cérebro apenas recebe comando da mente para que haja vida de relação e interação com o meio ambiente. Se o cérebro está com suas estruturas biológicas íntegras, então, a mente tem condições de se manifestar plenamente, dando ao ser o estado de lucidez, ou seja, a consciência de percepção de mundo. Portanto, quando há ausência da mente no cérebro significa que o corpo está no estado vegetativo: estado de sono (dormindo) ou de desmaio (despersonalização).
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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FRANZ Anton Mesmer O Grande MagnetizadorFrancês (1734 - 1815). Disponível em: < http://www.autoresespiritasclassicos.com/Pesquisadores%20es piritas/Mesmer/Franz%20Anton%20Mesmer%20(Mesmer).htm>. Acesso em: 06 jul. 2017. (nr09).
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� Grifos do Autor da Obra.
� DESCARTES. O Método
� FACURE. A conquista da Mente
� PLATÃO. A Teoria da Alma em
� A Conquista do Corpo e da Mente
� Mapas cerebrais
� Desenvolvimento Cognitivo.
� Mendel, o iniciador da genética
� A Mente extrafísica (palestra)
� Mesmer (magnetismo animal) site
� Vitalismo e Homeopatia
� Memórias Póstumas de Brás Cubas
� Pensamento e Vida (livro)
� Estigmas segundo a Psicologia do Espírito
� Revista CELD
� Blog Jorge Hessen
� Mecanismo da Mediunidade (livro psicografado)
� No Mundo Maior (livro)
� Jornal novembro/2008
� Do Espírito Emmanuel
� FEB (psicografia)
� No Mundo Maior (livro psicografado)
� Como o cérebro aprende
� No mundo Maior
� O Livro dos Espíritos (Q.370)
� Revista Superinteressante.
� Revista Superinteressante.

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