Buscar

Revisão de Sociologia jurídica

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

Sociologia jurídica
Aula 01
1. Conceito sociológico do direito
- O Direito tem sua origem nos fatos sociais, que são mutáveis;
- O Direito é um fenômeno cultural – só existe nas sociedades humanas;
- A ideia de Direito relaciona-se às noções de conduta e de organização.
A Sociologia Jurídica - a ciência que estuda o direito como fenômeno social (ser)
Finalidade: 
- Observar a adequação da ordem jurídica aos fatos sociais, 
- O cumprimento pelo povo das leis vigentes, 
- Aplicação destas pelas autoridades 
- e os efeitos sociais por elas(leis)produzidos(eficácia).
Sociedade: um conjunto complexo de indivíduos permanentemente associados e equipados de padrões comuns, próprios para garantir a continuidade do todo e a realização de seus ideais. É um conjunto de grupos sociais inter-relacionados e em constante transformação.
Função social do direito é a padronização de condutas individuais e coletivas e a organização social.
SOCIALIZAÇÃO - através dela o indivíduo aprende os papéis que assumirá na sociedade. Tais papéis implicam no desempenho de várias obrigações que necessitam de um controle social.
CONTROLE SOCIAL - visa cuidar que não se deixe de cumprir o necessário para a manutenção do equilíbrio da organização social.
O Direito é o modo mais formal do controle social.
2. Função social do direito (UAOMI)
Conceito sociológico do direito - Conjunto de normas de conduta universais, abstratas, obrigatórias e mutáveis, impostas pelo grupo social, destinadas a disciplinar as relações externas do indivíduo, objetivando prevenir e compor conflitos.
- Prevenir conflitos (prevendo regras e sanções):
“O Direito previne conflitos através de um conveniente disciplinamento social, estabelecendo regras de conduta na sociedade.
- Compor conflitos (aplicando a equidade, justiça ):
O Direito resolve conflitos de interesses, promovendo a justiça nos casos concretos.
- Manter o controle social ( aplicando sanção):
O Direito assegura a conformidade de comportamento dos indivíduos a um conjunto de regras e princípios prescritos e sancionados.
- Sustentar a regulação social ( corrigindo condutas).
3. Origem da sociologia jurídica 
O Direito é um fato sócia e possui uma única fonte: a vontade do grupo social.
Segundo Durkheim, fato social é:
“toda maneira de agir ou pensar fixa ou não, capaz de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior; ou ainda que, é geral na extensão de uma sociedade dada, apresentando uma existência própria independente das manifestações individuais que possa ter.”
Na abordagem positivista, a Sociologia Jurídica não pode ter uma participação ativa dentro do Direito. Se o Direito corresponde “à lei e às relações entre as leis”.
Na abordagem pós-positivista, a Sociologia Jurídica deve interferir ativamente na elaboração, no estudo dogmático e, inclusive, na aplicação do Direito.
4. Definição 
A Sociologia Jurídica examina, então, a influência dos fatores sociais sobre o Direito e suas incidências na sociedade – elementos de interdependência entre o social e o jurídico – realizando uma leitura externa do sistema jurídico.
A Sociologia Jurídica analisa as causas (sociais) e os efeitos (sociais) das normas jurídicas. Logo, seu objeto de análise é a realidade jurídica.
- Fato Social, Eficácia – valor (filosofia), justiça – norma ( ciência do direito), validade.
5. Objeto de estudo da sociologia jurídica 
- Investigar como as regras jurídicas se constituíram real e efetivamente;
- O modo como as normas jurídicas funcionam na sociedade.
NORMA JURÍDICA - do ponto de vista formal tem por objetivo influir no comportamento de alguém para modificá-lo.
É composta de dois elementos: 1. Preceito; 2. Sanção. O primeiro contém a regra de conduta a ser observada por seus destinatários; o segundo, a pena (punição) a ser imposta a quem a desobedeça;
NORMA MORAL - tem sua origem na consciência do indivíduo, cuja execução não é obrigatoriamente exigível e que tende ao aperfeiçoamento do homem. Por exemplo, as normas religiosas.
NORMA DE TRATO SOCIAL (OU DE MERA CONDUTA) - são padrões de conduta social, elaboradas pela sociedade que visam tornar o ambiente social mais ameno, sob pressão da própria sociedade. Por exemplo, usar talheres à mesa.
Origem das normas de conduta jurídicas:
•  Para a Sociologia Jurídica – as normas de direito surgem do grupo social;
•  Para os Jusnaturalistas - as normas de direito têm origem divina;
•  Para os Contratualistas - as normas de direito são fruto da razão;
•  Para os Historicistas - as normas de direito são derivadas da consciência coletiva do povo;
•  Para os Marxistas - as normas de direito são oriundas do Estado, para manutenção da desigualdade entre as classes sociais.
Aula 02
1. Função de composição de conflitos (VAJ)
Composição voluntária. Pura (sem a influencia de terceiros) e mista (conciliação e arbitragem) 
Composição autoritária (sociedades antigas e família)
Composição Jurídica (Anterioridade, publicidade e universalidade) (APU)
Métodos alternativos de composição (CMA)
Conciliação: Controlar as negociações; Aparar as arestas; Sugerir e formular propostas;
Mediação: voluntariamente escolhido; o mediador JAMAIS decide, e sim as partes, que têm esse poder de decisão.
Arbitragem: prevista em lei; de confiança das partes.
2.
Monismo : fonte de produção do Direito é a estatal. Essa é a posição dos positivistas e dos marxistas.
Pluralismo : considera que todo grupo social de certa consistência ou expressão pode criar normas de funcionamento, que, ultrapassando o caráter de simples regulamentos, adquirem a atribuição de verdadeiras regras jurídicas.
- Esfera institucional – crítica ao monismo estatal;
- Esfera sociológica – crítica ao legalismo estatal;
- Esfera pós-moderna – crítica à ideia de unidade social (fragmentação);
- Esfera antropológica – crítica ao imperialismo.
Aula 03 
CARACTERÍSTICAS DA NORMA JURÍDICA 
A) ORIGEM SOCIAL: As normas vem da necessidade social e servem a sociedade, para que assim possam ter sua verdadeira eficácia. 
B) MUTABILIDADE: Como a sociedade está em constante mutação, o direito também acompanha esta mudança. Assim, não tem o direito caráter perpétuo e imutável mais sim essencialmente provisório sujeito a constantes modificações (Há muita demora para as mudanças ocorrerem). 
C) UNIVERSALIDADE OU GENERALIDADE: Se destinam a todos e são aplicáveis a todas as relações abrangíveis por seus escopos (Objeto). (A lei é para todos) 
D) ABSTRAÇÃO: São abstratas mais não se referem a casos concretos quando da sua elaboração mais sim de casos hipotéticamente considerados. 
E) OBRIGATORIEDADE: É elemento essencial do direito. Somente sentimos seu peso quando a transgredimos, porque aí temos que responder pelas consequências de nossos atos. Também chamada de coercibilidade.
1. Avaliação da norma 
Validade
A validade decorre sempre de o ato ter sido executado com a satisfação de todas as exigências legais.
Uma norma jurídica será válida se preencher os requisitos formais e materiais. Formalmente, a validade depende de a autoridade possuir poder normativo e exercer esse poder conforme o estabelecido na Constituição ou nas leis.
Eficácia
Com base na visão positivista, a eficácia é uma consequência da validade.
Eficácia social e jurídica: 
A efetividade defende não a eficácia jurídica como possibilidade da aplicação da norma, mas a eficácia social e os mecanismos para sua real aplicação.
Eficácia jurídica :
	- Primaria decorre da aceitação espontânea da norma.
Ênfase a fatores sociais
O sistema de relações sociais e a atitude do poder político diante da sociedade civil influenciam as chances de aplicação da norma.
	- Secundária decorre da imposição coativa, previsão de sanção .
Expectativa de consequências negativas
Quando sabem que a desobediência a uma lei é punida na prática, as pessoas tendem a respeitá-la.
A norma eficaz é aquela que tem força pararealizar os efeitos sociais para os quais foi elaborada – seja o cumprimento da norma, seja a sanção imposta em caso de descumprimento.
Fatores sociais que contribuem para a eficácia da norma
	- Participação dos cidadãos no processo de elaboração e aplicação da norma
	- Coesão social (menor incidência de conflitos)
	- Adequação da norma à situação política e às relações de força dominante (as consequências da norma na prática permitem alcançar os fins objetivados pelo legislador, tornando-a funcional)
	- Contemporaneidade da norma com a sociedade
Fatores instrumentais que contribuem para a eficácia da norma
- Divulgação do conteúdo da norma entre a população;
- Conhecimento da norma por seus destinatários;
- Perfeição técnica da norma – clareza da redação, brevidade, precisão do conteúdo, sistematicidade;
- Estudos preparatórios do tema sobre o qual se objetiva legislar;
- Preparação dos profissionais do Direito responsáveis pela aplicação da norma;
- Previsão de consequências jurídicas – sanções – adaptadas à situação e socialmente aceitas;
- Expectativa de consequências negativas – efetividade na aplicação da sanção prevista na norma.
2. Efeitos positivos da norma jurídica(CECT)
Controle social
	- Prevenção geral – para realizar uma coação psicológica ou intimidação por todos;
- Prevenção especial – para isolar o transgressor do meio social;
- Pena pecuniária ou multa – para ajustar a conduta desse transgressor às condições existenciais.
Educativo 
	Conhecimento da lei através da divulgação
Conservadora
	Manutenção de normas 
Transformadora 
 	Adaptação a novas necessidades 
3. Efeitos negativos da norma jurídica
	- Desatualização da lei ( as lei tendem a se manterem estáticas, não acompanhando as mudanças sociais.
	- Misoneismo ( aversão as mudanças e manutenção de costumes)
	- Antecipação da lei (cai em desuso)
Por que lei se torna ineficaz:
Lei é ineficaz (ultrapassada): omissão da autoridade, falta de estrutura para aplicação.
Obs:
SANÇÃO (É A PENA ABSTRATA) - É a ameaça para o transgressor da norma; - É estabelecida pelo legislador; - Exerce uma coação psicológica sobre os indivíduos, gerando um temor à pena; - Gera a chamada PREVENÇÃO GERAL, pois a maioria dos indivíduos se comporta dentro dos limites do direito. 
PENA - Já é o próprio castigo imposto; - É fixada pelo julgador; - Exerce uma coação física ou material sobre os indivíduos; - Gera a chamada PREVENÇÃO ESPECIAL, que é o remédio extremo usado contra uma minoria que não observa as normas, obrigando aos transgressores a respeitar o direito.
Aula 4: Sociedade brasileira e instituições de Direito – Legislativo
1. O sistema eleitoral é baseado no voto direto e secreto
a. Distorções na representação política que atingem os dois atores principais do sistema eleitoral – eleitor e candidato.
	Ex : A compra de voto; A formação de “currais” eleitorais; O assistencialismo; A infidelidade partidária.
- Os votos de todos e de cada um deverão ter o mesmo valor.
	- Representação política aos eleitores que tiverem optado por partidos menores.
b. Originalmente, o sistema eleitoral brasileiro era censitário, ou seja, baseado na renda ou na escolaridade. Além disso, o voto era:
Indireto – os eleitores municipais indicavam os eleitores da província;
A descoberto – não secreto.
O voto ocorre através do escrutínio para que seja atingido o direito ao sufrágio 
c. Processo de escolha 
Os representantes de todos os níveis dos Poderes Legislativo e Executivo são escolhidos diretamente através do voto. São considerados válidos os votos nominais aos candidatos – por nome escolhido – e os votos nas legendas – partidos –, nas eleições proporcionais e majoritárias. Os votos nulos e em branco são descartados.
Os senadores são eleitos pelo voto majoritário: os candidatos mais votados em cada estado vencem a eleição em um único turno. Mas o mandato de senador é de 8 anos, e as eleições são realizadas a cada 4 anos. (2/3 e 1/3 a cada 4 anos).
Deputados e vereadores - Eles são eleitos por outro sistema eleitoral denominado proporcional de lista aberta. Por esse sistema, o número de votos para se eleger um deputado ou vereador depende da relação entre o número de eleitores e o número de cadeiras que cada estado.
2. Constituição:
	Garantia - Tipo clássico de constituição que protege as liberdades individuais e coletivas, bem como limita o poder do Estado.
	Dirigente - Esse tipo de constituição estabelece um plano diretivo que tem por finalidade a evolução política.
3. Estado republicano, democrático e representativo
- A republica federativa do Brasil esta pautada no estado democrático de direito: a atuação do Estado deve se pautar pela estrita observância das normas legais.
- Conceito de Estado moderno está estreitamente vinculado à noção de poder institucionalizado, que enuncia: o Estado se forma quando o poder se assenta em uma instituição, e não em um indivíduo.
- Duas noções importantes estão relacionadas ao conceito de Estado republicano: a democracia e a representação política.
- No Estado moderno, a democracia é representativa (escolha periódica de representantes), isto é, os cidadãos escolhem, por meio do voto, os representantes que decidirão os assuntos públicos nos âmbitos dos Poderes:
Executivo – presidente da República, governador de Estado e prefeito;
Legislativo – senador, deputado federal, deputado estadual e vereador.
4. Os três poderes 
Poderes da União, independentes e harmônicos entre si.
	Poder executivo
		Presidente da republica auxiliado pelos ministros de Estado - função de praticar os atos de chefia de Estado – representar a nação –, de governo e de administração
 Criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta
			 Iniciar o processo legislativo [...];
 Sancionar, promulgar e fazer publicar as leis [...];
 Vetar projetos de lei, total ou parcialmente;
 Organização e funcionamento da administração federal [...].
	Poder legislativo
		Congresso nacional: câmara dos deputados e senado federal 
		Elaboração das leis e a fiscalização dos atos dos demais Poderes da União.
		As leis são elaboradas de forma abstrata, geral e impessoal.
5. O que é reforma política
Propostas que visão alterar a forma de realização da politica partidária
	- Financiamento público de campanha. OK
	- Lista fechada (voto na legenda).
	- Clausula de barreira (diminuição do número de partidos). 
	- Política nacional de participação sociais (criação de mecanismos e órgãos para aumentar a participação social na administração e nos processos legislativos).
	- Voto distrital (eleito apenas pelo distrito) - região definida por espaço geográfico pré́-estabelecido)
Obs:
UNINOMINAL: Cada partido indica seu candidato para a escolha do eleitorado. (executivo) 
PLURINOMINAL OU DE LISTA: Sistema de lista de candidatos que podem ser: (legislativo)
FECHADA – O partido escolhe os candidatos que quer e o eleitor vota no partido (legenda); não há voto nominal. Fortalece o partido mais que da ensejo ao afastamento das minorias e ao engrandecimento das figuras de cacique. 
ABERTA – O partido não escolhe os candidatos. Apresenta o número fixado em lei aprovados em convenção e o eleitor tem a opção de votar no partido ou na pessoa.
Aula 5 – Funções essenciais à realização da Justiça e sociologia das profissões
A fuga dos tribunais é um fenômeno que ocorre tanto no Brasil quanto em outros países. 
- Os altos custos processuais.
- Lentidão da Justiça. 
Os Juizados não dão conta da demanda.
1. Função jurisdicional
	Poder - Capacidade de decidir imperativamente e de impor decisões.
	Atribuição - Promoção da pacificação dos conflitos de interesses entre os jurisdicionados por meio do Direito e do processo.
	Atividade - Complexo de atos jurídicos praticados no processo pelo juiz, que exerce o poder conferido a ele por lei e cumpre suas funções.
2. Divisão do judiciário 
Ao Poder Judiciário Federal compete apreciar todasas causas de interesse da União ou de seus desdobramentos administrativos – autarquias e empresas públicas – como autoras, rés ou simples interessadas. Dele fazem parte os tribunais federais, eleitorais, trabalhistas e militares.
Ao Poder Judiciário Estadual compete apreciar todas as demandas que envolvem conflito de interesse entre particulares, bem como as causas em que há interesse dos próprios Estados, Municípios e seus desmembramentos administrativos.
3. Instrumentos humanos de realização da ordem jurídica
Não pode haver democracia sem esse poder que, por atribuição constitucional, desempenha a relevante função de garantir o respeito aos direitos fundamentais do cidadão.
a. Recrutamento de juízes 
	Sistema eletivo (por votação)
Vantagens: Este sistema é mais democrático, rápido e econômico. Nesse caso, há controle sobre o desempenho do juiz por parte da população.
Desvantagens: Os critérios políticos podem influir na votação e, nem sempre, os melhores candidatos são eleitos.
Sistema da nomeação
Vantagens: Rapidez e economia.
Desvantagens: Este sistema é antidemocrático, pois não dá oportunidades iguais a todos
	Concurso público
Vantagens: Este sistema é mais democrático.
Desvantagens: Este sistema é, porém, mais oneroso, pois exige uma comissão de alto nível para realizar o concurso, além de ser mais demorado.
b. Garantias constitucionais da magistratura
Institucionais – aquelas que repercutem funções atípicas e que servem para proteger a magistratura contra a pressão dos outros órgãos. Entre estas garantias, estão a autonomia orgânico-administrativa e a autonomia financeira.
Funcionais – aquelas conferidas aos juízes, que estão estabelecidas no Artigo 95 da Constituição.
Para fins de compreensão da lei, são garantias funcionais:
Vitaliciedade – os magistrados não podem ser demitidos senão em virtude de sentença do próprio Judiciário;
Inamovibilidade – o Executivo não pode remover o magistrado senão por motivo de promoção;
Irredutibilidade – relativa a subsídio.
c. Posição constitucional do magistrado
- Independência pessoal e funcional para evitar pressões e garantir a neutralidade das decisões; 
- Dependência absoluta da constituição e das normas inferiores, no intuito de garantir a aplicação do direito; 
- Princípio da indeclinabilidade da função de julgar, que proíbe a denegação da justiça “obrigação em dar uma resposta”
4. Conselho Nacional de Justiça
Conselho Nacional de Justiça: É um órgão controlador , na realidade ele veio controlar o poder judiciário (Intervenção). Controlar o funcionamento do Poder Judiciário. Fiscaliza a atuação daquele corporativismo.
	I - Zelar pela autonomia do Poder Judiciário; [...]
III - Receber e conhecer das reclamações contra qualquer dos membros ou órgãos do Poder Judiciário [...];
IV - Representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a administração pública ou de abuso de autoridade;
V - Rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de juízes e membros de tribunais julgados há menos de um ano. [...]
5. Ministério Público
O Ministério Público (MP) é considerado o quarto poder constitucional: 
(Fiscal da lei, ele opina, não decide). Sua função é altamente social pois defende os direitos da sociedade, atuando também como fiscal da lei. Também possui prerrogativas para que possa atuar com segurança e independência.
- Defender a sociedade fiscal da lei – custus legis;
- Promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e dos interesses difusos e coletivos;
- Promover a ação de inconstitucionalidade;
- Exercer o controle externo da atividade policial;
- Defender os direitos humanos.
6. Defensoria Pública
Viabiliza o acesso a justiça a qualquer cidadão.
A Defensoria Pública é uma instituição que, ao lado da Advocacia, da Advocacia Pública e do Ministério Público, é essencial à jurisdição.
São atribuições da Defensoria Pública:
Orientação jurídica e defesa, em todos os graus, dos necessitados –aqueles que comprovarem insuficiência de recursos;
Isenção ao preparo de pareceres e consultoria.
7. Advocacia
A Advocacia é atividade essencial para a administração da Justiça. O advogado possui a capacidade de postular os interesses das pessoas em juízo ou fora dele, além de prestar assessoria e consultoria.
No Brasil, a Lei nº 8.906/1994 – que instituiu o Estatuto da Advocacia e da OAB – reforça a delineação do perfil profissional traçado no Artigo 133 da Constituição, com grande preocupação quanto aos aspectos sociais.
Obs: FUNÇÃO DO STF: Guardião dos preceitos constitucionais. É a mais alta instância do poder judiciário.
8. Deficiências do Judiciário
O despreparo técnico de juízes;
As deficiências na elaboração das normas jurídicas;
O desaparelhamento do Judiciário;
A prática de um sistema abusivo de recurso;
O excessivo apego ao formalismo, com dedicação à vertente romanista do Direito que já deveria estar vencida.
9. Sociologia das Profissões Jurídicas
Nas análises sociológicas de viés funcionalista, a profissão jurídica é frequentemente idealizada como nobre, mas, na prática, é descoberta como um nicho de atuação para ganhar dinheiro – aliás, bastante dinheiro.
- A relação entre profissões jurídicas e burocracia estatal como mecanismo de reforço do poder das próprias profissões do Direito;
- O ensino do Direito como via de acesso à atividade profissional do ramo e como meio de incorporação dos habitus profissionais do Direito;
- O poder político das associações profissionais do Direito.
Aula 6 - Fatores de transformação sociojurídica e opinião pública
O Direito na concepção sociológica é um produto de múltiplas influências sociais, sujeitas a constantes modificações porque se originam no grupo social, o qual vive em constante transformação.
O Direito, como um produto cultural, é influenciado e reflete a realidade social, econômica e política que o envolve.
À medida que a sociedade se vai renovando, novas leis surgem para legitimar essas mudanças. Esses novos arranjos normativos são a prova de que, embora moroso, o direito sempre acompanha as novas facetas sociais.
Em síntese o que se pode afirmar é que, ainda que a produção normativa não caminhe na mesma velocidade das mudanças sociais (o que é um fato!), ela desempenha um papel fundamental para a consolidação e o reconhecimento dessas mudanças.
Então, é correto afirmar que o Direito (formação e evolução) não é resultado da simples vontade do legislador. O Direito se encontra subordinado à realidade social a quem acompanha, ou seja, a presença de determinados fatores impulsiona a produção legislativa e a própria sociedade, definindo suas diversas estruturas. Assim, o direito enquanto instrumento de bem comum e do progresso social deve estar sempre adequado à realidade, refletindo as instituições e a vontade coletiva.
- Fatores econômicos – A organização social se baseia no modo como os homens produzem, possuem e comerciam. Assim, o Direito vai se modificando à medida em que se vai alterando a estrutura econômica da sociedade. 
- Fatores políticos - O Direito se revela como produto da correlação das forças políticas que atuam na sociedade. Assim, se prevalecem as forças conservadoras, as normas jurídicas tendem a ter um perfil também conservador, retrógrado. Mas, por outro lado, se prevalecem as forças políticas progressistas, democráticas, certamente o ordenamento jurídico irá refletir esse caráter avançado. 
- Fatores culturais - A maior prova de que o Direito é uma manifestação cultural social, um fenômeno cultural, está no fato de que vão surgindo novos ramos do Direito à medida em que se expande o mundo cultural de um povo. 
- Fatores religiosos - Nos povos antigos, o Direito se confundia com a religião. As legislações eram cheias de rituais, preceitos e proibições de caráter sagrado. Somente após um processo lento e prolongado de secularização é quereligião e Direito foram sendo separados. 
1. Participação popular e opinião pública
O que é opinião pública? 
É o pensamento predominante do grupo sobre uma determinada pessoa ou questão. É o juízo coletivo adotado e exteriorizado por um grupo. 
A opinião pública não é a soma nem a síntese da opinião de todos, é um novo produto, uma nova realidade. Representa a tendência geral, mas sem ser necessariamente a opinião de todos os membros nem a opinião de qualquer pessoa em particular. 
Assim sendo, a opinião pública passa a ser uma matéria de especial interesse para o operador do direito em geral. Porque o sentimento social sobre o que é o justo e o injusto e o papel do Direito é sinalizado pelo próprio pensamento social coletivo, que a cada momento, funcionando como uma bússola, aponta e orienta esses operadores no que a sociedade necessita e espera do Estado em sua função de distribuir a justiça e manter a paz social.
Existe não só um sentimento individual de justiça, mas um sentimento coletivo, no qual a sociedade se baseia para estabelecer padrões de comportamento e que varia de tempo em tempo e de lugar para lugar.
Muito embora o Direito seja considerado e aceito como a forma mais eficaz de controle social em sua organização e aplicação, sofre um questionamento cada vez maior da opinião pública quanto a sua equidade.
Para muitos, o Direito é um meio do qual se valem os mais fortes, as classes dominantes da máquina estatal, para se manterem no poder contra os oprimidos. Outros entendem que ele se presta a manobras que o desvirtuam completamente, e que isso é uma constante.
O exame do sentimento de justiça abrange: 
a) o exame das normas existentes, sua adequação ou não ao que é tido como justo; 
b) a aprovação social das sanções que o direito estabelece, garantidoras da validez e eficácia das normas; 
c) a opinião do público acerca do comportamento ilícito; 
Aula 7 - Movimentos sociais – cidadania, etnodiversidade, gênero e Direitos Humanos
A mudança acelerada que se verificou desde o último século XX, colocou em destaque a importância do ser humano e sua dignidade, consagrados nos documentos internacionais relativos aos Direitos Humanos, nos levou a uma tomada de consciência da necessidade de defesa de interesses de toda a sociedade, a começar pelos que interferem na qualidade de vida.
1. Movimentos sociais - MS
O conceito de Movimentos sociais envolve dois aspectos:
a) Ação coletiva de um grupo organizado para alcançar mudanças sociais por meio do embate político, conforme seus valores e ideologias.
b) Objetivar a mudança, a transição ou mesmo a revolução de uma realidade hostil a certo grupo ou classe social.
MST
A Lei de Terras garantia mão de obra livre aos grandes proprietários, pois restringia o acesso à terra mediante a compra. Isto porque as terras ainda não ocupadas passavam a ser propriedade do Estado e só poderiam ser adquiridas por meio da compra nos leilões mediante pagamento a vista e não mais por meio da posse.
2. Cidadania
O termo cidadania tem origem etimológica no latim civitas, que significa "cidade". Estabelece um estatuto de pertencimento de um indivíduo a uma comunidade politicamente articulada – um país – e que lhe atribui um conjunto de direitos e obrigações, sob vigência de uma constituição. 
A cidadania formal é, conforme o direito internacional, indicativo de nacionalidade, de pertencimento a um Est Cidadania substantiva
A compreensão e ampliação da cidadania substantiva ocorrem a partir do estudo clássico de T. H. Marshall – Cidadania e classe social, de 1950 – que descreve a extensão dos direitos civis, políticos e sociais para toda a população de uma nação. Esses direitos tomaram corpo com o fim da Segunda Guerra Mundial, após 1945, com aumento substancial dos direitos sociais – com a criação do Estado de Bem-Estar Social (Welfare State) – estabelecendo princípios mais coletivistas e igualitários. Os movimentos sociais e a efetiva participação da população em geral foram fundamentais para que houvesse uma ampliação significativa dos direitos políticos, sociais e civis alçando um nível geral suficiente de bem-estar econômico, lazer, educação e político. 
3. etnodiversidade
A expressão etnodiversidade foi inicialmente utilizada pelo Partido Verde alemão, em 1994 por Tibor Rabóczkay, significando a presença de diversas etnias e "raças" em um mesmo país, ou mesmo território. Sua inspiração é a analogia com "biodiversidade".
Da etnodiversidade brasileira se origina a grande capacidade de adaptação do brasileiro.
4. Questões de gênero
As relações de gênero se revelam como elementos indispensáveis para a compreensão da sociedade. Inegavelmente, o conceito institucionalizado de gênero contribui para a justificação das desigualdades sociais entre homens e mulheres que nada tem a ver com o biológico.
A identidade de gênero ou sexual é um conceito extremamente complexo, composto por componentes conscientes e inconscientes.
A existência das novas configurações familiares passa por uma linha tênue de análise entre o que se considera politicamente /moralmente correto e a possibilidade da felicidade no rompimento de valores tradicionais construídos em conjunto com a família nuclear tradicional.
Inexiste uma definição geral de família, mas tipos históricos de família estabelecidos socialmente ao longo do tempo e do espaço. 
5. Direitos fundamentais (LIFD)
O estudo dos direitos fundamentais é demarcado por quatro gerações diferentes: 
1a GERAÇÃO: as liberdades públicas e os direitos políticos são fruto do arbítrio governamental. (Estado Liberal-burguês) 
Ex.: liberdade de voto, de culto, de planejamento familiar = LIBERDADE. 
2a GERAÇÃO: a fase ditada em face dos desníveis sociais, com os direitos econômicos e sociais (Estado do Bem-Estar Social). Ex.: direito ao trabalho, à seguridade social (art. 5o, XIII e art. 6o CRFB/1988) = IGUALDADE. 
3a GERAÇÃO: a defesa dos interesses difusos, com os direitos de solidariedade. (Pós-2a. Guerra Mundial) Ex.: proteção ao patrimônio histórico e cultural do povo (art. 5o, inc. LXXIII CRFB/1988), a defesa coletiva dos direitos do consumidor (art. 81, inc. III CDC); direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado (art. 225 CRFB/1988); FRATERNIDADE. 
4a GERAÇÃO: o direito a ser diferente (momento atual). Ex.: recusar tratamento à saúde (art. 15 CC/2002); não discriminação ou direito à diferença. 
Na Constituição Federal de 1988, tanto a primeira dimensão, como a segunda dimensão de direitos fundamentais estão absolutamente contempladas. 
6. Direitos individuais
Os direitos individuais têm como sujeito ativo um indivíduo humano, que, quando verificar que teve a supressão, ou melhor, quando houver perturbação de seu direito por autoridade pública, ou outra que atue em lugar da pública, poderá impetrar habeas corpus (art. 5° LXVII CF/88) quando verificar que há impedimento no seu direito de livre circulação (ir e vir – e ficar), habeas data, quando houver necessidade de retificação de registro ou para que seja prestada informação que sobre ele constem nos bancos de dados (art. 5°, LXXII, a, b CF/88). O sujeito individual poderá, ainda, solicitar a providência da segurança (art. 5°, LXIX CF/88) quando a perturbação de seu direito líquido e certo não for de matéria do habeas corpus nem do habeas data.
- Direitos coletivos
Os direitos coletivos são aqueles que envolvem a coletividade como um todo, uma sociedade. Por essa natureza, quando há a turbação de algum direito fundamental é dever do Ministério Público promover a ação cabível, uma vez que esse órgão é o responsável pela defesa dos interesses da coletividade. 
Direitos de grupos
Direitos de grupos são direitos individuais “homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem comum” (art. 81, parágrafo único, III, do Código de Defesa do Consumidor).
Os direitos difusos são aqueles, conforme definição do Código de Defesa do Consumidor: “transindividuais de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas porcircunstâncias de fato” (art. 81, parágrafo único, I do Código de Defesa do Consumidor).
A grande contradição dos direitos humanos seria o fato de que tanto servem aos ideais das classes obreiras quanto aos patrões, mas nunca simultaneamente a todas as partes. 
Aula 8 - Transformações nas relações sociais e econômicas do cotidiano e desvio social
1. Consumismo
Temos que admitir que não há como fugir do consumo. Ele significa nossa própria sobrevivência e não passamos um único dia sem adquirir algum bem. A grande questão é que nos dias de hoje precisamos adquirir bens não somente para suprir nossas necessidades de alimentação, vestuário, lazer, educação, abrigo, mas também e, talvez, principalmente, para alimentar desejos artificialmente criados por uma sociedade dominada pelo mercado?
Isso significa que consumimos muitas coisas que, ainda que sem essa consciência, nos são impostas: é, por exemplo, a roupa da moda (que muda a cada semana), para não ficar para trás, porque todo mundo usa. Então, consumimos, não porque precisamos, mas porque somos induzidos a consumir, e, cada vez mais. Aqui surge o consumismo.
A necessidade pessoal de sentir-se valorizado e/ou inserido em determinado(s) grupo(s) nunca consegue ser plenamente satisfeita por meio do consumo.
Em primeiro lugar, porque pode ocorrer uma confusão entre a real necessidade do indivíduo e o bem consumido. 
A necessidade seja suprida em um primeiro momento com a aquisição de determinado bem, logo surgirão outras necessidades de consumo, ou outros produtos serão colocados no mercado, fazendo emergir tais necessidades. Nessa busca constante pelo sucesso – que pressupõe a aquisição de mais e mais produtos e serviços – bens supérfluos acabam se tornando essenciais. 
Na sociedade contemporânea, a felicidade muitas vezes é confundida com a ideia de sucesso. Nesse contexto, para que o indivíduo seja considerado “bem-sucedido” é preciso que possua grande capacidade de consumir bens e serviços – ou, ao menos, aparente essa capacidade.
Como essa mesma sociedade não disponibiliza os meios efetivos para o alcance do sucesso (educação de qualidade para todos, saúde de qualidade para todos, cidadania para todos), há os que se conformam em ficar à margem do sucesso (e, ainda bem que é a maioria do povo), mas há os que arranjam um jeito de tentar “se dar bem”: roubam, assaltam, matam, traficam. Ou seja, na medida em que a totalidade da população tivesse acesso a uma vida de qualidade, na essência do termo, essa violência cotidiano das grandes cidades, certamente, diminuiria sensivelmente.
2. O crime como fenômeno social
Enquanto existir o homem, existirá crime. Porém, há o que classificamos por crime global, uma presente ameaça à economia no âmbito internacional e nacional também. Para a sociedade como um todo. São exemplo de redes criminosas globais:
Máfia norte-americana, a italiana (Camorra) e russa (Solntsevskaya Bratva);
Cartéis colombianos;
Redes criminosas nigerianas;
Tríades chinesas;
O maior cartel de drogas do México, o Sinaloa;
E a Yakuza.
São exemplos de crimes globais:
Tráfico de drogas;
Tráfico de pessoas e de animais;
Contrabando de armas;
Contrabando de mercadorias diversas – materiais radioativos e etc.;
Tráfico de informação;
Falsificação;
Sequestro;
Jogos de azar;
Tráfico de órgãos;
Agiotagem;
A Extorsão também é praticada em escala internacional.
Assim, temos que a economia do crime, ou seja, os esquemas financeiros complexos e redes de comércio internacional exigem sofisticação e um mínimo de complacência, senão cumplicidade dos respectivos Estados.
A globalização gerou uma grande revolução na estratégia institucional do crime organizado.
Aula 9 - Participação política na sociedade global e Direito
O direito do comércio se judicializa com a criação do órgão de apelação junto à OMC, ao passo que ainda não existe uma corte mundial de direitos humanos".
“O ordenamento jurídico estatal está perdendo sua exclusividade e centralidade, embora, como coloca Faria (2002), ainda seja a referência básica para os cidadãos comuns. O Direito estatal passa a ser parte de um polissistema, pois concorre e convive com normatividades paralelas ou justapostas, que revelam o desenvolvimento de uma regulação jurídica à margem e, até mesmo em alguns casos, contrária ao Direito positivo estatal, deixando de ser o eixo de um sistema normativo único.
Regulação social tradicional
A tradicional, de origem moderna, tem como característica o pressuposto de que a regulação social se faz pelo Direito, sendo que este é exclusividade do Estado.
Regulação social contemporânea
A regulação contemporânea ou pós-moderna traz novos pressupostos: a regulação social não precisa obrigatoriamente passar pelo Direito e o Estado perde terreno em sua soberania através do Direito. Ou seja, o Direito estatal perde terreno em favor de normas alternativas de regulação social e de solução de conflitos.
Vive-se, atualmente, diante dos processos de desregulamentação e aparecimento de novas esferas de poder, uma redução da imperatividade do Direito positivo, caracterizado por uma flexibilidade nunca antes vista, o chamado soft law”.
1. O Direito do novo campo de poder é dual
Segundo Alves, Santos et al. (2013), “de um lado tem-se o Direito estatal deprimido sob o açoite das políticas de desregulação, do outro, tem-se a fortificação das regras ditadas pelo mercado. Ou seja, “... os campos antes regimentados pelas normativas estatais ou geral públicas se abrem assim a regulamentações pactuadas entre sujeitos privados ou entidades corporativas (caso do direito laboral) mais ou menos à margem das instituições públicas propriamente ditas.” (2002, p. 268).
Supraestatal
No plano supraestatal, os mecanismos do sistema mundial desenvolvem leis que se sobrepõem à normatividade estatal (seria a lei do mercado meta estatal de que fala Capella)”.
Infraestatal
Já no plano infraestatal, encontram-se ordens jurídicas locais com ou sem base territorial, regendo determinadas categorias de relações sociais e interagindo, de múltiplas formas, com o direito estatal’”. (2002, p. 171).
2. Neoliberalismo
Neoliberalismo expressão ideológica da globalização
Em seu texto intitulado Globalização e participação política, Valmir Lima de Almeida considera que “a participação política dos indivíduos na sociedade global apresenta-se como um caminho, uma das principais vias alternativas, para o alcance da inserção social e da diminuição das desigualdades econômicas reveladas pela globalização”.
O neoliberalismo é mostrado como expressão ideológica da globalização. São evidenciados os efeitos políticos que a doutrina neoliberal provoca nos indivíduos, quando imposta no contexto da globalização como uma evolução natural da sociedade, com um aprimoramento cultural do próprio homem. Revela-se, ao contrário do que apregoam os princípios neoliberais, que as diferenças sociais na globalização acentuam-se quanto maior for o nível alienante de exclusão social que esteja incluído o indivíduo.
Contornos globais dos novos desafios: Meio ambiente
Segundo Cassen (2015) essa crise aponta no sentido de uma “falência total das políticas neoliberais e a necessidade do retorno do Estado como garantia de sobrevivência da economia e da manutenção de um mínimo de coesão social. Paradoxalmente, esta crise, que já vem se aprofundando há algum tempo e poderia ter reforçado o “movimento dos movimentos”, provocou seu enfraquecimento”.
Esta crise envolve, em especial, as questões pertinentes à própria sobrevivência do planeta e de seus recursos naturais, na medida em que a busca sem limites do lucro a qualquer custo levou à utilização dos recursos advindos da natureza sem qualquer controle, aliada a uma cultura que coloca o meio ambiente sempre em segundo plano, ainda que aparentemente haja uma preocupação com a ecologia global.
Contornos globais dos novos desafios: Relações de trabalho
A globalização econômica que já foi estudada por você ao longo de nossos encontros e é decorrênciado modelo de produção capitalista, que surgiu com a primeira revolução industrial, é consequência dessa busca desenfreada pelo lucro que, por isso mesmo, leva a conquista por novos mercados consumidores.
3. Contornos globais dos novos desafios: Trabalho
Trouxe consequências no modo de trabalho existente, provocando a reestruturação do trabalho. Como exemplo, podemos apresentar as mudanças no contrato de trabalho que, para atender à pressão econômica e se adaptar às novas exigências pela busca de maior competitividade e produtividade, vem se fragmentando em vários outros tipos de relação de trabalho. Assim, o processo de globalização tem contribuído para a mudança nas relações de trabalho ocasionando a descentralização produtiva, também chamada de terceirização e o surgimento de novas formas de trabalho como a parassubordinação.
4. Contornos globais dos novos desafios: Sociodiversidade
O neologismo sociodiversidade foi criado pela Antropologia e, em sua origem, estava relacionado às comunidades indígenas encontradas no Brasil, com hábitos e cultura próprios e que merecem ser respeitados e preservados. Aos poucos, este conceito foi se ampliando e hoje sociodiversidade significa a existência simultânea de grupos humanos que possuem recursos sociais próprios, ou seja, cuja organização social está sedimentada por padrões próprios, que envolvem modelos diferentes de autoridade política, de acesso e utilização do espaço territorial, de hierarquias de valores éticos ou morais etc.
5. Contornos globais dos novos desafios: A questão das minorias
Objetivamente, o processo de globalização também traz em seu bojo uma tendência de padronização cultural, na medida em que a sociedade consumista utiliza os meios de comunicação em massa para induzir o estabelecimento de valores culturais artificialmente estabelecidos e que determinam o que e como se deve comer vestir, assistir, ouvir, comprar e pensar.
Como forma de resistir a esse processo que desrespeita as diferenças e nivela todos os indivíduos, existem tanto no nível interno (nacional) como no internacional, diversos grupos que se distinguem pela defesa de suas práticas culturais, de sua orientação sexual, de seus credos e etnias próprios. Esses grupos são denominados minorias, correspondem a grupos sociais ou mesmo nações que lutam na defesa de seus ideais. Os grupos sociais (negros, mulheres, homossexuais, transgêneros, quilombolas, pessoas especiais, idosos etc.) lutam pelo respeito à sua dignidade e cidadania; as nações (povos indígenas, palestinos, bascos etc.) almejam sua independência territorial, cultural, religiosa e política.
O ponto em comum dessas minorias é situação de exclusão e/ou discriminação que provoca o surgimento de organizações (movimentos sociais) que procuram conquistar a dignidade e respeito por meio de ações políticas.

Outros materiais