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Doença de Chagas Casas de pau-a-pique em Lassance (MG), onde foi identificada a doença de Chagas Chagas e Belisário Penna com a equipe que trabalhava no prolongamento da estrada de ferro Central do Brasil, na região de Pirapora (MG) 1907 – Berenice – criança de 2 anos • A enfermidade causada pelo Trypanosoma cruzi ( protozoaário flagelado). • Doença humana que durante a fase crônica sintomática apresenta mudanças na fisionomia anatômica do miocárdio (forma cardíaca) ou do tubo digestivo (esôfago e cólon; forma digestiva), ou de ambas. Hospedeiros e vetores – Vetores - Triatomídeos –Triatoma infestans – Barbeiro Com a interrupção da transmissão vetorial por Triatoma infestans no país, quatro outras espécies de triatomíneos têm especial importância na transmissão da doença ao homem: T. brasiliensis, Panstrongylus megistus, T. pseudomaculata e T. sórdida, T. vitticeps, Rhodnius robustus e P. Lutzi. – Hospedeiros vertebrados (reservatório natural) - tatu e gambá – Hospedeiro acidental – homem e outros animais silvestres e domésticos. Formas do Trypanosoma cruzi • Tripomastigota: sangue e espaço intercelular dos hospedeiros vertebrados. • Amastigota: interior das células dos hospedeiros vertebrados infectados. • Epimastigota: tubo digestivo do inseto vetor (Triatoma – Barbeiro). Formas do Trypanosoma cruzi •Tripomastigota: Forma alongada (podendo se apresentar como formas finas e largas), com cinetoplasto arredondado localizado na região posterior ao núcleo; flagelo emerge da bolsa flagelar próxima ao cinetoplasto. O flagelo se adere ao longo do corpo do parasito, tornando-se livre na região anterior. Forma altamente infectante. Encontrada no inseto vetor (intestino, no reto); nos hospedeiros vertebrados (sangue e espaço intercelular ) e culturas de células infectadas. •Amastigota Forma arredondada, com cinetoplasto na região anterior ao núcleo, flagelo curto (não visível ao microscópio óptico). Esta forma pode ser encontrada no interior das células de hospedeiros infectados, bem como em cultivo axênico. Forma de reprodução assexuada no hospedeiro vertebrado. •Epimastigota Forma alongada, com cinetoplasto localizado anteriormente ao núcleo. Flagelo emerge da bolsa flagelar e percorre aderido em uma parte do corpo do parasita, tornando-se livre na região anterior. Encontrado no tubo digestivo do inseto vetor; cultivo axênico. Forma de reprodução assexuada no intestino do inseto vetor. Ciclo de vida • Trypanossoma cruzi • Ciclo heteroxênico – Multiplicação intracelular no hospedeiro vertebrado (amastigota) – Multiplicação extracelular no inseto vetor (epimastigota). Ciclo de vida – Hospedeiro vertebrado • Inseto hematófago (triatomídeos) - repasto sanguíneo - fezes e urina, formas tripomastigotas na pele – invadem macrófagos ou células de outros tecidos • Modificação para amastigota (multiplicação a cada 12 horas, durante 5 ou 6 dias) • Amastigota para tripomastigota dentro da célula - célula se rompe - corrente circulatória – invadem outras células de qualquer tecido ou órgão - novo ciclo celular, ou - destruídos por mecanismos imunológicos. Ciclo de vida Hospedeiro Invertebrado (Barbeiro) • Inseto triatomídeo não contaminado - repasto sanguíneo - formas tripomastigotas - estômago do inseto - tripomastigota para epimastigota no intestino médio e se multiplicam - intestino posterior (reto) epimastigota para tripomastigota – eliminados nas fezes e urina Biologia do inseto Triatomídeos (Triatoma infestans - Barbeiro) • Ciclo - Insetos adultos copulam - ovos - ninfas - 5 mudas - adultos • Tempo de ovo para adulto - 4 a 5 meses • Fêmea - hematófago • Tempo de vida do inseto fêmea - 15 a 16 meses – Centenas de ovos. • Habitat Natural - Floresta Amazônica • Os insetos têm hábitos noturnos. Durante o dia mantêm-se escondidos saem à noite para se alimentar. • Picada é indolor podendo demorar 20 minutos ou mais. • Em lugares sombrios ou quando famintos podem picar durante o dia. Mecanismo de Transmissão a) Transmissão pelo vetor - fezes contaminada. b) Transmissão oral - aleitamento materno e alimentos contaminados - mucosa da boca integra ou lesada c) Transfusão sanguínea - pode ser importante, principalmente nas grandes cidades, devido a falta de combate dos vetores nos domicílios d) Transmissão congênita - se houver ninhos de amastigotas na placenta Transmissão Formas clínicas 1)Fase Aguda Pode ser sintomática ou assintomática Quantidade de parasitas???? 2)Fase Crônica a) Forma indeterminada b) Forma cardíaca c) Forma digestiva 80% dos indivíduos com sorologia positiva não desenvolvem os sintomas da doença. Formas clínicas Fase Aguda • Febre, linfadenopatia, hepato-esplenomegalia • Manifestações locais / transmissão Vetorial: – Sinais de Romanã - edema bipalpebral unilateral, com presença de parasitas intra e extracelulares em abundância – Chagoma de inoculação - inflamação aguda local na derme, seguida de regressão lenta , acompanhada de descamação – Aparecem de 4 a 10 dias após a picada do barbeiro regredindo em um ou dois meses • Na maioria dos casos após essa fase, passa a ser assintomático. • Na forma sintomática que é mais comum em crianças (resposta imunológica menor), o coração pode ser lesado intensamente levando a falência cardíaca. Sinais de Romanã - edema bipalpebral unilateral, com presença de parasitas intra e extracelulares em abundância Formas clínicas Fase Crônica Forma indeterminada • 10 a 30 anos assintomático, apresentando: – positividade nos exames sorológicos e parasitológicos – ausência dos sintomas e sinais da doença – imunologicamente - a forma tripomastigota a amastigota estão em atividade, devido a presença de anticorpos específicos • Apesar de assintomático há casos de aparecimento de sintomas após anos. Forma cardíaca - Destrói a inervação do coração. - Diminuição da massa muscular - substituição por áreas fibrosas. - Histologicamente miocardite crônica intensa com células mononucleares, fibrose e hipertrofia de miocardiócitos. - Insuficiência cardíaca congestiva, podendo ocorrer trombos, desprendem-se êmbolos que podem originar infartos no coração, rins, baço, encéfalo. - Comprometimento das contrações cardíacas, levando a cardiomegalia Formas clínicas Fase Crônica Forma digestiva - megaesôfago - levando a disfagia (dificuldade de deglutir), regurgitação, pirose (queima, com aumento de salivação), soluço e tosse. - megacólon - levando a obstrução intestinal, a perfuração, e a peritonite. Além disso, esses sintomas levam a desnutrição Formas clínicas Fase Crônica megacólon Doença de Chagas transfusional • Semelhante na fase aguda • pode evoluir Doença de Chagas congênita • É de 2 a 10% • pode causar aborto, partos prematuros, natimortos • a criança pode evoluir sem sinal da doença ou não Doença de Chagas em imunosuprimidos • Pacientes com leucemia, transplantes, uso de drogas imunosupressoras. • Ocorre envolvimento do sistema nervoso central. • Encefalite multifocal, lesão necro -hemorrágica no cérebro. Diagnóstico laboratorial • Fase aguda - alta parasitemia, anticorpos inespecíficos. • Fase crônica - baixa parasitemia, anticorpos específicos. Diagnóstico laboratorial Parasitológico • Exame de sangue - com ou sem coloração (fase aguda) • Material de biópsia (fase aguda) • Xenodiagnóstico - vetor isento de parasita pica o paciente e após 30, 60 e 90 dias é observado a fezes desse vetor •Inoculação em animal (fase crônica) • Reação de precipitação - (hematoaglutinação - hemácias sensibilizadas com antígeno do T. cruzi + soro do paciente - se houver presença de anticorpos específicos, ocorre a aglutinação destas hemácias) (fase crônica) • Reação de imunofluorescência indireta - (RIFI) antígenos do T. cruzi fixos em uma lâmina + soro do paciente + conjugado (Antimunoglobulina marcada com substância fluorescente) - observação ao microscópio (fase crônica) • Elisa indireto - (mecanismo de reação é semelhante ao RIFI - porem o conjugado é uma enzima que da cor se positivo) (fase crônica) Diagnóstico laboratorial Imunológico - Sorológico Epidemiologia Epidemiologia • Doença do Sul dos EUA até Argentina. • No Brasil, 112 casos novos de Chagas Agudo por ano foram notificados de 2007 a 2013, principalmente via ingestão de alimentos contaminados. • Alimentos: açaí, bacaba, jaci (coquinho), suco de caldo de cana e o palmito de babaçu. • A maioria dos surtos ocorreu nos estados do Pará 75,9% (85) e Amapá 12,5% (14) e, em menores proporções, nos estados do Amazonas 4,5% (5), Tocantins 1,8% (2) e Bahia 1,8% (2). • Na América Latina, 13 milhões de pessoas estão infectadas sem saber, estima a ONG Médicos Sem Fronteiras. • Outras 16 milhões estão nos registros. • . Definição de caso Caso suspeito de Doença de Chagas Aguda (DCA) Pessoa com febre prolongada (>7 dias) e uma ou mais das seguintes manifestações clinicas: Edema de face ou de membros, adenomegalia, hepatomegalia, esplenomegalia, cardiopatia aguda (taquicardia, sinais de insuficiência cardíaca), manifestações hemorrágicas, icterícia. As seguintes situações reforçam a suspeita: • tenha ingerido alimento suspeito de contaminação pelo T. cruzi, residente/visitante de área com ocorrência de triatomíneos, ou • tenha sido recentemente transfundido/transplantado, ou • seja recém-nascido de mãe infectada (transmissão congênita). Definição de caso Caso confirmado de Doença de Chagas Aguda Critério laboratorial • Parasitológico – T. cruzi circulante no sangue periférico identificado por exame parasitológico direto, com ou sem identificação de qualquer sinal ou sintoma. • Sorológico – sorologia positiva com anticorpos da classe IgM anti-T. cruzi na presença de evidências clínicas e epidemiológicas indicativas de DCA; ou sorologia positiva com anticorpos da classe IgG anti-T. cruzi, com alteração na concentração de IgG. Cuidados • A falta de oportunidade de suspeita da doença e demora no diagnóstico podem agravar o quadro clínico do paciente e a evolução da enfermidade, podendo levar a óbito que ocorreram por falta de uma intervenção Controle Amazônia - Peculariedades Não há vetores que colonizem o domicílio - Não existe a transmissão domiciliar. Atividades de vigilância implantadas na Amazônia Legal são: detecção de casos apoiada na vigilância de malária; detecção em bancos de sangue, identificação de espécies de vetores; investigação de situações em que há suspeita de domiciliação do vetor Controle Fatores de risco para colonização de vetores no domicílio: • as condições físicas do domicílio (intra e peri) que propiciem abrigo; • a qualidade e quantidade de fontes alimentares presentes; • o micro-clima da casa favorável à colonização. Características do extra domicílio que influenciam invasão domiciliar: : • a restrição de habitats e de fontes alimentares; • o clima e as mudanças climáticas; • a interferência do homem no meio silvestre. Tratamento • Não existe um tratamento eficiente em todos os pacientes. • O tratamento específico é eficaz na maioria dos casos agudos (>60 %) e congênitos (>95%), apresentando ainda boa eficácia em 50% a 60% de casos crônicos recentes. – Benzonidazol • atua sob formas sanguíneas , • Efeitos colaterais: perda de peso, cefaléia, sonolência e dores abdominais • É contra-indicado em gestantes – Nifurtimox – Notificação é obrigatória. Profilaxia • a) Controle/higiene dos alimentos • b) Melhoria de condições de vida dos camponeses. • c) Combate ao barbeiro – inseticidas • d) Controle do doador de sangue Obrigada pela atenção!
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