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EDUCAÇÃO FÍSICA NO BRASIL

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EDUCAÇÃO FÍSICA NO BRASIL
BRASIL COLÔNIA, DE 1500 A 1822
Historicamente, relacionam-se as atividades físicas realizadas pelos índios aos aspectos da cultura primitiva, caracterizados pelos elementos: 
Naturais: 
(caça, pesca, nado e locomoção)
Guerra 
(proteção de seu habitat) 
Recreativo 
(jogos e brincadeiras) 
 Religioso 
(como as danças, agradecimentos aos deuses, festas, encenações etc.) 
 
(GUTIERREZ, 1972).
Durante o período colonial, surge, nas senzalas (principalmente na Bahia e Rio de Janeiro), a capoeira, atividade de luta disfarçada de dança, com elementos rítmicos e criativos, praticada pelos escravos (RAMOS, 1982).
Durante o período de 1559 até 1759 organizaram-se os primeiros centros de educação escolar para os indígenas. Com orientação jesuítica, o atendimento e a catequização das crianças realizavam-se nas aldeias (CUSTÒDIO e HILSDORF, 1995).
BRASIL IMPÉRIO, DE 1822 A 1889
Segundo Gutierrez (1972), em 1823, Joaquim Jerônimo Serpa elaborou o “Tratado da Educação Psicomoral dos Meninos”. 
De acordo com este tratado, a educação englobava a saúde do corpo e a cultura do espírito, e considerava a divisão dos exercícios físicos em duas categorias:
1) os que exercitavam o corpo.
2) os que exercitavam a memória.
No século XIX dois métodos ginásticos são citados:
1) a de quarto; realizada por alunos em sala de aula por entre as carteiras, composta por exercícios localizados visando melhoria da saúde.
2) a ginástica alemã, (introduzida em 1852, para soldados), que objetivava o condicionamento físico dos alunos do sexo masculino, pela utilização de exercícios acrobáticos exigindo disciplina e certo grau de hipertrofia muscular (ARANTES, 2002).
O Início da Educação Física escolar no Brasil, inicialmente denominada Ginástica, ocorreu oficialmente com a reforma Couto Ferraz, em 1851 (RAMOS, 1982). 
No entanto, foi somente em 1882, que Rui Barbosa ao lançar o parecer sobre a “Reforma do Ensino Primário, Secundário e Superior”, denota importância à Ginástica na formação do brasileiro (RAMOS, 1982). 
Nesse parecer, Rui Barbosa relata a situação da Educação Física em países mais adiantados politicamente e defende a Ginástica como elemento indispensável para formação integral da juventude (RAMOS, 1982). 
Em resumo, o projeto relatado por Rui Barbosa, buscava instituir uma sessão essencial de Ginástica em todas as escolas de ensino normal; 
Estender a obrigatoriedade da Ginástica para ambos os gêneros (masculino e feminino), uma vez que as meninas não tinham obrigatoriedade em fazê-la; 
inserir a Ginástica nos programas escolares como matéria de estudo e em horas distintas ao recreio e depois da aula (DARIDO e RANGEL, 2005).
Em 1872, Rui Barbosa solicitou a equiparação das aulas de Educação Física às demais disciplinas oferecidas no ensino regular.
Contudo, a implementação da Educação Física nas escolas, ocorreu apenas em parte do Rio de Janeiro, capital da República, e nas escolas militares (DARIDO e RANGEL, 2005 apud SOARES, 2012)
BRASIL REPÚBLICA E ERA VARGAS, DE 1890 A 1945
Com a finalidade de sistematizar a ginástica na escola brasileira, surgem os métodos ginásticos (gímnicos). 
Originários das escolas europeias, esses métodos atribuíam à Educação Física uma perspectiva na qual o exercício físico deveria ser utilizado para aquisição e manutenção da higiene física e moral (Higienismo), preparando os indivíduos fisicamente para o combate militar (Militarismo) (DARIDO e RANGEL, 2005 apud SOARES, 2012).
Por volta de 1945 (final da II Guerra Mundial) as atividades gímnicas perderam espaço para os desportos, que passaram a exercer a hegemonia das práticas físicas no Brasil. 
O contexto histórico-político-socioeconômico do país no pós-guerra conduziu à chamada Educação
 Física Pedagogicista (GHIRALDELLI JUNIOR, 1998). 
Esta concepção inseriu na sociedade a necessidade de ter a Educação Física não somente como uma prática capaz de promover saúde ou de disciplinar a juventude, mas de encarar a Educação Física como uma prática eminentemente educativa. (CHAGAS; GARCIA, 2011, p. 1).
REPÚBLICA NOVA E DITADURA MILITAR, DE 1946 A 1985
No período que compreende o pós-2ª Guerra Mundial, até meados da década de 1960 (mais precisamente em 1964, início do período da Ditadura brasileira), a Educação Física nas escolas mantinha o caráter gímnico e calistênico do Brasil república (RAMOS 1982 apud SOARES, 2012).
A Educação Física na década de 60, também se preocupou com a atitude postural adequada, com a coordenação sensório motor, o refinamento dos sentidos, e o aumento da sensibilidade rítmica, favorecendo a coeducação e o conhecimento de nossos costumes.
EDUCAÇÃO FÍSICA NA ATUALIDADE, A PARTIR DE 1986
Hoje, possuímos muitas linhas ou abordagens filosóficas; cinesiológica, motricidade humana, cultura corporal do movimento, aptidão física, tradicional, desenvolvimentista, socio construtivista, socio interacionista e a ligada ao meio ambiente.
TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA
EDUCAÇÃO FÍSICA BRASILEIRA
HIGIENISTA
No sentido atribuído por Soares (2004, p. 130), “O professor desempenha um papel secundário, digamos assim, um papel de auxiliar direto, um papel de executor de tarefas pensadas e fiscalizadas pelo médico.” 
Há a noção de que o professor de Educação Física munir-se-ia de conhecimentos anatomo fisiológicos e higiênicos em sua formação profissional com o intuito de modelar os sujeitos para o trabalho (CAPARROZ, 2005). 
MILITARISTA
A Educação Física escolar praticada na época da ditadura militar brasileira, mais precisamente durante o período do governo de Getúlio Vargas no início do século XX, ficou sendo conhecida como Educação Física militarista. 
 
A ideia de Educação Física militarista perpassa pela afirmativa de Soares et al. (1992, p. 53) em que “As aulas de Educação Física nas escolas eram ministradas por instrutores físicos do exército, que traziam para essas instituições os rígidos métodos militares da disciplina e da hierarquia.
PEDAGOGICISTA
Após a Segunda Guerra Mundial, com a derrota do nazifascismo e a vitória dos aliados, a Educação Física passa a sofrer a influência do liberalismo americano, assim como grande parte do mundo ocidental.
 Nos Estados Unidos a Educação Física recorria a jogos e brincadeiras, ginásticas, lutas e esportes principalmente o basquetebol e o voleibol, conteúdos logo assimilados pela disciplina no Brasil.
No Brasil, com o crescimento da escola pública, como atesta Ghiraldelli Júnior (1998) a Educação Física recebe impulsos da ideologia desenvolvimentista do Governo de Juscelino Kubitscheck e passa a se integrar pela primeira vez nas questões pedagógicas na escola.
Neste período, ainda de acordo com o autor citado, a Educação Física passa a ser o centro vivo da escola, responde a preparação de alunos para festas, torneios, desfiles, A formação de bandas musicais, entre outras. 
A participação dos alunos é mais inclusiva.
COMPETITIVISTA
O esporte passou a determinar o conteúdo da Educação Física, no qual a relação entre professor e aluno passaram a ser um professor “treinador” e aluno “atleta” (SOARES, et al., 2009).
A Educação Física Competitivista nas escolas revelou o seu objetivo de desenvolvimento do gesto técnico nos estudos biomecânicos. 
As séries primárias eram direcionadas a grandes jogos, com ênfase na competição, ou seja, de 1a a 4a séries, as crianças deveriam participar de jogos e brincadeiras que atuassem sobre todo esquema corporal, visando desenvolver as habilidades básicas para a futura prática de algum desporto (GHIRALDELLI JUNIOR, 1998).
Já de 5a a 8a séries, as aulas deveriam ser dirigidas aos fundamentos de alguma modalidade esportiva, além de horários exclusivos para o treinamento das “seleções colegiais”.
No segundo grau, deve-se desenvolver mais noções técnicas e táticas, para competir contra outros colégios e/ou cidades (CASTELLANI FILHO,
1988). 
LDB
Desde 1996 o currículo vigente está organizado segundo a terceira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional LDB Nº 9.394. 
O processo de escolarização brasileiro apresenta-se agora completo. Iniciando pela Educação infantil nosso Sistema Escolar termina formalmente na Graduação, no Ensino Superior. Hoje, as propostas e os conteúdos têm a preocupação em atender, incluir e integrar todos os estudantes em torno do Projeto Escolar
Partir desta Lei vigente passou-se entender o currículo como um todo. A escola, portanto, deve ser vista como um lugar de informação, de produção de conhecimento, de socialização e de desenvolvimento integral de todos os estudantes.
PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS – PCN
Os Parâmetros Curriculares Nacionais constituem um referencial de qualidade para a educação no Ensino Fundamental em todo o País. 
Sua função é orientar e garantir a coerência dos investimentos no sistema educacional, socializando discussões, pesquisas e recomendações, subsidiando a participação de técnicos e professores brasileiros, principalmente daqueles que se encontram mais isolados, com menor contato com a produção pedagógica atual.
Entretanto, se estes Parâmetros Curriculares Nacionais podem funcionar como elemento catalisador de ações na busca de uma melhoria da qualidade da educação brasileira, de modo algum pretendem resolver todos os problemas que afetam a qualidade do ensino e da aprendizagem no País.
Objetivos dos PCN no Ensino Fundamental (BRASIL, 1997):
Posicionar-se de maneira crítica, responsável e construtiva nas diferentes situações sociais, utilizando o diálogo como forma de mediar conflitos e de tomar decisões coletivas;
saber utilizar diferentes fontes de informação e recursos tecnológicos para adquirir e construir
 conhecimentos;
INCLUSÃO
A prática da Educação Física inclusiva requer a flexibilização de alguns elementos, como: recursos e regras. 
Recursos são estruturas e suportes necessários para o desenvolvimento das atividades que compõem a Educação Física, tais como: equipamentos, infraestrutura espacial, equipe de apoio e intérpretes. 
Já as regras podem ser definidas como um conjunto de diretrizes, normas e procedimentos que definem os objetivos, as permissões e as restrições de uma atividade.

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