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INTEGRAÇÃO LAVORA PECUÁRIA FLORESTA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARNHÃO – UFMA
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS – CCAA
CAMPUS IV / CHAPADINHA
CURSO DE ZOOTECNIA
ECOLOGIA AGRÍCOLA
SISTEMA INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA-FLORESTA
Discentes:
Cesár Alves da Cunha Neto
Karolyne Teixeira Vieira
Docente:
Profa. Dra. Luisa Julieth Parra Serrano
CHAPADINHA – MA
2016
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARNHÃO – UFMA
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS – CCAA
CAMPUS IV / CHAPADINHA
CURSO DE ZOOTECNIA
ECOLOGIA AGRÍCOLA
SISTEMA INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA-FLORESTA
Trabalho apresentando a disciplina de Ecologia Agrícola do curso de Zootecnia da Universidade Federal do Maranhão para a obtenção de nota da terceira avaliação (P3)
CHAPADINHA – MA
2015
Introdução
Ao longo das últimas três décadas o agronegócio brasileiro vem crescendo e se transformando de maneira expressiva. A incorporação de terras do Cerrado ao processo produtivo nacional, em especial a partir da década de 1970, explica boa parte desse sucesso (EMBRAPA CERRADOS, 2011).
De acordo com a CONAB 2013, a produção de arroz, feijão, trigo, milho e soja entre os anos de 2011 e 2012 foram de 160 milhões de toneladas, comparando com a produção de 1970 que foi de 27 milhões de toneladas, teve um aumento de 583%. Porém o uso extensivo destas monoculturas durante décadas, elevou a pressão sobre o ambiente provocando erosão, perda de fertilidade e poluição dos solos, assoreamento dos cursos d'água, poluição da água e emissões de gases de efeito estufa.
Estes fatores tornaram-se grandes desafios para a agricultura, implicando no uso e investimentos de novas tecnologias como forma de contornar os problemas decorrentes de décadas de práticas agrícolas. Uma das práticas que visam mitigar estes problemas oriundos de sistemas de monocultivo é uso de sistemas agrossilvipastoris.
BARCELLOS et al. (2011) conceituaram a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), como sendo estratégias que visam a produção sustentável por meio da integração de atividades agrícolas, pecuárias e florestais, realizadas na mesma área, em cultivo consorciado, em sucessão ou rotacionado, buscando efeitos sinérgicos entre os componentes do agroecossistema, contemplando a adequação ambiental, a valorização do homem e a viabilidade econômica.
O ILPF pode ser classificado em quatro modalidades de sistemas diferentes: Integração Lavoura-Pecuária ou Agropastoril; Integração Pecuária-Floresta ou Silvipastoril; Integração Lavoura-Floresta ou Silviagrícola; Integração Lavoura-Pecuária-Floresta ou Agrossilvipastoril.
Os sistemas agrossilvipastoris, que integram atividades agrícolas, pecuárias e florestais, são considerados, atualmente, inovadores no Brasil, embora vários tipos de plantios associados entre culturas anuais e culturas perenes ou entre frutíferas e árvores madeireiras sejam conhecidos na Europa desde a antiguidade (BALBINO et al., 2011).
integração lavoura-pecuária-floresta (ilpf)
A ILPF promove a recuperação de áreas de pastagens degradadas agregando, na mesma propriedade, diferentes sistemas produtivos, estabelecendo diversificação de atividades, intensificação no uso da terra e sustentabilidade, além de aumentar a biodiversidade. 
Dentre as várias vantagens que o sistema apresenta, uma merece destaque especial e diz respeito à redução na pressão pelo desmatamento, tanto na busca por novas áreas de cultivo quanto por madeira. Somente na região do Cerrado existem cerca de 50 milhões de hectares de terra sob pastagens degradadas passíveis de recuperação e inserção neste segmento produtivo.
Os sistemas ILPF têm ganhado importância dentro da propriedade agrícola, pois permitem a continuidade na produção de grãos e de pastagens num patamar maior de produtividade e o segmento florestal representa uma poupança para o agropecuarista, pois os custos deste são menores em razão das outras atividades associadas, sejam lavouras ou pastagens.
Conforme BARCELLOS et al. 2011, podem se classificar quatro modalidades de sistemas distintos:
Integração Lavoura-Pecuária ou Agropastoril: sistema de produção que integra o componente agrícola e pecuário em rotação, consórcio ou sucessão; na mesma área e em um mesmo ano agrícola ou por múltiplos anos.
Integração Pecuária-Floresta ou Silvipastoril: sistema de produção que integra o componente pecuário e florestal, em consórcio.
Integração Lavoura-Floresta ou Silviagrícola: Sistema de produção que integra o componente florestal e agrícola, pela consorciação de espécies arbóreas com cultivos agrícolas (anuais ou perenes).
Integração Lavoura-Pecuária-Floresta ou Agrossilvipastoril: sistema de produção que integra os componentes agrícola, pecuário e florestal em rotação, consórcio ou sucessão, na mesma área. O componente "lavoura" restringe-se ou não à fase inicial de implantação do componente florestal.
Integração Lavoura-Pecuária ou Agropastoril
Os sistemas de integração lavoura‑pecuária são instalados de acordo com o perfil e os objetivos da fazenda. Peculiaridades regionais e da propriedade, como condições de clima e de solo, infraestrutura, experiência do produtor e tecnologia disponível podem definir as diferenças no sistema.
Conforme VILELA et al. 2011, existem três modalidades de integração, dentre elas estão: fazendas de pecuária, em que culturas de grãos (arroz, soja, milho e sorgo) são introduzidas em áreas de pastagens para recuperar a produtividade dos pastos; fazendas especializadas em lavouras de grãos, que utilizam gramíneas forrageiras para melhorar a cobertura de solo em sistema plantio direto, e, na entressafra, para uso da forragem na alimentação de bovinos ("safrinha de boi"); e fazendas que, sistematicamente, adotam a rotação de pasto e lavoura para intensificar o uso da terra e se beneficiar do sinergismo entre as duas atividades.
Na integração lavoura-pecuária, o consórcio de culturas de grãos com forrageiras é adotado para antecipar o estabelecimento das pastagens e melhorar a cobertura de solo para o plantio direto. As culturas de milho e de sorgo, em virtude da maior capacidade de competição com as gramíneas forrageira Urochloa spp. (Syn. Brachiaria spp.) e Panicum maximum, na fase inicial de estabelecimento, têm sido as mais adotadas nos consórcios cultura anual‑pasto.
VILELA et al., 2006 diz que a soja tem sido incluída na rotação com outras culturas de grãos (milho e sorgo) e com forrageiras, na integração lavoura-pecuária. O consórcio do capim com a soja, embora possa ser realizado, é operacionalmente complicado e, em determinadas situações, pode prejudicar a produtividade de grãos ou de forragem. Quando em consórcio, o uso de subdoses de herbicidas tem minimizado a redução da produtividade de grãos e garantido o estabelecimento das forrageiras.
A estratégia agrícola que inclui rotação lavoura-pasto pode beneficiar e estabilizar a produção de forragem para alimentar o rebanho durante todo o ano, aumentando assim, a produção animal. Durante a seca é comum alguns animais apresentarem uma perda de peso, porém além da palhada e dos sobprodutos de colheita, os pastos continuam vigorosos apresentando qualidade e quantidade suficiente para o ganho de peso dos animais.
Durante a época seca, ALVARENGA et al. (2007) observaram, em pastagem de P. maximum cultivar Tanzânia, estabelecida em consórcio com milho, ganhos de peso em novilhos de recria entre 700 e 900 g por animal por dia. Essa variação de 28% no ganho de peso foi resultante dos grupos genéticos avaliados.
Os benefícios da integração lavoura-pecuária ficam evidentes na tabela 5, onde a maior taxa de lotação foi reflexo da recuperação da fertilidade do solo e da utilização de gramíneas com maior potencial de produção de forragem. É importante ressaltar que a redução na taxa de lotação, em 2003, não foi decorrente da perda da capacidade de suporte das pastagens, mas da reorientação de metas e objetivos do sistema de produção (VILELA et al., 2008).
	Ano
	Proporçãodos componentes
(%)
	Rebanho
	Taxa de lotação(²)
	
	Pasto degradado
	Lavoura de grãos
	Pasto recuperado
	(cabeça)
	cabeça por hectare
	1983
	100(1)
	0
	0
	1.094
	1,1
	1988
	29
	42
	29
	821
	1,4
	1992
	0
	59
	41
	1.150
	2,8
	1996
	0
	64
	36
	1.200
	3,2
	2003
	0
	30
	70
	1.800
	2,6
Tabela 1. Evolução da rotação de lavoura‑pastagem e da capacidade de suporte das pastagens na fazenda Santa Terezinha, em Uberlândia, MG, sob Neossolo Quartzarênico.
(1)Área inicial de pastagem igual a 1.000 ha. (2)Taxa de lotação estimada para o período de chuvas. Durante a estação da seca, os animais também ocuparam as áreas de lavoura para aproveitamento das restevas de milho e soja. Adaptado de VILELA et al. (2008).
Conforme VILELA et al. (2008), IPL é um sistema que, em príncipio, adapta-se a qualquer tamanho de propriedade, desde que as condições edafoclimáticas não sejam restritivas. Porém, em propriedades caracterizadas pelo uso intensivo de máquinas agrícolas e insumos (corretivos, fertilizantes, herbicidas e pesticidas), a escala de produção pode ser determinante da viabilidade econômica do sistema. Sendo necessário planejamento eficiente, gestão competente e envolvimento de equipe multidisciplinar.
Integração Pecuária-Floresta ou Silvipastoril
Os sistemas silvipastoris (SSP), modalidade dos sistemas agroflorestais, são associações de pastagens com cultivos arbóreos tais como essências florestais, fruteiras, leguminosas arbóreas de múltiplo uso ou plantios industriais. O objetivo desses sistemas, em que árvores, animais e pastagens são explorados em uma mesma área física, é o estabelecimento de diferentes estratos vegetais, onde as árvores e/ou os arbustos, pela influência que exercem no processo de ciclagem de nutrientes e no aproveitamento da energia solar, são considerados os elementos estruturais básicos e a chave para a estabilidade do sistema. (SÁNCHEZ, 2000). Através destes sistemas procura-se elevar ao máximo o uso da terra para melhor aproveitamento dos diferentes estratos da vegetação.
Os SSPs apresentam grande potencial de benefícios econômicos e ambientais para os produtores e para a sociedade. As interações das árvores e pastagens traz diversos benefícios dentre eles: bem estar animal, enriquecimento do solo, melhoria do valor nutritivo do pasto e suplementação natural. São sistemas multifuncionais onde existe a possibilidade de intensificar a produção pelo manejo integrado dos recursos naturais evitando sua degradação, além de recuperar sua capacidade produtiva.
As espécies arbóreas, influenciam na quantidade e disponibilidade de nitrogênio na zona de atuação do seu sistema radicular a partir da fixação biológica de N2. Neste sistema a presença de árvores pode conservar e melhorar a qualidade do solo por favorecer o controle da erosão, a ciclagem de nutrientes e a adição de matéria orgânica.
O sistema silvipastoril integra o consórcio das pastagens, florestas e a criação de animais. Tem várias possibilidades de implantação dependendo do estágio de degradação em que se encontram as pastagens.
Nos SSP, a sombra produzida pelas árvores é um dos fatores responsáveis pelo aumento da disponibilidade de nitrogênio no solo. Evidências mostram que a taxa de mineralização é estimulada pelo sombreamento. De acordo com WILSON (1998), a melhoria do ambiente do solo sob a copa das árvores possibilita atividade microbiana mais efetiva na decomposição da matéria orgânica, o que resulta em maior liberação do nitrogênio mineralizado. 
	
	Cobertura por leguminosas arbóreas (%)
	Característica
	0
	20
	30
	
	
	
	
	Solo
	
	
	
	K (mg/dm³)
	30,6
	35,0
	47,6
	P (mg/dm³)
	1,87
	2,90
	5,20
	MO (%)
	1,70
	2,10
	2,53
	CTC efetiva (cmolc/dm³)
	1,25
	1,45
	1,86
	CTC potencial (cmolc/dm³)
	5,60
	6,87
	7,53
Tabela 2. Características do solo e do pasto de B. decumbens, após 13 anos de manejo sob três condições de cobertura por leguminosas arbóreas.
Fonte: Adaptado de PACIULLO et al. (2011b).
Os dados obtidos após 13 anos de implantação do sistema silvipastoril, indicaram aumentos significativos nos teores de vários nutrientes do solo, com reflexos positivos na massa de forragem e no conteúdo de N do pasto, à medida que se aumentou a percentagem de cobertura arbórea na pastagem (Tabela 1). Esses resultados evidenciam que a inclusão do componente arbóreo, constituído por leguminosas, pode contribuir para recuperação e persistência de pastagens de B. decumbens em áreas montanhosas, onde, normalmente, é adotado manejo extensivo.
Alguns desafios devem ser enfrentados no uso de SSP, tais como os de ordem econômica, especialmente no que se refere aos custos de implantação do sistema e o longo prazo para o retorno financeiro, os de ordem operacional, ligadas à maior complexidade do sistema e às dificuldades de manejo. Porém uso de sistemas silvipastoris para a produção de ruminantes surge como opção técnica e economicamente viável. Esses sistemas apresentam uma série de vantagens do ponto de vista agronômico, zootécnico, econômico e ambiental.
Integração Lavoura-Floresta ou Silviagrícola
O sistema slviagrícola é caracterizado pela integração simultânea ou sequencial de árvores (arbustos e palmeiras) em culturas agrícolas de ciclo curto ou longo. Considerando a natureza simultânea e sequencial dos sistemas agrícolas é conveniente descrevê-los separadamente (MACEDO et. al, 2001).
Os sistemas silviagrícolas constituem uma alternativa de produção agropecuária que minimiza o efeito da intervenção humana. Imitando o ambiente natural pela consorciação de várias espécies dentro de uma área, eleva-se a diversidade do ecossistema e são aproveitadas as interações benéficas entre as plantas de diferentes ciclos, portes e funções (CARVALHO & GOEDERT, 2004).
Outro ponto positivo para esse é sistema é fato que, segundo AGUIAR et. al. 2006, os sistemas silviagrícolas podem contribuir efetivamente para estabelecer modelos de produção mais estáveis, pois condicionam favoravelmente o meio físico, ao melhorar a fertilidade dos solos e a infiltração de água diminuindo o impacto da erosão eólica e hídrica. Possibilitam, também, melhor aproveitamento da diversidade biológica e do meio físico consolidando o desenvolvimento sustentável ao diminuir os efeitos das oscilações climáticas e econômicas.
O uso do ILF pode apresentar diferentes efeitos no que diz respeito a interação entre plantas, onde essa interação pode ser positivo (favorecimento), neutro ou negativo (competição), no qual depende de diversos fatores ecológicos (CALLAWAY & WALKER, 1997; GILLESPIE et al., 2000), as interações entre as árvores e a lavoura associadas em um sistema silviagrícola pode oscilar de favorecimento para competição, e vice-versa, com estes estágios interativos coexistindo no tempo e espaço (ANDERSON & SINCLAIR, 1993; ONG & HUXLEY, 1996; JOSE et al., 2008; GEA-IZQUIERDO et al., 2009).
De acordo com MONIZ (1987), a cultura do milho em associação inicial com o eucalipto pode ser uma prática interessante, uma vez que não afeta a sobrevivência da espécie florestal. Além disso, esse autor constatou que o consórcio de eucalipto (3 m x 2 m) com uma fileira de milho proporcionou maior produção de grãos por planta, chegando a superar o monocultivo do milho, e proporcionou a diminuição dos custos de implantação florestal entre 59,75 e 79,43%, dependendo de sua densidade.
PORFÍRIO et. al (2015) observou que o plantio do milho da variedade IPR 114 em consorcio com eucalipto (Eucalyptus dunnii), aroeiravermelha (Schinus terebinthifolius) e grevílea (Grevillea robusta) apresentou melhor desempenho do que no sistema agrícola, provavelmente porque em iLF o impacto do veranico que se abateu no momento da antese foi menor, o que pode ser atribuído a proteção das arvores.
Tabela 3. Produtividade do milho (var. IPR144) nos sistemas agrícola (L) e silviagrícola (iLF), nas condições edafoclimáticas dos Campos Gerais, Estação Experimental Fazenda Modelo/IAPAR, Ponta Grossa-PR.Safra 2008-09.
	Forma de uso da terra
	Tratamentos
	Kg ha-1
	CV%
	F-calc
	F-tab
	p-valor
	Sistema agrícola (L)
	(T3)
	4.247,87
	14,77
	1,3849
	4,1028
	0,29447
	Sistema silviagrícola (iLF)
	meio da alameda (T2)
	5.078,75
	30,82
	
	
	
	
	adjacente ao renque (T1)
	4.031,23
	25,58
	
	
	
Fonte: Adaptado de PORFÍRIO et. al (2015)
De acordo com os resultados obtidos por PORFÍRIO et. al (2015), os valores da produtividade do milho amostrados em T1 e T2 (sistema silviagrícola) variaram grandemente (Tabela 1) em relação aos obtidos no T3 (Testemunha), indicando a natureza da heterogeneidade horizontal (BRUTSAERT, 1982) e de extensa área de interface (YOUNG, 1994) existente no silviagrícola.
Fica claro que a implantação da ILF tem diversos benefícios se bem planejados, dentre eles, o aumento da fertilidade do solo, aumento da produção de algumas culturas, produção de madeira e regeneração de áreas degradadas.
Integração Lavoura-Pecuária-Floresta 
A partir da década de 2000, sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (SILPF) passaram a receber atenção crescente como forma de minorar os problemas de degradação ambiental originados do manejo inadequado dos recursos usados na produção agrícola e pecuária. Outros benefícios, como aumento do produto total, melhor distribuição das receitas e redução de riscos, são também motivadores desse maior interesse, como exposto por COSTA et al. (2011).
O Sistema Agrossilvipastoril ou integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) integra os componentes agrícola, pecuário e florestal em rotação, consórcio ou sucessão, na mesma área (BALBINO et al, 2011). A mais complexa das modalidades de integração apresenta uso intensivo do solo. Quando se tem espécies florestais integradas com grãos, forrageiras e animais, o foco é a oportunidade de “novos produtos e serviços” na mesma área que antes somente oferecia produto vegetal, produto animal ou produto silvícola isoladamente. Nesta modalidade, as opções de lavoura amortizam o custo de implantação dos componentes florestal e pecuário, que por sua vez geram renda em médio e longo prazo, equilibrando a viabilidade econômica do sistema.
De acordo com ARAÚJO FILHO et al., (2003) os sistemas agrossilvipastoris que utilizam princípios de agroecologia para unificar as atividades da pecuária, agricultura e produção de madeira se tornam uma alternativa sustentável, além da inclusão de agricultores em um mercado crescente para produtos ecologicamente produzidos.
A integração das atividades agrícola e pecuária tem sido uma opção para solucionar os problemas de sustentabilidade dos recursos naturais (MACHADO, 2007).
O sistema agrossilvipastoril é de extrema importância para a recuperação de pastagens degradadas pela falta de manejo adequado, pois é fundamentado em tecnologias não agressivas ao meio ambiente, uma vez que combina cultura, árvores e animais em um conceito de imitação dos ecossistemas naturais. A manutenção de árvores, tanto no campo agrícola, como no pastoril, constitui garantia de que o impacto da exploração sobre a circulação de nutrientes será minimizado e, consequentemente, mantida a fertilidade natural pelo aporte contínuo de matéria orgânica (SEGHESE, 2009). 
Tabela 4. Produção de matéria seca e acumulação total de nitrogênio de seis gramíneas em um sub-bosque de angico-vermelho e em área de sol¹ (CARVALHO et. al., 1997)
	Espécie
	Produção de MS
	Acumulo de N na biomassa
	
	Sol
Kg.ha-1
	Sombra
Kg.ha-1
	Prod. Relativa (%)
	Sol
Kg.ha-1
	Sombra
Kg.ha-1
	Prod. Relativa (%)
	B. brizantha
	7.051
	6.901
	98
	83,5
	122,7
	147
	P. maximum
	8.220
	6.310
	77
	99,4
	121,3
	122
	B. decumbens
	9.974*
	6.337
	63
	102,6
	101,3
	99
	S. sphacelata2
	5.275
	2.297
	43
	56,2
	34,0
	60
	A. gayanus
	13.334*
	5.533
	41
	149,5*
	89,3
	60
	M. menutiflora
	7.183*
	2.573
	36
	82,1
	53,9
	66
¹Média de três cortes e média de quatro repetições; ²média de dois cortes.
Dentre os estudos conduzidos com leguminosas, àqueles que demonstram o potencial das espécies sobre a quantidade e qualidade de forragem, merecem destaque. CARVALHO et al. (1997), por exemplo, avaliando a performance de seis diferentes gramíneas frente ao sombreamento com Ângico-Vermelho, na Zona da Mata Mineira, detectaram tolerância da Brachiaria brizantha, B. decumbens e ainda do Pannicum maximum vencedor ao sombreamento.
O Andropogon gayanus, Planaltina e a Melinis minutiflora tiveram suas produções de matéria seca (MS) reduzidas significativamente (p<0,05) quando sobreadas. Em artigo mais recente CARVALHO et al. (2002) avaliando a performance de outras espécies gramíneas (P. maximum cvs. Aruana, Makiveni, Mombaça e Tanzânia e Cynodon dactilon vc. Tifton 68) frente ao sombreamento (30-60%) por Ângico-Vermelho, detectaram diferenças na resposta das espécies e cultivares. O Tifton não foi tolerante à sombra, não se adaptando as condições ambientais que prevaleceram durante o experimento, ao passo que os demais capins apresentaram tolerância intermediária.
Em relação ao dossel do Ângico-Vermelho observou-se que o nitrogênio total acumulado na parte aérea das gramíneas testadas foi menos afetado pelo sombreamento do que a produção de matéria seca. Somente a espécie A. gayanus teve acumulação de N na parte aérea significativamente maior na área de sol do que na sombra. Duas gramíneas que tiveram bom crescimento na sombra em relação ao solo, B. brizantha e P. maxium cv. Vencedor, apresentaram acumulação de N 47 e 22%, respectivametne, maior na sombra (Tabela 3).
Portanto, observa-se que em relação a MS e ao sombreamento e quanto o acumulo de N destacam-se as leguminosas Brachiaria brizantha, B. decumbens e do Pannicum maximum. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVARENGA, C. R.; GONTIJO NETO, M. M.; RAMALHO, J. H.; GARCIA, J. C.; VIANA, M. C. M.; CASTRO, A. A. D. N. Sistema de integração lavoura-pecuária: o modelo implantado na Embrapa Milho e Sorgo. Sete Lagoas: Embrapa Milho e Sorgo, 2007. 9p. (Embrapa Milho e Sorgo. Circular Técnica, 93).
ARAÚJO FILHO, J. A. de; VASCONCELOS, H. E. M. Produção orgânica de carne de ovinos e caprinos. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE O AGRONEGÓCIO DA CAPRINOCULTURA LEITEIRA, 1.; SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE, 2.; ESPAÇO APRISCO NORDESTE, 1., 2003, João Pessoa. Anais... João Pessoa: EMEPA, 2003. p. 233-242.
BALBINO, L. C. et al. Evolução tecnológica e arranjos produtivos de sistemas
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BALBINO, L.C.; BARCELLOS, A. O. de; STONE, L. F. Marco referencial: integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF). Brasília, DF: Embrapa, 2011. 130p.
CALLAWAY, R. M.; WALKER, L. R. Competition and facilitation: A synthetic approach to interactions in plant communities. Ecology, v. 78, n. 7, p.1958-1965, 1997.
Carvalho, R.; Goedert, W. J.; Armando, M. S. Atributos físicos da qualidade de um solo sob sistema agroflorestal. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.39, p.1153-1155, 2004. 
CARVALHO, M.M. FREITAS, V.P., XAVIER, D.F. Início de florescimento, produção e valor nutritivo de gramíneas tropicais sob condição de sombreamento natural. Pesq. Agropec. bras., 37 (5): 717-722, 2002.
CARVALHO, M.M., SILVA, J.L.O., CAMPOS JÚNIOR, B.A. Produção de matéria seca e composição mineral da forragem de seis gramíneas tropicais estabelecidas em um sub-bosque de angico-vermelho. R. Bras. Zootec., 26(2): 213-218, 1997.
CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento) – 2013
COSTA, FP; Cezar, IM; Melo Filho, GA; Bungenstab, DJ. 2011. Custo-benefício dos sistemas de produção em integração. In Bungenstab, DJ ed. Sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta: a produção sustentável. Campo Grande: Embrapa Gado de Corte, 2011. p. 81-89.
EMBRAPA CERRADOS. Planaltina, DF. 2011. Manual Orientador para. Implantação de Unidades de Referência Tecnológica de. Integração Lavoura-Pecuária-floresta.
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