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1 Introdução à Ciência e Tecnologia dos Materiais Estrutura, propriedades e aplicações dos materiais cerâmicos Cursos de Graduação em Engenharia de Produção e Engenharia Mecânica Por que estudar? � É importante que o engenheiro entenda como as microestruturas dos materiais cerâmicos influenciam suas propriedades e, consequentemente, suas aplicações. � As cerâmicas avançadas possuem um efeito drástico em nossa vida: as indústrias de componentes eletrônicos, de computadores, comunicação, aeroespacial, entre outras, dependem do uso desses materiais. 2 ? Introdução Materiais cerâmicos tradicionais (à base de argila). Cerâmicas – Relembrando... � Rígidos; � Duras e frágeis; � Isolantes térmicos e elétricos; � Resistentes a altas temperaturas e ambientes agressivos; � Podem ser transparentes, translúcidas ou opacas; � Podem apresentar comportamento magnético; � Podem sofrer deformação por fluência em temperaturas elevadas. Alta energia da ligação iônica Dificuldade de escorregamento Ausência de elétrons livres Estabilidade das ligações 3 Introdução � Cerâmica: do grego “keramikos”, que significa “matéria queimada”. � São materiais inorgânicos e não-metálicos. � Apresentam composições químicas muito variadas, desde compostos simples a misturas de várias fases complexas ligadas entre si; � Formados por elementos metálicos e não-metálicos, ligados por ligações iônicas ou predominantemente iônicas. Ex: óxidos, nitretos e carbetos. Introdução 4 Estruturas cerâmicas � Mais complexas do que as estruturas metálicas. Os cerâmicos são compostos pelo menos por dois elementos, em que cada tipo de átomo ocupa posições determinadas no reticulado cristalino. � Materiais cerâmicos com ligação predominantemente iônica: as estruturas cristalinas são compostas por íons eletricamente carregados (cátions e ânions), ao invés de átomos. � O cristal deve ser eletricamente neutro. Ex: CaF2 (Ca2+; F-). � O raio do cátion (rc) é geralmente menor do que o raio do ânion (ra), portanto a razão rc/ra é menor do que uma unidade. Estruturas cerâmicas � Cada cátion prefere ter tantos ânions como vizinhos mais próximos quanto for possível (e vice versa). � Desta forma, estruturas cerâmicas cristalinas estáveis são formadas quando aqueles ânions ao redor do cátion estão todos em contato com aquele cátion. 5 Estruturas cerâmicas � Para um número de coordenação (NC) específico há uma razão crítica rc/ra para a qual o contato entre os íons é mantido. NC rc/ra geometria NC rc/ra geometria Estruturas cerâmicas Estruturas cristalinas do tipo AX: Estrutura do sal-gema � NC = 6 � Igual número de cátions e ânions; � Estrutura mais comum: NaCl = duas redes CFC que se interpenetram, uma composta pelos cátions e outra pelos ânions. � Outros exemplos: MgO, MnS, LiF e FeO. 6 Estruturas cerâmicas Estruturas cristalinas do tipo AX: Estrutura do Cloreto de Césio � NC = 8 � Ânions localizados em cada um dos vértices de um cubo. � O centro de cada cubo contém um cátion. � Não pode ser considerada como CCC, pois envolve íons de dois tipos diferentes. Estruturas cerâmicas Estruturas cristalinas do tipo AX: Estrutura da Blenda de Zinco (ZnS) � NC = 4 � Ânions localizados em cada um dos vértices e no centro de cada face do cubo. � Cátions preenchem as posições tetraédricas no interior do cubo. � Geralmente a ligação é altamente covalente. � Outros exemplos: ZnTe e SiC. 7 Estruturas cerâmicas Estruturas cristalinas do tipo AmXp � Formadas quando as cargas dos íons são diferentes. � Exemplo: Fluorita (CaF2 = AX2) � NC = 8 � Íons de Ca nos centros dos cubos, enquanto os íons de F estão nos vértices. � Outros exemplos: ZrO2, ThO2 (combustíveis nucleares). Estruturas cerâmicas Estruturas cristalinas do tipo AmBnXp � Características para compostos com mais de um tipo de cátion. � Exemplo: Titanato de bário (BaTiO3 = ABX3) � Íons Ba2+ nos vértices do cubo; � Íons O2- no centro das faces; � Íon Ti+ no centro do cubo. 8 Imperfeições nas cerâmicas Defeitos pontuais atômicos � Cerâmicos também podem apresentar defeitos atômicos envolvendo os átomos hospedeiros. Podem haver tanto lacunas quanto instersticiais. � Contudo, como contém íons de pelo menos dois tipos, nos materiais cerâmicos podem ocorrer defeitos para cada espécie de íon. Cátion intersticial Lacuna catiônica Lacuna aniônica 9 Imperfeições nas cerâmicas Defeitos pontuais atômicos � Como o cristal deve se manter eletricamente neutro, os defeitos nas cerâmicas não ocorrem sozinhos. - Defeito de Frenkel: lacuna catiônica + cátion intersticial. - Defeito de Schottky: lacuna catiônica + lacuna aniônica (em estruturas do tipo AB) Ambos não alteram a estequiometria do composto. Imperfeições nas cerâmicas 10 Imperfeições nas cerâmicas Impurezas � Átomos de impurezas também podem formar soluções sólidas em cerâmicos, assim como nos metais. Estas podem ser substitucionais ou intersticiais. - Solução sólida intersticial: o átomo da impureza deve ser bem menor do que o raio do ânion. - Solução sólida substitucional: o átomo de impureza irá substituir o íon hospedeiro ao qual ele mais se assemelha no aspecto elétrico. O tamanho e a carga iônica da impureza devem ser muito próximos daqueles de um dos íons hospedeiros. A incorporação de uma impureza com carga elétrica diferente dos íons hospedeiros gera defeitos pontuais. 11 Imperfeições nas cerâmicas � Exemplo: NaCl (Na+Cl-) � seriam substituídos por Ca2+ e O2- respectivamente. � Íon de impureza com carga diferente do hospedeiro: cristal deve compensar para que a eletroneutralidade seja mantida. Isto pode ser conseguido através da produção de novos defeitos da rede cristalina (lacunas e intersticiais). Propriedades Mecânicas 12 Fratura frágil das cerâmicas � Na temperatura ambiente, tanto as cerâmicas cristalinas quando as não cristalinas quase sempre fraturam antes que ocorra qualquer deformação plástica em resposta à aplicação de uma carga de tração (fratura frágil). A propagação da trinca pode ser tanto transgranular quanto intergranular. � Os materiais cerâmicos possuem defeitos muito pequenos e onipresentes, que servem como concentradores de tensão e afetam negativamente a resistência. Exemplos: trincas superficiais ou internas, poros internos, inclusões e vértices de grãos. São impossíveis de serem eliminados ou controlados. Fratura frágil das cerâmicas 13 Fratura frágil das cerâmicas � Existe uma dispersão considerável no limite de resistência à fratura para muitas amostras de um material cerâmico específico. Esta dispersão está explicada pela dependência da resistência com a probabilidade da existência de um defeito que seja capaz de iniciar uma trinca. � Esta probabilidade varia de uma amostra para outra do mesmo material e depende da técnica de fabricação e de qualquer tratamento subsequente. Fratura frágil das cerâmicas � Quanto maior for uma amostra, maior a probabilidade de existência de defeitos e menor o limite de resistência. � Valores médios e fatores de segurança não comumente empregados para fins de projeto, devido à dispersão dos valores para o limite de resistência de materiais cerâmicos frágeis. 14 Fratura frágil das cerâmicas � As cerâmicas frágeis apresentam resistência à compressão maior do que à tração (da ordem de um fator 10), pois sob cargas compressivas, não existe amplificação de tensões associada aos defeitos. � O limite de resistênciade uma cerâmica frágil pode ser melhorado substancialmente pela imposição de tensões residuais compressivas na sua superfície. Comportamento tensão-deformação � O comportamento tensão-deformação das cerâmicas frágeis não é avaliado pelo ensaio de tração: 1 – Dificuldade de preparar os corpos de prova com a geometria exigida. 2 – Dificuldade de prender estes corpos de prova sem fraturá- los. 3 – As cerâmicas falham após uma deformação de ~0,1%, o que exige que os corpos de prova de tração estejam perfeitamente alinhados para evitar a presença de tensões de flexão, as quais são difíceis de calcular. 15 Comportamento tensão-deformação � Na maioria das vezes, emprega-se o ensaio de flexão transversal mais adequado. M: momento fletor máximo; c: distância do centro do corpo de prova até as fibras mais externas. F: carga aplicada; I: momento de inércia da seção transversal; Resistência à flexão: Comportamento tensão-deformação � No ponto de carregamento, a superfície superior do corpo de prova é colocada em um estado de compressão, enquanto a superfície inferior encontra-se em tração. � Considerações Importantes � Uma vez que durante a flexão, um CP está sujeito tanto a tensões compressivas como trativas, a magnitude de sua resistência à flexão é maior do que a por tração. � Além disso, a resistência à flexão dependerá do tamanho do CP. Com o aumento do volume do corpo de prova (sob tensão) existe um aumento na severidade do defeito e, consequentemente, uma diminuição na resistência á flexão. 16 Comportamento tensão-deformação � O comportamento tensão- deformação elástico para os materiais cerâmicos usando os ensaios de flexão é semelhante aos resultados obtidos pelos ensaios de tração nos metais. � Na figura ao lado, nenhum dos materiais se deforma plasticamente antes da fratura. Óxido de Al Vidro Comportamento tensão-deformação 17 Comportamento tensão-deformação Mecanismos de deformação plástica � Cerâmicas cristalinas: ocorre pelo movimento das discordâncias. - Ligação predominantemente iônica: existem poucos sistemas de escorregamento. Para o escorregamento em determinadas direções, íons com cargas iguais devem ser colocados muito próximos uns dos outros. Devido à repulsão eletrostática, o escorregamento é restringido. - Ligação predominantemente covalente: as ligações covalentes são relativamente fortes, o número de sistemas de escorregamento é limitado e as estruturas das discordâncias são complexas. Comportamento tensão-deformação Mecanismos de deformação plástica � Cerâmicas não-cristalinas - Não há movimento das discordâncias, pois não existe estrutura atômica regular. - A deformação ocorre pelo escoamento viscoso. Em resposta à aplicação de uma tensão de cisalhamento, os átomos ou íons deslizam um sobre os outros pela quebra e reconstrução de ligações, de maneira aleatória. 18 Influência da porosidade � Para algumas técnicas de fabricação de cerâmicos, a matéria-prima se encontra na forma de pó. Após a compactação ou a conformação das partículas, existirá uma porosidade residual, pois, em alguns casos, não é possível eliminar completamente esta porosidade através do tratamento térmico posterior. � Qualquer porosidade residual terá uma influência negativa sobre as propriedades elásticas e sobre a resistência. Influência da porosidade sobre (a) o módulo de elasticidade e (b) resistência à flexão para o óxido de alumínio à temperatura ambiente. (a) (b) Influência da porosidade E0 representa o módulo de elasticidade para o material sem porosidade σ0 e n representam constantes experimentais 19 Influência da porosidade � A porosidade tem efeito negativo sobre a resistência à flexão por dois motivos: 1 – Os poros reduzem a área da seção transversal através da qual uma carga é aplicada. 2 – Poros atuam como concentradores de tensão. Propriedades Térmicas 20 Propriedades Térmicas � Alto ponto de fusão: proporcional à força das ligações químicas. � Embora os materiais cerâmicos sejam em geral isolantes térmicos, há uma classe de materiais cerâmicos que são supercondutores. � Como a condutividade nos poros acorre apenas por radiação, quanto maior a porosidade menor a condutividade térmica. Em geral, os poros contém ar estagnado, o qual possui baixa condutividade térmica. Além disso, a convecção gasosa no interior dos poros também é ineficiente. A maioria dos materiais cerâmicos isolantes é porosa. Propriedades Térmicas � Condutividade térmica decrescente com o aumento da temperatura (↑ espalhamento das vibrações da rede); � Coeficientes de expansão térmica baixos; Cubo quente (interior a 1250ºC) de material isolante à base de fibra de sílica. 21 Propriedades Ópticas Propriedades Ópticas Podem ser transparentes, translúcidas ou opacas. Fotografia que mostra a transmitância de luz em três amostras de óxido de alumínio. Da esquerda pra direita: material monocristalino, material policristalino denso e um material policristalino com ~5% de porosidade. 22 Aplicações das Cerâmicas Sintetizadas industrialmente com rigoroso controle de composição Classificação dos Materiais Cerâmicos 23 Vidros � Silicatos (SiO2) não cristalinos que contém outros óxidos (CaO, Na2O, K2O e Al2O3), os quais influenciam suas propriedades. � São materiais amorfos (apresentam apenas ordenação atômica de curto alcance). � Vidro de cal de soda típico: 70%SiO2 + CaO (cal) e Na2O (soda). � São transparentes e de fácil fabricação. � Aplicações: recipientes, lentes e fibras de vidro. Representação esquemática das posições dos íons em um vidro de sódio-silicato. 24 Vidros Vidrocerâmicas � São obtidas através de um tratamento térmico em altas temperaturas, que modifica o estado não-cristalino dos vidros inorgânicos para um estado cristalino → Cristalização. � Possui estrutura policristalina com grãos finos. � Um agente de nucleação (frequentemente o dióxido de titânio) deve ser adicionado para induzir o processo de cristalização. � Aplicação: vidraria para fornos, peças para irem à mesa, tampas de fogões de cozinha, trocadores de calor e regeneradores. 25 Vidrocerâmicas � Propriedades: - Resistência mecânica elevada; - Baixo coeficiente de expansão térmica; - Capacidade de utilização em altas temperaturas; - Boas propriedades dielétricas (isolantes); - Biocompatibilidade; - Podem ser transparentes ou opacas; - Facilidade de fabricação. Produtos à base de argila � As argilas são aluminossilicatos compostas por alumina (Al2O3) e sílica (SiO2) e que contém água quimicamente ligada. � Matéria prima cerâmica mais utilizada, devido à abundância e ao baixo custo de extração. Geralmente não sofre beneficiamento. � Estes produtos são facilmente conformados quando mistura-se água e argila na proporção correta → formam uma massa plástica que é muito suscetível a modelagem → Hidroplasticidade � A peça modelada é seca para remover parte da umidade e, em seguida, cozida em uma temperatura mais elevada para melhorar sua resistência mecânica. 26 Louças brancas (se tornam brancos após um cozimento a uma temperatura elevada) Porcelanas, louças de barro, louças para mesa, louça vitrificada, louças sanitárias Produtos estruturais à base de argila Tijolos de construção, telhas, tubulações de esgoto – integridade estrutural importante Refratários � Capazes de suportar altas temperaturas sem se fundir ou se decompor. � Se mantém inertes quando expostos a ambientes severos. � São isolantes térmicos. � Aplicações típicas: revestimentode fornos para refino de metais, fabricação de vidros, tratamentos térmicos e geração de energia. 27 Refratários � Em geral, são comercializados na forma de tijolos refratários. � A porosidade ótima depende das condições de serviço. Quanto menor a porosidade: � Maior resistência, tanto para suportar carga quanto também ao ataque de materiais corrosivos. � Menor resistência ao choques térmicos e isolamento térmico. Refratários � O desempenho dos materiais refratários depende de sua composição: - Refratários de argila: contém entre 25-45% de alumina e entre 70- 50% de sílica. - Refratários à base de sílica: contém baixo teor de alumina. Possui capacidade de suportar cargas em temperaturas elevadas. São resistentes à escórias ácidas, mas não básicas. - Refratários básicos (ricos em MgO - periclásio): contém baixo teor de sílica. São resistentes à escórias básicas, mas não ácidas. - Refratários especiais: envolvem óxidos de alta pureza, com baixa porosidade e usados em aplicações específicas. São relativamente caros. 28 Fireclay: argila refratária High-alumina fireclay: argila refratária com alto teor de sílica Periclase: Periclásio (MgO) Periclase-chrome ore: Minério de periclásio-cromo Refratários Composições dos materiais cerâmicos refratários comuns Abrasivos � São usadas para desgastar, polir ou cortar outros materiais mais moles. Portanto, possuem alta dureza e resistência ao desgaste. � Também necessitam de uma alta tenacidade, para não fraturarem com facilidade. � Como as forças de atrito produzem temperaturas elevadas, os abrasivos também requerem alguma característica refratária. � Exemplos: diamantes (naturais e sintéticos), SiC, WC, óxido de Al e areia de sílica. 29 Cimentos � Grupo constituído pelo cimento, gesso-de-paris e cal. � Quando misturados com água formam uma pasta que, em sequência, pega e endurece → Permite a moldagem de estruturas sólidas e rígidas com rapidez e à temperatura ambiente. � O cimento portland é o material consumido em maiores quantidades. Cimentos � Produção do Cimento portland: 1 - Moagem e mistura de argila e minerais que contém cal em proporções adequadas. 2 - Mistura é aquecida até ~1400ºC, o que produz mudanças físicas e químicas nas matérias-primas. 3 - O produto resultante (clínquer) é moído na forma de pó muito fino, ao qual é adicionada uma pequena quantidade de gesso (CaSO4-2H2O), para retardar o processo de pega. As propriedades do cimento portland dependem em grande parte de sua composição. 30 Cimentos � O cimento portland é dito ser um cimento hidráulico, pois sua dureza se desenvolve através de reações químicas com a água (processo de hidratação), e não através da secagem. � Aplicações: argamassa e concreto. Cerâmicas avançadas � Exploram as propriedades elétricas, magnéticas e ópticas exclusivas dos materiais cerâmicos, além de suas combinações. � Envolvem maiores custos, pois a matéria-prima das cerâmicas avançadas é muito mais pura (> 99,5%), os grãos são muito menores (< 1µm) e os processos de fabricação envolvidos são mais sofisticados. � Aplicações: Sistemas microeletromecânicos, fibras ópticas, rolamentos de esferas cerâmicas e cerâmicas piezoelétricas. 31 Sistemas microeletromecânicos (MEMS – Microelectromechanical Systems) � São sistemas inteligentes em miniatura, que consistem em um grande número de dispositivos mecânicos (sensores e atuadores) integrados a grandes quantidades de elementos elétricos em um substrato de silício. � São compostos por um microsensor, que detecta alguma informação do ambiente (fenômenos mecânicos, térmicos, químicos, ópticos ou magnéticos), um dispositivo microeletrônico que processa a informação recebida e envia a resposta para um microatuador, que a executa. � As dimensões destes componentes são da ordem de micrometros. Fibras ópticas � Feitas de sílica com pureza extremamente elevada, isenta de contaminantes e de outros defeitos que causam absorção, espalhamento ou atenuação de um feixe de luz. � Atualmente, todas as telecomunicações são transmitidas através desse meio. � O uso destes materiais melhorou a velocidade da transmissão, a densidade de informações e a distância de transmissão, com redução da taxa de erros. 32 Duas pequenas fibras óticas são capazes de transmitir simultaneamente 24000 chamadas telefônicas. 30.000kg de cobre - 0,1kg de fibra ótica. Fibras ópticas Cerâmicas piezoelétricas � Piezoeletricidade = Eletricidade por pressão. Uma polarização elétrica é induzida e um campo elétrico é estabelecido no cristal cerâmico quando uma deformação é imposta sobre ele. � Cerâmicas piezoelétricas são utilizadas em transdutores, que são dispositivos que convertem energia elétrica em deformações mecânicas e vice-versa. � Zirconato-titanato de chumbo (PZT) [Pb(Zr,Ti)O3]; � Niobato de potássio (KNbO3). � Titanato de bário (BaTiO3); � Titanato de chumbo (PbTiO3);). 33 Setor automotivo Sensores de air-bags, indicadores de desgaste de pneus, alarme de cintos de segurança. Setor de bens e consumo Detectores de fumaça, cabeçotes de impressão do tipo jato de tinta, medidores de deformação. Setor de Informática Transformadores para notebooks e microatuadores para discos rígidos . Cerâmicas piezoelétricas Cerâmicas Supercondutoras � Na medida em que a maioria dos metais magnéticos é resfriada até temperaturas próximas a 0 K, sua resistividade elétrica diminui consideravelmente, se aproximando de um valor pequeno, porém finito. � Os supercondutores tem este valor reduzido a zero, permanecendo nesse valor com a continuação do resfriamento. � Metais: 1K<Tc<20K. Cerâmicas: Tc>77K. � Desvantagem: fragilidade. Impede a fabricação na forma de fios, por exemplo. 34 Cerâmicas Supercondutoras Dependência da resistividade elétrica em relação à temperatura para materiais condutores normais e supercondutores na vizinhança de 0K. � Exemplo: Óxido misto YBa2Cu3O7 (Tc≈92K). Principal obstáculo: dificuldade em atingir e manter temperaturas extremamente baixas. Aplicações: � Equipamentos de imagem por ressonância magnética (MRI); � Espectroscopia de ressonância magnética (MRS); � Trens de alta velocidade levitados magneticamente (Japão e China). Aplicações das cerâmicas supercondutoras. Cerâmicas Supercondutoras 35 Referências � Callister Jr, W.D. (2008) Ciência e Engenharia de Materiais: Uma Introdução. 7a ed. Rio de Janeiro. LTC Editora. 705 p. - Cap. 12: Itens 12.1, 12.2, 12.5, 12.8-12.11. - Cap. 13: Itens 13.1-13.8.
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