Buscar

O brincar (1)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL
O presente trabalho tem como principal objetivo relatar a importância do brincar na educação infantil, proporcionando um crescimento e desenvolvimento cognitivo, físico, social e emocional da criança. O brincar configura-se como o início do processo de aprendizagem e é por meio dele que a criança conhece a si mesma e ao mundo que a rodeia (SANTOS, 2010).
Antigamente não se acreditava que o ato de brincar fosse fator essencial para o desenvolvimento e aprendizagem, contribuindo para aquisição e aperfeiçoamento das inteligências e habilidades nas crianças. Essa ação era considerada meramente recreativa e sem valor cognitivo. A ludicidade encontra-se presente em todas as faixas etárias, sendo no Brasil reconhecido pela Lei Nº 8.069/1990 em seu Capítulo II, Artigo 16º, inciso IV o direito concedido às crianças de brincar, praticar esportes e divertir-se. Atualmente, após diversos estudos e pesquisas sobre o assunto, a sociedade começa a reconhecer os valores que as brincadeiras trazem, no entanto muitos ainda consideram desnecessário o espaço dedicado ao lúdico nas instituições de ensino.
Ao brincar, a criança elabora conhecimentos e constrói sua própria personalidade (SANTOS, 2010). Por meio da brincadeira, elas aprendem o significado e o sentido da cooperatividade, da competição e, consequentemente, desenvolvem a habilidade de buscar alternativas para os problemas que surgirem em seu cotidiano. Desse modo, ao brincar a criança desenvolve seus aspectos intelectuais, emocionais, inventivos, corporais e linguísticos.
Segundo o pensamento de Vygotsky (2007) a definição do brincar depende da situação imaginária da criança e seus aspectos diferem de acordo com a idade e maturação, devendo levar em consideração as regras que o ato comporta, sendo elas mais implícitas quando a situação imaginária está em ênfase e mais explicita quando jogo de papéis já não é foco principal nas brincadeiras. Em sua análise, simbolizar objetos é uma condição anterior ao uso do jogo de papéis, pois a partir do momento em que a criança é capaz de conferir a um objeto um novo significado ela executa através de um mundo ilusório a realização de desejos não possíveis naquele momento, e como o indivíduo nessa idade não possui a capacidade de esperar ele reproduz a situação fazendo uma transição entre a ação e o pensamento.
 [...] para Vygotsky, o brincar tem sua origem na situação imaginária criada pela criança, em que desejos irrealizáveis podem ser realizados, com função de reduzir a tensão e, ao mesmo tempo, para constituir uma maneira de acomodação a conflitos e frustrações da vida real; para Piaget, o brincar representa uma fase no desenvolvimento da inteligência, marcada pelo domínio da assimilação sobre a acomodação, tendo como função consolidar a experiência passada (BOMTEMPO apud KISHIMOTO, 2000, p. 64).
Contudo, vale salientar que as brincadeiras, jogos e qualquer outro tipo de atividade lúdica, exige uma interação entre sua ação, o objeto ou brinquedo usado e a realidade expressada, devendo esse elo ser valorizado em conjunto, pois sua fragmentação impossibilita resultados qualitativos.
Kishimoto (2003) descreve que no início do século XIX, o jogo surge como inovação pedagógica por meio de Froebel, e começa a fazer parte da Educação Infantil, ele enfatiza a importância do jogo livre para o desenvolvimento infantil, mas também traz a ideia de jogo como material educativo no auxílio à prática pedagógica do educador. O brinquedo faz parte da vida da criança e está ligado ao brincar, é considerado como objeto lúdico no suporte para brincadeira. 
Existem muitas possibilidades de incorporar atividades lúdicas na aprendizagem, para isso é importante, que permita à decisão, a escolha, as descobertas, as perguntas e as soluções por parte das crianças, pois ao contrário será compreendida apenas como mais um exercício.
 [....] Brincar é a fase mais importante da infância do desenvolvimento humano, neste período por ser auto - ativa representação do interno a representação de necessidades e impulsos internos. (FROEBEL, 1912, p.54- 55) [....].
 Pois as crianças possuem inúmeras maneiras de pensar, de jogar, de brincar, de falar estudar e se movimentar, por meio destas diferentes linguagens as quais se expressam no seu cotidiano, ou seja, no convívio escolar, familiar e escolar, construindo assim uma identidade infantil. No entanto elas imaginam, falam, fantasiam , colecionam, reconstroem o seu mundo infantil. Nesse sentido, é muito importante estar proporcionando nas atividades realizadas com as mesmas brincadeiras e jogos que estimulem suas habilidades e possam descobrir seus talentos próprios.
Segundo Silva (2004, p. 25), pode-se dizer também que o brinquedo é uma produção da criança: no momento da brincadeira, a criança faz de qualquer objeto seu brinquedo, ela o cria e recria de acordo com sua imaginação, com sua brincadeira e contexto. Um exemplo disso é uma boneca que se torna um bebe de verdade para criança enquanto brinca, ou mesmo com o brinquedo industrializado que normalmente supõe uma brincadeira, ainda assim a criança o converte e lhe dá novo significado, depende do que ela deseja representar ou expressar, depende da sua imaginação.
Tudo aquilo do mundo real que for usado pela criança para fazer suas experiências e descobertas, para expressar-se e lidar com seu mundo interno e subjetivo diante da realidade desses objetos, das coisas concretas e objetivas, podem ser considerado brinquedo. (MACHADO, 2003, p. 35)
A brincadeira é um universo simbólico, onde a criança representa sua realidade e aprende regras, é a partir daí que a criança, constrói relações com seus pares e juntos fazem descobertas e adquirem novos conhecimentos. Na brincadeira a criança pode modificar as regras, ela inventa e reinventa situações, enfim, na brincadeira a criança tem liberdade para agir.
A brincadeira é uma linguagem infantil que mantém um vínculo essencial com aquilo que é “não-brincar”. Se a brincadeira é uma ação que ocorre no plano da imaginação isto implica que aquele que brinca tenha domínio da linguagem simbólica. Isto quer dizer que é preciso haver consciência da diferença existente entre a brincadeira e a realidade imediata que lhe forneceu conteúdo para realizar-se. Nesse sentido para brincar é preciso Revista Eletrônica Saberes da apropriar-se de elementos da realidade imediata de tal forma a atribuir-lhes novos significados. Essa peculiaridade da brincadeira ocorre por meio da articulação entre a imaginação e a imitação da realidade. Toda brincadeira é uma imitação transformada, no plano das emoções e das ideias, de uma realidade anteriormente vivenciada. (RCNEI, v.1, p.27).
As brincadeiras de recreação propiciam à espontaneidade, a desinibição, a liberdade, a integração, a coordenação, a participação em grupo, ajudam as relações interpessoais, auxiliam na comunicação verbal e não-verbal e no resgate de valores.
 As músicas e brincadeiras de roda, as mímicas, permitem a expansão da criatividade, desenvolvendo a atenção, a aproximação entre as crianças, o conhecimento e a valorização da cultura.
A HISTÓRIA DO BRINQUEDO NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA
A Brinquedoteca e um espaço livre onde a criança brinca livremente estimulando sua criatividade e o desenvolvimento de suas habilidades motrizes, imaginativas e cognitivas. E uma instituição que surgiu para garantir a criança um espaço destinado a facilitar o ato de brincar.
De acordo com Cunha (2002, p.13) as brinquedotecas surgiram no Brasil nos anos 80 e foram criadas com objetivo que as crianças brinquem livremente.
A autora ainda especifica alguns objetivos que podem ser alcançados como: estimular o desenvolvimento, a concentração, a atenção, favorecer o equilíbrio emocional, desenvolver a inteligência a criatividade e a sociabilidade, aprender a jogar, e a participar, e incentivar a valorização do brinquedo como atividade geradora do desenvolvimento emocional e social, enriquecimento do relacionamento entre a criançae a família.
Brincar, algo fundamental na infância, como diz Santos:
Quando a criança nasce, suas brincadeiras tornam-se tão essenciais como o sono e a alimentação. Portanto, na escola, a criança precisa continuar brincando para que seu desenvolvimento e crescimento físico, intelectual, afetivo e social possam evoluir e se associar à construção do conhecimento de si mesmo, do outro e do mundo. (SANTOS, 2011, p.12). 
Muitas crianças que frequentam a Brinquedoteca ficam maravilhadas com o espaço que encontram ao adentrar no local; é interessante ver crianças pobres, carentes, sem perspectiva de vida ficando encantadas com um imaginário lúdico jamais visto, sequer imaginado e ter a oportunidade de poder brincar com um brinquedo realmente, manuseá-lo.
A brinquedoteca tem como principal finalidade a valorização da atividade lúdica. 
A escola pode ensinar a, a psicopedagogia pode cuidar dos problemas de aprendizagem, a psicologia pode resolver problemas emocionais, a família pode educar, mas a brinquedoteca precisa preservar um espaço para a criatividade, para a vida afetiva para o cultivo da sensibilidade; um espaço para a nutrição da alma deste ser humana criança, que preserve sua integridade, através do exercício do respeito à sua condição de ser em formação. (CUNHA 2002, p.21)
De acordo com Cunha (2002, p. 13), as pessoas que trabalham na brinquedoteca são educadores que se preocupam com a felicidade e com o desenvolvimento emocional, social e intelectual das crianças. 
Cely (2002) diz que o objetivo da brinquedoteca é propiciar espaços para que as crianças brinquem livres da obrigação de cumprirem metas determinadas pelos educadores em determinados trabalhos, que se sintam felizes. É um espaço para a socialização, a construção e a representação.
 O brincar deve vir por vontade própria, sem a obrigação. A brinquedoteca oferece a oportunidade de a criança brincar com brinquedos que desejaria ter e não possuem, pode auxiliar no desenvolvimento de cooperação e compartilhamento dos brinquedos, conhecer novas pessoas onde pode interagir livremente. Brinquedoteca é o espaço para brincar.
A brincadeira e o brinquedo intervêm na formação do caráter, valores e atitudes das crianças, tornando-as ativas e fazendo uma interação entre o objeto e a ação na busca de uma representação da realidade em que está inserida. Portanto os brinquedos surgem como aliados do ato de brincar, com sua manipulação, situação de posse e consumo, a criança se apropria da cultura que a cerca e simula suas experiências vivenciadas, internalizando seu significado. A função do brinquedo e sua junção ao brincar e a realidade torna o objeto um mediador entre o indivíduo e o contexto social. Todavia quando esse contexto é alterado, automaticamente a cultura social na qual a criança está inserida também passa por modificações, condicionando assim as mudanças no ato de brincar, podendo transformar a função dada ao objeto ou brinquedo por outra adequada ao novo contexto. A escolha dos brinquedos também varia de acordo com os estágios do desenvolvimento infantil, já que eles devem ser adequados às potencialidades já adquiridas e as ainda não absorvidas em sua totalidade. Na idade de três a quatro anos alguns brinquedos são sugeridos para o aperfeiçoamento das 22 habilidades cognitivas, motoras, pessoal, interpessoal, e social. Entre eles, alguns são sugeridos por Antunes (2003, p.28. 29).
1.2 O BRINQUEDO NA ESCOLA
O brinquedo na escola nas fazes inicial e importante. Um dos papeis do educador é propiciar oportunidades para as crianças brincarem, propiciar um ambiente de atividades ricas, prazerosas, lúdicas, educativas e sociais.
Fortuna (2003) diz(...) a escolinha e a creche são lugares de brincar, enquanto a escola (as demais séries do ensino) é lugar de estudar.
 	Pode se dizer então que esta é a visão que se tem da escola de educação infantil, o brincar é uma forma das crianças adquirirem conhecimento, sendo considerado uma importante ferramenta no processo pedagógico.
O jogo, dentro do processo educativo, deve ser mescla de repetição e surpresa, deve estimular o interesse dos participantes com a introdução de elementos inesperados, agradáveis e difíceis, aproveitando o momento para chegar com entusiasmo a esse descobrimento. É o aprender brincando. A proposta de um novo jogo a ser jogado na Escola deve começar pela observação e compreensão de quem está melhor habilitado para o jogo - a criança (Marcelino, 1990). É ela que vai mostrar o caminho a seguir através dos seus brinquedos e brincadeiras. É importante que nós, educadores, mergulhemos no universo tão rico da criança para melhor compreendê-la, chegando mais perto de suas necessidades.
Segundo Kishimoto (2009): 
Hoje a imagem de infância é enriquecida, também com o auxílio de concepções psicológicas e pedagógicas, que reconhecem o papel de brinquedos e brincadeiras no desenvolvimento e na construção do conhecimento infantil [...]. (KISHIMOTO, 2009, p.21). 
Para Oliveira (2007), o professor deverá ser o incentivador no processo educativo da criança, pois é ele quem cria os espaços, disponibiliza materiais, participa das brincadeiras, ou seja, faz a mediação na elaboração do conhecimento.
 Segundo Oliveira (2007): 
Considerando a criança um agente ativo de seu processo de desenvolvimento, o professor infantil faz a mediação entre ela e seu meio, utilizando os diversos recursos básicos disponíveis: o próprio espaço físico da creche ou pré-escola com seu mobiliário, equipamentos e materiais, as tarefas e instruções propostas e, particularmente, sua maneira de se relacionar com a criança: como a observa, apóia, questiona, responde-lhe, explica-lhe, dá-lhe objetos e a consola. (OLIVEIRA, 2007, p.204). 
Percebe-se a partir dos princípios aqui expostos, que o professor deverá contemplar a brincadeira como princípio norteador das atividades didático-pedagógicas possibilitando, assim, que as manifestações corporais encontrem significado através da ludicidade presente na relação que as crianças mantêm com o mundo.
A criança aprende melhor brincando e muitos conteúdos podem ser ensinados por meio das brincadeiras, as atividades com jogos ou brinquedos podem ter objetivos didático-pedagógicos que visem proporcionar o desenvolvimento integral do educando. 
O ideal, de acordo com nossa vivência, é que as escolas de educação infantil devem ter espaços e recursos que promovam a hora da brincadeira livre e dirigida. Livre: onde a criança se expressa e desenvolve sua criatividade, o professor não interfere, apenas observa e nesse brincar espontâneo, podemos diagnosticar as ações da criança. Dirigida: a criança tem uma meta a alcançar, estabelecida pelo professor, o professor é o orientador, mediador e deve ser parceiro nesse processo. 
O brincar livre deve ocorrer nas escolas? Talvez não, se a visão do “professor” for à de um instrutor ou doador de conhecimentos. Entretanto, dentro da noção do professor como um mediador e iniciador da aprendizagem, o brincar livre e o dirigido são aspectos essenciais da interação professor/criança, porque o professor tanto permite quanto proporciona os recursos necessários e apropriados. (MOYLES, 2002, p.29)
De acordo com Macedo (2003), a escola pode e deve ser um lugar de brincadeiras e jogos (livres ou dirigidos) de atividades que significativas para a criança, que estimulem seu pensamento e sua criatividade.
As brincadeiras livres ou espontâneas permitem à criança chegar às suas próprias conclusões sobre o tudo que a cerca, pois ela transforma objetos dando a eles novas formas.
Entendemos que a ação do professor é importante no processo denominado brincadeira, pois a sua intermediação poderá ser necessária a qualquer momento, seja para incentivar ou para moderar as atividades.
O momento de brincar das crianças é uma oportunidade para o educador observar e refletir sua prática, analisando particularmente os avanços e necessidades de cada criança, buscando reorganizar e planejar sua proposta de trabalho, inserindo novasestratégias que contemplem efetivamente a evolução da criança.
Segundo Piaget (1998, p.62), “o brinquedo não pode ser visto apenas como divertimento ou brincadeira para desgastar energia, pois ele favorece o desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo e moral”. Através dele se processa a construção de conhecimento, principalmente nos períodos sensório-motor e pré- operatório. Agindo sobre os objetos, as crianças, desde pequenas, estruturam seu espaço e seu tempo, desenvolvendo a noção de casualidade, chegando à representação e, finalmente, à lógica. As crianças ficam mais motivadas para usar a inteligência, pois querem jogar bem, esforçam-se para superar obstáculos tanto cognitivos como emocionais. 
Nessa perspectiva, o brinquedo não é simplesmente um “passatempo” para distrair os alunos, ao contrário, corresponde a uma profunda exigência do organismo e ocupa lugar de extraordinária importância na educação escolar. Estimula o crescimento e o desenvolvimento, a coordenação muscular, as faculdades intelectuais, a iniciativa individual, favorecendo o advento e o progresso da palavra. Estimula a observar e conhecer as pessoas e as coisas do ambiente em que se vive. Através do brinquedo a criança pode brincar naturalmente, testar hipóteses, explorar toda a sua espontaneidade criativa. 
Portanto, o brinquedo é um dos fatores mais importantes das atividades da infância, pois a criança necessita brincar, jogar, criar e inventar para manter seu equilíbrio com o mundo. A importância da inserção e utilização dos brinquedos, jogos e brincadeiras na prática pedagógica é uma realidade que se impõe ao professor. Brinquedos não devem ser explorados só para lazer, mas também como elementos bastante enriquecedores para promover a aprendizagem. Através dos jogos e brincadeiras, o educando encontra apoio para superar suas dificuldades de aprendizagem, melhorando o seu relacionamento com o mundo. Assim, Campos (2011) destaca que os professores precisam estar cientes de que a brincadeira é necessária e que traz enormes contribuições para o desenvolvimento da habilidade de aprender e pensar.
Segundo Kishimoto (2010, p.1):
 A criança não nasce sabendo brincar, ela precisa aprender, por meio das interações com outras crianças e com os adultos. Ela descobre em contato com objetos e 21 brinquedos certas formas de uso desses materiais. Observando outras crianças e as intervenções da professora ela aprende novas brincadeiras e suas regras. Depois que aprende, pode reproduzir ou recriar novas brincadeiras. Assim elas vão garantindo a circulação e preservação da cultura lúdica. 
Nesse sentido, cabe ao educador na educação infantil intervir de maneira adequada, para proporcionar à criança conhecimentos, visando sempre satisfazer as suas necessidades, com atividades diversificadas, favorecendo sempre a interação e o desenvolvimento da criança. Mas para que isso ocorra, é preciso enfatizar nas propostas pedagógicas a formulação de um currículo ligado às práticas cotidianas das crianças.
Para compreender a experiência da brincadeira como um fenômeno cultural é preciso perceber que as crianças percebem o mundo através das experiências que adquirem quando brincam, interagindo com outras crianças e com os adultos. Assim, ela experimenta suas emoções e elabora suas experiências. A figura do adulto funciona como referência, sendo suas ações reproduzidas, mas com um sentido próprio e essencial ao processo de apreensão do mundo pela criança.
 	Quando a criança brinca de “faz de conta”, se apropria da cultura ao experimentar a imaginação, a interpretação e a construção de significados para diferentes situações. Segundo (CARVALHO, 2007) quando a criança brinca de fazer de conta, ela acaba exercendo uma reprodução interpretativa dos elementos que compõem a cultura onde estão inseridas. Assim, os brinquedos interagem com a reprodução que as crianças fazem da realidade de seus contextos.
 	No faz-de-conta podem-se exercer diversos papéis para, dessa forma, melhor compreendê-los. E, à medida que esse processo se amplia com a participação de outras pessoas, a criança vai aprendendo a lidar com diferentes situações, a estabelecer relações entre ela e o outro, ao mesmo tempo em que se diferencia deste. As brincadeiras como cantigas de roda, cabra-cega, queimada e os diversos tipos de atividades esportivas e jogos como futebol, xadrez e damas, por exemplo, apresentam situações pré-estabelecidas, não são criadas por um indivíduo em particular.
Portanto, não expressam diretamente aspectos de suas próprias vivências. Mas nelas também a criança experimenta emoções e vivências comuns a todos os indivíduos, simbolicamente representadas, e aprende a respeitar regras e limites, a conviver com o outro. Além disso, nas brincadeiras tradicionais, a criança entra em contato com experiências passadas, que fazem parte da história da cultura em que vive. Dessa forma, brincando – sem estar exercendo funções adultas – a criança elabora sentimentos, fantasias, angústias e medos, aprendendo, assim, a se relacionar com o mundo e a se apropriar da história do grupo social do qual faz parte e conseqüentemente, da história da humanidade. 
Crianças de diferentes contextos sociais e históricos operam com essa linguagem (brincadeira e brinquedo) em sua compreensão do mundo. Isso mostra o caráter e a dimensão universal que tem essa linguagem. 
O brincar tem a função socializadora e integradora. A sociedade moderna cada vez mais tem sofrido transformações em relação ao brincar e ao espaço que se tem para brincar, os pais e os filhos têm pouco tempo para ficarem juntos e brincar. A escola acaba sendo a única fonte transmissora de cultura, onde ainda existem espaços para as crianças brincarem, tendo os profissionais de educação a incumbência de ensinar e resgatar as brincadeiras populares, mas não só isso, como também o jogo deve fazer parte do cotidiano das crianças, e seria usado como uma nova forma de transmitir conhecimento, pois a atividade lúdica é benéfica ao aprendizado. 
De acordo com Almeida (2005, p. 5):
 A brincadeira se caracteriza por alguma estruturação e pela utilização de regras. A brincadeira é uma atividade que pode ser tanto coletiva quanto individual. Na brincadeira a existência das regras não limita a ação lúdica, a criança pode modificá-la, ausentar-se quando desejar, incluir novos membros, modificar as próprias regras, enfim existe maior liberdade de ação para as crianças.
 A prática da brincadeira na escola promove aspectos diversos na criança que serão de suma importância para o seu desenvolvimento biopsicossocial, sendo imprescindível para uma formação sólida e completa.
As famílias modernas acabaram deixando a brincadeira de lado. Não há tempo. Os pais saem de casa para o trabalho antes de seus filhos acordarem e quando voltam, eles já estão dormindo. A mãe saiu para o mercado de trabalho, sobrou pouco tempo para brincar com suas crianças. Assim, para preencher o espaço deixado por eles, os DVDs, os jogos eletrônicos, até os cursos de idiomas, esportes, etc. são usados para isso. 
Os pais deveriam, no mínimo conhecer e reconhecer os benefícios que o ato de brincar proporciona às crianças.
 Assim, além de mudarem suas posturas, valorizariam mais o brincar dessas crianças na escola. No entanto, é importante ressaltar que apesar dos grandes benefícios que o brincar na escola proporciona, nada pode substituir a brincadeira entre pais e filhos, pois os benefícios da troca entre os progenitores e seus descendentes geram confiança e estabilidade para que essas crianças se sintam preparadas para interagir com novas comunidades, a escola, por exemplo.
Mas cabe uma observação, é extremamente importante divulgar entre os pais, responsáveis, profissionais da educação, os benefícios que o brincar traz para o desenvolvimento das crianças. Quando as crianças são estimuladas, o reconhecimento dos benefícios tem um valor muito maior. E conforme já foram citados anteriormente, os pais podem exercer um papel importantíssimo no brincarde seus filhos.
 Para finalizar, Carneiro e Dodge (2007, p.201), que afirmam que: 
Ao estimular as crianças durante a brincadeira, os pais tornam se mediadores do processo de construção do conhecimento, fazendo com que elas passem de um estágio de desenvolvimento para outro. Também, ao brincar com os pais, as crianças podem se beneficiar de uma sensação de maior segurança e liberdade para exploração, além de se sentirem mais próximas e mais bem compreendidas, o que pode contribuir para o melhor desenvolvimento de sua auto-estima e independência.
Em relação aos benefícios do brincar, podemos dizer que estão ligados ao desenvolvimento infantil. Tanto o brincar pelo brincar, quanto o brincar dirigido (jogos), faz bem à criança e ao seu desenvolvimento em todos os aspectos.
.

Outros materiais