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COMPRA E VENDA 1 – DEFINIÇÃO É o contrato pelo qual uma pessoa se obriga a transferir a p ropriedade de certo objeto a outra, mediante recebimento de som a em dinheiro, denominada preço. Trata-se, pois de um contrato de onde existem obrigações recíprocas para cada uma das partes. Para o vendedor a obrigação de transferir o domínio da coisa alie nada, e para o comprador a de entregar o preço correspondente. 2 – PARTES Neste tipo de contrato quem vende se denomina vendedor, e quem compra, comprador. 3 – EFEITOS Tem-se como principal efeito da compra e venda a transmissão da propriedade do objeto do vendedor para o comprador. NO que se refere a transmissão da propriedade, questiona-se o momento em que se dá. Para o nosso direito pátrio a compra e venda não é um meio de transmissão de propriedade. Esta se transmite através da tradição manual, quando se tratar de bens móveis, e pela transcrição no Registro Imobiliário, quando se trata de bens imóveis. Identifica-se duas fases distintas no contrato de compra e venda, a fase da celebração do contrato, quando o vendedor se obriga a transferir ao comprador a propriedade da coisa, e a execução do contrato, quando a transferência da propriedade é realizada, seja pela entrega d a coisa, quando esta for móvel, seja pela transcrição no Registro de Imóveis. 4 – CARACTERÍSTICAS a) típico b) consensual ou formal – na dependência do que a lei exigir; c) bilateral; d) oneroso ou comutativo; e) pré-estimado ou aleatório; f) de execução imediata ou futura. 5 – ELEMENTOS – A falta de um elemento essencial causa a nulidade do contrato de compra e venda. a) objeto; b) preço; c) consentimento. 6 – REQUISITOS SUBJETIVOS No que tange aos sujeitos, estes devem ser capazes. Neste m omento deve-se insistir que a capacidade exigida é a de fato, também dita genérica, e a capacidade negocial ou contratual, específica para a realização de determinado ato. Quanto à capacidade negocial, as partes não podem enquadrar-se nas seguintes proibições, dentre outras: a) venda de ascendente para descendente sem o consentimento expresso dos outros descendentes (art. 496, CC); b) pessoa casada não pode vender bem imóvel sem a anuência expressa de seu consorte, salvo o regime da separação total de bens (art. 496, § único CC); c) tutores, curadores, testamenteiros e administradores em geral não podem comprar bens confiados à sua guarda ou administração (art. 497, I, CC); d) servidores públicos (art. 497,II, CC); e) juízes, serventuários e auxiliares da justiça (art.497, III, CC); f) condômino de coisa indivisível; g) dono de imóvel alugado não pode vendê- lo a terceiros sem an tes oferecê-lo ao locatário. 7 – REQUISITOS OBJETIVOS A compra e venda de bens imóveis poderá ser ad corpus ou ad mensuram. Ad corpus – Se dará se o imóvel for vendido como corpo individualizado, cuja metragem seja secundária. Ad mensuram – Ocorrerá quando as dimensões do imóvel constituam elemento essencial a celebração do contrato. OBS: Acrescente-se que em caso de nad a mencionar o contrato, se presume que a compra e venda é ad corpus se a diferença entre o estipulado em contrato e as medidas reais for se, no máximo, 1/20. 8 – REQUISITOS FORMAIS 9 – OBRIGAÇÕES DO VENDEDOR a) A transferência do domínio; b) Garantir o comprador dos riscos da evicção e dos vícios redibitórios;; c) As despesas com a tradição correm por sua conta, salvo estipulação em contrário (princípio da autonomia contratual) –art. 490, CC Res perit do mino ( art. 492, CC) – exceção quando o comprador está em mora de receber a coisa comprada. 10 – OBRIGAÇÕES DO COMPRADOR a) Pagar o preço (que deve ser feito antes da tradição) b) Direito de receber a coisa no tempo e local determinados; c) Se estiver em mora de rec eber, correm por sua conta todos os riscos, exceto no caso de comprovação de culpa do vendedor; d) As despesas com a tradição correm por conta do vendedor 11 – VENDA A CONTENTO - Art 509, CC É a espécie de comp ra e venda subordin ada à condição de fi car d esfeita se a coisa, objeto do contrato, não for do agrado do comprador. Esta cláusula nunca será presumida, só tendo validade se expressamente pactuada. É uma venda subordinada a condição suspensiva. O contrato só se considera celebrado se o comprador aprovar a coisa. Fato este que não impede, todavia, que a coisa seja entregue de imediato. O comprador que recebe as coisas será considerado comodatário até que se manifeste, aceitando -as ou não (no caso das coisas serem infungíveis). O prazo para que o comprador se mani feste deverá ser fixado no contrato. Em caso de não haver estipulação, o vendedor poderá intimar o comprador, judicialmente ou não, para que exerça seu direito em prazo determinado por ele, vendedor. Vencido este prazo, o comprador estará const ituído em mora, respondendo pelos danos que sofrer a coisa, ainda que fortuitos. Ex; “Satisfação garantida ou o seu dinheiro de volta” 12 – PREEMPÇÃO OU PREFERÊNCIA É a cláusula adjeta à compra e venda, pela qual o comprador se compromete a oferecer a coisa ao vendedor, se algum dia decidir a vendê -la. Esta cláusula só é válida se pactuado por expresso e o vendedor só terá direito a readquirir a coisa se pagar o preço exigido pelo comprador. (bens móveis e imóveis) Oferecida a coisa ao vendedor, este terá prazo para se manifestar. Se imóvel o bem, será de 60 dias o prazo e, se móvel, 3 dias. Terminado o prazo sem manifestação do vendedor, o comprador estará livre para vender a quem quiser. É importante destacar que as partes podem con vencionar outro prazo, que não ultrapasse 180 dias para bens móveis e de 2 anos para bens imóveis. OBS: Não há que confundir a preem pção com a retrovenda. Nesta é o vendedor que força o comprador a revender -lhe a coisa, re embolsando-lhe apenas a quantia qu e pagara mais as de spesas. Ademais, a retrovenda só se aplica a imóveis, enquanto que a preempção é válida qualquer que seja o objeto do contrato. O direito de preferência NÃO pode ser cedido a terceiros, nem pode ser transmitido por herança. 13 – RESERVA DE DOMÍNIO É a cláusula que garante ao vendedor a propriedade da coisa móvel já entregue ao comprador até o pagamento total do preço. Em outras palavras, apesar de já entregue a coisa, o vendedor continua seu dono, até que o comprador pague o preço na sua totalidade. É a cláusula mais comum nas vendas a prazo. Restringe-se aos bens móveis. A forma da cláusula será sempre a escrita. Para que o vendedor possa agir contra terceiros adquirentes, o contrato deverá ser registrado no domicílio do comprador. Se A comprou uma televisão de B, com cláusula de reserva de domínio, só será seu dono depois de pagar a última prestação. Se, por acaso, vender a televisão a C, o ve ndedor só poderá acioná -lo, para reavê-la, caso o contrato tenha sido registrado no Cartório de Tìtulos e Documentos do domicílio de A. Entregue a coisa, responde o comprador por todos os danos que ela venha a sofrer, ainda que fortuitos. Trata-se de exceção ao princípio res perit domino. Nãopaga a dívida, o vendedor poderá executar a cláusula de reserva de domínio, exigindo a restituição da coisa e restituindo ao comprador as parcelas já pagas, descontados os prejuízos oriundos do inadimplemento, além da deterioração da coisa e do uso que o comprador lhe fez. 14 – RETROVENDA Art.505, CC É a cláusula pela qual o vendedor se reserva o direito de read quirir a coisa do comprador, restituindo -lhe o preço mais as despesas. Esta cláusula só tem valor se o objeto do contrato for imóvel. Seu prazo de validade é de no máximo 3 anos (decadencial), sob pena de conside rar-se não escrito o tempo que ultrapassá-lo. É um pacto acessório. Caso o comprador se recusar a revender, o vendedo r poderá depositar a quantia judicialmente. O vendedor poderá ceder seu direito de retrato a terceiros e transmiti -lo, via hereditária, a herdeiros e legatários. Na hipótese do comprador dispor da coisa, seja alienando, seja a transmitindo por herança, o titular do direito de retrato poderá agir contra esse terceiro adquirente, desde que a cláusula de retrovenda esteja devidamente averbada junto à matrícula do imóvel. Desta for ma, constata-se que a retrovenda gera um direito real de aquisição, oponível erga omnes
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