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Contrato de compra e Venda ❖ Arts. 481 a 532 Trata-se de um contrato legal em que almeja-se adquirir a propriedade de um objeto específico em troca de um pagamento. É um acordo legal entre duas partes, em que uma delas (o vendedor) se compromete a transferir a propriedade de um bem móvel ou imóvel para a outra parte (o comprador), mediante o pagamento de uma quantia em dinheiro (o preço). • Se forma com a mera manifestação da vontade, sem necessidade da entrega da coisa. • Natureza obrigacional (em que as partes se obrigam a realizar o acordado) “Art. 481. Pelo contrato de compra e venda, um dos contratantes se obriga a transferir o domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço em dinheiro”. • Na compra e venda tem que ter no mínimo 50% do valor em dinheiro, pois caso o pagamento não seja feito em 50% em dinheiro, ser apenas uma troca. • No Brasil não pode ser feito contrato de compra e venda com pagamento em moeda estrangeira. Para ser valido, será feito dois contratos, um que irá valer no país estrangeiro e um outro para valer no território brasileiro, valendo somente se no contrato estiver fixado a conversão do valor da moeda estrangeira para a moeda real. Após a celebração do contrato de compra e venda, as partes não adquirem imediatamente a propriedade do preço (para o vendedor) ou da coisa (para o comprador). A transferência efetiva da propriedade ocorre somente quando é realizada a entrega física do bem vendido ou quando ocorre o registro adequado os casos de imóveis. Até que essa transferência seja concretizada, as partes detêm o direito de exigir o cumprimento do contrato, mas não são consideradas proprietárias legalmente. ❖ Por exemplo, no caso de um contrato de compra e venda de um imóvel, o comprador não se torna o proprietário oficial até que o título seja registrado no cartório de imóveis. CARACTERÍSTICAS É um negócio jurídico bilateral em que as vontades do vendedor e do comprador se unem para formar o consentimento. Em regra consensual, comutativo ou aleatório, autorizador da transferência de propriedade, de execução instantânea ou diferida, entre outras características. Ele gera direitos e obrigações para ambas as partes, exceto em casos especiais como o autocontrato (única pessoa celebra o ato em seu próprio favor), onde uma pessoa atua em nome e interesse de outra. • É o caso do sujeito, dotado de poderes de representação (procurador/mandatário), que efetiva a compra e venda consigo mesmo, ou seja, que acaba por adquirir, segundo o preço solicitado pelo mandante, a coisa a ser vendida. A bilateralidade do contrato resulta na existência do sinalagma, que é a relação de reciprocidade entre as obrigações assumidas pelas partes. Por exemplo, o vendedor deve transferir a propriedade da coisa e o comprador deve pagar o preço, havendo uma relação de dependência mútua entre essas prestações. “Nos contratos bilaterais ou sinalagmáticos, ao contrário, os contratantes são simultânea e reciprocamente credor e devedor do outro. Em tais contratos são criados direitos e obrigações para ambas as partes; cada uma delas fica adstrita a uma prestação” É oneroso, resultando em benefícios e diminuição patrimonial para ambas as partes e o vendedor responde pelos riscos da evicção e pelos vícios redibitórios nos contratos onerosos. • Na forma do art. 447 do CC/2002, abrindo-se ao adquirente, neste caso, a possibilidade de rejeitar a coisa, redibindo o contrato (via ação redibitória), ou reclamar o abatimento no preço (via ação estimatória ou quanti minoris) De acordo com o Art. 503 do código civil de 2002, em relação as vendas conjuntas, o defeito de uma coisa não autoriza a rejeição de todas, exceto em casos especiais. • Exemplo: se tratando de uma biblioteca e uma coleção de livros, cujo valor, em seu conjunto, pode superar o valor de cada um dos itens somados, individualmente considerados, ou na hipótese de a ausência de um inutilizar ou fazer perder o sentido da aquisição dos demais. Pode ser comutativo (prestações certas) ou aleatório (prestações incertas). • Exemplo de contrato aleatório é a compra e venda de uma safra de soja. • Feito por meio de transferência de propriedade, que ocorre por meio da tradição (móveis) ou registro (imóveis). É um contrato principal e definitivo, podendo ser paritário (negociado livremente) ou de adesão (cláusulas impostas) e também pode ser livre (não solene) ou formal (solene) quando envolve bens imóveis. • Art 108 CC / 2002 É um contrato nominado, típico e impessoal pois só interessa o resultado da atividade contratada, independentemente de quem seja a pessoa que irá realizá-la. • Falecendo o comprador ou vendedor antes da tradição da coisa ou da transcrição (registro) da transferência, pode a providência ser exigida do seu espólio. • É um contrato individual, pois é estipulado entre pessoas determinadas. Pode ser instantâneo pelo fato de seus efeitos serem produzidos de uma só vez, podendo ser de execução imediata — quando se consuma no momento da celebração, com a entrega do bem móvel ou registro do contrato de transferência de bem imóvel —, ou diferida — quando as partes fixam prazo para a sua exigibilidade ou cumprimento. ELEMENTOS ESSENCIAIS ❖ Art. 482 do CC/2002. ➔ CONSENTIMENTO Após as negociações, o contrato é considerado formado quando as partes concordam com o preço e a coisa a ser vendida, independentemente de forma legal. Para imóveis acima de 30 salários mínimos, é obrigatória a escritura pública para evitar a nulidade. “Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País”. ➔ COISA O bem objeto do contrato de compra e venda deve ser algo que possa ser legalmente comercializado, claramente identificado e avaliado economicamente. O contrato pode envolver tanto coisas existentes como coisas futuras, desde que as partes tenham acordado em um contrato aleatório. Se a venda for baseada em amostras, protótipos ou modelos, o vendedor garante que o objeto possui as mesmas qualidades apresentadas. É importante ressaltar que o vendedor deve ser o legítimo proprietário do bem, evitando assim a transferência de propriedade de algo que não lhe pertence, sob pena de o negócio ser nulo. Apenas por exceção, podemos admitir que a coisa vendida possa ser alheia, desde que o vendedor a adquira antes de o comprador sofrer a perda. Note-se, entretanto, que se o objeto do negócio forem direitos — e não coisas —, mais técnico seria denominá-lo contrato de cessão de direitos, em vez de contrato de compra e venda Art. 483. A compra e venda pode ter por objeto coisa atual ou futura. Neste caso, ficará sem efeito o contrato se esta não vier a existir, salvo se a intenção das partes era de concluir contrato aleatório. Art. 484 Se a venda se realizar à vista de amostras, protótipos ou modelos, entender-se-á que o vendedor assegura ter a coisa as qualidades que a elas correspondem. ➔ PREÇO O preço é um elemento essencial do contrato e deve ser determinado pelas partes, levando em consideração a equivalência entre as prestações e não sendo insignificante a ponto de configurar uma doação disfarçada. No entanto, as partes podem indicar um terceiro para fixar o preço, agindo como um árbitro imparcial. • Caso o terceiro não aceite a função, o contrato será anulado, a menos que as partes escolham outra pessoa (art. 485). Nada impede que se deixe a fixação do preço à taxade mercado ou de bolsa, em certo e determinado dia e lugar (art. 486). Se o contrato for estabelecido sem a fixação do preço ou critérios para sua determinação, e não houver tabelamento oficial, o costume comercial pode ser usado como suplemento legal. • Nesse caso, prevalecerá o preço médio praticado pelo vendedor recentemente, se não houver acordo entre as partes, na forma do parágrafo único do mencionado art. 488. É importante destacar que é nulo o contrato de compra e venda em que apenas uma das partes tenha o poder exclusivo de fixar o preço (art. 489) “Art. 491 a venda a crédito, o vendedor não é obrigado a entregar a coisa antes de receber o preço”. A exceção de contrato não cumprido é uma medida de proteção nos contratos bilaterais, permitindo que uma parte exija o cumprimento das obrigações da outra parte caso ocorra um descumprimento. Embora seja recomendável, nem sempre é possível que ambas as partes cumpram suas obrigações simultaneamente, por isso a necessidade de garantias para proteger o acordo estabelecido. DESPESAS COM O CONTRATO DE COMPRA E VENDA O contrato de compra tem apenas efeitos obrigacionais, não importando, de forma imediata, na transferência da propriedade. • A propriedade é transferida mediante a entrega do bem (tradição) no caso de bens móveis. No caso de imóveis, a propriedade só é transferida após o registro do contrato. As despesas de escritura e registro ficam a cargo do comprador, salvo cláusula em contrário. “Art. 490. Salvo cláusula em contrário, ficarão as despesas de escritura e registro a cargo do comprador, e a cargo do vendedor as da tradição”. Na igualdade das partes, é possível transferir os ônus para a outra parte, salvo acordo em contrário. O vendedor é responsável pelos débitos até a entrega. • O “vendedor, salvo convenção em contrário, responde por todos os débitos que gravem a coisa até o momento da tradição”, na forma do art. 502 do CC/2002. RESPONSABILIDADE CIVIL PELOS RISCOS DA COISA A propriedade da coisa vendida só é transferida quando ocorre a entrega ou o registro. Até que um desses atos seja realizado, a coisa continua sob a responsabilidade do vendedor. O vendedor é responsável pela integridade da coisa, incluindo o risco de perda por eventos imprevisíveis. Aplica-se o princípio de que "a coisa perece para o dono". “Art. 492. Até o momento da tradição, os riscos da coisa correm por conta do vendedor, e os do preço por conta do comprador”. No momento de contar, marcar ou assinalar coisas que geralmente são recebidas dessa maneira, se ocorrerem eventos fortuitos, o comprador será responsável se as coisas estiverem disponíveis para ele. • Por exemplo, se o comprador solicitar a reunião de animais em uma determinada localização e ocorrer um acidente que cause a perda de alguns animais, o comprador arcará com o prejuízo. No entanto, se os animais estiverem na propriedade do vendedor, o comprador não será responsável, pois os animais não teriam saído de seu habitat natural. ➢ Além disso, se o comprador estiver em mora de receber as coisas que foram disponibilizadas no tempo, local e modo acordados, ele também assumirá os riscos relacionados a essas coisas. A entrega da coisa vendida, na ausência de acordo expresso, ocorrerá no local em que ela se encontrava no momento da venda. No entanto, as partes podem estipular um local diferente para a entrega. As coisas entregues fora do local de concretização do negócio. A regra geral é de que a “tradição da coisa vendida, na falta de estipulação expressa, dar-se-á no lugar onde ela se encontrava, ao tempo da venda” (art. 493 do CC/2002). Todavia, nada impede que as partes estabeleçam que a tradição seja feita em lugar diverso. “Art. 494. Se a coisa for expedida para lugar diverso, por ordem do comprador, por sua conta correrão os riscos, uma vez entregue a quem haja de transportá-la, salvo se das instruções dele se afastar o vendedor”. No caso da "tradição simbólica", em que a entrega material do bem é substituída por um ato representativo, a propriedade é considerada legítima (finalidade declarada está consumada). O vendedor pode suspender a entrega até que o comprador forneça garantia de pagamento, que pode ser real ou pessoal. QUESTÕES ESPECIAIS REFERENTES À COMPRA E VENDA ➔ VENDA A DESCENDENTE Este dispositivo impede descendentes de serem adquirentes em contratos de venda sem o consentimento dos demais descendentes, visando proteger a legítima. • A validade da venda depende da anuência dos herdeiros necessários preferenciais. • A interpretação sobre a natureza da restrição varia entre nulidade absoluta e anulabilidade, sendo que a jurisprudência tende a considerá-la anulável, conforme a Súmula 494 do STF. Súmula n. 494 — “A ação para anular venda de ascendente a descendente, sem consentimento dos demais, prescreve em 20 (vinte) anos, contados da data do ato, revogada a Súmula n. 152” • A jurisprudência entender que é anulável, que teoricamente pela Súmula 494, seria no prazo de 20 anos, porém o artigo 179 atualizou para 2 anos. “Art. 179. Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem estabelecer prazo para pleitear-se a anulação, será este de dois anos, a contar da data da conclusão do ato”. “Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido. Parágrafo único. Em ambos os casos, dispensa-se o consentimento do cônjuge se o regime de bens for o da separação obrigatória. Certas restrições foram estabelecidas para proteger interesses ou pessoas específicas. Exemplos incluem tutores que não podem adquirir bens do tutelado, irmãos que não podem se casar entre si, e servidores públicos proibidos de adquirir bens da entidade que servem. Juízes, peritos e auxiliares da justiça também têm restrições ao adquirir bens relacionados a processos em que atuam. Essas restrições não se aplicam em casos específicos, como compra entre coerdeiros ou pagamento de dívidas. Leiloeiros também estão sujeitos a essas restrições. ➔ VENDA A CONDÔMINO Essa regra se aplica quando várias pessoas são proprietárias de um mesmo bem e desejam vendê-lo. Nesse caso, o condômino que pretende vender sua parte precisa oferecer aos outros coproprietários o direito de preferência, ou seja, a oportunidade de comprarem o bem antes de qualquer outra pessoa, desde que apresentem propostas equivalentes às de outros interessados. “Art. 504. Não pode um condômino em coisa indivisível vender a sua parte a estranhos, se outro consorte a quiser, tanto por tanto. O condômino, a quem não se der conhecimento da venda, poderá, depositando o preço, haver para si a parte vendida a estranhos, se o requerer no prazo de cento e oitenta dias, sob pena de decadência. Parágrafo único. Sendo muitos os condôminos, preferirá o que tiver benfeitorias de maior valor e, na falta de benfeitorias, o de quinhão maior. Se as partes forem iguais, haverão a parte vendida os comproprietários, que a quiserem, depositando previamente o preço” Caso, entretanto, concorra mais de um condômino interessado, as seguintes regras deverão ser observadas: a) preferirá o que tiver benfeitorias de maior valor; b) na falta de benfeitorias, o condômino de quinhão maior; c) se as partes forem iguais, terão direito à parte vendida os coproprietários, que a quiserem, depositando previamente o preço. ➔ VENDA ENTRE CÔNJUGES E ENTRE COMPANHEIROS Após o casamento, os cônjuges têm direitos e deveres patrimoniais de acordo com o regime de bens escolhido. Em certos regimes, é possível vender um bem próprio para o outro cônjuge sem violara lei. “Art. 499. É lícita a compra e venda entre cônjuges, com relação a bens excluídos da comunhão”. VENDA “AD CORPUS” E VENDA “AD MENSURAM” De acordo com o artigo 500, se um imóvel for vendido com base em sua medida de extensão ou área especificada e essa medida não corresponder às dimensões reais, o comprador tem o direito de exigir a complementação da área ou, se não for possível, solicitar a rescisão do contrato ou um abatimento proporcional no preço. • A diferença entre a dimensão real e a declarada for igual ou inferior a 5% da área total. Nesse caso, o comprador não terá direito a nenhuma compensação, a menos que ele prove que, nessas circunstâncias, não teria realizado o negócio. O prazo para exercer esses direitos é de um ano a partir do registro do título, sendo um prazo decadencial. No entanto, se houver atraso na entrega da posse do imóvel por responsabilidade do vendedor, o prazo começa a partir dessa data, pois é a partir da posse efetiva que o comprador pode verificar o imóvel e identificar o defeito. “Art. 500. Se, na venda de um imóvel, se estipular o preço por medida de extensão, ou se determinar a respectiva área, e esta não corresponder, em qualquer dos casos, às dimensões dadas, o comprador terá o direito de exigir o complemento da área, e, não sendo isso possível, o de reclamar a resolução do contrato ou abatimento proporcional ao preço. ➔ PROMESSA/COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA O Contrato de Promessa ou Compromisso de Compra e Venda é um contrato preliminar que tem como objetivo estabelecer um contrato futuro de compra e venda. Nesse tipo de contrato, o vendedor permanece como proprietário até que o preço seja totalmente pago, o que proporciona uma garantia eficiente para o vendedor. Art. 1.417. Mediante promessa de compra e venda, em que se não pactuou arrependimento, celebrada por instrumento público ou particular, e registrada no Cartório de Registro de Imóveis, adquire o promitente comprador direito real à aquisição do imóvel. Art. 1.418. O promitente comprador, titular de direito real, pode exigir do promitente vendedor, ou de terceiros, a quem os direitos deste forem cedidos, a outorga da escritura definitiva de compra e venda, conforme o disposto no instrumento preliminar; e, se houver recusa, requerer ao juiz a adjudicação do imóvel”. • Adjudicação compulsória A Promessa Irretratável de Compra e Venda oferece uma vantagem significativa: permite a transferência forçada do bem, graças à sua eficácia real. No entanto, essa promessa só se torna eficaz de fato quando registrada no Cartório de Registro de Imóveis. Em outras palavras, o vendedor não pode voltar atrás na promessa e, se houver o registro adequado, o comprador tem o direito de exigir a transferência do imóvel, mesmo que o vendedor se recuse. ➔ Execução específica do compromisso de venda não registrado Uma vez não registrado o compromisso de compra e venda, o direito real do promitente comprador não se teria constituído. (STJ) Súmula n. 84 – É admissível a oposição de embargos de terceiro fundados em alegação de posse advinda do compromisso de compra e venda de imóvel, ainda que desprovido de registro. (STJ) Súmula n. 239 – O direito à adjudicação compulsória não se condiciona ao registro do compromisso de compra e venda no cartório de imóveis. CLÁUSULAS ESPECIAIS OU PACTOS ACESSÓRIOS À COMPRA E VENDA ➔ RETROVENDA A cláusula de retrovenda é um termo adicional incluído no contrato de compra e venda, em que o vendedor tem o direito de desfazer o negócio, devolvendo o valor recebido e reembolsando as despesas do comprador. Também conhecida como cláusula de retrato ou pacto de retrovendendo, ela garante ao vendedor essa prerrogativa de rescisão do contrato. • Direito de arrependimento • Usado muito antigamente como forma de empréstimo, em que vendia o bem, para ter o dinheiro e posteriormente quando tivesse uma a melhor condição reaveria a casa. • O vendedor poderá desfazer o negócio de compra e venda no futuro, desde que reembolse o comprador. “Art. 507. O direito de retrato, que é cessível e transmissível a herdeiros e legatários, poderá ser exercido contra o terceiro adquirente”. “Art. 506. Se o comprador se recusar a receber as quantias a que faz jus, o vendedor, para exercer o direito de resgate, as depositará judicialmente. Parágrafo único. Verificada a insuficiência do depósito judicial, não será o vendedor restituído no domínio da coisa, até e enquanto não for integralmente pago o comprador. • Direito de retrato só poderá existir se o bem estiver registrado no registro de imóveis ➔ VENDA A CONTENTO E SUJEITA À PROVA (POR EXPERIMENTAÇÃO) A venda a contento: depende da satisfação do comprador. • “Sua satisfação ou o seu dinheiro de volta” venda sujeita a prova: requer a conformidade do bem às expectativas. • Ex: teste drive • Deve ter elementos objetivos que impedem de realizar a compra (não pode ser por motivos simples, como exemplo, não gostei da cor do carro...) • Antes da realização da compra o comprador é mero comodatário. Ambas as cláusulas se referem a vendas realizadas sob condição suspensiva, vale dizer, ao agrado do comprador ou à adequação do bem à finalidade desejada. • Enquanto a condição suspensiva não for cumprida, o vendedor mantém a propriedade e suporta as perdas. • O comprador é considerado um detentor temporário, com posse precária, até que a condição seja satisfeita. ➔ PREEMPÇÃO OU PREFERÊNCIA A cláusula de preferência no contrato de compra e venda estabelecerá um prazo determinado, decidido pelas partes, que não poderá ser superior a 180 dias para bens móveis ou 2 anos para bens imóveis, conforme o parágrafo único do artigo 513 do Código Civil de 2002. “Art. 517. Quando o direito de preempção for estipulado a favor de dois ou mais indivíduos em comum, só pode ser exercido em relação à coisa no seu todo. Se alguma das pessoas, a quem ele toque, perder ou não exercer o seu direito, poderão as demais utilizá-lo na forma sobredita”. “Art. 518. Responderá por perdas e danos o comprador, se alienar a coisa sem ter dado ao vendedor ciência do preço e das vantagens que por ela lhe oferecem. Responderá solidariamente o adquirente, se tiver procedido de má-fé”. • Adquire-se a preferência contratualmente. • Se ho uver mais de uma pessoa com direito de preferência, será válido aquele que utilizar primeiro o direito. Preferência de venda para locatário: arts. 27 a 34 da Lei n. 8.245/91 Art. 520 do CC/2002: “ O direito de preferência não se pode ceder nem passa aos herdeiros”. RETROVENDA • O negócio original é desfeito • Aplica-se apenas a imóveis • O vendedor tem o direito de readquirir a coisa e o comprador é obrigado a vender • Pode ser transferido a terceiros CLÁUSULA DE PREFERÊNCIA • Ocorre uma nova aquisição pelo vendedor. • Abrange móveis e imóveis. • O comprador não tem a obrigação de vender. • Não pode ser transferido a terceiros. ➔ VENDA COM RESERVA DE DOMÍNIO “Art. 524. A transferência de propriedade ao comprador dá-se no momento em que o preço esteja integralmente pago. Todavia, pelos riscos da coisa responde o comprador, a partir de quando lhe foi entregue”. “Art. 528. Se o vendedor receber o pagamento à vista, ou, posteriormente, mediante financiamento de instituição do mercado de capitais, a esta caberá exercer os direitos e ações decorrentes do contrato, a benefício de qualquer outro. A operação financeira e a respectiva ciência do comprador constarão do registro do contrato”. Exemplo: A alienação fiduciária é um contrato em que alguém compra um carro usando dinheiro emprestado pelobanco, mas a propriedade do veículo só será transferida para o comprador após o pagamento total do empréstimo. Durante esse período, o comprador possui apenas a posse do bem, mas não a propriedade legal. Hipótese de inadimplência, o art. 526, do Código Civil de 2002, oferece duas opções ao vendedor: a) exigir o pagamento das obrigações vencidas e vincendas. b) reaver a coisa, uma vez que o comprador não tem mais justo título a respaldar a sua posse. “Art. 527. Na segunda hipótese do artigo antecedente, é facultado ao vendedor reter as prestações pagas até o necessário para cobrir a depreciação da coisa, as despesas feitas e o mais que de direito lhe for devido. O excedente será devolvido ao comprador; e o que faltar lhe será cobrado, tudo na forma da lei processual”. ➔ VENDA SOBRE DOCUMENTOS Esse instituto é amplamente utilizado, especialmente no comércio marítimo, com o objetivo de agilizar as transações comerciais. Nele, a transferência da posse da coisa é substituída pela entrega de um título representativo e outros documentos exigidos pelo contrato, ou de acordo com os usos do setor, evitando a necessidade de verificar a coisa em si, que muitas vezes está sob a posse de terceiros, como transportadores ou depositários. Isso permite concluir o negócio de forma mais eficiente. “Art. 531. Se entre os documentos entregues ao comprador figurar apólice de seguro que cubra os riscos do transporte, correm estes à conta do comprador, salvo se, ao ser concluído o contrato, tivesse o vendedor ciência da perda ou avaria da coisa”. “Art. 532. Estipulado o pagamento por intermédio de estabelecimento bancário, caberá a este efetuá-lo contra a entrega dos documentos, sem obrigação de verificar a coisa vendida, pela qual não responde. Parágrafo único. Nesse caso, somente após a recusa do estabelecimento bancário a efetuar o pagamento, poderá o vendedor pretendê-lo, diretamente do comprador”. • Mesmo após a entrega do manifesto, é possível questionar qualquer problema ou divergência, como vícios, que surjam posteriormente. • Em regra, o comprador deve fazer seguro sobre a carga (coisa). • Só ocorrerá o pagamento do seguro por parte do vendedor, quando este souber de um risco existente para a entrega do objeto ou souber da existência de vícios e mesmo assim agir de má-fé, como exemplo, orquestrar falso roubo da carga, para que assim seja pago pela seguradora, comprovado a má-fé será responsabilidade do vendedor. • Se não houver seguro, quem se responsabiliza pela carga será o vendedor. • Se o vendedor enviar produto com vício, não entregar o produto, ou for responsável por não entregar o produto em perfeito estado, poderá assim pagar pelos danos gerados (deverá comprovar a culpa do vendedor).
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