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Contrato de Compra e Venda

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Contrato de compra e Venda
 
❖ Arts. 481 a 532 
Trata-se de um contrato legal em que almeja-se 
adquirir a propriedade de um objeto específico 
em troca de um pagamento. É um acordo legal 
entre duas partes, em que uma delas (o 
vendedor) se compromete a transferir a 
propriedade de um bem móvel ou imóvel para a 
outra parte (o comprador), mediante o 
pagamento de uma quantia em dinheiro (o 
preço). 
 
• Se forma com a mera manifestação da 
vontade, sem necessidade da entrega da 
coisa. 
 
• Natureza obrigacional (em que as partes se 
obrigam a realizar o acordado) 
 
“Art. 481. Pelo contrato de compra e venda, um 
dos contratantes se obriga a transferir o domínio 
de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo 
preço em dinheiro”. 
 
• Na compra e venda tem que ter no mínimo 
50% do valor em dinheiro, pois caso o 
pagamento não seja feito em 50% em 
dinheiro, ser apenas uma troca. 
 
• No Brasil não pode ser feito contrato de 
compra e venda com pagamento em moeda 
estrangeira. Para ser valido, será feito dois 
contratos, um que irá valer no país estrangeiro 
e um outro para valer no território brasileiro, 
valendo somente se no contrato estiver fixado 
a conversão do valor da moeda estrangeira 
para a moeda real. 
 
Após a celebração do contrato de compra e 
venda, as partes não adquirem imediatamente a 
propriedade do preço (para o vendedor) ou da 
coisa (para o comprador). A transferência efetiva 
da propriedade ocorre somente quando é 
realizada a entrega física do bem vendido ou 
quando ocorre o registro adequado os casos de 
imóveis. 
 
Até que essa transferência seja concretizada, as 
partes detêm o direito de exigir o cumprimento 
do contrato, mas não são consideradas 
proprietárias legalmente. 
❖ Por exemplo, no caso de um contrato de 
compra e venda de um imóvel, o comprador 
não se torna o proprietário oficial até que o 
título seja registrado no cartório de imóveis. 
 
CARACTERÍSTICAS 
É um negócio jurídico bilateral em que as 
vontades do vendedor e do comprador se unem 
para formar o consentimento. Em regra 
consensual, comutativo ou aleatório, autorizador 
da transferência de propriedade, de execução 
instantânea ou diferida, entre outras 
características. 
 
Ele gera direitos e obrigações para ambas as 
partes, exceto em casos especiais como o 
autocontrato (única pessoa celebra o ato em seu 
próprio favor), onde uma pessoa atua em nome 
e interesse de outra. 
• É o caso do sujeito, dotado de poderes de 
representação (procurador/mandatário), que 
efetiva a compra e venda consigo mesmo, 
ou seja, que acaba por adquirir, segundo o 
preço solicitado pelo mandante, a coisa a ser 
vendida. 
 
A bilateralidade do contrato resulta na existência 
do sinalagma, que é a relação de reciprocidade 
entre as obrigações assumidas pelas partes. Por 
exemplo, o vendedor deve transferir a 
propriedade da coisa e o comprador deve 
pagar o preço, havendo uma relação de 
dependência mútua entre essas prestações. 
 
“Nos contratos bilaterais ou sinalagmáticos, ao 
contrário, os contratantes são simultânea e 
reciprocamente credor e devedor do outro. Em 
tais contratos são criados direitos e obrigações 
para ambas as partes; cada uma delas fica 
adstrita a uma prestação” 
É oneroso, resultando em benefícios e diminuição 
patrimonial para ambas as partes e o vendedor 
responde pelos riscos da evicção e pelos vícios 
redibitórios nos contratos onerosos. 
• Na forma do art. 447 do CC/2002, abrindo-se 
ao adquirente, neste caso, a possibilidade de 
rejeitar a coisa, redibindo o contrato (via 
ação redibitória), ou reclamar o abatimento 
no preço (via ação estimatória ou quanti 
minoris) 
 
De acordo com o Art. 503 do código civil de 
2002, em relação as vendas conjuntas, o defeito 
de uma coisa não autoriza a rejeição de todas, 
exceto em casos especiais. 
 
• Exemplo: se tratando de uma biblioteca e 
uma coleção de livros, cujo valor, em seu 
conjunto, pode superar o valor de cada um 
dos itens somados, individualmente 
considerados, ou na hipótese de a ausência 
de um inutilizar ou fazer perder o sentido da 
aquisição dos demais. 
 
Pode ser comutativo (prestações certas) ou 
aleatório (prestações incertas). 
• Exemplo de contrato aleatório é a compra e 
venda de uma safra de soja. 
 
• Feito por meio de transferência de 
propriedade, que ocorre por meio da 
tradição (móveis) ou registro (imóveis). 
 
É um contrato principal e definitivo, podendo ser 
paritário (negociado livremente) ou de adesão 
(cláusulas impostas) e também pode ser livre 
(não solene) ou formal (solene) quando envolve 
bens imóveis. 
• Art 108 CC / 2002 
 
É um contrato nominado, típico e impessoal pois 
só interessa o resultado da atividade contratada, 
independentemente de quem seja a pessoa que 
irá realizá-la. 
• Falecendo o comprador ou vendedor antes 
da tradição da coisa ou da transcrição 
(registro) da transferência, pode a 
providência ser exigida do seu espólio. 
 
• É um contrato individual, pois é estipulado 
entre pessoas determinadas. 
 
Pode ser instantâneo pelo fato de seus efeitos 
serem produzidos de uma só vez, podendo ser de 
execução imediata — quando se consuma no 
momento da celebração, com a entrega do 
bem móvel ou registro do contrato de 
transferência de bem imóvel —, ou diferida — 
quando as partes fixam prazo para a sua 
exigibilidade ou cumprimento. 
 
 
ELEMENTOS ESSENCIAIS 
❖ Art. 482 do CC/2002. 
 
➔ CONSENTIMENTO 
Após as negociações, o contrato é considerado 
formado quando as partes concordam com o 
preço e a coisa a ser vendida, 
independentemente de forma legal. Para 
imóveis acima de 30 salários mínimos, é 
obrigatória a escritura pública para evitar a 
nulidade. 
 
“Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a 
escritura pública é essencial à validade dos 
negócios jurídicos que visem à constituição, 
transferência, modificação ou renúncia de 
direitos reais sobre imóveis de valor superior a 
trinta vezes o maior salário mínimo vigente no 
País”. 
 
➔ COISA 
O bem objeto do contrato de compra e venda 
deve ser algo que possa ser legalmente 
comercializado, claramente identificado e 
avaliado economicamente. O contrato pode 
envolver tanto coisas existentes como coisas 
futuras, desde que as partes tenham acordado 
em um contrato aleatório. 
Se a venda for baseada em amostras, protótipos 
ou modelos, o vendedor garante que o objeto 
possui as mesmas qualidades apresentadas. 
É importante ressaltar que o vendedor deve ser o 
legítimo proprietário do bem, evitando assim a 
transferência de propriedade de algo que não 
lhe pertence, sob pena de o negócio ser nulo. 
Apenas por exceção, podemos admitir que a 
coisa vendida possa ser alheia, desde que o 
vendedor a adquira antes de o comprador sofrer 
a perda. Note-se, entretanto, que se o objeto do 
negócio forem direitos — e não coisas —, mais 
técnico seria denominá-lo contrato de cessão de 
direitos, em vez de contrato de compra e venda 
 
Art. 483. A compra e venda pode ter por objeto 
coisa atual ou futura. Neste caso, ficará sem 
efeito o contrato se esta não vier a existir, salvo se 
a intenção das partes era de concluir contrato 
aleatório. 
 
Art. 484 Se a venda se realizar à vista de 
amostras, protótipos ou modelos, entender-se-á 
que o vendedor assegura ter a coisa as 
qualidades que a elas correspondem. 
 
➔ PREÇO 
O preço é um elemento essencial do contrato e 
deve ser determinado pelas partes, levando em 
consideração a equivalência entre as prestações 
e não sendo insignificante a ponto de configurar 
uma doação disfarçada. No entanto, as partes 
podem indicar um terceiro para fixar o preço, 
agindo como um árbitro imparcial. 
• Caso o terceiro não aceite a função, o 
contrato será anulado, a menos que as partes 
escolham outra pessoa (art. 485). 
 
Nada impede que se deixe a fixação do preço à 
taxade mercado ou de bolsa, em certo e 
determinado dia e lugar (art. 486). 
Se o contrato for estabelecido sem a fixação do 
preço ou critérios para sua determinação, e não 
houver tabelamento oficial, o costume comercial 
pode ser usado como suplemento legal. 
• Nesse caso, prevalecerá o preço médio 
praticado pelo vendedor recentemente, se 
não houver acordo entre as partes, na forma 
do parágrafo único do mencionado art. 488. 
É importante destacar que é nulo o contrato de 
compra e venda em que apenas uma das partes 
tenha o poder exclusivo de fixar o preço (art. 489) 
 
“Art. 491 a venda a crédito, o vendedor não é 
obrigado a entregar a coisa antes de receber o 
preço”. 
A exceção de contrato não cumprido é uma 
medida de proteção nos contratos bilaterais, 
permitindo que uma parte exija o cumprimento 
das obrigações da outra parte caso ocorra um 
descumprimento. 
Embora seja recomendável, nem sempre é 
possível que ambas as partes cumpram suas 
obrigações simultaneamente, por isso a 
necessidade de garantias para proteger o 
acordo estabelecido. 
 
DESPESAS COM O CONTRATO DE 
COMPRA E VENDA 
 
O contrato de compra tem apenas efeitos 
obrigacionais, não importando, de forma 
imediata, na transferência da propriedade. 
• A propriedade é transferida mediante a 
entrega do bem (tradição) no caso de bens 
móveis. No caso de imóveis, a propriedade só 
é transferida após o registro do contrato. As 
despesas de escritura e registro ficam a cargo 
do comprador, salvo cláusula em contrário. 
 
“Art. 490. Salvo cláusula em contrário, ficarão as 
despesas de escritura e registro a cargo do 
comprador, e a cargo do vendedor as da 
tradição”. 
 
Na igualdade das partes, é possível transferir os 
ônus para a outra parte, salvo acordo em 
contrário. O vendedor é responsável pelos 
débitos até a entrega. 
• O “vendedor, salvo convenção em contrário, 
responde por todos os débitos que gravem a 
coisa até o momento da tradição”, na forma 
do art. 502 do CC/2002. 
 
 
RESPONSABILIDADE CIVIL PELOS 
RISCOS DA COISA 
A propriedade da coisa vendida só é transferida 
quando ocorre a entrega ou o registro. Até que 
um desses atos seja realizado, a coisa continua 
sob a responsabilidade do vendedor. O 
vendedor é responsável pela integridade da 
coisa, incluindo o risco de perda por eventos 
imprevisíveis. Aplica-se o princípio de que "a coisa 
perece para o dono". 
 
“Art. 492. Até o momento da tradição, os riscos 
da coisa correm por conta do vendedor, e os do 
preço por conta do comprador”. 
 
No momento de contar, marcar ou assinalar 
coisas que geralmente são recebidas dessa 
maneira, se ocorrerem eventos fortuitos, o 
comprador será responsável se as coisas 
estiverem disponíveis para ele. 
• Por exemplo, se o comprador solicitar a 
reunião de animais em uma determinada 
localização e ocorrer um acidente que cause 
a perda de alguns animais, o comprador 
arcará com o prejuízo. No entanto, se os 
animais estiverem na propriedade do 
vendedor, o comprador não será 
responsável, pois os animais não teriam saído 
de seu habitat natural. 
 
➢ Além disso, se o comprador estiver em 
mora de receber as coisas que foram 
disponibilizadas no tempo, local e 
modo acordados, ele também 
assumirá os riscos relacionados a essas 
coisas. 
 
A entrega da coisa vendida, na ausência de 
acordo expresso, ocorrerá no local em que ela se 
encontrava no momento da venda. No entanto, 
as partes podem estipular um local diferente para 
a entrega. 
 
As coisas entregues fora do local de 
concretização do negócio. A regra geral é de 
que a “tradição da coisa vendida, na falta de 
estipulação expressa, dar-se-á no lugar onde ela 
se encontrava, ao tempo da venda” (art. 493 do 
CC/2002). Todavia, nada impede que as partes 
estabeleçam que a tradição seja feita em lugar 
diverso. 
 
“Art. 494. Se a coisa for expedida para lugar 
diverso, por ordem do comprador, por sua conta 
correrão os riscos, uma vez entregue a quem haja 
de transportá-la, salvo se das instruções dele se 
afastar o vendedor”. 
No caso da "tradição simbólica", em que a 
entrega material do bem é substituída por um ato 
representativo, a propriedade é considerada 
legítima (finalidade declarada está consumada). 
O vendedor pode suspender a entrega até que o 
comprador forneça garantia de pagamento, 
que pode ser real ou pessoal. 
 
QUESTÕES ESPECIAIS REFERENTES À 
COMPRA E VENDA 
 
➔ VENDA A DESCENDENTE 
Este dispositivo impede descendentes de serem 
adquirentes em contratos de venda sem o 
consentimento dos demais descendentes, 
visando proteger a legítima. 
• A validade da venda depende da anuência 
dos herdeiros necessários preferenciais. 
 
• A interpretação sobre a natureza da restrição 
varia entre nulidade absoluta e 
anulabilidade, sendo que a jurisprudência 
tende a considerá-la anulável, conforme a 
Súmula 494 do STF. 
 
Súmula n. 494 — “A ação para anular venda de 
ascendente a descendente, sem consentimento 
dos demais, prescreve em 20 (vinte) anos, 
contados da data do ato, revogada a Súmula n. 
152” 
• A jurisprudência entender que é anulável, 
que teoricamente pela Súmula 494, seria no 
prazo de 20 anos, porém o artigo 179 
atualizou para 2 anos. 
“Art. 179. Quando a lei dispuser que determinado 
ato é anulável, sem estabelecer prazo para 
pleitear-se a anulação, será este de dois anos, a 
contar da data da conclusão do ato”. 
 
“Art. 496. É anulável a venda de ascendente a 
descendente, salvo se os outros descendentes e 
o cônjuge do alienante expressamente 
houverem consentido. 
Parágrafo único. Em ambos os casos, dispensa-se 
o consentimento do cônjuge se o regime de bens 
for o da separação obrigatória. 
 
Certas restrições foram estabelecidas para 
proteger interesses ou pessoas específicas. 
Exemplos incluem tutores que não podem adquirir 
bens do tutelado, irmãos que não podem se 
casar entre si, e servidores públicos proibidos de 
adquirir bens da entidade que servem. Juízes, 
peritos e auxiliares da justiça também têm 
restrições ao adquirir bens relacionados a 
processos em que atuam. Essas restrições não se 
aplicam em casos específicos, como compra 
entre coerdeiros ou pagamento de dívidas. 
Leiloeiros também estão sujeitos a essas restrições. 
 
 
➔ VENDA A CONDÔMINO 
Essa regra se aplica quando várias pessoas são 
proprietárias de um mesmo bem e desejam 
vendê-lo. Nesse caso, o condômino que pretende 
vender sua parte precisa oferecer aos outros 
coproprietários o direito de preferência, ou seja, a 
oportunidade de comprarem o bem antes de 
qualquer outra pessoa, desde que apresentem 
propostas equivalentes às de outros interessados. 
“Art. 504. Não pode um condômino em coisa 
indivisível vender a sua parte a estranhos, se outro 
consorte a quiser, tanto por tanto. O condômino, 
a quem não se der conhecimento da venda, 
poderá, depositando o preço, haver para si a 
parte vendida a estranhos, se o requerer no prazo 
de cento e oitenta dias, sob pena de 
decadência. 
Parágrafo único. Sendo muitos os condôminos, 
preferirá o que tiver benfeitorias de maior valor e, 
na falta de benfeitorias, o de quinhão maior. Se 
as partes forem iguais, haverão a parte vendida 
os comproprietários, que a quiserem, 
depositando previamente o preço” 
Caso, entretanto, concorra mais de um 
condômino interessado, as seguintes regras 
deverão ser observadas: 
a) preferirá o que tiver benfeitorias de maior 
valor; 
b) na falta de benfeitorias, o condômino de 
quinhão maior; 
c) se as partes forem iguais, terão direito à parte 
vendida os coproprietários, que a quiserem, 
depositando previamente o preço. 
 
 
➔ VENDA ENTRE CÔNJUGES E ENTRE 
COMPANHEIROS 
Após o casamento, os cônjuges têm direitos e 
deveres patrimoniais de acordo com o regime de 
bens escolhido. Em certos regimes, é possível 
vender um bem próprio para o outro cônjuge 
sem violara lei. 
“Art. 499. É lícita a compra e venda entre 
cônjuges, com relação a bens excluídos da 
comunhão”. 
 
 
VENDA “AD CORPUS” E VENDA “AD MENSURAM” 
De acordo com o artigo 500, se um imóvel for 
vendido com base em sua medida de extensão 
ou área especificada e essa medida não 
corresponder às dimensões reais, o comprador 
tem o direito de exigir a complementação da 
área ou, se não for possível, solicitar a rescisão do 
contrato ou um abatimento proporcional no 
preço. 
• A diferença entre a dimensão real e a 
declarada for igual ou inferior a 5% da área 
total. Nesse caso, o comprador não terá 
direito a nenhuma compensação, a menos 
que ele prove que, nessas circunstâncias, não 
teria realizado o negócio. 
 
O prazo para exercer esses direitos é de um ano a 
partir do registro do título, sendo um prazo 
decadencial. No entanto, se houver atraso na 
entrega da posse do imóvel por responsabilidade 
do vendedor, o prazo começa a partir dessa 
data, pois é a partir da posse efetiva que o 
comprador pode verificar o imóvel e identificar o 
defeito. 
 
“Art. 500. Se, na venda de um imóvel, se estipular 
o preço por medida de extensão, ou se 
determinar a respectiva área, e esta não 
corresponder, em qualquer dos casos, às 
dimensões dadas, o comprador terá o direito de 
exigir o complemento da área, e, não sendo isso 
possível, o de reclamar a resolução do contrato 
ou abatimento proporcional ao preço. 
 
 
➔ PROMESSA/COMPROMISSO DE COMPRA E 
VENDA 
 
O Contrato de Promessa ou Compromisso de 
Compra e Venda é um contrato preliminar que 
tem como objetivo estabelecer um contrato 
futuro de compra e venda. Nesse tipo de 
contrato, o vendedor permanece como 
proprietário até que o preço seja totalmente 
pago, o que proporciona uma garantia eficiente 
para o vendedor. 
 
Art. 1.417. Mediante promessa de compra e 
venda, em que se não pactuou arrependimento, 
celebrada por instrumento público ou particular, 
e registrada no Cartório de Registro de Imóveis, 
adquire o promitente comprador direito real à 
aquisição do imóvel. 
Art. 1.418. O promitente comprador, titular de 
direito real, pode exigir do promitente vendedor, 
ou de terceiros, a quem os direitos deste forem 
cedidos, a outorga da escritura definitiva de 
compra e venda, conforme o disposto no 
instrumento preliminar; e, se houver recusa, 
requerer ao juiz a adjudicação do imóvel”. 
 
• Adjudicação compulsória 
A Promessa Irretratável de Compra e Venda 
oferece uma vantagem significativa: permite a 
transferência forçada do bem, graças à sua 
eficácia real. No entanto, essa promessa só se 
torna eficaz de fato quando registrada no 
Cartório de Registro de Imóveis. Em outras 
palavras, o vendedor não pode voltar atrás na 
promessa e, se houver o registro adequado, o 
comprador tem o direito de exigir a transferência 
do imóvel, mesmo que o vendedor se recuse. 
 
➔ Execução específica do compromisso de 
venda não registrado 
Uma vez não registrado o compromisso de 
compra e venda, o direito real do promitente 
comprador não se teria constituído. 
(STJ) Súmula n. 84 – É admissível a oposição de 
embargos de terceiro fundados em alegação de 
posse advinda do compromisso de compra e 
venda de imóvel, ainda que desprovido de 
registro. 
(STJ) Súmula n. 239 – O direito à adjudicação 
compulsória não se condiciona ao registro do 
compromisso de compra e venda no cartório de 
imóveis. 
 
CLÁUSULAS ESPECIAIS OU PACTOS 
ACESSÓRIOS À COMPRA E VENDA 
 
➔ RETROVENDA 
A cláusula de retrovenda é um termo adicional 
incluído no contrato de compra e venda, em que 
o vendedor tem o direito de desfazer o negócio, 
devolvendo o valor recebido e reembolsando as 
despesas do comprador. Também conhecida 
como cláusula de retrato ou pacto de 
retrovendendo, ela garante ao vendedor essa 
prerrogativa de rescisão do contrato. 
• Direito de arrependimento 
 
• Usado muito antigamente como forma de 
empréstimo, em que vendia o bem, para ter 
o dinheiro e posteriormente quando tivesse 
uma a melhor condição reaveria a casa. 
 
• O vendedor poderá desfazer o negócio de 
compra e venda no futuro, desde que 
reembolse o comprador. 
 
“Art. 507. O direito de retrato, que é cessível e 
transmissível a herdeiros e legatários, poderá ser 
exercido contra o terceiro adquirente”. 
“Art. 506. Se o comprador se recusar a receber as 
quantias a que faz jus, o vendedor, para exercer 
o direito de resgate, as depositará judicialmente. 
Parágrafo único. Verificada a insuficiência do 
depósito judicial, não será o vendedor restituído 
no domínio da coisa, até e enquanto não for 
integralmente pago o comprador. 
• Direito de retrato só poderá existir se o bem 
estiver registrado no registro de imóveis 
 
➔ VENDA A CONTENTO E SUJEITA À PROVA 
(POR EXPERIMENTAÇÃO) 
 
A venda a contento: depende da satisfação do 
comprador. 
• “Sua satisfação ou o seu dinheiro de volta” 
 
venda sujeita a prova: requer a conformidade do 
bem às expectativas. 
• Ex: teste drive 
 
• Deve ter elementos objetivos que impedem 
de realizar a compra (não pode ser por 
motivos simples, como exemplo, não gostei 
da cor do carro...) 
 
• Antes da realização da compra o comprador 
é mero comodatário. 
 
Ambas as cláusulas se referem a vendas 
realizadas sob condição suspensiva, vale dizer, 
ao agrado do comprador ou à adequação do 
bem à finalidade desejada. 
• Enquanto a condição suspensiva não for 
cumprida, o vendedor mantém a 
propriedade e suporta as perdas. 
 
• O comprador é considerado um detentor 
temporário, com posse precária, até que a 
condição seja satisfeita. 
 
➔ PREEMPÇÃO OU PREFERÊNCIA 
A cláusula de preferência no contrato de 
compra e venda estabelecerá um prazo 
determinado, decidido pelas partes, que não 
poderá ser superior a 180 dias para bens móveis 
ou 2 anos para bens imóveis, conforme o 
parágrafo único do artigo 513 do Código Civil de 
2002. 
“Art. 517. Quando o direito de preempção for 
estipulado a favor de dois ou mais indivíduos em 
comum, só pode ser exercido em relação à coisa 
no seu todo. Se alguma das pessoas, a quem ele 
toque, perder ou não exercer o seu direito, 
poderão as demais utilizá-lo na forma sobredita”. 
 
“Art. 518. Responderá por perdas e danos o 
comprador, se alienar a coisa sem ter dado ao 
vendedor ciência do preço e das vantagens que 
por ela lhe oferecem. Responderá solidariamente 
o adquirente, se tiver procedido de má-fé”. 
• Adquire-se a preferência contratualmente. 
 
• Se ho uver mais de uma pessoa com direito 
de preferência, será válido aquele que utilizar 
primeiro o direito. 
 
Preferência de venda para locatário: arts. 27 a 34 
da Lei n. 8.245/91 
 
Art. 520 do CC/2002: “ O direito de preferência 
não se pode ceder nem passa aos herdeiros”. 
 
RETROVENDA 
• O negócio original é desfeito 
 
• Aplica-se apenas a imóveis 
 
• O vendedor tem o direito de readquirir a 
coisa e o comprador é obrigado a vender 
 
• Pode ser transferido a terceiros 
 
 
CLÁUSULA DE PREFERÊNCIA 
• Ocorre uma nova aquisição pelo vendedor. 
 
• Abrange móveis e imóveis. 
 
• O comprador não tem a obrigação de 
vender. 
 
• Não pode ser transferido a terceiros. 
 
➔ VENDA COM RESERVA DE DOMÍNIO 
“Art. 524. A transferência de propriedade ao 
comprador dá-se no momento em que o preço 
esteja integralmente pago. Todavia, pelos riscos 
da coisa responde o comprador, a partir de 
quando lhe foi entregue”. 
“Art. 528. Se o vendedor receber o pagamento à 
vista, ou, posteriormente, mediante 
financiamento de instituição do mercado de 
capitais, a esta caberá exercer os direitos e 
ações decorrentes do contrato, a benefício de 
qualquer outro. A operação financeira e a 
respectiva ciência do comprador constarão do 
registro do contrato”. 
Exemplo: A alienação fiduciária é um contrato 
em que alguém compra um carro usando 
dinheiro emprestado pelobanco, mas a 
propriedade do veículo só será transferida para o 
comprador após o pagamento total do 
empréstimo. Durante esse período, o comprador 
possui apenas a posse do bem, mas não a 
propriedade legal. 
 
Hipótese de inadimplência, o art. 526, do Código 
Civil de 2002, oferece duas opções ao vendedor: 
a) exigir o pagamento das obrigações vencidas 
e vincendas. 
b) reaver a coisa, uma vez que o comprador não 
tem mais justo título a respaldar a sua posse. 
 
“Art. 527. Na segunda hipótese do artigo 
antecedente, é facultado ao vendedor reter as 
prestações pagas até o necessário para cobrir a 
depreciação da coisa, as despesas feitas e o 
mais que de direito lhe for devido. O excedente 
será devolvido ao comprador; e o que faltar lhe 
será cobrado, tudo na forma da lei processual”. 
 
 
➔ VENDA SOBRE DOCUMENTOS 
Esse instituto é amplamente utilizado, 
especialmente no comércio marítimo, com o 
objetivo de agilizar as transações comerciais. 
Nele, a transferência da posse da coisa é 
substituída pela entrega de um título 
representativo e outros documentos exigidos pelo 
contrato, ou de acordo com os usos do setor, 
evitando a necessidade de verificar a coisa em 
si, que muitas vezes está sob a posse de terceiros, 
como transportadores ou depositários. Isso 
permite concluir o negócio de forma mais 
eficiente. 
 
 
“Art. 531. Se entre os documentos entregues ao 
comprador figurar apólice de seguro que cubra 
os riscos do transporte, correm estes à conta do 
comprador, salvo se, ao ser concluído o contrato, 
tivesse o vendedor ciência da perda ou avaria 
da coisa”. 
 
“Art. 532. Estipulado o pagamento por intermédio 
de estabelecimento bancário, caberá a este 
efetuá-lo contra a entrega dos documentos, sem 
obrigação de verificar a coisa vendida, pela qual 
não responde. 
Parágrafo único. Nesse caso, somente após a 
recusa do estabelecimento bancário a efetuar o 
pagamento, poderá o vendedor pretendê-lo, 
diretamente do comprador”. 
• Mesmo após a entrega do manifesto, é 
possível questionar qualquer problema ou 
divergência, como vícios, que surjam 
posteriormente. 
 
• Em regra, o comprador deve fazer seguro 
sobre a carga (coisa). 
 
• Só ocorrerá o pagamento do seguro por parte 
do vendedor, quando este souber de um risco 
existente para a entrega do objeto ou souber 
da existência de vícios e mesmo assim agir de 
má-fé, como exemplo, orquestrar falso roubo 
da carga, para que assim seja pago pela 
seguradora, comprovado a má-fé será 
responsabilidade do vendedor. 
 
• Se não houver seguro, quem se responsabiliza 
pela carga será o vendedor. 
 
• Se o vendedor enviar produto com vício, não 
entregar o produto, ou for responsável por 
não entregar o produto em perfeito estado, 
poderá assim pagar pelos danos gerados 
(deverá comprovar a culpa do vendedor).

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