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1 INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SÃO PAULO – IFSP MATHEUS JACOB CAMARGO 1513397 ENSAIO NÃO DESTRUTIVO: LÍQUIDO PENETRANTE SERTÃOZINHO 2017 2 RESUMO O ensaio por líquidos penetrantes é um método desenvolvido especialmente para a detecção de descontinuidades essencialmente superficiais, e ainda que estejam abertas na superfície do material. Este método, se iniciou antes da primeira guerra mundial, principalmente pela indústria ferroviária na inspeção de eixos, porém tomou impulso quando em 1942, nos EUA, foi desenvolvido o método de penetrantes fluorescentes. Nesta época, o ensaio foi adotado pelas indústrias aeronáuticas, que trabalhando com ligas não ferrosas, necessitavam um método de detecção de defeitos superficiais diferentes do ensaio por partículas magnéticas (não aplicável a materiais não magnéticos). A partir da segunda guerra mundial, o método foi se desenvolvendo, através da pesquisa e o aprimoramento de novos produtos utilizados no ensaio, até seu estágio atual. (ANDREUCCI, 2007) 3 SUMÁRIO 1. FINALIDADE DO ENSAIO..............................................................................04 2. MATERIAIS E MÉTODOS..............................................................................04 2.1 MATERIAIS....................................................................................................04 2.2 MÉTODOS......................................................................................................07 3. REALIZAÇÃO DO ENSAIO............................................................................08 4. CONCLUSÃO DO ENSAIO............................................................................14 5. REFERÊNCIAS................................................................................................17 4 1. FINALIDADE DO ENSAIO O ensaio por líquidos penetrantes presta-se a detectar descontinuidades superficiais e que sejam abertas na superfície, tais como trincas, poros, dobras, etc., podendo ser aplicado em todos os materiais sólidos e que não sejam porosos ou com superfície muito grosseira. É muito usado em materiais não magnéticos como alumínio, magnésio, aços inoxidáveis austeníticos, ligas de titânio, e zircônio, além dos materiais magnéticos. É também aplicado em cerâmica vitrificada, vidro e plásticos. (ANDREUCCI, 2007) 2. MATERIAIS E MÉTODOS 2.1. MATERIAIS Para a realização desse trabalho foram utilizados: Figura 1: Micro retífica com escova rotativa de aço 5 Figura 2: Álcool etílico hidratado 70º Figura 3: Pano de algodão 6 Figura 4: Líquido penetrante Figura 5: Revelador 7 Figura 6: Chapa aço carbono 1020 soldada, usada para realizar o ensaio 2.2. MÉTODOS O ensaio por líquido penetrante baseia-se na ação do fenômeno chamado capilaridade, que é a tendência que algumas substâncias apresentam de subirem ou descerem por paredes de tubos finos (tubos capilares) ou de se deslocar por curtos espaços existentes em materiais porosos, como tecidos de algodão ou esponjas. Esse mecanismo permite que os fluidos se desloquem ainda que estejam contra a força gravitacional. (CARDOSO, 2017) O método consiste em fazer penetrar na abertura da descontinuidade um líquido. Após a remoção do excesso de líquido da superfície, faz-se sair da descontinuidade o líquido retido através de um revelador. A imagem da descontinuidade fica então desenhada sobre a superfície. Podemos descrever o método em seis etapas principais no ensaio, quais sejam: preparação da superfície; aplicação do penetrante; remoção do excesso de penetrante; revelação; avaliação e inspeção e limpeza pós ensaio. (ANDREUCCI, 2007) 8 3. REALIZAÇÃO DO ENSAIO O método consiste basicamente em fazer penetrar na abertura da descontinuidade (1) o líquido penetrante (2). Após a remoção do excesso de líquido da superfície depois de certo tempo de espera (3), faz-se sair da descontinuidade o líquido retido através de um revelador. A imagem da descontinuidade fica então desenhada sobre a superfície (4). Figura 7: Síntese do processo Podemos descrever o ensaio de maneira mais detalhada através das seguintes etapas: A) Preparação da superfície (limpeza): Antes de se iniciar o ensaio, a superfície deve ser limpa e seca. Não devem existir água, óleo ou outro contaminante. Contaminantes ou excesso de rugosidade, ferrugem, etc., tornam o ensaio não confiável. (ANDREUCCI, 2007) Portanto, efetuamos a limpeza da chapa de aço a ser analisada usando uma micro retífica com escova rotativa de aço, e, após a retirada de sujeiras diversas e oxidações, para finalizar a limpeza, abstergemos a superfície a ser analisada através do uso de álcool etílico hidratado que foi espalhado com a ajuda de um pano de algodão. 9 Figura 8: Placa a ser analisada, antes da limpeza (frente e verso respectivamente) Figura 9: Limpeza da peça com a micro retífica 10 Figura 10: Limpeza da peça com pano de algodão embebido em álcool B) Aplicação do penetrante: Consiste na aplicação de um líquido chamado penetrante, geralmente de cor vermelha, de tal maneira que forme um filme sobre a superfície e que por ação do fenômeno chamado capilaridade penetre na descontinuidade. Deve ser dado um certo tempo para que a penetração se complete. (ANDREUCCI, 2007) No caso, esperamos 10 min (dez minutos) para que pudéssemos lavar a peça para a próxima etapa. Figura 11: Aplicação do penetrante em ambos os lados da chapa 11 C) Remoção do excesso de penetrante: Consiste na remoção do excesso do penetrante da superfície, através de produtos adequados, condizentes com o tipo de líquido penetrante aplicado, devendo a superfície ficar isenta de qualquer resíduo na superfície. (ANDREUCCI, 2007) Utilizamos água corrente em regime de escoamento laminar. Após retirarmos o excesso de penetrante, secamos a chapa para assim realizarmos a próxima etapa. Figura 12: Remoção do penetrante Figura 13: Secagem da chapa 12 D) Revelação: Consiste na aplicação de um filme uniforme de revelador sobre a superfície. O revelador é usualmente um pó fino (talco) branco. Pode ser aplicado seco ou em suspensão, em algum líquido. O revelador age absorvendo o penetrante das descontinuidades e, revelando-as. Deve ser previsto um determinado tempo de revelação para sucesso do ensaio. (ANDREUCCI, 2007) Figura 14: Aplicação do revelador (frente) 13 Figura 15: Aplicação do revelador (verso) E) Avaliação e inspeção: Após a aplicação do revelador, as indicações começam a serem observadas, através da mancha causada pela absorção do penetrante contido nas aberturas, e que serão objetos de avaliação. A inspeção deve ser feita sob boas condições de luminosidade,se o penetrante é do tipo visível (cor contrastante com o revelador) ou sob luz negra, em área escurecida, caso o penetrante seja fluorescente. (ANDREUCCI, 2007) 14 Figura 16: Análise e inspeção da chapa F) Limpeza pós ensaio: A última etapa, geralmente obrigatória, é a limpeza de todos os resíduos de produtos, que podem prejudicar uma etapa posterior de trabalho da peça (soldagem, usinagem, etc.). 4. CONCLUSÃO DO ENSAIO Através do ensaio de líquido penetrante, que é uma ferramenta muito importante, podendo ser realizada de uma maneira simples e rápida, pudemos inspecionar a chapa que foi soldada em busca de trincas e imperfeições. No material analisado não foi constatado nenhum tipo de trinca, porém, foi notado poros na chapa. 15 Figura 17: Porosidade superficial encontradas na solda O critério de aceitação conforme AWS D1.1 é o mesmo para inspeção visual e que se encontra na tabela a seguir. Figura 18: Tabela 6.1 do AWS D1.1: 2004 Porosidade 16 Segundo Andreucci (2007), para o critério de aceitação, uma indicação é uma evidência de uma imperfeição mecânica. Somente indicações com dimensões maiores que 1/16 pol. (1,5 mm) devem ser consideradas como relevante. A) Uma indicação linear é aquela tendo um comprimento maior que três vezes a largura. B) Uma indicação arredondada é aquela na forma circular ou elíptica com comprimento igual ou menor que três vezes a largura. C) Qualquer indicação questionável ou duvidosa, deve ser reinspecionada para determinar se indicações relevantes estão ou não presentes. Logo, podemos descartar riscos através das imperfeições analisadas na solda através do ensaio, pois, tais, não são de dimensões e nem frequência preocupante. 17 5. REFERÊNCIAS ANDREUCCI, Ricardo. Generalidades: Introdução. In: ANDREUCCI, Ricardo. Líquidos Penetrantes. [S.l.: s.n.], 2007. p. 4-45. Disponível em: <http://www.abende.org.br>. Acesso em: 27 set. 2017. CARDOSO, Mayara. Capilaridade. Disponível em: <http://www.infoescola.com/fisica/capilaridade/>. Acesso em: 27 set. 2017.
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