Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Potássio e Adubação Potássica DINÂMICA DO POTÁSSIO NO SOLO Potássio no solo - Exigido em grande quantidade pelas plantas. - teor adequado no tecidovegetal entre 2 e 5% - Faz parte da estrutura dos minerais. - feldspatos e micas (primários) - ilita e vermiculita (2:1) - mais abundante nos solos 0,3 a 30 g kg-1 - menos em solos tropicais - É facilmente lixiviado no perfil. Introdução É um dos 3 macronutrientes primários Na planta: [K] N [K] > P Concentração no tecido depende: espécie variedade parte da planta época de amostragem Demanda por K pelas culturas Arroz Feijão Milho Soja Sorgo Trigo Demanda de K (kg K2O t -1 grão) 3 15 6 20 4 6 Recomendação de K (kg K2O ha -1 t-1 grão) 10 20 10 25 10 10 Importância do K para as plantas Potássio no solo - Difusão é o processo mais importante de transporte (80%) - É absorvido com íon K+ Formas: -trocável - ligado às cargas de superfície - compostos da MO - não trocável - internamente nos argilominerais ou entrecamadas Potássio no solo • O teor total no solo depende: do material de origem; do grau de intemperização; do uso agrícola do solo. Potássio na planta - Na planta, permanece na forma iônica - ativador enzimático (fotossitese e respiração) - síntese protéica - resistência ao acamamento - turgescência - abertura estômatos - Deficiência: - fome oculta - menor resistência a seca - folhas velhas (pontas e margens) Deficiência de K nas plantas Sintomas gerais de deficiência de potássio • Os sintomas de deficiência de K manifestam–se primeiro nas folhas velhas • As plantas se tornam escuras; • Encurtamento do caule; • Clorose nas folhas velhas, seguidas de necrose; • Colmos fracos, acamamento comum; • Sementes e frutos são pequenos, chôchos e mal granados Deficiência de K em milho Bordas das folhas mais velhas roxas, tendendo a necrosar Continuação... Deficiência de K Potássio na solução - De onde a planta absorve o K+ - Concentração pode variar de 1 até 50 mg L-1 - Representa parte do K trocável Poder tampão de potássio K trocável/K solução K Solução do solo K ESTRUTURAL K trocável K Não trocável CTC POTÁSSIO NO SOLO 1) Potássio estrutural Faz parte dos minerais primários e argilominerais Constitui 90 a 98% do K total e representa a capacidade potencial do solo de suprir este elemento às culturas Os principais minerais portadores de K são os feldspatos (KAlSi3O8, NaAlSi3O8 e CaAlSi3O8) e as micas [KAl2Si3AlO10(OH)2 e K(Fe 2+, Mg2+)Si3AlO10(OH)2] Intemperização do feldspato de K: KAlSi3O8 + H + HAlSi3O8 + K + Intemperização das micas: Mica Ilita vermiculita caulinita óxidos de Fe e Al 2) Potássio fixado É o K aprisionado entre as lâminas das argilas 2:1 O K fixado é lentamente disponível para as plantas Representa 1 a 10% do K total 3) Potássio Trocável É o K adsorvido às cargas negativas do solo por forças eletrostáticas Representa 1 a 2% do K total 4) Potássio na solução É o K dissolvido na água do solo e é a forma absorvida pelas plantas Sua concentração é baixa – 0,1 a 0,2% do K total H+ H+ H+ H + H + H + H + H + H + H + Potássio - K+1 (cmol+/dm 3) Ca+2 K+ K+ K+ Ca+2 Mg+2 Ca+2 Ca+2 Mg+2 K+ K+ H+ Ca +2 O K+ é um elemento de ciclo exclusivamente mineral no solo, devido sua baixa carga e grande raio iônico tem alta mobilidade no perfil extremamente sujeito a mobilidade; Maiores problemas em solos arenosos devido a baixa CTC H+ H+ H+ H + H + H + H + H + H + H + Potássio - K+1 (cmol+/dm 3) Ca+2 K+ K+ K+ Ca+2 Mg+2 Ca+2 Ca+2 Mg+2 K+ K+ H + Ca +2 H+ H+ H+ H + H + H + H + H + H + H + Potássio - K+1 (cmol+/dm 3) Ca+2 K+ K+ K+ Ca+2 Mg+2 Ca+2 Ca+2 Mg+2 K+ K+ H + Ca+2 H+ H+ H+ H + H + H + H + H + H + H + Potássio - K+1 (cmol+/dm 3) Ca+2 K+ K+ K+ Ca+2 Mg+2 Ca+2 Ca+2 Mg+2 K+ K+ H + Ca+2 LIXIVIAÇÃO Dinâmica do potássio no solo Dinâmica do potássio no solo Fertilizantes comerciais K-trocável (1 a 2%) Minerais primários K-estrutural (90 a 98%) K na SS (0,1 a 0,2%) K-fixado Remoção pelas culturas lixiviação Resumo FORMAS DE K OCORRÊNCIA K-estrutural em minerais primários e argilominerais Feldspatos, micas, etc. 90 a 98% do K-total. Muito pouco disponível as plantas K-fixado Fixado entre as lâminas de argila. 1 a 10% do K total. Lentamente disponível às plantas K-trocável Ligado aos pontos de troca. 1 a 2% do K-total. Prontamente disponível às plantas K-solução Contido na SS. 0,1 a 0,2% do K- total. Prontamente disponível Fatores que afetam disponibilidade Teor de água no solo afeta difusão gradiente de concentração de K Relação K: Ca + Mg equilíbrio entre os cátions do solo Material de origem granito, siltito, argilito – alto K basalto – baixo K Estado Solos Concentração Fonte mg kg-1 DF 1 300 Sousa et al. (1979) RS 11 3.240 a 29.000 Nachtigall & Vahl (1989) RS 44 2.600 a 39.500 Nachtigall & Vahl (1991) PR 2 780 a 867 Silva et al. (1995) RS 3 1.878 a 12.300 Meurer & Rosso (1997) RS 4 1.944 a 5.417 Castilhos et al. (2002) MG 4 1.040 a 9.370 Villa et al. (2004) Cerrado 5 144 a 2.037 Vilela et al. (2004) Valores de K-total em alguns solos brasileiros Fonte: Ernani et al. (2007) – Fertilidade do Solo – SBCS Fatores que afetam disponibilidade Mineralogia minerais primários – alto K secundários e caulinita – baixo K CTC do solo maior CTC, maior disponibilidade reduz lixiviação Textura argilosos – mais água, melhor difusão Fatores que afetam disponibilidade pH do solo maior pH, maior CTC – alto K calagem pode favorecer lixiviação gessagem também favorece lixiviação (depende também da concentração de K no solo) Fatores de planta morfologia de raíz presença de pêlos – favorece absorção Análise de solo para K Extratores: • Acetato de amônio • Mehlich-1 • Resina trocadora Todos são métodos seguros para recomendação de adubação - teor de suficiência: RS e SC varia de 35 a 90 mg dm-3 Rendimento relativo das culturas aos níveis de nutrientes no solo. Dose de nutriente a aplicar de acordo com a classe do solo. Adubação potássica épocas adequadas • Elevada lixiviação parcelamento da aplicação • Formação a lanço, aplicação com incorporação reduz perdas • Manutenção parcelar a aplicação junto com o fertilizante nitrogenado (baixa CTC), junto com o fósforo (alta CTC) Adubação potássica Ter cuidado com efeito salino – aplicação em linha de semeadura Quando doses altas, parcelar Aplicar a lanço, antes da semeadura ou em cobertura, junto com o N Adubação potássica fontes KCl - possui 60%de K2O e 47% de Cl Sulfato de K – 48% de K2O e 15% de S Nitrato de K – 46% de K2O e 13% de N As dosagens a serem aplicadas são fornecidas de forma segura nas tabelas de recomendação O Brasil possui reservas de potássio, na forma de silvinita, em Sergipe e Amazonas Déficit a ser suprido via importação, o que gera um ônus para a balança comercial do setor mineral do país – atenção especial governamental O BRASIL IMPORTOU 4,1 MILHÕES DE TON EM 2007, DOS QUAIS: 29% 19% 18% 18% 12% Canadá Rússia Bielo-Rússia Alemanha Israel Fonte: geólogo Marcos Fabro Dias / Mineropar – Revista CREAPR, nº 53 milho Soja Adubos potássicos Cloreto de potássio: KCl – apresenta de 60 a 62% de potássio (K2O) solúvel em água e 47% de Cl. Pode se apresentar na cor branca ou rosada (avermelhada). É um fertilizante com elevado índice salino, que pode prejudicar a germinação ou o crescimento inicial das plantas, se aplicado muito próximo das sementes/mudas, principalmente em solos com baixa CTC Doses maiores que 80 kg K2O/ha, em solos argilosos, ou maiores que 50 kg K2O/ha, em solos arenosos: parcelar a adubação, aplicando uma parte antes da semeadura ou em cobertura Não recomendado para fumo e batatinha por afetar negativamente a combustão do cigarro e a produção de amido, respectivamente. Sulfato de potássio: K2SO4 – apresenta de 50 a 52% de potássio e 17 a 18% de enxofre solúvel em água. É usado para culturas sensíveis ao cloro. Ocupa 6% das vendas de K. Tem índice salino menor que o KCl Sulfato de potássio e magnésio: K2SO4 . 2MgSO4 - com 22% de potássio (K2O), 11% de magnésio e 22 a 23% de enxofre. Nitrato de potássio – KNO3 – possui cerca de 44% de K2O e 13% de N. Apesar do baixo índice salino, é bem mais caro que os demais, por isso pouco utilizado Índice salino dos adubos Tendência do adubo em aumentar a pressão osmótica da solução do solo provocada pelo fertilizante, comparada ao nitrato de sódio, cujo valor de referência é igual a 100 Quanto menor o índice salino do fertilizante, menor o risco de causar dano a planta ou semente (desidratar células) em períodos de seca ou com aplicação localizada O índice salino pode ser medido através da condutividade elétrica, que aumenta com a concentração de sais na solução do solo Índice salino: KCl = 116 KNO3 = 74 K2SO4 = 46 Métodos de aplicação fertilizantes potássicos Aplicação na linha Aplicação a lanço Combinação de aplicação em linha e a lanço Avaliação da disponibilidade de K Adubos potássicos Cloreto de potássio: KCl – apresenta de 60 a 62% de potássio (K2O) solúvel em água. Pode se apresentar na cor branca ou rosada (avermelhada). Sulfato de potássio: K2SO4 – apresenta de 50 a 52% de potássio e 17 a 18% de enxofre solúvel em água. É usado para culturas sensíveis ao cloro. Ocupa 6% das vendas de K Sulfato de potássio e magnésio: K2SO4 . 2MgSO4 - com 22% de potássio (K2O), 11% de magnésio e 22 a 23% de enxofre. Nitrato de potássio – KNO3 – possui cerca de 44% de K2O e 13% de N. Métodos de aplicação fertilizantes potássicos Aplicação na linha Aplicação a lanço Combinação de aplicação em linha e a lanço Índice salino dos adubos Tendência do adubo em aumentar a pressão osmótica da solução do solo, comparada à de igual peso de nitrato de sódio cujo valor de referência é igual a 100 Quanto menor o índice salino do fertilizante, menor o risco de causar dano a planta ou semente em períodos de seca ou com aplicação localizada O índice salino pode ser medido através da condutividade elétrica (expressa em dS/m), que aumenta com a concentração de sais na solução do solo Índice salino: KCl = 198 KNO3 = 130 K2SO4 = 96 ? Recomendação de adubação (ROLAS, 2004), para uma produtividade de 400 scs/alq.: N = 160 Kg/ha, com aplicação de 30 Kg/ha na base P2O5 = baixo = 85 Kg/ha K2O = alto = 30 Kg/ha Usando a formulação 10-30-10: N e K2O = 300 kg/ha = 726 kg/alq. = 14,5 scs/alq. P2O5 = 283 kg/ha = 686 kg/alq. = 13,7 scs/alq. Que formulações temos no mercado? 8-20-20: N = 375 kg/ha P2O5 = 425 kg/ha K2O = 150 kg/ha 34 Kg N/ha 85 Kg P2O5/ha 85 kg K2O/ha 5-25-25: N = 600 kg/ha P2O5 = 340 kg/ha K2O = 120 kg/ha 30 kg N/ha 150 kg P2O5/ha 150 kg K2O/ha Recomendação: N = 30 Kg/ha; P2O5 = 85 kg/ha; K2O = 30 kg/ha Perigos??? Excesso de adubo; Aumento do custo de produção; Desequilíbrio nutricional; Efeito salino. Conseqüências da salinidade Comprometimento no crescimento e distribuição das raízes; Dificuldade de absorção de água e nutrientes; Diminuição no stand de plantas. Solução!!!! Fancelli (2002) recomenda que a dose máxima de aplicação de K2O na semeadura do milho seja de 50 kg/ha, aplicados preferencialmente distante 8 cm das sementes E as quantidades excedentes?? Aplicação em pré-semeadura ou; Aplicação em cobertura dependendo da textura do solo. Pode-se utilizar uma quantidade maior que 50 kg/ha????? Sim, desde que observados alguns cuidados: Posição adequada do fertilizante em relação a semente; Volume e regularidade da chuva nos estádios iniciais de desenvolvimento da cultura. Manejo da adubação potássica a) Textura, tipo de solo e CTC. b) Parcelamento da adubação Solos arenosos, com baixa CTC e sujeito a chuvas intensas: - Adubação parcelada, principalmente em grandes quantidades, em linha ou sulco de plantio. Solos argilosos e com alta CTC: - pode-se optar por adubação total ou parcelada, de acordo com a disponibilidade de mão-de-obra. Manejo da adubação potássica c) Adubação potássica corretiva No caso da adubação corretiva deve-se distribuir o fertilizante a lanço d) Manejo dos restos culturais A grande parte do K absorvido pelas planta encontra- se nos restos culturais. 7000 7500 8000 8500 9000 9500 10000 Testemunha Plantio Plantio + 30 DAE Plantio + 60 DAE 30 DAE 30 + 60 DAE Tratamentos Re nd im en to, K g/h a Rendimento de grãos de milho em função de épocas de aplicação de Potássio b a a a a a 0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 Test. Plantio Plantio + 30 DAE Plantio + 60 DAE 30 DAE 30 + 60 DAE Tratamentos M S M ilh o, k g/ ha Matéria Seca de milho em função de épocas de aplicação de Potássio a ab ab ab ab c Parcelamento de K, 100 Kg K2O/ha (Giasson et al., 2004) UTFPR / Pato Branco Expressão do teor de K nos adubos Expresso em termos de K2O K2O contém 83% de K Obtém-se um fator: 100/83 = 1,20 para calcular o teor de K em adubos Custo médio de adubos potássicos Cloreto de potássio: R$ 600,00 . ton-1; Sulfato de potássio: R$ 1200 . ton-1; Nitrato de potássio: R$ 3000 . ton-1.
Compartilhar