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Aula 07
Direito Tributário p/ ISS Goiânia (com videoaulas)
Professor: Aluisio Neto
Direito Tributário para o ISS/GYNʹ Com vídeo Aulas 
Teoria e exercícios comentados 
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SUMÁRIO PÁGINA 
Apresentação Inicial 01 
Responsabilidade ± Conceitos 03 
Classificação da Responsabilidade Tributária 09 
Responsabilidade por Transferência 11 
Responsabilidade dos Sucessores 12 
Responsabilidade decorrente de Sucessão Imobiliária 15 
Responsabilidade decorrente de Sucessão Pessoal 22 
Responsabilidade decorrente de Sucessão Empresária 30 
Responsabilidade de Terceiros 41 
Responsabilidade em razão de atividade regular de 
terceiros 42 
Responsabilidade em razão de atividade irregular de 
terceiros 
49 
Responsabilidade por Infrações 56 
Responsabilidade Objetiva 58 
Responsabilidade Pessoal do Agente 62 
Denúncia Espontânea 68 
Substituição Tributária 77 
Substituição Tributária para frente 79 
Substituição Tributária para trás 88 
Responsabilidade por retenção de Imposto de Renda 93 
Questões Propostas 94 
Gabaritos 164 
 
 
Olá, amigo concurseiro e futuro servidor! 
Chegamos à sétima aula do nosso curso de direito tributário para o concurso 
de Auditor de Tributos Municipal (ATM) da Prefeitura de Goiânia. E os 
estudos, a todo vapor? Hoje vamos iniciar uma matéria decisiva na sua 
aprovação, responsável por uma boa parte dos pontos a serem conquistados 
pelos futuros aprovados. 
 
 
 
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Nessa aula iremos tratar dos seguintes temas: 
x Responsabilidade - Conceitos; 
x Responsabilidade dos Sucessores; 
x Responsabilidade de Terceiros; 
x Responsabilidade por Infrações; 
x Substituição Tributária. 
Qualquer dúvida que surgir, peço que a envie o mais breve possível ao nosso 
fórum de dúvidas para que ela seja sanada e não ocorram atrasos em seus 
estudos. Seguem ainda os meus dois e-mails: 
aluisioalneto@gmail.com 
www.facebook.com/aluisioalneto 
www.facebook.com/prosatributaria 
Boa sorte! E bons estudos! 
 
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Responsabilidade - Conceitos 
 
No primeiro item da nossa aula de hoje iremos estudar os efeitos da 
atribuição de responsabilidade tributária às pessoas expressamente previstas 
na lei, conhecidas como responsáveis tributários, conforme nos diz o artigo 
121, parágrafo único, I, do CTN, também denominados de sujeito passivo 
INDIRETO (os sujeitos passivos diretos, por sua vez, são os contribuintes, 
outra espécie do gênero sujeito passivo). 
Os responsáveis tributários são as pessoas escolhidas expressamente pela lei 
para responder pelos tributos devidos originalmente pelos contribuintes e 
que, em razão de situações previstas em lei, são desonerados do pagamento, 
seja total ou parcialmente. O mesmo se observa quanto ao cumprimento de 
obrigações acessórias, como ocorre quanto àqueles que são responsáveis 
pela retenção e recolhimento do imposto sobre a renda devido pelas pessoas 
físicas, por exemplo. 
Desse modo, a atribuição de responsabilidade tributária pode ser dar tanto 
em relação ao cumprimento de obrigação tributária principal quanto de 
obrigação tributária acessória. Ou de ambas! - 
Um ponto muito importante deve ser bem memorizado: os responsáveis 
são as pessoas expressamente designadas em lei, não possuindo 
relação pessoal e direta com o fato gerador da obrigação. Os 
responsáveis, assim, possuem, de alguma forma, VINCULAÇÃO com o fato 
gerador da obrigação tributária, muito embora essa vinculação, repito, não 
seja de forma direta. 
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Nesse rumo, temos o que nos diz o artigo 128 do CTN, que assim nos diz: 
³$UW�� ����� 6HP� SUHMXt]R� GR� GLVSRVWR� QHVWH� FDStWXOR�� D� OHL� SRGH�
atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito 
tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da 
respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do 
contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do 
cumprimento total ou parcial GD� UHIHULGD� REULJDomR�´� �*ULIRV�
nosso) 
Esse artigo possui muitas informações importantes e de grande importância 
para a sua prova, costumando ser bastante cobrados pelos elaboradores das 
questões. Vamos a eles. 
1) A ATRIBUIÇÃO DE RESPONSABILIDADE DEVE SER DE MODO 
EXPRESSO, e por meio de lei em sentido estrito, sem a qual ninguém 
poderá ser considerado responsável pelo pagamento de tributo algum. 
SOMENTE A LEI PODE ATRIBUIR RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA; 
Por exemplo, suponha que determinada lei estadual preveja a 
obrigação do pagamento do ICMS àqueles que fazem circular 
mercadorias no território de determinado estado. Uma empresa 
irregular, tentando se beneficiar do fato, fez circular mercadorias e, 
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espertamente, deixou de pagar o ICMS devido, contratando uma 
empresa de transporte para tanto. 
Ao ser barrado pela fiscalização estadual, o caminhão da empresa 
transportadora não apresentou documentos que comprovassem o 
pagamento do ICMS e que era de fornecimento obrigatório pela 
empresa que contratou o serviço de transporte. 
Supondo que a empresa não exista e nem possa saldar o valor 
tributário devido, a autoridade fiscal não poderá cobrar os valores do 
proprietário do veículo que transportar mercadoria irregular caso essa 
previsão não esteja expressa em lei competente para tanto. Sem 
previsão expressa em lei, e mesmo estando diretamente relacionada ao 
fato gerador do imposto, nenhuma responsabilidade poderá ser 
atribuída ao transportador. 
2) A terceira pessoa escolhida na lei de modo expresso DEVE SER 
VINCULADA AO FATO GERADOR, sem o qual é indevida a atribuição, 
podendo ser levada a discussão ao poder judiciário. 
Por exemplo, a lei não poder atribuir aos donos de padaria a 
responsabilidade pelo pagamento do ICMS devido no caso de uma 
venda realizada pela fábrica de farinha de trigo a um supermercado, 
ainda que a padaria tenha adquirido a farinha no supermercado. 
Diferentemente é a atribuição de responsabilidade, no mesmo caso, ao 
transportador da farinha de trigo da fábrica desta ao supermercado, 
uma vez que este possui vinculação com o fato gerador. Veja o que nos 
diz o STJ sobre o tema de atribuição de responsabilidade: 
³2�DJHQWH�PDUtWLPR�QmR�p�FRQVLGHUDGR�UHVSRQViYHO�WULEXWiULR�
nem se equipara ao transportador para efeitos do Decreto-
Lei nº 37/66, mesmo com a assinatura de Termo de 
Compromisso ou equivalente. (AgRg no REsp 1153503/SP, 
GH�������������´ 
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Ainda que haja previsão em lei atribuindo responsabilidadea terceiros, 
esse sempre deve possuir relação com o fato gerador. A escolha, 
mesmo que baseada em lei, não pode ser desvirtuada para alcançar 
irrestritamente qualquer pessoa. As esposas, por exemplo, não podem 
ser as responsáveis tributárias pelos impostos devidos pelas 
distribuidoras de cervejas consumidas pelos seus respectivos maridos, 
ainda que haja previsão em lei. - (exagerei, eu sei, mas foi apenas 
para ilustrar a razoabilidade da atribuição da responsabilidade 
tributária) 
Desse modo, a atribuição de responsabilidade pelo legislador ordinário 
não poderá ser arbitrária! 
3) A lei poderá excluir qualquer responsabilidade do contribuinte, 
atribuindo essa inteiramente ao responsável, ou de modo parcial; 
A atribuição de responsabilidade tributária pode se dar tanto de forma 
integral quanto parcial, excluindo a obrigação do contribuinte, assim, 
também de forma integral ou parcial. Veja o que diz o item seguinte! 
4) Do mesmo modo, poderá atribuir a responsabilidade ao contribuinte 
(que, na verdade, seria apenas manter algumas que ele já possuía) de 
forma supletiva quanto ao cumprimento total ou parcial da referida 
obrigação tributária. 
Assim como para o item anterior, a atribuição da responsabilidade 
tributária poderá se dar tanto de forma integral quanto parcial. Ou 
ainda de forma supletiva. 
5) E qual é a lei competente para prever hipóteses de responsabilidade 
tributária? De acordo FRP� R� DUWLJR� ����� ,,,�� ³D´�� GD� &)����� HVVD�
atribuição é competência de lei complementar da União, assim como o 
é o CTN. 
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Somente as leis complementares expedidas pela União têm o condão 
de disciplinar normas gerais em matéria de responsabilidade tributária, 
tendo em vista disposição express a contida na CF/88. 
Veja uma decisão do STF sobre o tema: 
³2�art. 13 da Lei 8.620/93 não se limitou a repetir ou detalhar a 
regra de responsabilidade constante do art. 135 do CTN, 
tampouco cuidou de uma nova hipótese específica e distinta. Ao 
vincular à simples condição de sócio a obrigação de responder 
solidariamente pelos débitos da sociedade limitada perante a 
Seguridade Social, tratou a mesma situação genérica regulada pelo art. 
135, III, do CTN, mas de modo diverso, incorrendo em 
inconstitucionalidade por violação ao art. 146, III, da CF. 7. O 
art. 13 da Lei 8.620/93 também se reveste de inconstitucionalidade 
material, porquanto não é dado ao legislador estabelecer confusão 
entre os patrimônios das pessoas física e jurídica, o que, além de impor 
desconsideração ex lege e objetiva da personalidade jurídica, 
descaracterizando as sociedades limitadas, implica irrazoabilidade e 
inibe a iniciativa privada, afrontando os arts. 5º, XIII, e 170, parágrafo 
único, da Constituição. 8. Reconhecida a inconstitucionalidade do art. 
13 da Lei 8.620/93 na parte em que determinou que os sócios das 
empresas por cotas de responsabilidade limitada responderiam 
solidariamente, com seus bens pessoais, pelos débitos junto à 
6HJXULGDGH�6RFLDO�´ (RE 562276/PR, de 03/11/2010) 
3RU� ILP�� D� ³responsabilidade tributária pressupõe duas normas 
autônomas: a regra matriz de incidência tributária e a regra matriz de 
responsabilidade tributária, cada uma com seu pressuposto de fato e seus 
sujeitos próprios. A referência ao responsável enquanto terceiro (dritter 
Persone, terzo ou tercero) evidencia que não participa da relação 
contributiva, mas de uma relação específica de responsabilidade tributária, 
inconfundível com DTXHOD��2�³WHUFHLUR´�Vy�SRGH�VHU�FKDPDGR�UHVSRQVDELOL]DGR�
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na hipótese de descumprimento de deveres próprios de colaboração para com 
a Administração Tributária, estabelecidos, ainda que a contrario sensu, na 
regra matriz de responsabilidade tributária, e desde que tenha contribuído 
para a situação de inadimplemento pelo contribuinte.´ 
Vamos a uma questão sobre o tema. 
 
 
(Questão 01) A lei tributária pode atribuir responsabilidade solidária: 
a) a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação. 
b) a diversas pessoas, cabível a invocação, por elas, do benefício de ordem, 
não do benefício de divisão. 
c) quando não haja comunhão de interesses relativamente à situação que 
constitua fato gerador da obrigação principal. 
d) restrita às hipóteses expressas no Código Tributário Nacional. 
e) a quem tenha interesse comum no fato imponível, caso em que será 
exigível o tributo, integralmente, de cada um dos coobrigados. 
À primeira vista, parece estarmos tratando de tema visto em aula passada, 
mas estamos falando do artigo 128, que acabamos de apresentar, uma vez 
que a sua parte final nos fala que a lei pode atribuir a responsabilidade pelo 
pagamento ao responsável eleito em seu texto, como também, de maneira 
supletiva, ao contribuinte, de modo total ou parcial. Desse modo, quando a 
atribuição da responsabilidade for parcial, esta será solidária. Assim, resta 
como correta a alternativa "a", gabarito da questão. 
 
 
Vista essa primeira introdução, vamos à classificação da responsabilidade 
tributária, outro tema bastante importante em prova! 
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Classificação da Responsabilidade Tributária 
 
A responsabilidade pode ser classificada em três tipos: 
x Responsabilidade por Transferência Æ Nesse tipo de 
responsabilidade ocorre a transferência da responsabilidade pelo 
pagamento do tributo devido do contribuinte para o responsável 
previsto na lei, mas em momento posterior à ocorrência do fato 
gerador da obrigação, tendo em vista a ocorrência de algum fato 
previsto em lei. Aqui, existe inicialmente a figura do contribuinte no 
momento da ocorrência do fato gerador, sendo posteriormente a 
responsabilidade transferida para o responsável tributário. 
Esse tipo de responsabilidade é subdividido em três outros tipos: 
 Responsabilidade Solidária (artigos 124 e 125 do CTN); 
 Responsabilidade dos Sucessores (artigos 129 a 133 do CTN); 
 Responsabilidade de Terceiros (artigos 134 e 135 do CTN). 
x Responsabilidade por Infrações Æ Essa é a responsabilidade 
estabelecida em razão da prática de infrações à legislação tributária, 
conforme definida nos artigos 136 a 138 do CTN. 
x Responsabilidade por Substituição Æ Também conhecida como 
substituição tributária, nesse tipo de responsabilidade a atribuição 
desta ocorre desde o momento da ocorrência do fato gerador da 
obrigação tributária, quando o responsável (substituto) ocupa o lugar 
do contribuinte (substituído) de forma imediata, sendo aquele o sujeito 
passivo da relação. 
 
 
 
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Como exemplo, e o mais clássico deles, temos o que ocorre quanto ao 
ICMS, em que as pessoas presentes nas etapas posteriores do ciclo 
produtivo são substituídas pelas pessoas presentes nas etapas 
anteriores, hipótese em que teremos a substituiçãotributária para 
frente. Esse tema será visto mais adiante em nossa aula de hoje, 
juntamente com a substituição tributária para trás. Por enquanto, 
guarde apenas esse exemplo. 
A responsabilidade por substituição está prevista no artigo 150, §7º, da 
CF/88, bem como no artigo 128 do CTN. 
 
Nos itens seguintes veremos a responsabilidade por substituição (substituição 
tributária), a responsabilidade por infrações, a responsabilidade dos 
sucessores e a responsabilidade de terceiros. A responsabilidade solidária é 
estudada quando do estudo da sujeição ativa e passiva. 
Vamos em frente! 
 
 
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Responsabilidade por Transferência 
 
Nesse item da aula estudaremos o estudo da responsabilidade por 
transferência, também conhecida como responsabilidade derivada ou de 2º 
grau. Nesta, o contribuinte é substituído pelo responsável após a 
ocorrência do fato gerador, tendo em vista a ocorrência de determinado 
evento que transfere (ou compartilha, conforme o caso) a sujeição passiva da 
relação tributária para outra pessoa: morte do contribuinte, aquisição de um 
bem móvel ou imóvel, entre outros. Veja bem: ocorre o fato gerador e 
somente posteriormente a esse a responsabilidade é transferida aos 
responsáveis tributários previstos em lei. 
Como vimos, esse tipo de responsabilidade está subdividida em três tipos: 
solidária, por sucessão e de terceiros. A primeira é estudada ao vermos a 
sujeição passiva. Estudaremos agora a responsabilidade dos sucessores, para 
em seguinte vermos as disposições relativas à responsabilidade de terceiros. 
 
Vamos em frente! 
 
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Responsabilidade dos Sucessores 
 
A responsabilidade dos sucessores está regulada nos artigos 129 a 133 do 
CTN, os quais disciplinam diversas situações em que a responsabilidade 
pelo pagamento do tributo é repassada para uma terceira pessoa 
após a ocorrência do fato gerador do tributo. 
Nesse tipo de responsabilidade, a transferência da obrigação tributária se 
observa, por exemplo, em razão do falecimento do contribuinte, no 
desaparecimento deste em razão de atos por ele praticados (venda de bem 
imóvel ou móvel, liquidação de sociedades, entre outras), entre outras 
situações. 
Como exemplo de transferência da responsabilidade por sucessão, temos os 
casos em que determinada pessoa falece, deixando para o espólio (entidade 
que representa o conjunto de bens do De Cujus) a responsabilidade pelos 
tributos devidos por aquele que foi para o andar de cima. - 
Outro exemplo seria a transferência da responsabilidade quanto ao 
pagamento do IPVA em aberto àqueles que adquirem veículos com saldos de 
imposto a pagar devidos pelo antigo proprietário, respondendo pelo 
pagamento do débito os responsáveis expressos em lei. 
Na atribuição de responsabilidade por transferência aos sucessores, é 
importante saber a data da ocorrência do fato gerador da obrigação, sendo 
desnecessária a data da constituição do crédito tributário, uma vez que este, 
mesmo já existente, passará a ser de responsabilidade dos sucessores, e não 
do antigo contribuinte. 
Guarde bem isso: existindo ou não crédito tributário constituído, a 
responsabilidade pelo pagamento do tributo devido é repassada aos 
sucessores, e desde que observados os requisitos previstos em lei. 
Sobre isso, é exatamente o que nos diz o artigo 129 do CTN, cuja redação é a 
seguinte: 
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³$UW�������2�GLVSRVWR�QHVWD�6HomR�aplica-se por igual aos 
créditos tributários definitivamente constituídos ou em 
curso de constituição à data dos atos nela referidos, e aos 
constituídos posteriormente aos mesmos atos, desde 
que relativos a obrigações tributárias surgidas até a referida 
GDWD�´��*ULIRV�QRVVR�� 
Mais uma vez, A DATA DE CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO É 
IRRELEVANTE PARA FINS DE ATRIBUIÇÃO DE RESPONSABILIDADE 
AOS SUCESSORES, já que o que é transferido efetivamente é a obrigação 
tributária, ou, mais precisamente, o importante é a data da ocorrência da 
transferência da responsabilidade. Tanto é assim que o artigo 129 se refere 
expressamente à aplicação das regras de atribuição de responsabilidade por 
sucessão aos créditos tributários: 
x Definitivamente constituídos (o lançamento já foi efetuado e 
encontra-se concluído); 
x Em curso de constituição à data dos atos nele referidos (o 
lançamento encontra-se em fase de conclusão, não tendo o crédito 
tributário sido definitivamente constituído quando da ocorrência do 
evento que resultou na atribuição da responsabilidade tributária); 
x Constituídos posteriormente aos atos, mas desde que relativos a 
fatos geradores ocorridos anteriormente à realização dos atos ou fatos 
que deram origem à sucessão (o lançamento nem chegou a ser 
iniciado). 
Mais uma vez, nesse tipo de responsabilidade, O SUCESSOR ASSUME A 
TOTALIDADE DOS DÉBITOS DEIXADOS PELO SUCEDIDO, sendo aqueles 
oriundos de atos ou fatos ocorridos antes do evento que marca a sucessão do 
bem ou direito no tempo. A obrigação tributária nasce antes do evento da 
sucessão, sendo repassada aos sucessores. 
Quanto à responsabilidade por sucessão, teremos três tipos, quais sejam: 
 
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; Responsabilidade decorrente de sucessão imobiliária (artigo 130 
do CTN); 
; Responsabilidade decorrente de sucessão pessoal (artigo 131 do 
CTN); 
; Responsabilidade decorrente de sucessão empresarial ou 
societária (artigos 132 e 133 do CTN). 
Vamos ao estudo separado de cada uma delas agora! 
 
 
 
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Responsabilidade decorrente de sucessão imobiliária 
 
A responsabilidade tratada nesse item se refere ao que nos diz o artigo 130 
do CTN, que possui a seguinte redação: 
³$UW�� ����� 2V� créditos tributários relativos a impostos 
cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil ou 
a posse de bens imóveis (ITR, IPTU), e bem assim os 
relativos a taxas pela prestação de serviços referentes a 
tais bens, ou a contribuições de melhoria, subrogam-se 
na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo quando 
conste do título a prova de sua quitação. 
Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta 
pública, a sub-rogação ocorre sobre o respectivo 
preço�´��*ULIRV�QRVVR�� 
Esse artigo dispõe sobre a responsabilidade quanto aos tributos incidentes 
sobre a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóveis, e que serão 
repassados aos respectivos adquirentes no momento da transmissão do bem 
a estes: IPTU, ITR, taxas sobre a prestação de serviços relativas aos 
imóveis e contribuições de melhoria. 
 
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Com a sucessão, esses tributos, porventura devidos pelo alienante do imóvel, 
serão sub-rogados na pessoa dos respectivos adquirentes, EXCETO 
QUANDO CONSTAR DO TÍTULO DE TRANSMISSÃO A PROVA DE 
QUITAÇÃO DAQUELES, situação em que a Fazenda deverá cobrar 
quaisquer saldos eventualmente ainda existentes dos alienantes, e 
não dos adquirentes. 
Observe ainda que o artigo fala somente em tributos (impostos, taxas e 
contribuição de melhoria), não englobando assim as multas, penalidades e 
respectivos juros e correções monetárias. Por sua vez, a responsabilidade 
também não será real (limitando-se apenas ao valor do imóvel), podendo a 
responsabilidade pelo pagamento dos tributos superar, em valores, o valor do 
próprio bem. Eventuais ressarcimentos ao adquirente podem acontecer, mas 
apenas na esfera civil, e não na tributária. 
³&RQVRDQWH� HVWDEHOHFH� R� �FDSXW�� GR� DUW�� ����&71�� VHP�
qualquer distinção, o adquirente do imóvel sub-roga-se nos 
créditos fiscais cujo fato gerador é a propriedade, o domínio 
útil ou a posse do bem, assim como as taxas e contribuição 
de melhoria, podendo o sucessor ressarcir-se desses ônus, 
conforme previsto no contrato de compra e venda ou 
mediante acordo com o sucedido. (REsp 192501/PR, de 
������������´ 
Se, por exemplo, sobre determinado imóvel conste dívidas de IPTU relativas 
aos anos de 2000 a 2007 e, em 2011, ele seja alienado, o adquirente, a 
partir da transmissão, ficará responsável pelo pagamento dos valores de IPTU 
em aberto, nada mais podendo ser cobrado do antigo proprietário, que é 
excluído da relação tributária, exceto se, no título que efetive a transmissão, 
houver prova de quitação desses tributos, hipótese em que a 
responsabilidade pelo pagamento será do alienante. A sub-rogação dos 
valores em aberto, anteriormente à transmissão, em regra, ocorre na pessoa 
do adquirente, que passa a ser o responsável tributário, substituindo o 
alienante, quanto aos tributos devidos anteriormente à aquisição. 
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Por sua vez, a prova de quitação dos tributos incidentes sobre o imóvel, em 
regra, faz-se por meio de emissão de uma Certidão Negativa de Débitos 
(CND), expedida pela Fazenda Pública responsável pelo tributo. A CND é 
regulada no artigo 205 do CTN, que é vista quando do estudo dos regras 
relativas à administração tributária. 
Situação diferente ocorre quanto aos imóveis adquiridos em leilão público 
(hasta pública), em que os tributos porventura devidos na data da alienação 
serão sub-rogados no preço conseguido na arrematação, e não sobre o 
respectivo adquirente. Por exemplo, se Pedro, em leilão público, adquire um 
imóvel por R$ 120.000,00 e, quanto a esse imóvel, pesam dívidas de IPTU de 
R$ 150.000,00, Pedro não será responsável por um centavo sequer. Todo o 
valor arrecadado com o leilão será utilizado para quitar os débitos tributários 
do imóvel. 
³(�RV�5����������� que ficarão em aberto��R�TXH�DFRQWHFH��SURIHVVRU"´ 
A Fazenda que se vire. Pedro não tem nada a ver com isso. - Veja o que nos 
diz o STJ sobre isso: 
³&RQVRDQWH� R� DUW�� ���� GR� &yGLJR� 7ULEXWiULR� 1DFLRQDO��
parágrafo único, há sub-rogação do crédito tributário sobre o 
preço pelo qual arrematado o bem em hasta pública. O 
adquirente recebe o imóvel desonerado dos ônus tributários 
devidos até a data da realização da praça. (AgRg no REsp 
�������56��GH�������������´ 
 
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Para o STJ, a arrematação de bem em hasta pública é considerada como 
aquisição originária, inexistindo relação jurídica entre o arrematante e o 
anterior proprietário do bem. Logo, não há qualquer vínculo entre o antigo e 
o novo possuidor para efeitos tributários. E nem com a Fazenda Pública. 
Ainda quanto ao tema, temos a seguinte decisão do STJ: 
³������ ��� Arrematação e adjudicação são situações 
distintas, não podendo a analogia ser aplicada na forma 
pretendida pelo acórdão recorrido, pois a adjudicação pelo 
credor com dispensa de depósito do preço não pode ser 
comparada a arremate por terceiro. 
3. A arrematação em hasta pública extingue o ônus do 
imóvel arrematado, que passa ao arrematante livre e 
desembaraçado de tributo ou responsabilidade, sendo, 
portanto, considerada aquisição originária, de modo que os 
débitos tributários anteriores à arrematação sub-
rogam-se no preço da hasta. (...) 
4. O adquirente só deixa de ter responsabilidade pelo 
pagamento dos débitos anteriores que recaiam sobre o Bem, 
se ocorreu, efetivamente, depósito do preço, que se 
tornará a garantia dos demais credores. De molde que o 
crédito fiscal perquirido pelo fisco é abatido do 
pagamento, quando da praça, por isso que, encerrada 
a arrematação, não se pode imputar ao adquirente 
qualquer encargo ou responsabilidade. 
5. Por sua vez, havendo a adjudicação do imóvel, cabe 
ao adquirente (credor) o pagamento dos tributos 
incidentes sobre o Bem adjudicado, eis que, ao 
contrário da arrematação em hasta pública, não possui 
o efeito de expurgar os ônus obrigacionais que recaem 
sobre o Bem. 
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6. Na adjudicação, a mutação do sujeito passivo não afasta a 
responsabilidade pelo pagamento dos tributos do imóvel 
adjudicado, uma vez que a obrigação tributária propter rem 
(no caso dos autos, IPTU e taxas de serviço) acompanha o 
Bem, mesmo que os fatos imponíveis sejam anteriores à 
alteração da titularidade do imóvel (arts. 130 e 131, I, do 
&71��´ 
Por sua vez, temos também a aplicação do artigo 130, parágrafo único, do 
CTN aos BENS MÓVEIS E AOS SEMOVENTES (ANIMAIS), dispondo que a 
sub-rogação ocorrerá também sobre o preço levantado na arrematação. 
Caso interessante se mostra, por exemplo, na situação onde, em leilão 
público, o arrematante de veículo adquire este com débitos de IPVA vencidos. 
Nesse caso, não ocorre a sub-rogação dos créditos na pessoa do 
arrematante, que adquire o bem sem qualquer ônus adicional. O crédito 
tributário sub-roga-se no preço pago pelo arrematante, conforme preceitua o 
artigo 130 do CTN, em seu parágrafo único, sendo o valor arrecadado 
utilizado para quitar os débitos tributários. 
O entendimento adotado pelo STJ em relação ao assunto pode ser visto em 
suas decisões, cujos textos seguem abaixo: 
³������1. Na arrematação de bem móvel em hasta pública, os 
débitos de IPVA anteriores à venda subrogam-se no preço da 
hasta, quando há ruptura da relação jurídica entre o bem 
alienado e o antigo proprietário. Aplicação analógica do 
artigo 130, parágrafo único, do CTN.(...) (Resp 1128903/SP, 
GH������������´ 
³1. A arrematação de bem em hasta pública é considerada 
como aquisição originária, inexistindo relação jurídica entre o 
arrematante e o anterior proprietário do bem. 
 
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2. Os débitos anteriores à arrematação subrogam-se no 
preço da hasta. Aplicação do artigo 130, § único do CTN, em 
interpretação que se estende aos bens móveis e semoventes. 
�5HVS��������56��GH������������´ 
³2� FUHGRU� TXH� DUUHPDWD� YHtFXOR� HP� UHODomR� DR� TXDO� SHQGLD�
débito de IPVA não responde pelo tributo em atraso. O 
crédito proveniente do IPVA subroga-se no preço pago pelo 
arrematante. Alcance do Art. 130, parágrafo único, do CTN 
�5(VS��������63�´ 
Por fim, caso, durante a participação no leilão, o adquirente se submeta às 
regras nele estabelecidas, contidas no edital, aquele poderá abrir mão da 
prerrogativa contida no parágrafo único do artigo 130 do CTN, vindo a ser 
responsável por eventuais tributos que recaiam sobre o bem adquirido no 
leilão. Nesse caso, haverá uma renúncia tácita ao que dispõe o normativo 
do CTN. 
 
 
(Questão 02) João adquiriu de Júlio um imóvel por meio de simples 
escritura pública de compra e venda, na qual não havia referência a qualquer 
quitação de IPTU e de contribuição de melhoria. Contudo, não havia crédito 
constituído na época da lavratura daquele instrumento. Nessa situação, 
considerando que havia créditos dos dois tributos em fase de constituição 
quando da compra, é correto afirmar que a responsabilidade pelo 
pagamento: 
a) do IPTU será de João e da contribuição de melhoria, de Júlio. 
b) do IPTU será de João e a contribuição de melhoria será 50% para cada 
um. 
c) do IPTU será de Júlio e da contribuição de melhoria, de João. 
 
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d) dos dois tributos será de Júlio. 
e) dos dois tributos será de João. 
Como não havia certidão quanto à quitação dos tributos, João se sub-rogou 
na responsabilidade pelo pagamento de eventuais débitos quanto ao imóvel 
adquirido, conforme o artigo 130 do CTN. Assim, uma vez lançado o IPTU, 
cabe apenas a João o pagamento, sendo Júlio totalmente exonerado de 
qualquer pagamento. Logo, resta como correta a alternativa "e", gabarito da 
questão. 
 
 
Vamos agora à responsabilidade por sucessão pessoal! 
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Responsabilidade decorrente de sucessão pessoal 
 
A responsabilidade decorrente de sucessão pessoal está regulada no artigo 
131 do CTN, que assim nos diz: 
Art. 131. São pessoalmente responsáveis: 
I - o adquirente ou remitente, pelos tributos relativos aos 
bens adquiridos ou remidos; 
II - o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, 
pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da 
partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade 
ao montante do quinhão do legado ou da meação; 
III - o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a 
data da abertura da sucessão.´��*ULIRV�QRVVR�� 
Os casos de responsabilidade previstas nos incisos I a III comportam a 
responsabilidade pessoal, em que as pessoas listadas em seus textos 
substituem os devedores de forma integral, não respondendo esses quanto a 
valor algum ainda devido. Nesses casos, os responsáveis tributários 
respondem pelos valores devidos de forma pessoal e, caso necessário, com 
seus bens, que podem ser utilizados para saldar eventuais débitos. 
 
Vamos ao que nos dizem os incisos I a III. 
Inciso I Æ Esse é o caso que regula as transmissões envolvendo os bens 
MÓVEIS, uma vez que os imóveis foram tratados no artigo anterior, quando 
tratamos da responsabilidade por sucessão imobiliária. 
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Assim, aquele que adquire um bem móvel, e sobre o qual recaiam dívidas 
tributárias dos antigos proprietários, ficará pessoalmente responsável por 
elas, não podendo ser cobrado mais nada destes. 
O termo remitente é oriundo do verbo remir, do qual provém o substantivo 
UHPLomR��FRP�³o´���TXH�SRGH�VHU�FRQFHLWXDGR�FRPR�o ato de remir, resgatar 
um bem anteriormente pertencente a outrem e que se encontrava penhorado 
ou levado a hasta pública. Remição é diferente de remissão, essa, uma das 
modalidades de extinção do crédito tributário, conforme artigo 156, IV, do 
CTN. 
Ao remir os bens, o remitente passa também a ser o responsável pelos 
tributos devidos em relação àqueles, assim como os adquirentes, uma vez 
que os remitentes, em termos práticas, também são adquirentes de bens. A 
diferença está no fato de que o adquirente adquire o bem de forma originária, 
uma vez que a este não o pertenceu em momento anterior. Já o remitente 
apenas resgata um bem que pertencia a ele anteriormente. 
 
INCISO II e III Æ Nesse tipo de responsabilidade, os tributos são devidos 
em razão do falecimento dos antigos proprietários dos bens, deixando para 
seus sucessores, também, os tributos por eles devidos enquanto 
contribuintes. São as chamadas transmissões causa mortis (aquelas devidas 
em razão do falecimento de alguém, mais precisamente do proprietário). 
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O mais correto seria o conteúdo do inciso III vir antes do contido no inciso II, 
respeitando a ordem natural dos eventos de transmissão de responsabilidade 
causa mortis que ocorrem no mundo real. 
O inciso II trata da responsabilidade tributária atribuída aos herdeiros e aos 
legatários, bem como ao cônjuge meeiro (aquele que recebe metade dos 
bens do falecido em razão da formação da sociedade conjugal), sendo estes 
os sucessores do De Cujus (aquele que já não está mais entre nós). 
Por sua vez, o inciso III trata do espólio, que é uma entidade representante 
do conjunto de bens, direitos, dívidas e responsabilidades do falecido, 
podendo ainda ser conceituado como a universalidade de bens e direitos ao 
qual pertencem o patrimônio do De Cujus. 
Apesar de não ser uma pessoa de fato, o CTN atribui ao espólio 
responsabilidade pessoal, uma vez que sobre ele pode recair a 
responsabilidade por tributos devido pelo De Cujus até o momento do seu 
falecimento (que é a data de abertura da sucessão hereditária) e, caso ainda 
não saldados, até a data da adjudicação ou partilha (que é a data em que os 
bens se consideram legal e formalmente transmitidos aos herdeiros, 
legatários e/ou cônjuge meeiros). Sua personalidade é garantida diante do 
que prevê o artigo 126 do CTN. 
Para entender a atribuição de responsabilidade a cada um deles, observe a 
figura na página seguinte, identificando o momento em que o espólio e os 
sucessores e cônjuge meeiro são contribuintes ou responsáveis pelos tributos 
devidos pelo De Cujus, que sempre será o contribuinte. 
Exceto quanto ao De Cujus, que sempre será o contribuinte, o espólio e os 
sucessores podem adquirir a qualidade de responsáveis ou de contribuintes, 
conforme o tempo da ocorrência do fato gerador dos tributos relativos aos 
bens a serem transmitidos. As setas indicam o momento da ocorrência dos 
eventos determinantes. 
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Somente com a morte do proprietário, que é o evento que marca a 
abertura da sucessão dos bens aos herdeiros ou legatários, é que os 
bens poderão ser transmitidos aos sucessores e/ou ao cônjuge meeiro. A 
sucessão dos bens, por sua vez, só se efetiva com a publicação da partilha ou 
da adjudicação, transferindo os bens (e as dívidas) aos sucessores. 
Nesse meio tempo, surge a figura do espólio, que responderá tanto como 
contribuinte quanto como responsável quanto aos tributos incidentes sobre os 
bens transmitidos. Se ocorridos os fatos geradores antes da morte, será 
responsável. Se ocorrido entre a morte e o momento da sucessão aos 
herdeiros, o espólio será o contribuinte. 
Quanto aos sucessores, esses também podem ser contribuintes ou 
responsáveis, conforme o momento da ocorrência do fato gerador. Serão 
contribuintes quanto aos tributos devidos sobre os bens em momento 
posterior à abertura da sucessão, uma vez que, nesses casos, aqueles já 
são os novos proprietários dos bens. Caso, em momento posterior à 
sucessão, sejam cobrados tributos devidos à época em que os bens estavam 
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sob a propriedade do De Cujus ou integrando a conjunto de bens do espólio, 
portanto, em relação a fatos geradores ocorridos anteriormente à 
propriedade dos bens pelos sucessores, estes serão cobrados na qualidade de 
responsáveis tributários. 
Entretanto, toda responsabilidade sobre tributos porventura devidos pelo De 
Cujus somente alcança o montante do quinhão ou meação recebida, não 
podendo ser cobrados valores maiores do que os recebidos. Assim, se Mellina 
receber R$ 200.000,00 em herança de seu pai e, sobre a sua parte da 
partilha, resultar débitos de R$ 220.000,00, somente poderão ser cobrados 
R$ 200.000,00, já que esse foi todo o montante por ela recebido. 
Quinhão é a parte, porção ou cota que cabe a cada um dos beneficiários, 
proveniente da repartição ou da divisão de um todo. Na divisão de uma 
herança entre três herdeiros legítimos, por exemplo, teremos três quinhões, 
que correspondem ao que cada um tem a receber. 
Meação é definida com cada uma das duas partes em que se dividem os 
bens de uma herança, para efeito de partilhas, sendo o todo pertencente às 
pessoas que celebraram uma sociedade conjugal. 
Por sua vez, veja o que diz o STJ sobre a transmissão, em conjunto com os 
bens, das multas aplicadas anteriormente à sucessão, dispondo que essas 
também serão repassadas aos sucessores e ao cônjuge meeiro: 
"Os arts. 132 e 133, do CTN, impõem ao sucessor a 
responsabilidade integral, tanto pelos eventuais tributos 
devidos quanto pela multa decorrente, seja ela de caráter 
moratório ou punitivo. A multa aplicada antes da sucessão se 
incorpora ao patrimônio do contribuinte, podendo ser exigida 
do sucessor, sendo que, em qualquer hipótese, o sucedido 
permanece como responsável. É devida, pois, a multa, sem 
se fazer distinção se é de caráter moratório ou punitivo; é ela 
imposição decorrente do não pagamento do tributo na época 
GR�YHQFLPHQWR���5(VS���������63��GH�������������´ 
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(Questão 03) Em matéria de responsabilidade tributária por sucessão, são 
pessoalmente responsáveis: 
a) o arrematante de bem imóvel, no caso de arrematação em hasta pública, 
pelos tributos devidos por fatos geradores anteriores à arrematação. 
b) o sucessor, a qualquer título, e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos 
pelo de cujus até a data da partilha ou adjudicação, limitada a 
responsabilidade ao montante do quinhão, do legado ou meação. 
c) o alienante de bem imóvel, no caso de ter assumido em escritura pública 
a obrigação por tributo relativo a fato gerador acontecido antes da 
transmissão, quando não houver prova de quitação de tributos. 
d) o adquirente, em hasta pública, de estabelecimento comercial ou fundo de 
comércio, em processo de falência, por tributos devidos até a data da 
aquisição. 
Alternativa a) Incorreta. No caso de arrematação em hasta pública, o 
arrematante adquire o imóvel livro de qualquer tributo, uma vez que a sub-
rogação ocorre sobre o preço da arrematação, conforme nos diz o artigo 130, 
parágrafo único, do CTN. 
Alternativa b) Correta. É a literalidade do que consta no artigo 131, II, do 
CTN, devendo ser atentado para o limite do valor a ser pago, que é limitado 
ao montante do quinhão ou meação recebido. 
Alternativa c) Incorreta. Conforme estudamos em aula anterior, as 
convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de 
tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública para modificar a definição 
legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes. É o que 
nos diz o artigo 123 do CTN. 
 
 
 
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,Desse modo, quando não houver prova da quitação de tributos devidos 
anteriormente à aquisição, o adquirente responde pelos débitos devidos 
anteriormente à aquisição na condição de responsável tributário. Essa 
disposição, entretanto, pode ser excepcionada em virtude de disposição de lei 
em contrário. 
Alternativa d) Incorreta. Conforme estudaremos mais adiante, ao adquirir 
um estabelecimento comercial ou fundo de comércio em processo de falência, 
por meio de leilão público, o adquirente não responde pelos tributos devidos 
anteriormente à alienação, conforme nos diz o artigo 133, §1º, I, do CTN. 
 
 
(Questão 04) São pessoalmente responsáveis pela obrigação tributária, 
perante a Fazenda Pública, exceto: 
a) o cônjuge meeiro. 
b) o locatário, cujo contrato prevê a responsabilidade tributária. 
c) o sucessor a qualquer título. 
d) o adquirente. 
e) o remitente. 
Questão simples, que tratou das pessoas às quais foi atribuída 
responsabilidade pessoal, previstas no artigo 131 do CTN. No rol do artigo, 
VRPHQWH�QmR�ILJXUD�R�ORFDWiULR��UHVWDQGR�LQFRUUHWD�D�DOWHUQDWLYD�³E´, gabarito 
da questão. Os demais, conforme os incisos I a III do artigo 131 do CTN, são 
pessoalmente responsáveis pelos débitos tributários devidos. 
 
 
 
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(Questão 05) "O sucessor, a qualquer título, e o cônjuge meeiro são 
pessoalmente responsáveis pelos tributos devidos em sua totalidade pelo de 
cujus até a data da partilha ou da adjudicação". 
Conforme vimos anteriormente, os sucessores do De Cujus respondem pelas 
dívidas tributarias até o montante do quinhão ou meação recebida, e 
não pela totalidade daquelas. É o que consta no artigo 131, II, do CTN. 
Assim, resta incorreta a assertiva apresentada. 
Essa questão, contudo, poderia ser objeto de recurso. E se o sucessor foi 
único e os bens recebidos forem suficientes para saldar o débito total do De 
Cujus? Ele responderá pela totalidade, conforme prescreve o enunciado. - 
 
 
Vamos agoraà responsabilidade por sucessão empresarial ou societária. 
 
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Responsabilidade decorrente de sucessão empresarial ou societária 
 
A responsabilidade decorrente de sucessão empresarial está prevista nos 
artigos 132 e 133 do CTN, que assim nos dizem sobre o tema: 
³Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que resultar 
de fusão, transformação ou incorporação de outra ou 
em outra é responsável pelos tributos devidos até à 
data do ato pelas pessoas jurídicas de direito privado 
fusionadas, transformadas ou incorporadas. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se aos 
casos de extinção de pessoas jurídicas de direito privado, 
quando a exploração da respectiva atividade seja 
continuada por qualquer sócio remanescente, ou seu 
espólio, sob a mesma ou outra razão social, ou sob 
firma individual. 
Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que 
adquirir de outra, por qualquer título, fundo de comércio 
ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e 
continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou 
outra razão social ou sob firma ou nome individual, 
responde pelos tributos, relativos ao fundo ou 
estabelecimento adquirido, devidos até à data do ato: 
I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do 
comércio, indústria ou atividade; 
II - subsidiariamente com o alienante, se este 
prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seis 
meses a contar da data da alienação, nova atividade no 
mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou 
profissão. 
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§ 1o O disposto no caput deste artigo não se aplica na 
hipótese de alienação judicial: 
I ± em processo de falência; 
II ± de filial ou unidade produtiva isolada, em processo 
de recuperação judicial. 
§ 2o Não se aplica o disposto no § 1o deste artigo quando 
o adquirente for: 
I ± sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, 
ou sociedade controlada pelo devedor falido ou em 
recuperação judicial; 
II ± parente, em linha reta ou colateral até o 4o 
(quarto) grau, consangüíneo ou afim, do devedor falido 
ou em recuperação judicial ou de qualquer de seus 
sócios; 
III ± identificado como agente do falido ou do devedor 
em recuperação judicial com o objetivo de fraudar a sucessão 
tributária. 
§ 3o Em processo da falência, o produto da alienação judicial 
de empresa, filial ou unidade produtiva isolada permanecerá 
em conta de depósito à disposição do juízo de falência pelo 
prazo de 1 (um) ano, contado da data de alienação, 
somente podendo ser utilizado para o pagamento de 
créditos extraconcursais ou de créditos que preferem 
ao tributário. ³��*ULIRV�QRVVRV�� 
Já decorou bem o que disseram os artigos acima? Espero que sim. Eles, em 
muitas questões de prova, são cobrados em sua literalidade. Descarados 
CTRL+C / CTRL+V! 
 
 
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(Questão 06) A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de 
outra, por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, 
industrial ou profissional: 
a) somente responderá pelos créditos tributários definitivamente constituídos 
até a data da aquisição. 
b) nunca responderá subsidiariamente com o alienante pelos tributos 
devidos até a data da alienação. 
c) poderá vir a ser responsabilizada pelos créditos tributários de qualquer 
natureza que ainda estejam em fase de constituição, ou seja, ainda não 
definitivamente constituídos. 
d) responderá pelos tributos devidos até a data da aquisição, relativos ao 
fundo de comércio, se continuar a respectiva exploração, integralmente 
ou subsidiariamente, dependendo de o alienante prosseguir ou não na 
mesma atividade. 
e) somente responderá integralmente pelos tributos relativos ao fundo de 
comércio existentes à data da aquisição, se continuar a explorar a 
atividade do alienante. 
A resposta a essa questão consta na literalidade do caput do artigo 133 do 
CTN, que nos fala sobre a pessoa natural ou jurídica de direito privado que 
adquire de outra um estabelecimento comercial, industrial ou profissional. 
Veremos os casos contidos nos incisos I e II do artigo detalhadamente logo à 
frente. Integrando e interpretando os dois incisos, podemos notar que a 
responsabilidade do adquirente pelos créditos tributários devidos será integral 
ou subsidiária, a depender de o alienante cessar ou não a exploração da 
respectiva atividade. Nessas condições, apenas o que consta na alternativa 
³G´�atende ao enunciado. 
Assim, resta como correta a alternativa "d", gabarito da questão. 
 
 
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O artigo 132 trata dos casos de atribuição de responsabilidade tributária 
resultante de transformações empresariais, em que a empresa resultante 
da fusão, incorporação ou transformação responderá pelos tributos 
devidos pelas empresas transformadas, fusionadas ou incorporadas até a 
data do ato. Após o ato, serão consideradas contribuintes, normalmente. 
Embora não conste expressamente no CTN, a cisão também faz parte dos 
atos em que se observa a sucessão tributária quanto aos débitos devidos 
pelas empresas cindidas, uma vez que o conceito de cisão é posterior à 
publicação do CTN, tendo o instituto da cisão surgido apenas com a 
publicação da lei federal nº 6.404, de 1976, dez anos após o Codex Federal. 
Veja o que nos diz o STJ quanto ao assunto: 
³(PERUD� QmR� FRQVWH� H[SUHVVDPHQWH� GR� URO� GR� DUW�� ���� GR�
CTN, a cisão da sociedade é modalidade de mutação 
empresarial sujeita, para efeito de responsabilidade 
tributária, ao mesmo tratamento jurídico conferido às demais 
HVSpFLHV�GH�VXFHVVmR���5(VS��������35��GH�������������´ 
Fusão Æ é o ato em que duas ou mais empresas se unem para formar uma 
só, desaparecendo as anteriores, formando uma nova pessoa jurídica; 
Transformação Æ é o ato em que uma empresa muda o seu tipo societário, 
passando, por exemplo, de sociedade anônima para sociedade limitada; 
Incorporação Æ é o ato por meio do qual uma empresa A incorpora a 
empresa B, fazendo essa desaparecer, permanecendo apenas a empresa A; 
são os casos de absorção de uma empresa por outra; 
Cisão Æ 3RGH� VHU� GH� IRUPD� WRWDO�� HP� TXH� XPD� HPSUHVD� p� ³UHSDUWLGD´�
totalmente e incorporada ao patrimônio de duas ou mais pessoas jurídicas; 
ou parcial, em que apenas uma parte dela é incorporada a outras pessoas 
jurídicas. 
 
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³$� HPSUHVD� UHVXOWDQWH� GH� FLVmR� TXH� LQFRUSRUD� SDUWH� GR�
patrimônio da outra responde solidariamente pelos débitos 
da empresa cindida. Irrelevância da vinculação direta do 
sucessor do fato gerador da obrigação. (REsp 970585/RS, de������������´ 
Inicialmente deve ser atentado que a sucessão empresarial, que resultará 
também em sucessão tributária, abrangerá tanto os tributos devidos pelas 
sucedidas quanto as multas, sejam de caráter punitivo ou moratório, uma vez 
que estas também integram o patrimônio das pessoas sucedidas. 
Veja o que nos diz o STJ sobre o tema: 
³2V� DUWV�� ���� H� ���� GR� &71� LPS}HP� DR� VXFHVVRU� D�
responsabilidade integral, tanto pelos eventuais tributos 
devidos quanto pela multa decorrente, seja ela de caráter 
moratório ou punitivo. A multa aplicada antes da sucessão se 
incorpora ao patrimônio do contribuinte, podendo ser exigida 
do sucessor, sendo que, em qualquer hipótese, o sucedido 
permanece como responsável. É devida, pois, a multa, sem 
se fazer distinção se é de caráter moratório ou punitivo; é ela 
imposição decorrente do não-pagamento do tributo na época 
do vencimento. 
��� 1D� H[SUHVVmR� ³FUpGLWRV� WULEXWiULRV´� HVWmR� LQFOXtGDV� DV�
multas moratórias. A empresa, quando chamada na 
qualidade de sucessora tributária, é responsável pelo tributo 
declarado pela sucedida e não pago no vencimento, 
incluindo-se o valor da multa moratória. (REsp 745007/SP, 
GH�������������´ 
Quanto ao disposto no parágrafo único do artigo 132, este nos fala sobre a 
aplicação das regras relativas à fusão, incorporação, transformação e cisão 
também à extinção de pessoas jurídicas. Porém as regras somente serão 
aplicadas caso a exploração da respectiva atividade seja continuada 
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por qualquer sócio remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou 
outra razão social, ou sob firma individual. Caso não, não cabe a 
aplicação das regras do caput. Muita atenção, caro aluno! Se não houver a 
continuidade, o Fisco deverá buscar outros meios para que os valores em 
aberto sejam liquidados, não sendo devida a atribuição de responsabilidade 
tributária nesses casos, até mesmo porque não há sucessores. 
Essas regras serão aplicadas mesmo no caso de dissolução irregular ou de 
funcionamento apenas de fachada da sociedade, mantendo os sócios a 
atividade exercida pela empresa. Para todos os efeitos, serão considerados os 
atos praticados anteriormente à extinção, respondendo a sociedade pelos 
débitos devidos. 
Vamos agora ao que nos diz o artigo 133 do CTN. Esse artigo nos fala dos 
casos em que uma PESSOA NATURAL OU JURÍDICA ADQUIRE DE 
OUTRA, POR QUALQUER TÍTULO (gratuito ou oneroso, por exemplo), 
FUNDO DE COMÉRCIO OU ESTABELECIMENTO COMERCIAL E 
CONTINUA A RESPECTIVA ATIVIDADE, SOB A MESMA OU OUTRA 
RAZÃO SOCIAL OU SOB FIRMA OU NOME INDIVIDUAL. 
Nesses casos, o ADQUIRENTE RESPONDERÁ PELOS TRIBUTOS 
DEVIDOS PELO FUNDO DE COMÉRCIO OU ESTABELECIMENTO COMERCIAL 
ATÉ A DATA DO ATO, nas seguintes condições: 
0 SUBSIDIARIMENTE com o alienante (responderá somente no caso de 
o débito não ser saldado pelo alienante) Æ Se o alienante prosseguir na 
exploração da respectiva atividade ou iniciar, dentro de seis meses a 
contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro 
ramo de comércio, indústria ou profissão; 
0 INTEGRALMENTE Æ se o alienante cessar a exploração do 
comércio, indústria ou atividade. 
 
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No caso de responsabilidade subsidiaria, deve-se primeiro cobrar a dívida 
do alienante, para só depois cobrar do adquirente, nunca primeiramente 
deste. Por sua vez, a responsabilidade abrange tributos, multas, penalidades 
e acréscimos moratórios, assim como nos casos do artigo 132 do CTN, já que 
esses valores são devidos em razão do fundo de comércio ou do 
estabelecimento comercial. 
Observe bem o marco do tempo que separa a responsabilidade subsidiária da 
responsabilidade integral: SEIS MESES A CONTAR DA ALIENAÇÃO. Se 
antes disso o alienante iniciar nova atividade no mesmo ramo anteriormente 
por ele exercido ou continue a atividade exercida dentro de seis meses, o 
adquirente responderá subsidiariamente com o alienante. Quem para as 
atividades e as retoma dentro de seis meses estará na mesma situação de 
quem não parou, havendo a responsabilidade subsidiária. Essa é a 
interpretação a ser dada ao dispositivo. - Guardou bem a separação? Vamos 
ao segundo caso, que ocorre após os seis meses contados da alienação. 
Caso o alienante cesse a exploração do comércio, indústria ou atividade 
exercida (ele poderá iniciar outra, mas diferente da anteriormente exercida) 
ou não inicie ou continue a mesma atividade dentro de seis meses a contar 
da data da alienação, o adquirente responderá integralmente pelos valores 
devidos. Quem para e retoma as atividades após seis meses será enquadrado 
na mesma situação de quem parou e não voltou mais. Responsabilidade 
integral do adquirente! Guarde bem isso! 
Atente bem também para o que é alienado: 
0 O fundo de comércio (ponto comercial); 
0 O estabelecimento comercial (bens e patrimônio: imóvel e 
mercadorias). 
Não é a empresa que é adquirida, uma vez que, se assim fosse, estaríamos 
diante de um dos casos presentes no artigo 132, em que há operações 
societárias propriamente ditas. 
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Por sua vez, o §1º dispõe sobre os casos em que as regras do caput do artigo 
133 do CTN não serão aplicadas nas aquisições de fundo de comércio ou 
estabelecimento comercial decorrentes de alienação judicial: 
; Em processo de falência; 
; De filial ou unidade produtiva isolada, em processo de 
recuperação judicial. 
Nessas duas situações, incluídas pela lei complementar nº 118, de 2005, os 
adquirentes não responderão pelos débitos devidos pelos alienantes, visando 
incentivar a reestruturação de empresas submetidas a processo de falência 
ou de recuperação judicial. 
Ninguém, caso não houvesse essa regra, se interessaria em adquirir uma 
empresa, o que importa em adquirir também os seus bens, se esta estiver 
em processo de falência. Ao final do processo de falência, sendo esta 
decretada, uma das primeiras medidas a serem tomadas é a busca dos bens 
ainda restantes para que sejam alienados e com o valor arrecadado sejam 
pagos os credores. 
O objetivo da falência é justamente o de arrecadas valores para saldar, 
dentro do possível, os débitos com os credores. Assim, quem adquire fundo 
de comércio ou estabelecimento comercial decorrentes de alienação judicial 
nas duas situações acima não responde pelos débitos tributários devidos, 
adquirindo os bens livres de ônus tributários. 
Essa regra (que já é uma exceção ao caput) possui como exceção (que a faz 
voltar a ser regra relativa ao caput) o que prevê o §2º, dispondo que as 
regras do §1º não serão aplicadas caso os adquirentes sejam: 
a) Sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, ou 
sociedade controlada pelo devedor falido ou em recuperação 
judicial; 
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b) Parente, em linha reta ou colateral até o quarto grau, 
consanguíneoou afim, do devedor falido ou em recuperação 
judicial ou de qualquer de seus sócios; 
c) Identificado como agente do falido ou do devedor em recuperação 
judicial com o objetivo de fraudar a sucessão tributária. 
Uma exceção da exceção é, por definição, a própria regra em si. Logo, caso 
os adquirentes do fundo de comércio ou estabelecimento comercial 
decorrentes de alienação judicial em processo de falência ou recuperação 
judicial sejam as pessoas indicadas na enumeração anterior, devem ser 
observadas as regras do caput quanto à atribuição de responsabilidade 
integral ou subsidiaria do adquirente. Assim, caso venham a adquirir o bem, 
deverão arcar com todos os tributos e demais valores por eles devidos. 
Todos esses casos têm como objetivo evitar fraudes na alienação do fundo de 
comércio ou do estabelecimento comercial, igualmente ao que acontecia 
anteriormente à edição da LC nº 118/05. Guarde bem esses casos, pois eles 
são bastante cobrados em provas sobre o tema. 
Observe que todas as pessoas presentes nos três casos têm relação direta 
com o bem alienado. Não aplicar as regras do caput do artigo 133 do CTN, e 
sim do seu §1º, seria desvirtuar o propósito presente nesse parágrafo e 
mascarar um operação com grandes chances de ser fraudulenta. Ora, se, por 
exemplo, um dos sócios da sociedade falida adquire o estabelecimento do 
qual ele mesmo é sócio, e, em razão disso, não responde pelos débitos 
devidos em razão do processo de falência, seria o mesmo que exonera-los de 
suas próprias dívidas, ou parte delas. O mesmo acontece quanto aos demais. 
Por fim, temos o que dispõe o §3º do artigo 133 do CTN, dispondo que, em 
processo da falência, o produto da alienação judicial de empresa, filial 
ou unidade produtiva isolada permanecerá em conta de depósito à 
disposição do juízo de falência pelo prazo de um ano, contado da data 
de alienação, somente podendo ser utilizado para o pagamento de 
créditos extraconcursais ou de créditos que preferem ao tributário. 
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Assim, antes de decorridos um ano, os valores obtidos com a alienação 
judicial permanecerão à disposição do juiz competente que der andamento ao 
respectivo processo, somente podendo ser utilizados os valores nesse período 
caso sejam para o pagamento de créditos extraconcursais ou que preferem 
ao crédito tributário. 
 
 
(Questão 07) Para que o adquirente de estabelecimento industrial ou 
comercial responda integralmente pelos débitos tributários relativos ao fundo 
de comércio adquirido, é necessário que o 
a) alienante cesse de imediato a exploração do comércio, indústria ou 
atividade. 
b) contrato de transferência preveja expressamente tal responsabilidade do 
adquirente. 
c) alienante não detenha patrimônio suficiente para saldar as pendências. 
d) fisco tenha manifestado oposição à transferência do estabelecimento, nos 
30 dias seguintes à data da operação. 
e) alienante comunique a alienação ao fisco dentro do prazo de 10 dias. 
Para que o adquirente venha a responder integralmente pelos tributos 
devidos pelo alienante em relação a fundo de comércio adquirido, é 
necessário que este cesse de imediato a exploração do comercio, indústria ou 
atividade, ou inicie após seis meses da data da alienação. Fora desses casos, 
a responsabilidade do adquirente será subsidiária. É que nos diz o artigo 133, 
I, do CTN. 
Assim, resta como correta a alternativa "a", gabarito da questão. 
 
 
 
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 (Questão 08) A respeito da aquisição, a qualquer título, de fundo de 
comércio, estabelecimento comercial, industrial ou profissional, para fins de 
responsabilidade tributária, é correto afirmar que: 
(A) implicará sempre, para o adquirente, responsabilidade integral. 
(B) não haverá responsabilidade do adquirente na hipótese de se tratar de 
alienação judicial de filial ou unidade produtiva isolada em processo de 
recuperação judicial. 
(C) a extensão da responsabilidade do adquirente não se altera em função do 
fato de o alienante (do estabelecimento) cessar a exploração de comércio, 
indústria ou atividade. 
(D) nos casos de aquisição de mero estabelecimento, não há que se falar em 
responsabilidade por sucessão, o que apenas ocorre nos casos de aquisição 
da própria pessoa jurídica titular do estabelecimento. 
(E) o contrato firmado com o alienante, pelo qual este assume a 
responsabilidade pelos débitos gerados durante sua gestão, poderá ser 
oposto, pelo adquirente, ao Fisco. 
Essa questão é a aplicação do que consta no artigo 133, §1º, II, do CTN, 
WHQGR�FRPR�JDEDULWR�D�DOWHUQDWLYD�³E´. 
 
 
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Responsabilidade de Terceiros 
 
Nesse item trataremos da responsabilidade de terceiros, tendo como 
característica principal o dever de zelo, seja em razão de contrato, seja em 
razão de disposição expressa de lei, por parte das pessoas elencadas no CTN. 
Essa responsabilidade pode se dá em relação ao patrimônio, às rendas, aos 
bens componentes do espólio, às sociedades empresariais, entre outros. 
Esse tipo de responsabilidade está prevista nos artigos 134 e 135 do CTN. O 
artigo 134 cuida da responsabilidade em razão da atuação regular do 
terceiro, sendo um caso de responsabilidade por transferência, já que a 
atribuição de responsabilidade se dá após a ocorrência do fato 
gerador, e não concomitantemente a este. Nesses casos, teremos também o 
que chamamos de responsabilidade subsidiária, já que, como veremos, 
somente em razão da impossibilidade do cumprimento da obrigação pelo 
contribuinte é que os responsáveis serão chamados a saldar a obrigação 
tributária surgida com o fato gerador, muito embora o tema não seja assim 
tratado na redação crua do CTN, como veremos. 
Por sua vez, o artigo 135 cuida da responsabilidade quanto a terceiro 
que age de maneira irregular ou ilegal, no caso de prática de atos com 
excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos. Esse caso 
se mostra como uma espécie de responsabilidade por substituição, uma 
vez que a atribuição de responsabilidade surge já com a ocorrência do 
fato gerador da obrigação tributária. O responsável, nesses casos, possui 
responsabilidade pessoal, respondendo com seus bens pelos atos praticados 
contras as pessoas que representam ou que substituem. 
Vamos ao que nos dizem os artigos do CTN. 
 
 
 
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Responsabilidade em razão da atuação regular do terceiro 
 
O normativo do CTN que cuida dos casos de responsabilidade com atuação 
regular de terceiro está contido no artigo 134, cuja redação é a seguinte: 
 ³Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência 
do cumprimento da obrigação principal pelo 
contribuinte, respondem solidariamente com este nos 
atos em que intervierem ou pelas omissões de que 
forem responsáveis: 
I - os pais, pelos tributosdevidos por seus filhos menores; 
II - os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus 
tutelados ou curatelados; 
III - os administradores de bens de terceiros, pelos tributos 
devidos por estes; 
IV - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio; 
V - o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela 
massa falida ou pelo concordatário; 
VI - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, 
pelos tributos devidos sobre os atos praticados por eles, ou 
perante eles, em razão do seu ofício; 
VII - os sócios, no caso de liquidação de sociedade de 
pessoas. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo só se aplica, em 
matéria de penalidades, às de caráter moratório.´ 
Inicialmente deve ser feita uma observação muito importante relativa ao 
artigo 134: apesar de constar expressamente a palavra SOLIDARIAMENTE, 
essa responsabilidade, na verdade, é SUBSIDIÁRIA, uma vez que, como 
falamos, e até mesmo diante do que consta no início do próprio texto do 
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artigo, somente diante da impossibilidade da cobrança junto ao sujeito 
passivo é que o Fisco poderá cobrar dos responsáveis previstos nos incisos I 
a VII do artigo 134 do CTN os valores em aberto. Ou seja, ESSE TIPO DE 
RESPONSABILIDADE COMPORTA BENEFÍCIO DE ORDEM, NÃO SE 
CONFUNDINDO COM A SOLIDARIEDADE PREVISTA NO ARTIGO 124 
do CTN. Assim, há uma ordem de preferência a ser observada quanto à 
cobrança dos valores porventura devidos pelos contribuintes previstos em lei. 
Não esqueça isso. Mas preste atenção ao que a nosso amigo Virgulino vai nos 
dizer agora!! Atenção! 
 
Essa questão, em provas de concursos, é 
bastante sensível, com algumas bancas 
cobrando como certa a literalidade do que 
consta no CTN, considerando como 
correta a existência da solidariedade, e 
não da subsidiariedade. Por sua vez, 
outras consideram como correta a 
subsidiariedade constante no dispositivo, 
considerando incorreta a redação que 
afirme que a responsabilidade é solidária. 
Assim, tenha muito cuidado com questões 
que abordem esse assunto, analisando-a 
de maneira fria e calculista! 
Dessa maneira, somente diante da impossibilidade da cobrança dos valores 
devidos dos contribuintes legais é que o Fisco poderá acionar as pessoas 
constantes nos incisos I a VII do artigo 134 do CTN. Caso não seja possível, 
por exemplo, cobrar os valores devidos por seus filhos menores, os pais 
destes serão acionados a pagar o tributo porventura devido. O mesmo 
acontece em relação aos demais contribuintes. 
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Entretanto, os responsáveis somente poderão vir a ser chamados se 
observadas, CONCOMITANTEMENTE, as duas condições previstas no caput 
do artigo 134, quais sejam: 
™ No caso de impossibilidade de exigência do cumprimento da 
obrigação principal pelos contribuintes, DEVENDO O FISCO 
PRIMEIRO COBRAR DESTES; e 
™ O não cumprimento da obrigação tributária tenha sido 
observado em razão de atos praticados pelos terceiros ou em 
razão de omissão a eles imputadas. 
Sem que sejam observadas as duas condições, não poderá ser atribuída 
responsabilidade a essas pessoas elencadas no artigo 134 do CTN. Somente 
poderão ser cobrados ou executados bens dos responsáveis depois que foram 
cobrados ou executados os dos contribuintes. 
Por sua vez, são os seguintes os contribuintes e os respectivos responsáveis 
previstos nos incisos do artigo 134 do CTN: 
 
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Por exemplo, um dos primeiros casos elencados no caput do artigo 134 do 
CTN é o relativo aos pais, tutores e curadores, que responderão pelos tributos 
devidos por seus pupilos, conforme o caso (filhos, tutelados e curatelados). 
É certo que, quase que regra geral, essas pessoas não dispõem de 
capacidade econômica para saldar qualquer tipo de obrigação tributária por 
elas contraídas. Seria o caso, por exemplo, de uma criança que, com a morte 
do seu avô, veio a receber como herança desse um imóvel situado na praia 
de Porto de Galinhas/PE. 
A transmissão decorrente da morte do avô configura uma hipótese de 
incidência do ITCMD, imposto de transmissão estadual, no qual o herdeiro, 
entre outras pessoas, é o contribuinte eleito na norma para o pagamento do 
tributo devido. 
E agora? Joãozinho não tem dinheiro nem para comprar uma chupeta, o que 
dirá para pagar o ITCMD relativo ao imóvel. Ele espera juntar em sua 
poupança o dinheiro no valor do ITCMD devido ou não recebe o imóvel do seu 
querido vovô? Nenhuma das duas hipóteses. Quem será chamado a pagar 
serão seus pais, uma vez que eles são os eleitos pela norma tributária como 
responsáveis tributários. Entendeu como funciona? Alguém tem que pagar, 
ou, legal e formalmente, o bem não é transmitido! - Ao menos em teoria, 
claro. 
Por sua vez, temos o que estabelece o parágrafo único do artigo 134 do CTN, 
que dispõe sobre a atribuição de responsabilidade por infrações aos terceiros 
presentes nos incisos I a VII do artigo 134, APENAS EM RELAÇÃO ÀS 
MULTAS DE CARÁTER MORATÓRIO, EXCLUINDO A 
RESPONSABILIDADE QUANTO ÀS MULTAS PUNITIVAS. 
Assim, os terceiros somente responderão pelas multas devidas em razão do 
atraso no pagamento do tributo devido pelos contribuintes, jamais em razão 
de penalidades aplicadas em razão do não pagamento ou das demais multas 
de caráter punitivo (as chamadas multas formais, de ofício, fiscais ou 
pessoais). 
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Por exemplo, caso a lei estadual do ITCMD preveja que o não pagamento do 
imposto no prazo devido implica em multa moratória de 3% ao mês e em 
multa de 30% do imposto devido, somente serão os terceiros responsáveis 
pela multa de 3% ao mês, não podendo os mesmos arcarem com a multa de 
30%, que é de caráter punitivo. 
Assim, se determinado contribuinte deveria ter pagado o tributo em janeiro 
de 2011 e não o fez, estará sujeito à multa por atraso no pagamento prevista 
na legislação. 
Essa multa, por sua vez, caracteriza-se como uma penalidade, uma vez que 
decorre de uma infração do contribuinte ao que dispõe a legislação tributária. 
Quanto a essa penalidade (multa), o responsável não irá arcar com ela, 
apenas com as de caráter meramente moratório. 
Por sua vez, o responsável que não efetuou o pagamento no prazo legal 
previsto, o que acarretou multa de mora, nessa situação a multa será por ele 
devida, uma vez que decorreu de atraso no pagamento devido. 
Em relação ao inciso IV, os administradores de bens de terceiros são as 
pessoas que, por omissão, por exemplo, deixam de pagar o ITBI relativo a 
determinada transmissão realizada sobre o imóvel. O mesmo se observa em 
relação à falta de pagamento do IPTU. 
Quanto ao inciso V, hoje temos a figura do administrador judicial, em 
substituição ao síndico e ao comissário, conforme denominação dada pela lei 
federal nº 11.101, de 2005. 
Já em relação ao inciso

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