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Responsabilidade médica ética-profissional UNIVERSIDADE SALVADOR PROFA. ME. AMANDA BARBOSA Judicialização da Medicina Judicialização da Medicina “Em quatro anos, o número de processos movidos por erro médico que chegaram ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) cresceu 140%. Dados obtidos com exclusividade pelo Estado mostram que, em 2010, foram 260 ações encaminhadas à corte sobre o tema. No ano passado [2014], foram 626 processos. São casos já julgados nos tribunais estaduais que passam para a esfera superior quando uma das partes entra com recurso”. “No mesmo período, 18 médicos tiveram seus registros cassados e outros 625 receberam outros tipos de punições do Conselho Federal de Medicina (CFM) por agir com imprudência, imperícia ou negligência, práticas que caracterizam o erro médico”. Judicialização da Medicina Judicialização da Medicina Judicialização da Medicina Código de Ética Médica Resolução nº 1.931/2009 IV Conferência Nacional de Ética Médica (CONEM) Estrutura Preâmbulo Princípios fundamentais Normas diceológicas (direitos profissionais) Normas deontológicas (deveres profissionais) Código de Ética Médica Preâmbulo “I – O presente Código de Ética Médica contém as normas que devem ser seguidas pelos médicos no exercício de sua profissão, inclusive no exercício de atividades relativas ao ensino, à pesquisa e à administração de serviços de saúde, bem como no exercício de quaisquer outras atividades em que se utilize o conhecimento advindo do estudo da Medicina”. Código de Ética Médica Princípios fundamentais “XX – A natureza personalíssima da atuação profissional do médico não caracteriza relação de consumo”. Código de Ética Médica Normas diceológicas “IV - Recusar-se a exercer sua profissão em instituição pública ou privada onde as condições de trabalho não sejam dignas ou possam prejudicar a própria saúde ou a do paciente, bem como a dos demais profissionais. Nesse caso, comunicará imediatamente sua decisão à comissão de ética e ao Conselho Regional de Medicina”. Código de Ética Médica Normas deontológicas Da Responsabilidade Profissional (Cap. III) É vedado ao médico: “Art. 1º. Causar dano ao paciente, por ação ou omissão, caracterizável como imperícia, imprudência ou negligência. Parágrafo único. A responsabilidade médica é sempre pessoal e não pode ser presumida”. Responsabilidade ético-profissional Competência dos conselhos profissionais Lei 3.268/1957 - Artigo 2° - O Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Medicina são os órgãos supervisores da ética profissional em toda a República e, ao mesmo tempo, julgadores e disciplinadores da classe médica, cabendo- lhes zelar e trabalhar por todos os meios ao seu alcance, pelo perfeito desempenho ético da Medicina e pelo prestígio e bom conceito da profissão e dos que a exerçam legalmente. Responsabilidade ético-profissional Possíveis penalidades Artigo 22 da Lei 3.268/57: a) Advertência confidencial em aviso reservado; b) Censura confidencial em aviso reservado; c) Censura pública em publicação oficial; d) Suspensão do exercício profissional por até 30 (trinta) dias e) Cassação do exercício profissional, ad referendum do Conselho Federal de Medicina. Responsabilidade ético-profissional Procedimento ético-profissional (Resolução nº 2.145/2016 – CPEP) Tramitação em sigilo (art. 1º) Independência das ações cíveis e penais, salvo sentença penal absolutória: a) Inexistência do fato; b) Réu não concorreu para infração penal. Responsabilidade ético-profissional Procedimento ético-profissional (Resolução nº 2.145/2016 – CPEP) Sindicância - De ofício; - Denúncia; Obs. Convênio com o NACRES (Núcleo de Apuração de Crimes Relativos a Erros na Área de Saúde – MPBA) • Verbal ou escrita; • Identificação do denunciante; • Relato circunstanciado dos fatos; • Qualificação do médico denunciado; • Indicação das provas documentais Responsabilidade ético-profissional Procedimento ético-profissional (Resolução nº 2.145/2016 – CPEP) Conselheiro Sindicante Manifestações Relatório: a) Correlação dos fatos com supostas infrações ao CEM; b) (In)existência de indícios de infração ao CEM Responsabilidade ético-profissional Procedimento ético-profissional (Resolução nº 2.145/2016 – CPEP) Câmara de Sindicância Concilação TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) Arquivamento Processo Administrativo (doença incapacitante) Instauração de processo ético-profissional Responsabilidade ético-profissional Procedimento ético-profissional (Resolução nº 2.145/2016 – CPEP) Processo ético-profissional Conselheiro Instrutor Citação do denunciado (30 dias para Defesa Prévia) – até 5 testemunhas; Produção de provas - Parecer técnico de Câmara Especializada (15 dias para manif.); - Audiência de instrução - Denunciante / Testemunhas / Denunciado Alegações finais (15 dias) Responsabilidade ético-profissional Procedimento ético-profissional (Resolução nº 2.145/2016 – CPEP) Sessão de julgamento - Leitura do relatório: Conselheiro Relator / Conselheiro Revisor - Análise de questões preliminares (Ass. Jurídica) - Sustentação oral (10 min.) - Pedidos de esclarecimento e fase de debates - Considerações finais orais (5 min.) - Votação (C.Rel. C.Rev. Colheita nominal dos votos) - Preliminares - Culpabilidade - Capitulação - Pena Responsabilidade penal médica UNIVERSIDADE SALVADOR PROFA. ME. AMANDA BARBOSA Crimes comuns Homicídio (art. 121) § 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. Induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio (art. 122) Crimes comuns Aborto provocado por terceiro (arts. 125 e 126) Lesão corporal (art. 129) § 7º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer das hipóteses dos §§ 4o e 6o do art. 121 deste Código. Omissão de socorro (art. 135) Crimes comuns Condicionamento de atendimento médico-hospitalar emergencial (art. 135-A) Constrangimento ilegal (art. 136) § 3º - Não se compreendem na disposição deste artigo: I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou de seu representante legal, se justificada por iminente perigo de vida; Violação do segredo profissional (art. 154 CP) Vilipêndio a cadáver (art. 212) Estupro (art. 213) Crimes omissivos CP Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. Crimes omissivos “[...] não há dúvidas de que esses agentes de saúde têm a especial função de garantia de bens jurídicos – sobretudo de bens como a vida e a saúde – dos pacientes. Dessa forma, se descumprir o dever de agir, abstendo-se de realizar a conduta devida e não impedindo o resultado, o médico será considerado o causador deste mesmo resultado e responderá pelo crime correspondente, seja doloso ou culposo, já que os crimesde omissão imprópria podem ter as duas características. Assim, se o médico, intencionalmente, deixar de atender determinado paciente em perigo de vida, o qual em virtude dessa omissão venha a morrer, responderá pelo crime de homicídio (doloso), mas não pelo de omissão de socorro”. (SPORLEDER DE SOUZA, 2006, p. 236) (TJ-SP - APL: 00076109320058260438 SP 0007610- 93.2005.8.26.0438, Relator: Leme Garcia, Data de Julgamento: 10/11/2015, 16ª Câmara de Direito Criminal, Data de Publicação: 11/11/2015) Crimes próprios Omissão de notificação de doença Art. 269 - Deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença cuja notificação é compulsória: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. Crimes próprios Portaria MS nº 204/2016 - Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública (total = 48) Crimes próprios Infração de medida sanitária preventiva Art. 268 - Infringir determinação do poder público, destinada a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa: Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa. Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se o agente é funcionário da saúde pública ou exerce a profissão de médico, farmacêutico, dentista ou enfermeiro. Crimes próprios Falsidade de atestado médico Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso: Pena - detenção, de um mês a um ano. Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa. Crimes próprios Exercício ilegal da medicina, arte dentária ou farmacêutica Art. 282 - Exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de médico, dentista ou farmacêutico, sem autorização legal ou excedendo-lhe os limites: Pena - detenção, de seis meses a dois anos. Parágrafo único - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se também multa. Agravantes genéricas correlatas CP Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime: II - ter o agente cometido o crime: g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão; h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida;
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