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ARTIGO CIENTIFICO: PARTICULARIDADES FAMILIARES QUE LEVAM ADOLESCENTES A USAR DROGAS

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PARTICULARIDADES FAMILIARES QUE LEVAM ADOLESCENTES A BUSCAR REFÚGIO NAS DROGAS
Luciana Quintaneiro1
Eduarda Markiv Gimenes2
RESUMO
Identifica-se nos dias de hoje uma frequente simultaneidade entre famílias cujo ambiente é desestruturado e não acolhedor com o uso de drogas pelos adolescentes pertencentes a essas famílias. Estudos comprovam que famílias com educação muito rígida ou com pouca rigidez tem mais tendência a ter filhos usuários de entorpecentes. Verificou-se a incidência elevada da presença de substâncias psicoativas no cotidiano dos jovens que tiveram uma infância em lares desestruturados, abusivos, permissivos, ou sem abertura para diálogo, entre outros fatores que geram o afastamento entre pais e filhos. Tal afastamento tende a aproximar os jovens de um ambiente social hostil e imerso em substâncias ilegais usado como refúgio para os problemas emocionais que foram desencadeados no desenvolvimento desse jovem. Diante do exposto fica claramente evidenciada essa problemática e suas consequências, destacando-se deste modo a necessidade da especial atenção dos pais para com o desenvolvimento de seus filhos, garantindo então que os mesmos não envolver-se-ão com drogas e terão uma vida plena com mais oportunidades de crescimento pessoal, social e profissional. 
Palavras-chave: Problemas familiares. Adolescentes. Substâncias ilícitas na adolescência. Relação parental. Lares Desestruturados. Refúgio nas drogas.
INTRODUÇÃO 
Nos dias atuais, cada vez mais vemos adolescentes buscando refúgio nas drogas por conta de uma desestruturação familiar, de uma falta de carinho e atenção no lar, de uma ausência de compreensão dos novos padrões sociais que os jovens vivenciam e que os pais desconhecem gerando um afastamento entre pais e filhos, o que causa uma lacuna afetiva e emocional que tende a ser suprida pelo uso e muitas vezes abuso de drogas. 
Advogada, Professora de Inglês na Phil Young’s English School, Graduanda em Psicologia pela FAE Centro Universitário. E-mail: lucianaq9@hotmail.com
Graduanda em Psicologia pela FAE Centro Universitário. E-mail: Eduarda.m.gimenes@gmail.com 
Essa problemática é gerada por uma intensa falta de comunicação em casa, uma dificuldade de aproximação, ou até mesmo por uma diferença de formação devido ao fato de as gerações dos pais e dos filhos serem muito distintas, o que gera a enorme e quase insuperável inexistência de compreensão entre genitores e prole, causando um total afastamento entre ambos.
Inúmeros estudos demonstram a substancial influência dos pais na forte tendência dos adolescentes em usar substâncias psicoativas, tais quais discorrem Gomide (2004); Baumann, Spitz, Predine, Choquet, Chau (2007); Brito (1999); Pacheco (2007); Dietz, Santos e Hildebrandt (2011); Paz e Colossi (2013) entre outros. 
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
Na infância, o bom convívio e diálogo entre os integrantes familiares é crucial para o crescimento e desenvolvimento biopsicossocial da(s) criança(s), porém quando essa estrutura carrega falhas, isto leva a uma evolução instável que acarreta crises na adolescência.
Em uma relação familiar harmoniosa, com comunicação e orientação adequadas, as chances do jovem iniciar o uso de drogas são extremamente baixas, entretanto, quando essa relação é conflituosa e não autoritativa essas chances aumentam consideravelmente. 
Para Dietz et al. (2011), A falta de interação entre os membros da família, representada pela deficiência de diálogo, dificulta a percepção da situação adversa vivenciada pelo adolescente e a adoção de determinadas medidas para evitar o uso de substâncias psicoativas, como é evidenciado nos fragmentos abaixo: 
Meu pai mora longe. Fiquei uns dez anos sem ver ele, daí eu vi uma vez e não vi mais. Eu não gosto dele. Eu não converso com ninguém da família. A pessoa que eu mais converso é com a minha ex-sogra (ERIC). Meus pais nunca pressentiram que eu fumava, eles achavam que só meu irmão fumava (GUNS).
 Outra questão relevante evidenciada mostra que condutas de superproteção, falha na colocação de limites e omissão por parte dos pais, ou de um deles, influenciam na formação do indivíduo e no entendimento do que é certo e errado, o que, futuramente, pode afetar na decisão de usar ou não drogas. (DIETZ et al; 2011)
 Diante do exposto pode-se concluir com clareza que as atitudes dos pais enquanto educadores influenciam no desenvolvimento emocional e psicológico de seu(s) filho(s), o que se feito de uma forma não satisfatória, tem grandes chances de acarretar em um distúrbio social levando-os também ao uso de substâncias psicoativas como subterfúgio para suas lacunas emocionais, falta de limites e compreensão das consequências que o uso de drogas pode levar futuramente. 
 
CONCLUSÃO 
Por meio deste estudo, pode-se concluir que as relações familiares desestruturadas realmente desencadeiam o uso de drogas pelos adolescentes. A busca por esses entorpecentes inicia-se a partir de uma relação parental fraca e distante onde não se encontra afeto, diálogo, compreensão, suporte emocional, e muitas vezes há violência moral e física, deixando o jovem desamparado e a mercê de um ambiente social degradado.
Em contrapartida, entende-se que uma relação familiar saudável e bem estruturada é fundamental para um bom desenvolvimento psicossocial do jovem. A presença do diálogo é imprescindível para um bom convívio e evolução deste relacionamento. 
 Em suma, conclui-se que os pais devem ser cuidadosos com suas atitudes perante seus filhos, visto que todas elas possuem influência fortíssima na formação psicológica dos mesmos e vão ditar quem eles serão no futuro. Os ensinamentos dos pais na infância formam o caráter das crianças, o que refletirá em suas futuras tomadas de decisões, incluindo a de usar ou não substâncias psicoativas.
REFERÊNCIAS 
PACHECO, Ana Laura Prates. O feminino e as drogas na atualidade: The feminine and the drugs in contemporary. Mental, v. 5, n. 9, p. 47-61, 2007.
NÓBREGA, Maria do Perpétuo Socorro de et al. Mulheres usuárias de álcool: análise qualitativa. Revista de saúde pública, 2005.
MARANGONI, Sônia Regina; OLIVEIRA, Felix de; FORTES, Magda Lúcia. Fatores desencadeantes do uso de drogas de abuso em mulheres. Texto & Contexto Enfermagem, v. 22, n. 3, 2013.
GUIMARÃES, Ana Beatriz Pedriali et al. Aspectos familiares de meninas adolescentes dependentes de álcool e drogas. Revista de Psiquiatria Clínica, v. 36, n. 2, p. 69-74, 2009.
GUIMARÃES, Maria do Socorro Oliveira et al. Motivação de mulheres para o primeiro contato com substâncias psicoativas. Revista Interdisciplinar, v. 7, n. 1, p. 41-48, 2014.
PIC, Gomide. Pais presentes, pais ausentes: regras e limites. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004.
VASCONCELOS, Antônio Cleano Mesquita et al. Relações Familiares e Dependência Química: Uma Revisão de Literatura. Revista Brasileira de Ciências da Saúde, v. 19, n. 4, p. 321-326, 2016.
DIETZ, Graciele et al. As relações interpessoais e o consumo de drogas por adolescentes. SMAD, Revista Electrónica en Salud Mental, Alcohol y Drogas, v. 7, n. 2, 2011.
BRITO, Raquel Cardoso. Uso de drogas entre meninos e meninas em situação de rua: subsídios para uma intervenção comunitária. 1999.
PAZ, Fernanda Marques; COLOSSI, Patrícia Manozzo. Aspectos da dinâmica da família com dependência química. Estudos de Psicologia, v. 18, n. 4, 2013.
BENCHAYA, Mariana C. et al. Pais não autoritativos e o impacto no uso de drogas: a percepção dos filhos adolescentes. Jornal de Pediatria, v. 87, n. 3, p. 238-244, 2011.

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