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Crítica à metafísica

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Crítica à metafísica
A Ilustração: o Século das Luzes
Foi o otimismo em reorganizar o mundo humano pelas luzes da razão, onde o racionalismo e o empirismo do séc. XVII deram o substrato filosófico dessa reflexão. A filosofia iluminista sofreu influência também da revolução cientifica de Galileu.
A natureza passou a ser vista de maneira secularizada, desvinculada da religião e o ser humano estendeu o uso da razão a todos domínios: político, econômico, moral e religioso.
Essa influência do Iluminismo se estendeu por toda a Europa, principalmente na Inglaterra, França e Alemanha.
Kant: o criticismo
Sua filosofia é chamada assim por causa da pergunta: “Qual é o verdadeiro valor dos nossos conhecimentos e o que é conhecimento?”
Ele coloca a razão em um tribunal para julgar o que pode ser conhecido legitimamente e que tipo de conhecimento não tem fundamento.
Kant pretendia superar a dicotomia racionalismo-empirismo: condenou os empiristas e não concordava com os racionalistas.
Para superar essa contradição, ele explica que o conhecimento é constituído de algo que recebemos de fora, da experiência (posteriori) e algo que já existe em nós mesmo (priori), portanto, anterior a qualquer experiência.
A diferente entre Kant e os filósofos que o antecederam é o fato que a matéria e a forma atuam ao mesmo tempo. E para nos conhecermos as coisas, precisamos da experiência sensível -matéria-, mas essa experiência não é dada se não for organizada por formas da sensibilidade e do entendimento, que por sua vez, são a priori e condição da própria experiência. A sensibilidade é a faculdade receptiva, onde obtemos as representações exteriores, e o entendimento é a faculdade de pensar/produzir conceitos. Nessas faculdades Kant identifica formas a priori.
Formas a priori da sensibilidade ou intuições puras são o espaço e o tempo. Eles não existem como realidade externa, são antes formas a priori que o sujeito precisa para organizar as coisas.
Formas a priori do entendimento: são as categorias, que funcionam como conceitos puro que não tem conteúdo, por serem formas a priori, condições do conhecimento. Ele identifica 12 categorias como a causalidade, a substancia e a existência. 
Ele garante a possibilidade do conhecimento cientifico como universal e necessário.
O noumenon pode ser pensado mas não pode ser reconhecido porque o conhecimento humano limita-se ao campo da experiência, porém o ser humano deseja ir além da experiência e nisso consiste o trabalho da razão, que investiga as ideias de alma, mundo e Deus e os objetos da metafísica.
Ao examinar essas ideias, Kant se depara com as antinomias da razão pura, com argumentos contraditórios que se opõem em tese e antítese. Por exemplo: a ideia de liberdade tanto pode ter argumentos a favor como contra (determinismo); pode-se argumentar tanto que o mundo tem um início e é limitado ou que não teve início e é ilimitado. 
Ele conclui que não é possível conhecer as coisas tais como são em si.
Porém, em outra obra, a Crítica da razão prática, ele recupera as realidades da metafísica que criticou anteriormente. A razão pura se ocupa das ideias, a razão prática volta-se para a ação moral, que só é possível porque os seres humanos podem agir mediante ato de vontade, por autodeterminação. 
Pela análise do mundo ético, Kant recoloca as questões da liberdade humana, da imortalidade da alma e da existência de Deus, recuperadas como postulados, que lhe permitem explicar a lei moral e seu exercício
O pensamento kantiano é conhecido como idealismo transcendental, ele afirma que são os objetos que se adaptam ao conhecimento, e não o contrário.
Mesmo fazendo a crítica do racionalismo e do empirismo, o procedimento kantiano redundou em idealismo: ainda que reconheça a experiência como fornecedora da matéria do conhecimento, é o nosso espírito, graças às estruturas a príori, que constrói a ordem do universo.
Da crítica feita por Kant à metafísica, surgiram duas linhas divergentes entre os filósofos do século XIX: a primeira, representada pelo materialista Feuerbach (a matéria é anterior ao espiritual e o determina) e positivista Comte (a ciência, o saber positivo é a forma mais adequada de conhecimento); a segunda, dos idealistas Johann G. Fichte, Friedrich Schelling e Georg W. F. Hegel. 
No final do séc. XVIII e começo do séc. XIX ocorreram transformações significativas como: revoluções: a independência dos Estados Unidos (1776) e a Revolução Francesa (1789) que foram celebradas como conquistas das Luzes; implantação do Terror na França por Robespierre e posteriormente a instauração do Império por Napoleão; e o Prenúncio do romantismo na Alemanha (década de 1770) com o movimento Sturm und Drang, com o nacionalismo e a exaltação da natureza, do gênio, do sentimento e da fantasia.
Esse período foi de grande produção literária, com destaque para Goethe e Schiller, e filosófica, com Jacobi e Herder., surgiu ainda nesse ambiente cultural o idealismo filosófico, representado por Johann Gottlieb Fichte, Friedrich Schelling e Georg Hegel, sendo este último o que exerceu maior influência no pensamento posterior, onde sua admiração por Napoleão, pela capacidade humana de transformação e pelo elogio aos movimentos políticos revolucionários refletiu-se em sua concepção filosófica de história e em sua epistemologia.
Imbuído do espírito de sua época, fundou seu sistema a partir da noção de liberdade do sujeito criticando a filosofia transcendental de Kant por ser muito abstrata e alheia às etapas da formação da autoconsciência do indivíduo e deste na sua cultura.
Ele introduziu uma noção nova, a de que a razão é histórica, ou seja, a verdade é construída no tempo. Partiu da noção kantiana de que a consciência (ou o sujeito) interfere ativamente na construção da realidade, propondo o que se chama filosofia do devir, do ser como processo, como movimento, como vir a ser. Nesse ponto de vista, o ser está em constante transformação, donde surge a necessidade de fundar uma nova lógica que não parta do princípio de identidade, que é estático, mas do princípio de contradição, para dar conta da dinâmica do real. Essa nova lógica, Hegel chama dialética. 
Ele desenvolve um novo conceito de história, também dialético: o presente é engendrado por longo e dramático processo; a história não é simplesmente acumulação e justaposição de fatos acontecidos no tempo, mas resulta de um processo cujo motor interno é a contradição dialética, que conduz ao autoconhecimento do espírito no tempo.
Segundo essa dialética, todas as coisas e ideias surgem e morrem, porém, essa força destruidora é também a força motriz do processo histórico, onde a ideia central é a de que a morte é criadora, geradora. 
Na sua principal obra, Fenomenologia do espírito, o termo fenomenologia remete à noção de fenômeno como aquilo que nos aparece, que se manifesta, na medida em que é um objeto distinto de si, porque nele descobrimos a contradição, que por sua vez será superada em um terceiro momento.

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