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Química Geral Experimental 1, Thalíssia Suzanne Santos, Experimento 3 1 Separaça o de misturas por cromatografia em papel Ex p er im en to 3 Thalíssia Suzanne Santos Departamento de Química Fundamental, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, Brasil Professora: Maria Carolina Pacheco Lima Data da prática: 02/05/2014; Data de entrega do relatório: 16/05/2014 Resumo Neste experimento foram identificadas substâncias de uma mistura desconhecida a partir do método da cromatografia em papel. Palavras chave: Cromatografia; separação; misturas; química; Introdução A cromatografia é uma técnica antiga, mas uma das mais poderosas de separação de misturas. Por ser geralmente barata, e poder fornecer várias informações sobre as soluções, é largamente utilizada. O primeiro indício da utilização da cromatografia ocorreu no século XX. O botânico M S Tsvet dissolveu pigmentos de plantas moídas e os despejou em um tubo com giz moído. Como cada pigmento tinha uma afinidade diferente pelo giz, eles percorreram o tubo em diferentes velocidades, formando várias camadas de cores diferentes. [1] Existem vários tipos de cromatografia. A mais simples é a feita em papel. Ela se baseia na afinidade que certas substâncias tem pela celulose e pelo solvente. Como cada uma tem diferentes propriedades, elas viajam em velocidade diferentes pelo papel, assim é possível identificar as substâncias. Esse tipo de cromatografia é o utilizado neste experimento. Metodologia Primeiro a fase estacionária é preparada. A partir de um papel filtro devem ser cortados 3 retângulos, de modo que cada um caiba em um béquer de 50ml (sem tocar nas paredes do recipiente). Uma linha deve ser feita, com grafite, a cerca de 1,5 cm da parte inferior do papel. É em cima dessa linha que as gotas de soluto serão colocadas. Um capilar deve ser posto na solução de FeCl3. O líquido irá subir pelo capilar naturalmente. O excesso de solução deve ser retirado da ponta da vidraria, e depois disso, uma pequena gota deve ser colocada sobre o papel, em cima da linha feita anteriormente. O procedimento é repetido com a soluções de CuSO4 e NiCl2, além da amostra desconhecida. Deve-se tomar cuidado para que as gotas fiquem a uma distância mínima de 1 cm das laterais do papel, mas elas não devem ficar muito próximas. Após a aplicação das gotas, o papel deve ser seco em uma estufa ou ventilador. Depois de seco, a parte superior deve ser colada em uma placa de Petri (dentro do béquer irão apenas 20ml de solvente. Deve-se colar o papel de forma que apenas uma pequena parte fique dentro da solução). Figura 1: nível do solvente em relação às gotas de soluto [2] Química Geral Experimental 1, Thalíssia Suzanne Santos, Experimento 3 2 O solvente é uma mistura de acetona e HCl, que deve ser preparada nas proporções de 4:1 (16 ml de acetona + 4 ml de HCl), 19:1 (19 ml de acetona + 1 ml de HCl) e 3:2 (12ml de acetona + 8 ml de HCl). Cada papel um fica em um béquer com uma proporção diferente de solvente. O solvente irá subir pelo papel, e o soluto também. Um dos íons já é visível a olho nu. Para revelar o segundo íon o papel deve ser segurado acima de uma placa de Petri contendo amônia (o papel não pode encostar na amônia). O terceiro íon é revelado pintando-se o papel com dimetilglioxima (use algodão como pincel). Depois que os íons são revelados, o fator de retenção (Rf) é calculado. 𝑅𝑓 = 𝑑𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑝𝑒𝑟𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑑𝑎 𝑝𝑒𝑙𝑜 𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜 𝑑𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑝𝑒𝑟𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑑𝑎 𝑝𝑒𝑙𝑜 𝑠𝑜𝑙𝑣𝑒𝑛𝑡𝑒 Resultados e Discussão O íon visível a olho nu é o Fe3+. É possível ver esse íon também na amostra desconhecida. Ou seja, já se sabe que um dos componentes da mistura é FeCl3. O íon revelado com amônia é o Cu2+. A amônia forma um complexo com o íon de cobre (II). O Cu2+ age como um ácido de Lewis e aceita quatro pares de elétrons, cada um de uma molécula de NH3. [3] Cu2+ + 4 NH3 Cu[(NH3)4]2+ Figura 3: íon de Cu2+ revelado Percebe-se que não há indícios de CuSO4 na amostra desconhecida. O terceiro íon revelado é o Ni2+. Como o papel já estava básico, devido ao vapor de amônia usado para revelar os íons de cobre, ocorre uma reação entre os íons de níquel e dimetilglioxima, que forma um precipitado vermelho de dimetilglioxima de níquel [4]. Íons de níquel também foram revelados na amostra desconhecida. Isso indica que a amostra é uma mistura de NiCl2 e FeCl3. Figura 4: íons FE3+, Cu2+ e Ni2+ revelados. Os tons amarelado e avermelhado na amostra (B) indicam a presença de íons cobre (II) e níquel (II) O próximo passo do experimento é calcular o fator de retenção (Rf) de cada íon. Tabela 1: Fator de retenção para a proporção 4:1 Íon Fator de retenção (Rf) Fe3+ 𝑅𝑓 = 4,50 𝑐𝑚 5,45 𝑐𝑚 = 0,83 ± 0,01 Cu2+ 𝑅𝑓 = 5,25 𝑐𝑚 5,45 𝑐𝑚 = 0,96 ± 0,01 Ni2+ 𝑅𝑓 = 4,95 𝑐𝑚 5,45 𝑐𝑚 = 0,91 ± 0,01 Tabela 2: Fator de retenção para a proporção 3:2 Íon Fator de retenção (Rf) Fe3+ 𝑅𝑓 = 5,50𝑐𝑚 7,00 𝑐𝑚 = 0,79 ± 0,01 Cu2+ 𝑅𝑓 = 5,80 𝑐𝑚 7,00 𝑐𝑚 = 0,83 ± 0,01 Ni2+ 𝑅𝑓 = 5,00 𝑐𝑚 7,00 𝑐𝑚 = 0,71 ± 0,01 Figura 2: íon Fe2+ visível a olho nu Química Geral Experimental 1, Thalíssia Suzanne Santos, Experimento 3 3 Tabela 3: Fator de retenção para a proporção 19:1 Íon Fator de retenção (Rf) Fe3+ 𝑅𝑓 = 4,50 𝑐𝑚 6,50 𝑐𝑚 = 0,69 ± 0,01 Cu2+ 𝑅𝑓 = 3,80 𝑐𝑚 6,50 𝑐𝑚 = 0,58 ± 0,01 Ni2+ 𝑅𝑓 = 4,80 𝑐𝑚 6,50 𝑐𝑚 = 0,73 ± 0,01 Pelas tabelas e gráfico percebemos que o fator de retenção é um número entre 0 e 1. Ou seja, o solvente tem maior velocidade que o soluto nas três proporções do experimento. Não há uma linearidade nos dados, o que não permite prever com facilidade o fator de retenção em alguma outra proporção de solvente. O fato de cada íon ter valores diferentes para o fator de retenção indica a maior ou menor afinidade que eles têm pela celulose ou por componentes do solvente. Outra propriedade que é observada, é que cada íon tem um fator de retenção específico para cada proporção de solvente. Ou seja, a cromatografia não é totalmente dependente da cor, pois se cada soluto tem fatores de retenção específicos para cada fase móvel e fase estacionária, é possível identificá- los apenas por sua velocidade no suporte. Conclusão A partir da cromatografia em papel foi possível descobrir quais substâncias estavam presentes em uma mistura homogênea. Isso mostra o poder da cromatografia. Identifica r íons em misturas não era fácil até o aparecimento dessa técnica. Além da identificação dos componentes da amostra desconhecida, foi possível calcular o fator de retenção de cada íon do experimento. Nesta prática foi possível apenas identificar cada componente da mistura, mas existem outros tipos mais sofisticados de cromatografia, que permitem, além de identificar componentes em uma mistura, separá-los. Referências [1] ATKINS, Peter; JONES, Loretta. Princípios da química: Questionando a vida moderna e o meio ambiente. Porto Alegre: Bookman, 2011.[2] OKUMURA, Fabiano; SOARES, Márlon Herbert Flora Barbosa; CAVALHEIRO, Éder Tadeu Gomes. Química nova. São Carlos, 2001. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100 -40422002000400025&script=sci_arttext>. Acesso em: 14 maio 2014. [3] COMPOSTOS de coordenação . Disponível em: <http://www.uff.br/gqi/ensino/disciplinas/gi vexp/compostosdecoordenacao.pdf>. Acesso em: 14 maio 2014. [4] REAÇÕES de identificação dos cátions do grupo iii. Disponível em: <http://wwwp.fc.unesp.br/~galhiane/reacoe s_de_identificacao_dos_cations_iii.htm>. Acesso em: 14 maio 2014. 0 0,5 1 1,5 Proporção 19:1 Proporção 4:1 Proporção 3:2 Gráfico 1: Fator de retenção para cada íon íon Ferro (III) íon Cobre (II) íon Níquel (II) Química Geral Experimental 1, Thalíssia Suzanne Santos, Experimento 3 4 QUESTÕES 1) Qual o íon que é visível a olho nu? O íon visível a olho nu é o Fe3+ 2) A amônia revela que íon? Qual é a coloração observada neste teste, e que tipo de complexo é formado pela reação de amônia com o íon metálico? A amônia revela o Cu2+. É formado um íon complexo de coloração azul. Um íon complexo é formado por um íon metálico central rodeado, neste caso, por moléculas, que têm a capacidade de doar elétrons. O número de ligantes que circunda o íon se chama número de coordenação, que neste caso é 4. Cu2+ + 4 NH3 Cu[(NH3)4]2+ 3) A dimetilglioxima revela que íon? Qual a coloração? A dimetilglioxima reage com o íon Ni2+ e forma um composto de coloração avermelhada. 4) Dê os valores de Rf para cada um dos íons em cada sistema de solvente. Utilizando a mudança de Rf com as proporções relativas de acetona e ácido clorídrico, estabeleça qual destes dois solventes é mais responsável pelo transporte dos íons no papel. Tente dar uma explicação baseando nos argumentos delineados na introdução deste texto. Pelo gráfico percebemos que a distância percorrida pelos íons aumenta à medida que a quantidade de HCl na solução cresce. Para os íons de cobre esse aumento é mais acentuado, já para os íons de níquel, a distância é quase uma constante, mas mesmo assim há um aumento. Chegamos a uma conclusão que o HCl é o mais responsável por carregar os íons. 5) Na cromatografia, durante passagem da fase móvel sobre a fase estacionária, as substâncias da mistura são distribuídas entre duas fases. Explique o processo de separação. O processo de separação se dá devido a diferentes propriedades do soluto. Algumas substâncias podem ter maior afinidade pela fase móvel e outras pela fase estacionária. Aqueles íons que tem maior afinidade pela fase estacionária percorrem uma menor distância pelo suporte, enquanto os íons que tem maior afinidade pela fase móvel percorrem uma distância maior. 4 ,5 4 ,5 5 ,5 3 ,8 5 ,2 5 5 ,8 4 ,8 4 ,9 5 5 P R O P O R Ç ÃO 1 9 : 1 P R O P O R Ç ÃO 4 : 1 P R O P O R Ç ÃO 3 : 2 D I S T ÂNCI A E M C E N TÍME TROS P E R C ORRI DA P OR C A D A Í ON N A S D I F E R ENTES P R OP OR ÇÕES D E S OL V E NTE íon Ferro (III) íon Cobre (II) íon Níquel (II)
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