Buscar

Teoria Critica da Arquitetura

Prévia do material em texto

Composição 
Geométrica II
	Mies Van de Rohe
	
O arquiteto Ludwig Mies Van Der Rohe é um dos nomes mais importantes da arquitetura mundial do século XX. De origem alemã, Mies, nasceu em 27 de março de 1886, na cidade de Aachen e morreu no dia 17 de agosto de 1969 em Chicago. Foi Mies quem nos deu a chave para a compreensão de sua arquitetura ao comentar, num artigo publicado em 1961, a influência que as construções da sua cidade natal exerceram em suas obras.
Ludwig Mies (o sobrenome da mãe, van der Rohe, foi incluído por Mies mais tarde) frequentou a escola da catedral de Aachen construída por Carlos Magno e ajudou o pai na firma de cantaria que possuía. Passou a sua infância e adolescência entre lápides e igrejas medievais. A sua formação não foi académica, mas de natureza prática.
A crise de valores em que se encontrava a Europa entre o final do século 19 e início do século 20 foi o pano de fundo e o contexto cultural que Mies encontrou em Berlim em 1905, quando foi trabalhar no escritório do arquiteto Bruno Paul. Dois anos mais tarde, o professor de filosofia Alois Riehl queria que sua casa fosse construída por um arquiteto jovem. Bruno Paul recomendou Mies, que aos 21 anos projetou e construiu a residência de Alois Riehl, um dos principais filósofos berlinenses do início do século XX.
O projeto de Riehl abriu-lhe as portas da sociedade berlinense, pondo-o em contato com intelectuais e possibilitando-lhe trabalhar com  Peter Behrens, Le Corbusier e Walter Gropius com quem trabalhou entre 1907 e 1910.
Mies procurou a influência de um outro precursor do movimento modernista, o arquiteto holandês Hendrik Berlage, com quem se encontrou em Amsterdã, em 1912. Os princípios de Berlage baseavam-se no neoplatonismo da Idade Média, na filosofia de Santo Agostinho, cuja frase “a beleza é o brilho da verdade” tornou-se praticamente um axioma para Mies. Seguindo os passos do mestre Berlage, a lei universal não era mais a verdade histórica, mas a procura da essência, da verdade da construção. 
Foi por essa busca constante da essência construtiva, da precisão do detalhe, que Walter Gropius apelidou Mies de “o solitário caçador da verdade”.
A arquitetura de Mies tornou-se estrutura e membrana externa, ou, como ele mesmo dizia, uma arquitetura de “pele e osso”. A perfeição técnica dos detalhes viria apenas a apoiar este sentimento de vazio do espaço, que segundo Mies, deveria ser preenchido pela vida.
Os projetos de Mies são, por vezes, completamente ideais, somente espaço, como seus arranha-céus de vidro de 1922 ou a residência Farnsworth, nos EUA, de 1950. Em outros, matéria e espaço interagem como na residência Tugendhat de 1931, património histórico da humanidade, na cidade tcheca de Brno. 
Em 1930 assumiu a direção da Bauhaus. Em abril de 1932, quando os nazistas queriam fechar a Bauhaus, Mies transferiu-a, com financiamento do próprio bolso, para um galpão industrial em Berlim-Steglitz. Em Julho de 1933, foi fechada pelos nazistas. Mies não se considerava uma pessoa politizada. É interessante o seu comentário sobre um colega que havia trabalhado para os nazistas: “Não o desprezo por ser nazista, mas por ser mau arquiteto”.
A década de 1930 não foi fácil para Mies, que não conseguia construir e vivia dos móveis que havia projetado. Emigrou para os EUA em 1938, aceitando o convite para dirigir o departamento de arquitetura do Instituto de Tecnologia de Illinois, em Chicago, cujo campus também projetou. Na posse, foi saudado por Frank Lloyd Wright, que anos mais tarde o acusaria de haver fundado um novo Classicismo nos Estados Unidos.
A residência projetada para a senhora Farnsworth, em 1950, valeu-lhe um processo e, em época de caça às bruxas, a acusação de ser obra de comunista. 
Mies deu um carácter “clássico” à sua arquitetura nos Estados Unidos. A sua obra tornou-se mais estática, sem o jogo de diferenças que enriquecia a sua arquitetura anterior.
Terminada em 1969, ano da morte de Mies, a Neue Nationalgalerie de Berlim, o seu único projeto construído na Alemanha após a II Guerra, comprova este ”classicismo”, embora apresente a mesma arrojada conquista espacial de seus projetos anteriores.
Principais Obras:
Casa de Riehl
Em 1907 o professor de filosofia Alois Riehl queria que a sua casa fosse construída por um arquiteto jovem e Bruno Paul recomendou Mies. Sendo a sua primeira encomenda individual, a casa foi construída em Potsdam- Neubabelsberg, na Alemanha. 
Pavilhão de Barcelona
Mies estava no auge de sua carreira na Alemanha, quando foi convidado para projetar o pavilhão alemão para a Feira Mundial de Barcelona em 1929, hoje ícone da modernidade. Em 1930, ele assumiu a direção da Bauhaus, em Dessau.
Expoente da Nova Arquitetura, Mies foi convidado a leccionar na Bauhaus, fundada pelo seu colega - e crítico -  Walter Gropius.
Pertencem a este período algumas peças de mobília modernista, onde aplicou novas tecnologias industriais, que viriam a se tornar particularmente populares até os dias de hoje, como a Cadeira Barcelona (e mesa) ou a Cadeira Brno.
É desse período o seu projeto mais famoso, o Pavilhão Alemão da Feira Universal de Barcelona: uma estrutura bastante leve, sustentada por delgados pilares metálicos e constituída essencialmente por planos verticais e horizontais.
Após a Exposição, o Pavilhão foi demolido, mas sua importância foi tal que voltou a ser construído na década de 1990, como homenagem ao arquiteto e como símbolo do Modernismo. 
Mies parece ter adotado, a partir dessa altura, a missão de criar um novo estilo e uma nova arquitetura que representasse a época que se iniciava — tal como a Arquitetura Gótica representara a Idade Média. A arquitetura deveria ser guiada por um processo criativo assente em pressupostos racionais. Contudo, tal demanda viria a ser interrompida pela depressão económica e pela tomada do poder pelos Nazis, a partir de 1933. 
O pavilhão alemão para a Feira Mundial de 1929 em Barcelona (também conhecido como Pavilhão Barcelona) foi um edifício projetado pelo arquiteto modernista Ludwig Mies van der Rohe. É considerado um marco importante na história da arquitetura moderna, sendo conhecido pela sua geometria depurada e pelo uso inovador e extravagante de materiais tradicionais, tais como o mármore, ou de novos materiais industrializados, como o aço e o vidro.
O pavilhão foi demolido no final da Feira, mas devido à importância que teve para a história da arquitetura e na própria biografia do arquiteto, a Fundação Mies van der Rohe encomendou sua reconstrução, no mesmo local, durante a década de 1980.
Arquitetura
Planos internos constituindo o espaço arquitetônico
A estrutura assenta sobre um grande pódio ao longo de um espelho d'água. Conta com oito pilares de aço, cujo desenho em cruz grega tornou-se célebre na arquitetura moderna, os quais sustentam a cobertura plana do edifício. Como elementos de vedação, verifica-se o uso de cortinas de vidro delimitando os espaços internos e externos e de divisórias baixas de alvenaria no interior. No geral o edifício caracteriza-se pela presença de planos perpendiculares que constroem o espaço tridimensional, a partir de uma configuração volumétrica de formas depuradas, considerada simples e refinada. Tal raciocínio projetual é eventualmente apontado como minimalista, sendo uma referência importante na arquitetura minimalista pós-moderna. O Pavilhão, desta forma, pode ser entendido como uma das mais perfeitas expressões do pensamento projetual de Mies van der Rohe, resumido em sua célebre frase Menos é mais.
Como forma de promover o desenho integral do espaço, segundo uma determinada intenção de projeto bastante rígida, Mies desenhou também aquela que ficou conhecida como Cadeira Barcelona para compor os ambientes deste pavilhão, a qual também é considerada um marco no desenvolvimento do design moderno. Tal cadeira é produzida e comercializada até os dias atuais. Duas dessas cadeiras foram utilizadas como trono para os monarcas espanhóisdurante visita à exposição.

Continue navegando