Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Lobos e giros do telencéfalo O telencéfalo compreende os dois hemisférios cerebrais (direito e esquerdo) e são incompletamente separados pela fissura longitudinal do cérebro, cujo assoalho é formado por faixa de fibras comissurais chamado de corpo caloso (união entre os dois hemisférios). Cada hemisfério possui três polos: frontal, occipital e temporal e três faces: face súperolateral (convexa), face medial (plana) e face inferior ou base do cérebro (irregular). Sulcos e giros: divisão em lobos A superfície do cérebro apresenta depressões chamadas sulcos que delimitam os giros. Os sulcos permitem aumento da superfície sem aumento do volume cerebral (2/3 da área do córtex estão “escondidos” nos sulcos) e ajudam a delimitar os lobos cerebrais. Os dois sulcos mais importantes a) Sulco lateral: inicia na base do cérebro como fenda profunda que separa o lobo frontal do lobo temporal e dirige para a face supero-lateral do cérebro onde se divide em ascendente, anterior e posterior. Os ramos ascendente e anterior são curtos e penetram no lobo frontal e o posterior é longo e termina no lobo parietal. b) Sulco central: sulco profundo e continuo que percorre obliquamente a face supero-lateral separando lobo frontal e parietal. 1. FACE SUPERO-LATERAL: face convexa, a maior e relacionada com todos os ossos que formam abóboda craniana. Com os 5 lobos: 1.1 LOBO FRONTAL: na frente do sulco central e acima do sulco lateral Sulcos a) Sulco pré-central: paralelo ao sulco central e dividido em dois segmentos. b) Sulco frontal superior: porção superior do sulco pré-central (perpendicular). c) Sulco frontal interior: parte da porção inferior do sulco pré-central. Giros: a) Giro pré-central (principal área motora localizada entre sulco pré central e sulco central); b) Giro frontal superior (acima do sulco frontal - entre a fissura longitudinal do cérebro e o sulco frontal superior) c) Giro frontal médio (entre o sulco frontal superior e frontal inferior) d) Giro frontal inferior (abaixo do sulco frontal inferior - partes opercular e triangularestão separadas pelo ramo ascendente do sulco lateral. A parte orbitalestá separada pelo ramo anterior do sulco lateral - seu hemisfério cerebral esquerdo é denominado giro de Broca que relaciona-se com a palavra falada) 1.2 LOBO TEMPORAL: abaixo do sulco lateral. Sua extremidade anterior recebe o nome de pólo temporal. Sua parte posterior tem limites poucos nítidos com o lobo occipital, havendo continuidade entre os giros de ambos. Conseqüentemente, esse lobo situa-se na face lateral e inferior do hemisfério cerebral. Sulcos: a) Sulco temporal superior: no polo temporal, posterior ao sulco lateral termina no lobo parietal – paralelo ao sulco lateral b) Sulco temporal inferior: profundo e irregular - paralelo ao sulco temporal superior Giros: a) Giro temporal superior (Entre sulco lateral e temporal superior); b) Giro temporal médio (entre o sulco temporal superior e temporal inferior); abaixo do sulco temporal inferior está o c) Giro temporal inferior (abaixo do sulco temporal inferior que se limita com sulco occipito temporal – entre sulco lateral e sulco temporal superior) d) Afastando os lábios do sulco lateral aparece o assoalho que faz parte do giro temporal superior, nesse assoalho tem giros temporais transversos, em evidencia o giro temporal transverso anterior que é o centro cortical da audição. 1.3 LOBOS PARIETAL: atrás do sulco central e acima do sulco lateral Sulcos a) Sulco pós-central: quase paralelo ao sulco central; b) Sulco intraparietal: separa lóbulo parietal inferior do lóbulo parietal superior Lóbulos: a) Lóbulo parietal inferior: inferiormente ao sulco intraparietal b) Lobulo parietal superior: superiormente ao sulco intraperietal Giros: a) Giro pós-central: (entre sulco central e pós-central – é onde está uma importante área sensitiva do córtex – somestésica) b) Giro supramarginal: curvado na extremidade do sulco lateral – entre sulco intraparietal e sulco lateral c) Giro angular: curvado em torno do sulco temporal superior – abaixo do sulco intraparietal e posterior ao giro supramarginal. 1.4 LOBO INSULAR: entre lobo frontal e temporal, é um lobo profundo situado profundamente ao sulco lateral, que cresce menos que os demais pois é recoberto por lobos vizinhos. Tem forma de triangulo com ápice voltado para baixo e para frente – límen da insula. 1.5 LOBO OCCIPITAL: parte posterior do hemisfério (polo occipital), com pequenos giros e sulcos inconstantes e irregulares e incisura pré-occipital. 2. FACE MEDIAL: é plana em sentido medial, precisando seccionar no plano sagital mediano para visualização. 2.1. CORPO CALOSO, FÓRNIX, SEPTO PELÚCIDO a) Corpo caloso: comissura inter-hemisferica formada por fibras mielínicas que cruzam plano sagital mediano e penetram no centro branco medular unindo áreas do córtex cerebral de cada hemisfério. Em corte sagital: tronco do corpo caloso (lamina branca arqueada) esplênio do corpo caloso joelho do corpo caloso rostro do corpo caloso lamina rostral comissura anterior; Entre a comissura anterior e quiasma optico tem lamina terminal que une os hemisférios e constitui o limite anterior do terceiro ventrículo. b) Fórnix: feixe complexo de fibras que emerge abaixo do esplênio do corpo caloso. É constituído por duas metades laterais e simétricas afastadas nas extremidades e unidades no trajeto. A porção intermediaria unidas forma o corpo do fórnix enquanto as extremidades que se afastam são: colunas do fórnix (anteriores) e pernas do fórnix (posteriores), quando as pernas do fórnix se separam algumas fibras passam de um lado para o outro formando a comissura do fórnix. c) Septo pelúcido: duas delgadas laminas de tecido nervoso que delimitam a cavidade do septo pelúcido. O septo pelúcido separa os dois ventrículos laterais. 2.2 LOBO OCCIPITAL: Sulcos: a) Sulco calcarino: abaixo do esplênio do corpo caloso em direção ao polo occipital e desse para o giro do cíngulo onde une ao sulco parietoccipital – onde está o centro cortical da visão. b) Sulco parieto-occipital: profundo, separa lobo occipital do parietal e encontra em ângulo agudo (y) o sulco calcarino. Giros: a) Cúneos: entre sulco parieto-occipital e calcarino, giro complexo e triangular – à frente da margem posterior do hemisfério cerebral. b) Pré-cúneos: adiante do cuneos, está situado na frente do sulco parietoccipital, atrás do ramo marginal do sulco do cíngulo e entre o sulco intraparietal e a margem superior do hemisfério. c) Giro occipito-temporal medial: abaixo do sulco calcarino, continua com o giro para-hipocampal (no lobo temporal). 2.3 LOBOS FRONTAL E PARIETAL: 2 sulcos passam do lobo frontal para o parietal: a) Sulco do corpo caloso: contorna superiormente o corpo caloso. b) Sulco do cíngulo: curso paralelo ao corpo caloso e termina no hemisfério, onde se divide em dois ramos: o ramo marginal se curva para margem superior do hemisfério enquanto o sulco subparietal continua posteriormente para o sulco do cíngulo. c) Sulco paracentral: paralelo e anteriormente ao ramo marginal do sulco do cíngulo. d) Lóbulo paracentral também é determinado por tais giros, localiza-se acima do sulco do cíngulo, posteriormente ao sulco paracentral e abaixo da margem superior do hemisfério. Sua parte anterior tem área motora relacionada com a perna e o pé enquanto sua parte posterior tem área sensitiva relacionada com tais regiões. A região situada abaixo do rostro do corpo caloso e adiante da comissura anterior à lamina terminal é a área septal – um dos centros do prazer do cérebro – compreende o giro paraterminal ou subcaloso e a área subcalosa ou para-olfatória. 3.FACE INFERIOR: ou base do hemisfério é dividida em duas partes: uma, no lobo frontal (repousa sobre fossa anterior do crânio) e outra, maior, no lobo temporal (repousa na fossa media do crânio e tenda do cerebelo). 3.1. LOBO TEMPORAL: Sulcos: a) Sulco occípito-temporal: limita o giro temporal inferior(forma borda lateral) e medialmente limita o giro occipito-temporal lateral/fusiforme. b) Sulco colateral: do polo temporal ao occipital, delimita sulco calcarino (occipto-temporal medial) e do hipocampo (para-hopocampal) que curva-se formando o únco. c) Sulco do hipocampo: origina-se na região do esplênio do corpo caloso, onde continua com o sulco do corpo caloso e se dirige para o polo temporal. Continua separando o únco do giro para-hipocampal. Giros: a) Giro para-hipocampal: inferiormente ao sulco do hipocampo, se liga ao giro do xingulo pelo istmo do giro do cíngulo. b) Giro occiptotemporal medial: superiormente ao sulco colateral; c) Giro occiptotemporal lateral: inferiormente ao sulco colateral. * Lobo límbico: formado pelo únco, giro parahipocampal, istmo do giro do cíngulo e giro do cíngulo; é uma parte importante do sistema límbico relacionada com o comportamento emocional e o controle do sistema nervoso autônomo. * Hipocampo: centro da memória recente (primária), centro inibidor da raiva e principal estrutura do sistema límbico. 3.2 LOBO FRONTAL: Único e importante sulco: a) Sulco olfatório: profundo e de direção antero-posterior. Medialmente ao sulco olfatório está o giro reto. O resto da face inferior do lobo frontal é ocupada por sulcos e giros irregulares chamados de orbitários. *Rinencéfalo: área localizada na face inferior do lobo frontal, relacionada com o olfato. Algumas formações dessa área: bulbo olfatório que é uma dilatação ovoide e achatada de substancia cinzenta que continua posteriormente junto com o trato olfatório, ambos alojados no sulco olfatório. O bulbo olfatório recebem os nervos que constituem o primeiro par craniano (nervo olfatório). Estes atravessam pequenos orifícios que existem na lâmina cribriforme do osso etmoide. Posteriormente, o trato olfatório se bifurca formando estrias olfatórias lateral e medial que delimitam área triangular, o trigono olfatório. Áreas Áreas de Projeção: possuem conexão com os centros subcorticais. Recebem ou dão origem a fibras relacionadas diretamente com a sensibilidade e a motricidade. Assim, lesões nas áreas de projeção podem causar paralisias e alterações na sensibilidade; 1. ÁREA SOMESTÉSICA: relacionada com a sensibilidade somática geral, correspondem as áreas 3,2, e 1 do Mapa de Brodmann e está localizada no giro pós-central (lobo parietal). Chegam a essa área impulsos nervosos relacionados à dor, temperatura, pressão, tato e propriocepção consciente da metade oposta do corpo.Lesões na área somestésica podem ocorrer, por exemplo, como conseqüência de acidentes vasculares encefálicos que comprometem as artérias cerebrais média e anterior. Há então perda da sensibilidade discriminativa do lado oposto à lesão. O indivíduo perde a capacidade de discriminar dois pontos ou reconhecer a diferença de intensidade de estímulo. 2. ÁREA VISUAL: localiza-se nos “lábios ”do sulco calcarino (lobo occipital) – cúneo + giro occipitotemporal medial - e corresponde à área 17 de Brodmann. Aí chegam as fibras do trato genículo-calcarino, originadas no corpo geniculado lateral. A ablação bilateral da área 17 causa cegueira completa na espécie humana. 3. ÁREA AUDITIVA A área auditiva está situada no giro temporal transverso anterior (giro de Heschl) - ao lado do lobo insular - e corresponde às áreas 41 e 42 do mapa de Brodmann. Nela chegam fibras da radiação auditiva, que se originam no corpo geniculado medial. Lesões bilaterais do giro temporal transverso causam surdez completa. 4. ÁREA VESTIBULAR: localiza-se no lobo parietal, em uma pequena região próxima ao território da área somestésica. Lesões nesta área causam comprometimento da orientação no espaço (equilíbrio) – coordenação primaria 5. ÁREA OLFATÓRIA: A área olfatória ocupa no homem apenas uma pequena área situada na parte posterior do únco e giro parahipocampal. – lobo temporal medial 6. ÁREA GUSTATIVA: Corresponde à área 43 do mapa de Brodmann e se localiza na porção inferior do giro pós-central (lobo parietal), próxima a insula, em uma região adjacente à área somestésica correspondente à língua. Lesões dessa área provocam uma diminuição da gustação na metade oposta da língua. 7. ÁREA DA LINGUAGEM: Área de Broca: localizada no giro frontal inferior (porção opercular e triangular). Corresponde à área 44 no mapa de Brodmann. Hemisfério esquerdo em indivíduos destros e hemisfério direito em 30% dos sinistros. Área de Werneck: localizada no giro temporal superior e parte do lobo parietal. Corresponde à área 22 do mapa de Brodmann. Situada normalmente nos dois hemisférios. É a área sensitiva da fala (interpretação). Broca conteria os programas motores de fala, ou seja, as memórias do movimentos necessários para expressar os fonemas, compô-los em palavras e estas em frases. A área de Wernicke, por outro lado, conteria as memórias dos sons que compõem as palavras e uma lesão de tal, causaria a surdez linguística. 8. ÁREA MOTORA: Ocupa a parte posterior do giro pré-central, correspondente à área 4 do mapa de Brodmann. No homem a área 4 dá origem à maior parte das fibras dos tratos córtico-espinais e córtico-nuclear, principais responsáveis pela motricidade voluntária. Áreas de associação: possuem conexão apenas com outras áreas corticais. Estão relacionadas com as funções psíquicas complexas. Lesões nas áreas de associação podem causar alterações psíquicas. - Frontal = atividades intelectuais, planejamento, vida social (giros frontais: superior e medial servem para atenção, comportamento e iniciativa – área do planejamento motor enquanto o giro frontal inferior é para área motora) - Parietal = associação somática, representação corporal, localização temporo-espacial - Fronto-temporal = linguagem, expressão e compreensão - Occipital = associação visual. - Hipocampo = memória a curto prazo - Insular = gosto e desgosto pela memória alimentar - Giro do cíngulo = atravessa todos os lobos e realiza processamento emocional. Núcleos da Base são formações cinzentas volumosas, situadas entre a base do cérebro e os pedúnculos cerebrais, por um lado, e o córtex cerebral do outro. Também conhecidos como gânglios da base. NÚCLEO CAUDADO: é uma massa alongada e bastante volumosa de substância cinzenta, relacionada em toda sua extensão com os ventrículos laterais. Dividido em cabeça, corpo e cauda. Regulador da motricidade automática. NÚCLEO LENTIFORME: tem a forma e o tamanho aproximado de uma castanha-do-pará. Situado profundamente no interior do hemisfério. O núcleo lentiforme é dividido em putame, globo pálido lateral e globo pálido medial. Regulador da motricidade automática. CLAUSTRO: é uma delgada calota de substância cinzenta, localizada entre o córtex da ínsula e o núcleo lentiforme. Sua função está relacionada com o sistema límbico. CORPO AMIGDALÓIDE: é uma massa esferóide de substância cinzentade cerca de 2 cm de diâmetro situada no pólo temporal do hemisfério cerebral, em relação com a cauda do núcleo caudado.Também relacionado com o sistema límbico. *Sistema límbico: emoções e comportamentos sociais. Nervos Cranianos: nervos cranianos são aqueles que fazem conexão com o encéfalo. A maioria deles ligam-se ao tronco encefálico, excetuando-se apenas os nervos olfatório e óptico, que se ligam respectivamente, ao telencéfalo e ao diencéfalo. Nervo Olfatório (I par): tem origem no bulbo olfatório e sai do crânio por forames da lamina cribriforme do osso etmoide. É representado por numerosos feixes nervosos que atravessam a lâmina cribriforme do osso etmóide e chegam na região olfatória da cada fossa nasal (inervação – cavidade nasal). É um nervo exclusivamente sensitivo (fibras aferentes). Nervo Óptico (II par): sua origem no encéfalo está no corpo geniculado lateral, formando o trato óptico e em seguida o quiasma óptico. As fibras passam pelo canal óptico do osso esfenóide até alcançarem a retina. É um nervo exclusivamente sensitivo (fibras aferentes). Sua função é para visão. Os impulsos são direcionados pra vias da visãoque começam na retina e precisam chegar o lobo occipital onde serão formatados e o impulso é então, direcionado ao quiasma óptico com cruzamento parcial dos nervos opticos. Nervo Oculomotor (III par): origina-se no sulco medial do pedúnculo cerebral (mesencéfalo) e sai do crânio pela fissura orbital superior. Possui dois territórios de inervação: - Somático: m. reto superior, m. reto inferior, m. reto medial, m. oblíquo inferior e m. levantados da pálpebra superior. - Visceral: m. ciliar (acomodação da lente), e m. esficter da pupila (miose – contração da pupila). É exclusivamente motor (fibras eferentes) Nervo Toclear (IV par): origina-se no véu medular superior (mesencéfalo) e sai do crânio por fissura orbital, tem como território de inervação o m. oblíquo superior (gira o olho). É exclusivamente motor. Nervo Abducente (= afastamento: pupila se desloca lateralmente) (VI par): origina-se no sulco bulbopontino. São nervos motores que penetram na órbita pela fissura orbital superior (por onde sai do crânio), distribuindo-se aos músculos extrínsecos do bulbo ocular. As fibras nervosas são motoras, portanto, eferentes somáticas e o território de inervação é o m. reto lateral. Nervo Trigêmeo (V par): origina-se entre a ponte e o pedúnculo cerebelar médio (“braço da ponte”) e sai do crânio pela fissura orbital superior (oftálmico), forame redondo (maxilar) e forame oval (mandibular). Seu território de inervação é: sensibilidade da face e motor para os músculos da mastigação (músculos que movem a mandíbula – n. mandibular é a única porção mista). O nervo trigêmeo é um nervo misto (possui uma raiz sensitiva e outra motora), sendo o componente sensitivo consideravelmente maior. As fibras sensitivas conduzem impulsos exteroceptivos (temperatura, dor, pressão e tato), da pele da face e fronte, da conjuntiva ocular, da cavidade oral, nariz e seios paranasais, dos dentes, dos 2/3 anteriores da língua e da maior parte da dura-máter encefálica. As fibras motoras do nervo mandibular, distribuem-se aos músculos mastigadores (temporal, masseter, pterigóideos medial e lateral, milohióideo e ventre anterior do digástrico). As fibras que inervam esta musculatura se classificam como eferentes. O nervo mandibular possui também um componente sensitivo, que juntamente com os nervos oftálmico e maxilar–formados apenas por fibras aferentes somáticas gerais – é responsável pela sensibilidade de grande parte da cabeça. Nervo Facial (VII par): emerge do sulco bulbopontino através de uma raiz motora, o nervo facial propriamente dito, e uma raiz sensitiva e visceral, o nervo intermédio. Juntamente com o nervo vestibulococlear, os dois componentes do nervo facial penetram no meato acústico interno (sai do crânio). Emerge no crânio pelo forame estilomastóideo, atravessa a glândula parótida e distribui uma série de ramos para os músculos da expressão facial. Através das fibras aferentes, recebe impulsos gustativos originados dos 2/3 anteriores da língua. As paralisias faciais periféricas comprometem este par de nervo craniano, como a herpes zoster (paralisia de pele – epsilateral = mesmo lado). É nervo motor da face com componente sensitivo. Nervo Vestibulococlear (VIII par): relacionado com o equilíbrio e com a audição; origina-se no sulco bulbopontino (no gânglio vestibular e gânglio espiral), seu trajeto no crânio é o meato acústico interno (não sai do crânio); seu território de inervação: sensibilidade vestibular (posição da cabeça) e audição. O nervo vestibulococlear é um nervo predominantemente sensitivo.Consideram-se duas partes: - parte vestibular: conduz impulsos nervosos relacionados com o equilíbrio; - parte coclear: conduz impulsos relacionados à audição. Lesões no nervo vestibulococlear causam, portanto, alterações no equilíbrio e na audição. Nervo Glossofaríngeo (IX par): origina-se no sulco póstero-lateral do bulbo. Ao sair do crânio pelo forame jugular, o nervo glossofaríngeo tem trajeto descendente, ramificando-se na raiz da língua e faringe. É responsável pela sensibilidade da tonsila palatina, úvula, faringe e terço posterior da língua (sensibilidade geral e gustativa) e motricidade (m. estilofaríngeo) e glândula parótidea. É um nervo misto. Nervo Vago (X par): é o maior dos nervos cranianos, é misto e essencialmente visceral. Emerge do sulco póstero-lateral do bulbo. Este emerge do crânio pelo forame jugular, percorre o pescoço e o tórax, terminando no abdome. Nesse longo trajeto, o nervo vago dá origem a numerosos ramos que inervam a laringe e a faringe, entrando na formação dos plexos viscerais que promovem a inervação autônoma das vísceras torácicas e abdominais. (nó sinoatrial: vago direito e nó atrioventricular: vago esquerdo) Nervo Acessório (XI par): origina-se no sulco póstero-lateral do bulbo e medula espinal e sai do crânio pelo forame jugular. Este nervo é responsável pela inervação dos músculos da laringe, bem como, as vísceras torácicas juntamente com as fibras vagais. Seu componente espinal inerva os músculos trapézio e esternoceleidomastóideo. Ele auxilia o nervo vago na inervação de algumas estruturas Nervo Hipoglosso (XII par): origina-se no sulco ântero-lateral do bulbo, anteriormente à oliva e sai do crânio pelo canal do nervo do hipoglosso. O nervo hipoglosso é essencialmente motor. Responsável pela inervação da musculatura intrínseca e extrínseca da língua. Lesões nesse nervo causam paralisia na língua. Obs: quatro nervos cranianos destinam fibras à inervação da língua: N. Trigêmeo: sensibilidade geral (temperatura, dor, pressão e tato), nos 2/3 anteriores; N. Facial: sensibilidade gustativa nos 2/3 anteriores; N. Glossofaríngeo: sensibilidade geral e gustativa no terço posterior; N. Hipoglosso: motricidade. Plexo Braquial: É um conjunto de estruturas vásculo-nervosas a partir das quais se originam os todos os nervos e vasos dos membros superiores. O plexo braquial é formado pelas raízes C5, C6, C7, C8 e T1 em alguns casos pode haver contribuição de C4(nos pré-fixados) e T2(nos pós-fixados). Os ramos de C5 e C6 unem-se para formam o tronco superior, o C7 dá origem ao tronco médio e C8 e T1 unem-se para formar o tronco inferior. Do tronco superior sai sobre os escalenos o nervo frênico. Do tronco superior também sai o nervo supraescapular. Os troncos originam os cordões lateral, medial e posterior e desses cordões originam-se basicamente todos os nervos periféricos dos membros superiores. A lesão do plexo braquial é comum em adultos, principalmente por acidentes de moto, onde ocorre distensão dos nervos e muitas vezes lesão dos mesmos. Na paralisia de Erb o membro superior encontra-se hipotônico, pendente ao lado do corpo em adução, rodado medialmente, com o antebraço pronado e estendido. A função da mão encontra-se preservada. A paralisia de Klumpke ocorre com menor freqüência. Trata-se de danos as raízes nervosas inferiores (C7, C8, T1) do plexo braquial. Nesse caso, os músculos afetados são os flexores do pulso e dedos e os músculos intrínsecos da mão. Logo, a motricidade do braço e antebraço é mantida. Enquanto que a mão aprenta fraqueza muscular e déficit sensitivo na porção média e medial do antebraço e da mão. A paralisia de Erb-Klumpke é a lesão total do plexo braquial. É rara e com difícil determinação da localização exata da lesão anatômica. A lesão afetará todo o braço, que se encontra completamente flácido. As manifestações clínicas como atrofia, hipomobilidade, edema, hematomas são indicativas. DESENHO: Plexo lombossacral Plexo lombar Na formação do plexo lombar participam os ramos ventrais dos espinhais de T12 a L4 (Gray e Goss, 1988). Os ramos ventrais dos três primeiros nervos lombares contribuem integralmente para a formação do plexo bem como a maior parte do quarto nervo lombar, com eventuais contribuições do décimo segundo nervo torácico — em mais ou menos 50% dos casos há a participação desse nervo. Quanto à localização, a maior porção do plexo lombar situa-se na parede posteriordo abdome, disposto dorsalmente às fibras do músculo psoas maior e ventralmente aos processos transversos das vértebras lombares (Gray e Goss, 1988). Apenas seus ramos terminais emergem por entre as fibras do músculo psoas maior (Laterjet e Liard, 1996). Sua constituição anatômica pode apresentar variações, mas, a princípio, sua formação é dada da seguinte forma. As fusões das fibras do primeiro nervo lombar, juntamente com as fibras do décimo segundo nervo torácico, dividem-se em um ramo superior e outro inferior. O ramo superior forma os nervos ílio-hipogástrico e ílioinguinal, enquanto que o ramo inferior se junta ao ramo do segundo nervo lombar e forma o nervo genitofemoral. As fibras do segundo, terceiro e quarto nervos lombares separam-se em uma divisão anterior e posterior. As fibras da divisão anterior agrupam-se para formar o nervo obturatório e as divisões posteriores do segundo e terceiro nervos lombares dividem-se novamente. Dessa divisão surge o nervo cutâneo lateral da coxa. Para a formação do nervo femoral, ocorre a troca de fibras nervosas das divisões posteriores do segundo ao quarto nervo lombar (Gray e Goss, 1988). Principais ramos do plexo lomba Nervo ílio-hipogástrico – Surge nas adjacências do músculo psoas maior, seguindo seu trajeto obliquamente sobre as fibras do músculo quadrado do lombo, onde, em seguida, adentra na parede lateral do abdome, realizando a inervação sensitiva da pele nas regiões inguinal e púbica. Suas fibras motoras inervam os músculos da parede anterolateral do abdome. Nervo ílioinguinal – Localiza-se imediatamente abaixo do nervo ílio-hipogastrico, e acompanha o seu trajeto. Fornece inervação sensitiva para a pele da região genital e inervação motora para os músculos da parede anterolateral do abdome. Em alguns casos, o nervo ílioinguinal pode estar ausente. Nervo cutâneo lateral da coxa – Percorre obliquamente as fibras do músculo ilíaco e cruza medialmente a espinha ilíaca anterossuperior. Passa posteriormente ao ligamento inguinal, adentrando a coxa, e fornece inervação sensitiva para a pele. Nervo genitofemoral – Transpassa o músculo psoas maior, na sua superfície divide-se em um ramo genital e outro femoral. O ramo genital fornece inervação sensitiva à pele do escroto nos homens e dos lábios maiores do pudendo nas mulheres. O ramo femoral acompanha o trajeto dos vasos femorais, fornecendo inervação à pele do trígono femoral. Nervo obturatório – Emerge na borda medial do músculo psoas maior direcionando-se ao forame obturado, penetrando-o. Na sua passagem pela loja medial da coxa, supre os músculos adutores e a pele dessa região. Nervo femoral – É o maior e mais volumoso nervo do plexo lombar, um dos principais nervos do membro inferior. Faz a inervação motora dos músculos da loja anterior da coxa e fornece alguns ramos cutâneos. Plexo sacral: Na formação do plexo sacral há a participação de ramos ventrais dos nervos lombares L4 e L5 que, fundidos, formam o tronco lombossacral. Esse se agrega aos nervos sacrais de S1 a S4, originando o plexo sacral. Principais ramos do plexo sacral Nervo glúteo superior — Origina-se da divisão posterior do plexo do qual recebe contribuições de L4, L5 e S1. Emerge da pelve pelo forame suprapiriforme, e segue acompanhando pelos vasos glúteos superiores. O nervo glúteo superior divide-se em ramo superior e inferior, o ramo superior faz a inervação motora do músculo glúteo mínimo, ao passo que o ramo inferior fornece ramificações para os músculos glúteo médio, glúteo mínimo e tensor da fáscia lata. Nervo glúteo inferior — Caracteriza-se por um misto de fibras motoras e sensitivas. Origina-se da divisão posterior do plexo, do qual recebe contribuições de L5 até S2. Sai da pelve através do forame infrapiriforme e segue acompanhado pelos vasos glúteos inferiores. Suas fibras motoras inervam o músculo glúteo máximo e as sensitivas suprem o períneo e a coxa Nervo isquiático — Também conhecido como nervo ciático, é o mais espesso e longo nervo do corpo humano. Suas fibras originam-se dos ramos ventrais dos nervos espinhais de L4 a S3. Este nervo contribui para inervação sensitiva da pele do pé e da pele de maior parte da perna. Suas fibras motoras suprem os músculos da região posterior da coxa e os músculos de toda a perna e do pé. Nervo cutâneo femoral posterior — Suas funções são puramente sensitivas. Dessa forma inerva sensitivamente a pele do períneo, a face posterior da coxa e a fossa poplítea. Em sua formação, recebe contribuições de fibras da divisão posterior dos nervos S1 e S2 e da divisão anterior dos nervos S2 e S3. O nervo emerge da pelve através do forame infrapiriforme acompanhado dos nervos pudendo, glúteo inferior e isquiático, seus ramos terminais alcançam a fossa poplítea. Nervo pudendo — Recebe contribuições das divisões anteriores dos nervos S2, S3 e S4.O nervo pudendo sai da pelve pelo forame infrapiriforme, onde se encontra abaixo das fibras do músculo piriforme, posteriormente, contorna a espinha isquiática e ingressa novamente na pelve, pelo forame isquiático menor. Seus ramos terminais são os nervos anal inferior também chamado de retal inferior, e o nervo perineal. Suas fibras motoras destinam-se à maioria dos músculos do períneo, ao passo que suas fibras sensitivas fornecem inervação para região anal e genital. Polígono de Willis: Este é o nome dado uma estrutura circular de artérias que fornecem sangue oxigenado para o cérebro, é formado por quatro pares de artérias, mais uma artéria comunicante anterior.
Compartilhar