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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DA COMARCA DE... … (nome completo), … (nacionalidade), ... (estado civil), … (profissão), residente e domiciliado na cidade e Comarca de ..., na Rua..., Bairro... N°..., CEP ..., UF…, ao final assinado, vem, por esta e na melhor forma de direito, respeitosamente à honrosa presença de Vossa Excelência, para impetrar a presente: HABEAS CORPUS PREVENTIVO Em favor do Paciente SARAJANE ... , (nacionalidade), (estado civil), (profissão), portador do RG nº ... e inscrito no CPF/MF sob nº..., residente e domiciliado na cidade e Comarca de ..., na Rua…, Bairro... N°... CEP…, com supedâneo no inciso LXVIII do art. 5º da Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 5 de outubro de 1988, e nos arts. 647, 648, I, do Código de Processo Penal e demais dispositivos legais aplicáveis à espécie, contra ato do … (nome da autoridade) … (nome do departamento vara, em fim onde a autoridade exerce sua atividade,) ora apontado como Autoridade Coatora, pelos seguintes motivos de direito e de fato, a saber: I. DOS FATOS O Delegado do Distrito Policial da Capital determinou, aos seus agentes, a prisão de todas as garotas de programa que atuam na região, pois pretende restabelecer os bons costumes na cidade, como afirmou em entrevista à rádio local. Algumas horas após a ordem, os agentes de polícia realizaram as primeiras prisões. A PACIENTE, que atua como acompanhante na localidade, passou a temer ser presa no horário em que realiza os seus encontros, razão pela qual deixou de fazê-los, pois passou a temer a ação da polícia, que vem, de fato, cumprindo a determinação da autoridade policial. II- DO DIREITO Contudo, a ordem do ilustre. Delegado de Polícia constitui ato ilegal, pois impõe à paciente restrição indevida em sua liberdade de locomoção, haja vista que, como é cediço, portar vinagre tanto como outros equipamentos de segurança (EPIS, Mascaras de Gás, Óculos de Proteção) não constitui fato típico. Veja-se o disposto no art. 648, inciso I: “Art. 648. A coação considerar-se à ilegal: I – Quando não houver justa causa” Destarte, como tal fato é atípico, inexiste justa causa, logo, a ordem do delegado para prender todos os manifestantes que protestam naquela área é ilegal. Sendo assim, medida assaz necessária será aquela que conceder o habeas corpus, vez que está configurada a coação ilegal praticada pelo delegado de polícia. Ademais a prisão preventiva é medida de caráter excepcional e só pode ser decretada diante da existência de seus requisitos legais, que não estão presente no caso em comento, haja vista que tal fato é atípico. Neste sentido, entendimento jurisprudencial. "A prisão provisória, como cediço, na sistemática do direito Penal Positivo é medida de extrema exceção. Só se justifica em casos excepcionais, onde a segregação preventiva, embora um mal seja indispensável. Deve, pois, ser evitada, porque é sempre uma punição antecipada" (RT 531/301) Isto posto requer, após as informações prestadas pela autoridade apontada como coatora, seja concedida a ordem de habeas corpus, determinando-se a expedição de salvo-conduto nos termos do art. 660, § 4º do código de processo penal em favor da paciente, por ser medida de justiça. III. DO PEDIDO EX POSITIS, impetra-se a presente Ordem de Habeas Corpus para, LIMINARMENTE, determinar-se a expedição de alvará de soltura, em favor do Paciente, e, ao final, depois de prestadas as devidas informações e colhido o parecer da Procuradoria Geral da Justiça, conceder a ordem, para o fim de revogar-se o decreto de prisão preventiva do Paciente, tornando, em qualquer caso, definitiva a liminar concedida, atendendo-se, destarte, aos reclamos da mais pura e cristalina Justiça. Nestes termos, pede deferimento. Cidade, data. Advogado – OAB
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