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Citoesqueleto Estudo Dirigido - Biologia Celular, 22 Nov. 2017 Pedro H. Godoy S. Definição Conjunto de elementos que, em sintonia, são responsáveis pela integridade estrutural das células e por uma ampla variedade de processos dinâmicos, como a aquisição da forma, a movimentação celular e o transporte de organelas e de outras estruturas citoplasmáticas. Componentes do Citoesqueleto Os principais constituintes do citoesqueleto, são: (1) filamentos de actina; (2) microtúbulos e proteínas motoras; (3) filamentos intermediários. Composição química ● Microtúbulos: São constituídos por duas cadeias polipeptídicas de estruturas semelhantes, chamadas tubulinas α e β, que juntas formam os dímeros. ● Filamento de Actina: São formados por duas cadeias de monômeros globulares de proteína actina G, que se polimerizam lembrando colares de pérolas enrolados, formando uma estrutura quaternária fibrosa, actina F. ● Filamentos Intermediários: São formados por diversas proteínas fibrosas: queratina, vimentina, proteína ácida fibrilar da glia, desmina, lamina e proteínas dos neurofilamentos. 1 Organização morfo-estrutural ● Microtúbulos: Cilindros muito delgados e longos, com 24nm de diâmetros. Cada microtúbulos é formado pela associação de dímeros proteicos dispostos em hélice. O arranjo das moléculas de tubulina cria 13 protofilamentos, que constituem a parede do microtúbulo. ● Filamento de Actina: Eles apresentam espessura de 5 a 7 nm de diâmetro e formam uma gama bastante ampla de estruturas diferentes, estando distribuídos por todo o citoplasma e aparecendo, algumas vezes, também no núcleo. ● Filamentos Intermediários: Todos os filamentos intermediários possuem a mesma estrutura, sendo constituídos pela agregação de moléculas alongadas, cada uma formada por três cadeias polipeptídicas enroladas em hélice; possuem um diâmetro de 8 a 10 nm; geralmente se agrupam e formam feixes mais grossos. Função dos Microfilamentos de Actina Os filamentos de actina formam uma trama de filamentos delgados e flexíveis, dispersa por todo o citoplasma. Porém, há uma concentração na periferia do citoplasma, onde eles estão ligados entre si por várias proteínas, formando o córtex de actina. Esse citoesqueleto cortical atua em processos dinâmicos, como a expansão de prolongamentos celulares, os movimentos associados aos processos de endocitose e exocitose e a adesão celular a outras células ou à matriz extracelular. Centrossomo e sua constituição Centrossomos são constituídos de dois arranjos cilíndricos de microtúbulos, chamados “centrioles,” e um complexo de proteínas que ajudam os microtúbulos adicionais a se 2 formarem. Essas proteínas, permitem que os centrossomos comecem e terminem a formação de microtúbulos. Isso os permite controlar a formação de fibras do fuso mitótico e outras estruturas que possuem papéis importantes no desenvolvimento celular. Axonema É a estrutura fundamental, responsável pela movimentação dos cílios e flagelos. Composição, função e localização dos cílios e flagelos Cílios, são estruturas com aspecto de pequenos pêlos com 0,25 µm de diâmetro, constituído por um feixe de microtúbulos dispostos paralelamente e envoltos por membrana; os flagelos são geralmente únicos, uma projeção da membrana plasmática com 0,25 µm de diâmetro também, contendo, no seu interior, um feixe de microtúbulos. Essas estruturas são responsáveis pelo movimento de uma variedade de células eucarióticas. Os cílios são utilizados por células livres para se locomoverem pelo meio; em células fixas, ele é utilizado para movimentar fluidos ou muco sobre a superfície células. Os cílios das células epiteliais que revestem o trato respiratório humano têm a função de conduzir o muco, juntamente com partículas de poeira, até a boca, onde ele é eliminado ou deglutido. Alguns protozoários, como o paramécio, usam os cílios tanto para sua locomoção como para coletar partículas de alimento. Já os flagelos, são responsáveis pela locomoção dos espermatozóides e de uma variedade de protozoários. Microtúbulos durante a divisão celular Quando a célula vai entrar em divisão, a rede microtubular sofre uma total reorganização, toda a rede microtubular presente na célula em intérfase é desmontada, e as tubulinas livres são reutilizadas para formar o fuso mitótico, que é responsável pela separação das cromátides-irmãs. Essa reestruturação dos microtúbulos é dirigida pela duplicação do centrossomo, formando dois centros organizadores de microtúbulos que, durante a mitose, migram para pólos opostos do fuso mitótico. 3 Interação de quimioterápicos nos microtúbulos Os quimioterápicos do tipo Inibidores Mitóticos, podem paralisar a mitose na metáfase, devido à sua ação sobre a proteína tubulina, formadora dos microtúbulos que constituem o fuso espiralar, pelo qual migram os cromossomos. Deste modo, os cromossomos, durante a metáfase, ficam impedidos de migrar, ocorrendo a interrupção da divisão celular. Esta função tem sido útil na "sincronização" das células quando os inibidores mitóticos são combinados com agentes específicos da fase S do ciclo. Devido ao seu modo de ação específico, os inibidores mitóticos devem ser associados a outros agentes para maior efetividade da quimioterapia. Neste grupo de drogas estão incluídos os alcalóides da vinca rósea (vincristina, vimblastina e vindesina) e os derivados da podofilotoxina (o VP-l6, etoposídeo; e o VM-26, teniposídeo). Filamentos intermediários O citoesqueleto formado pelos filamentos intermediários é relativamente inflexível e resistente, contribuindo para a manutenção da forma e da integridade estrutural das células. O papel mecânico dos filamentos intermediários é dar alta resistência e a estabilidade. Localização dos filamentos intermediários e comparação com os demais elementos do citoesqueleto Encontrados predominantemente no citoplasma, porém, no núcleo celular, há uma estrutura proteica que constitui a lâmina nuclear, composta pelas proteínas laminas, que pertencem a uma classe independente de filamentos. Os filamentos intermediários são mais estáveis que os microtúbulos e filamentos de actina, e não são constituídos por monômeros de proteínasglobulares, e sim fibrosos, por esse motivo, não tem participação direta na contração celular, nem nos movimentos de organelas, sendo primordialmente elementos estruturais. Constituição da lâmina nuclear Existem três variedades da proteína lamina, denominadas A, B e C, que participam da 4 constituição da lâmina nuclear, uma estrutura em forma de rede que reforça a superfície interna do envoltório nuclear. Proteínas motoras associadas aos microfilamentos de actina e aos microtúbulos O processo de deslocamento intracitoplasmático, ocorre graças à participação de vários tipos de complexos protéicos específicos, chamados de proteínas motoras. Cada complexo de proteína motora é constituído por dois tipos de componentes: os componentes adaptadores, que se prendem, de um lado, especificamente às várias partículas a serem transportadas e, do outro lado, os segundos componentes, que são os componentes motores. Estes, por sua vez, na outra, aos microtúbulos ou aos filamentos de actina, promovendo o deslizamento do complexo proteína motora + partícula ao longo dos microtúbulos. Isso ocorre graças à energia derivada de ATP pela ATPase presente nos componentes motores. Foram descritos dois tipos de componentes motores que promovem o deslocamento das partículas sobre os microtúbulos. Um desses componentes consiste nas proteínas da família da dineínas, que transportam partículas na direção de extremidade mais, para menos (+ para -). E as da família cinesinas, que promovem o deslocamento no sentido contrário (- para +). Outra família de proteínas motoras, é constituída pelas miosinas, que produzem movimento em associação com os filamentos de actina. A direção e a velocidade do transporte intracelular de partículas dependem da diversidade das proteínas motoras existentes nos vários tipos de células. 5 Referências ● CARVALHO, Hernandes F.; PIMENTEL, Shirlei Maria Recco. A célula. 3a. ed. Barueri [SP]: Manole, 2013. ● JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, José. Biologia Celular e Molecular. 9a. Ed. Rio de Janeiro [RJ]: Guanabara Koogan Ltda. 2012. ● Centrosome Definition. Biology Dictionary. Disponível em: <https://biologydictionary.net/centrosome/> Acesso em: 21 nov. 2017. ● Quimioterapia. INCA. Disponível em: <http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=101> Acesso em: 22 nov. 2017. 6