Buscar

A CONSCIÊNCIA REFLEXIVA DO HOMEM

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

A CONSCIÊNCIA REFLEXIVA DO HOMEM
A característica que, essencialmente, torna a ser humano diferente dos outros animais é o desenvolvimento da consciência reflexiva. Por intermédio dessa consciência, que é expressão do seu aparelho psíquico, o homem pode acumular conhecimento e experiências sobre o mundo. Graças a linguagem, primeiramente oral e depois escrita, o ser humano desenvolveu a comunicação entre os membros da espécie. E, assim, o conhecimento de cada pessoa foi-se tornando patrimônio coletivo, constituído pela soma dos conhecimentos individuais, colocados à disposição do grupo social.
 	Devido à transmissão dos conhecimentos, as sucessivas gerações de seres humanos não precisaram reinventar as soluções já desenvolvidas, anteriormente, pelos antepassados. Cada nova geração pode herdar as descobertas da geração anterior, ficando com tempo disponível para efetuar novas conquistas.
Acumulando e desenvolvendo conhecimentos, o homem passou a interferir progressivamente no meio ambiente, criando um “mundo novo”, diferente daquele encontrado na natureza. Assim, dentro da Biosfera terrestre – a parte do Planeta que reúne condições para o desenvolvimento dos seres vivos -, o homem foi criado a Antroposfera – que resulta da adaptação do ambiente natural às necessidades humanas.
O desenvolvimento da consciência reflexiva torna o homem diferente dos outros animais não apenas pelas extraordinárias consequências que a ação humana provoca no mundo, mas também, e sobre tudo, pelos efeitos que provoca no próprio homem. Devido à consciência reflexiva, o ser humano tornou-se capaz de pensar sobre sua própria existência, de perguntar-se sobre o sentido da vida, questionando o presente, analisando o passado e projetando o futuro.
Adquirindo consciência de si mesmo, o homem passou a refletir sobre os limites da sua existência, começou a avaliar as possibilidades da sua ação em vida, antes da chegada inevitável da morte. Por isso,
 “o homem é o único animal que pode aborrecer-se, que pode ficar descontente, que pode sentir-se expulso do paraíso. O homem é o único animal para quem sua própria existência é um problema que ele tem de solucionar e do qual não pode fugir”. 
Não pode fugir porque tem uma vida que não pode mais ser vivida apenas no plano fisiológico da natureza animal, atendendo-se passivamente as necessidades do corpo. A consciência de si mesmo tornou o homem dono de uma vida que somente ele pode viver.
A CONSCIÊNCIA MORAL E A LIBERDADE HUMANA
A consciência de si mesmo ou autoconsciência confere ao ser humano a capacidade de julgar suas ações, e de escolher, dentre as circunstâncias possíveis, seu próprio caminho na vida.
A essa característica peculiar ao homem, de julgar suas próprias ações, decidindo se elas são boas ou más, damos o nome de consciência moral.
À possibilidade que o homem tem de escolher seu caminho na vida e construir sua história damos o nome de liberdade. Evidentemente, a liberdade não é algo que se exerce no vazio, mas dentro das limitações imposta pelas circunstâncias; o exercício da liberdade é a luta para ampliar ou romper os limites das circunstâncias. Pois, como escreveu Karl Marx, 
“os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem; não a fazem sob circunstância de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado”.
A liberdade e a consciência moral estão intimamente relacionadas. Isso porque só tem sentido julgar moralmente a ação de uma pessoa se esta ação foi praticada em liberdade. Quando não se tem escolha (liberdade), é impossível decidir entre o bem e o mal (consciência moral).
Entretanto, quando estamos livres para escolher entre esta ou aquela ação, tornamo-nos responsáveis pelo que praticamos. É está responsabilidade que pode ser julgada pela consciência moral do próprio indivíduo ou do grupo social.
	
Ética Profissional
	É o conjunto de princípios morais que regem os direitos e deveres de um indivíduo ou uma organização, dentro de um determinado setor de trabalho. Para entrarmos no campo da ética profissional, temos que falar um pouco sobre o homem, a vida, a saúde, o fim da vida humana e a ética.
O homem
	Entre as criaturas de Deus, apenas os homens são dotados de uma natureza espiritual. A alma humana possui inteligência e vontade. Pela inteligência nós percebemos duas o “ser” das coisas e pela vontade escolhemos uma direção, um fim para nossas vidas. Somente o homem o homem pode optar pelo bem ou pelo mal, graças a inteligência e a liberdade. O homem é uma entidade única no universo, que toma decisões e é mortalmente responsável. Cada ser humano é uma substancia individual completa, por isso conserva sua individualidade, mesmo vivendo em constante interação com outras pessoas.
A vida 
	Desde que é anunciada, a vida, em qualquer circunstância, merece um sublime e incomensurável respeito. Este é o ponto comum em se completa todas as opiniões de pesquisadores do assunto. O direito à vida é o mais fundamental dos direitos do homem, sendo inalienável. Por sua vez, é o dever enaltecido, com muito entusiasmo.
A saúde 
	A saúde é o estado de completo bem-estar físico, social e mental e não somente a ausência de doenças (OMS).
O fim da vida
	O homem entende a vida de duas maneiras: Vida como fim em si mesma. O homem nasce, cresce, se desenvolve, amadurece, envelhece e morre. Inicia sua vida com um enorme potencial dinâmico, que vai se desgastando à medida que envelhece. A morte como fim-fim é verdadeira, marca a interrupção de um processo de algo que existe. A segunda maneira de entender a vida é vê-la como meta alcançada, plenitude almejada e o momento do verdadeiro nascimento.
ASPECTOS DA CONDIÇÃO HUMANA E TEMÁTICA POLÊMICA SEGUNDO O ASPECTO ÉTICO.
É condição humana viver e morrer, independentemente da vontade própria de cada um, assim qualquer atitude que interfira neste processo é questionada, causando polêmica em função das crenças individuais. Eis alguns casos:
a) Homicídio – é a morte de uma pessoa praticada por outrem, de forma direta ou indireta. É o assassinato. São várias as razões que levam o indivíduo a matar o outro: amor, ódio, medo, vingança, inveja, angustia, entre outros, razões que, porém, não justificam o ato;
b) Suicídio – Significa pôr fim à própria vida por livre ou por falta de discernimento e visão unilateral da realidade;
c) Eutanásia – É a prática que visa abreviar, sem sofrimento físico, a vida de um doente, reconhecidamente incurável. Esta pode ocorrer por ação ou da omissão de quem a pratica. No Brasil essa pratica é crime tanto profissional como social.
d) Distanásia – dis (mal ou algo mal feito), thanatos (morte) consiste em atrasar o máximo possível a morte de uma pessoa, utilizando métodos para retardar em horas, dias ou até meses a morte mesmo que em fase terminal;
e) Ortotanásia - É o termo utilizado pelos médicos para definir a morte natural, sem interferência da ciência, permitindo à paciente morte digna.
f) Aborto – É a expulsão ou extração do embrião ou feto vivente, ainda incapaz de viver fora do útero materno. O aborto é classificado em: voluntário e involuntário.
Voluntário – podendo ser direto, que a ação sobre o ovo fecundado com a intenção de tirar-lhe a vida, ou indireto que embora previsto, não é desejado. Resulta de uma ação lícita, que por natureza visa um efeito bom;
Involuntário – que pode ser espontâneo, quando ocorre sem nenhuma participação humana, ou culposo, quando decorrente de uma ação perigoso à gestação, feita por imprudência.
TEORIA DE TOMADA DE DECISÃO ÉTICA
Tomada de decisão: Teleológicas ou Utilitaristas (Utilidade):
- Conhecida como Ética das Consequências ou Ética dos Resultados (o ato é avaliado eticamente por seu resultado)
- Defende a maximização das consequências nas tomadas de decisões
- Objetivo: buscar o maior bem-estar (utilidade) à comunidade para o maior número de indivíduos.
- Bem-Estar (aquela que trouxe maior benefício ao maior número de pessoas)
- Quando o benefícioé maior sobre o malefício ao maior número de pessoas, o agente ético tem direito moral de escolher entre qualquer uma delas.
- Vantagem: Aumento do Benefício
- Desvantagem: Pequeno Prejuízo (Os fins justificam os meios) = o benefício aconteceu às custas da dor ou do sofrimento.
Exemplo 01: Vacinação infantil 
Exemplo 02: Vacinação Febre-Amarela (vírus atenuado)
Exemplo 03: Prioridade de leitos (crianças e mulheres)
Tomada de Decisão: Deontológicas ou dos Deveres:
- Decisões racionais/universais (baseado em que o Homem é um ser racional).
- Regras rígidas aplicadas a todos, em todo tempo e lugar.
- Uma ação está eticamente ajustada quando ela estiver de acordo com uma regra (sem exceções).
- Trata cada indivíduo como fim e não como meio.
-Vantagens: Discernimento do que é certo ou errado.
-Desvantagens: Rigidez, inadaptável ao pluralismo, “fechada” e pode violar o direito da Autonomia.
Exemplo 01: Escravidão (passado e hoje)
Exemplo 02: Informação ao paciente de doenças grave = informa a todos os pacientes (deontológica) ou não (utilitarista)
Assim:
Deontologistas: veracidade é um dever
Utilitaristas: mentiras reprováveis em algumas situações e defensáveis em outras.
ÉTICA E NORMAS JURÍDICAS
São regras sociais de conduta que têm como base o poder social do
Estado sobre a população que habita seu território. Assim, uma das principais características da norma jurídica é a coercibilidade. Isto é: a norma jurídica conta com a força e a repressão potencial do Estado para ser obedecida pelas pessoas.
Quando alguém desrespeita uma norma moral, como, por exemplo, um dever de cortesia, sua atitude ofende apenas a moralidade convencional de um determinado grupo, que não tem poderes energéticos para promover uma punição. Ao contrário, se uma pessoa desrespeita uma norma jurídica prevista, por exemplo, no Código Penal, sua atitude provoca a coação do Estado, que tem poderes efetivos para impor uma pena ao infrator.
	A regulação do convívio social, além da ética, faz-se através das normas jurídicas (leis e regulamentos) que, apesar de também tratarem de matéria ética, possuem diferenças marcantes com as normas ético-morais.
	As normas jurídicas diferentemente das normas ético-morais não adentram em todas as esferas do relacionamento humano.
	Ética (Moral): harmonização de forma livre e consciente de seus interesses com a coletividade.
	Direito: normas obrigatórias, impostas e comportam ações estatais.
	“Nem sempre o que é legal, é ético! ” (Leis da Época da Ditadura).
	“A lei não traz respostas a todas as tomadas de decisões éticas. ”
Exemplo
	Após grave acidente na Rodovia Marechal Rondon que envolveu um ônibus de passageiros e um caminhão de transporte, chegam ao pronto-socorro do hospital de uma pequena cidade, 03 pessoas que estão clinicamente em grave perigo de vida. 
	1º: homem, 47 anos, motorista do caminhão e tem sinais clínicos de cirrose hepática.
	2º: adolescente, 14 anos, sexo feminino.
	3º: idoso do sexo masculino, 76 anos.
	A avaliação das condições vitais, cardiocirculatórias e respiratórias, mostram que os três nivelam-se quanto à gravidade clínica, necessitando da ajuda de respiração artificial. Infelizmente, há neste pronto-socorro apenas um aparelho para tal finalidade.
	Sabendo-se que as normas jurídicas obrigam que em caso de grave e iminente perigo de vida as pessoas sejam atendidas, a quem deve ser dada a prioridade do uso do aparelho? Este dilema é ético ou legal? O que levar em consideração para tomar a decisão? Qual decisão tomar?

Continue navegando