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A FILOSOFIA BRASILEIRA Pensando o Brasil A FILOSOFIA “A arte de formar, inventar, criar e fabricar conceitos, além de remanejar e modificá-los” Deleuze e Guatarri (1992, p. 11,13,34) Filósofos da pós-modernidade Responder à pergunta “O que é filosofia?” já é um exercício filosófico, já é filosofar. Refletir sobre conceitos problematizados e investigados pela tradição filosófica, relacionando-os com seu mundo e sal realidade, é também um exercício de filosofia que realizamos. A atitude filosófica implica uma postura crítica permanente, uma coexistência crítica sobre o conhecimento, a razão e a realidade, levando em consideração fatores sociais, históricos e políticos. Filosofar envolve pensar investigando reflexivamente sobre si próprio e seu conteúdo de conhecimentos elaborados e conceituados, ou em via de elaboração. PENSANDO O BRASIL Roberto GOMES* (Crítica da razão tupiniquim, 1977), discute uma possível falta de originalidade da filosofia brasileira, pressupondo que essa refletiria nossa colonização e dependência cultural. A filosofia brasileira só seria original quando abandonássemos o formalismo importado (sobretudo da Europa), e “descobrirmos o Brasil (...) quando levarmos em conta a situação concreta e dermos voz aos filósofos marginais”; * escritor paranaense FILOSOFIAS BRASILEIRAS PERÍODO COLONIAL (1500-1822) Baseada na mitologia e a arte dos índios/ visão cosmológica, assim deveria iniciar a história da filosofia nacional. Neste período, a filosofia portuguesa é que dominava o pensamento brasileiro, onde o ensino e a filosofia dos jesuítas portugueses estavam subordinados a uma teologia que defendia o catolicismo ortodoxo como reação à Reforma Protestante. O saber da salvação- conhecimento marcado por extrema religiosidade e desprezo pela condição humana: o indivíduo só precisava saber o necessário para “salvar” sua alma. PERÍODO IMPERIAL (1822 -1889). Visão mais espiritualista do ser humano, adaptado às circunstâncias históricas no Brasil desta época, que envolviam a necessidade de construção de um sentimento de nação, a organização do Estado e a prática da representação política. Mais tarde o pensamento é influenciado pelas novas ideias como o darwinismo e o positivismo. A filosofia kantiana também influenciou o movimento filosófico brasileiro, representado pelo jurista e filósofo sergipano Tobias Barreto (1839-1889). PERÍODO REPUBLICANO (1890-) A chamada República Velha (1890-1930)- ascensão do positivismo como doutrina autoritária em substituição ao liberalismo. Neste período pregava-se a tutela do Estado sobre os cidadãos e a concentração de poderes no Executivo., defendido por Getúlio Vargas (1930-1945/ 1951- 1954) Militarismo, naturalismo e cientificismo. A partir de 1930 há um declínio da influência do positivismo. O governo varguista restaura a aliança com a Igreja Católica. Mas alguns movimentos populares literários defendiam a educação obrigatória, púbica, gratuita e laica como dever do Estado. Influência do Marxismo a partir de 1930, tanto no plano político e quanto no acadêmico. FILOSOFIA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA Tendências: Neopositivismo- originou-se da revisão da teoria da ciência do positivismo. Escola Católica- Inicialmente neotomista, passando a ligar-se em outras correntes, principalmente aquelas ligadas ao enfrentamento das desigualdades sociais e da pobreza. Fenomenologia/ Existencialismo- a filosofia como uma descrição da experiência vivida da consciência. Culturalismo- defende a pluralidade de perspectivas em filosofia e busca recuperar a tradição filosófica nacional. PRINCIPAIS FILÓSOFOS BRASILEIROS Rui Barbosa (1849-1923) nasceu em Salvador, Bahia, foi, sem dúvida, um dos mais importantes personagens da História do Brasil. Foi deputado, senador, ministro e candidato à Presidência de República em duas ocasiões. Seu comportamento sempre revelou sólidos princípios éticos e grande independência política. Participou de todas as grandes questões de sua época, entre as quais a Campanha Abolicionista, a defesa da Federação, a própria fundação da República, e a Campanha Civilista. PRINCIPAIS FILÓSOFOS BRASILEIROS Rubem Alves (1933-2014, Boa Esperança-MG- Campinas/SP), é um psicanalista, educador, teólogo e escritor brasileiro, é autor de livros e artigos abordando temas religiosos, educacionais e existenciais, além de uma série de livros infantis. Em 1968, foi perseguido pelo regime militar brasileiro, que o acusou de subversão. Na década ensaiou os primeiros passos da Teoria da libertação PRINCIPAIS FILÓSOFOS BRASILEIROS Paulo Reglus Neves Freire (1921, no Recife, Pernambuco) Foi um educador e filósofo brasileiro. Destacou-se por seu trabalho na área da educação popular, voltada tanto para a escolarização como para a formação da consciência. É considerado um dos pensadores mais notáveis na história da pedagogia mundial, tendo influenciado o movimento chamado pedagogia crítica, e por isso foi perseguido pelo regime militar no Brasil (1964-1985) PRINCIPAIS FILÓSOFOS BRASILEIROS Miguel Reale. Filósofo, Jurista e Imortal. Ética, dignidade, competência e devoção às causas do direito e da humanidade, são características essenciais de Miguel Reale. A bibliografia de Miguel Reale compreende obras de filosofia, filosofia jurídica, teoria geral do direito, teoria geral do Estado, além de monografias e estudos em quase todos os ramos do direito público e privado, e até poesia. PRINCIPAIS FILÓSOFOS BRASILEIROS Olavo de carvalho (1947) é um filósofo, ensaísta, jornalista e professor brasileiro. Considerado um polemista e um dos poucos representantes do pensamento conservador no Brasil. Sua crítica focaliza-se no combate ao comunismo, ao meio intelectual brasileiro, aos grupos de esquerda e à chamada Nova Ordem Mundial PRINCIPAIS FILÓSOFOS BRASILEIROS Marcia Tiburi. É graduada em filosofia e artes e mestre e doutora em filosofia (UFRGS, 1999) É professora do programa de pós- graduação em Educação, Arte e História da Cultura da Universidade Mackenzie e colunista da revista Cult. Publicou diversos livros de filosofia, entre eles “As Mulheres e a Filosofia” (Ed. Unisinos, 2002), Filosofia Cinza – a melancolia e o corpo nas dobras da escrita (Escritos, 2004); “Mulheres, Filosofia ou Coisas do Gênero” (EDUNISC, 2008), “Filosofia em Comum” (Ed. Record, 2008), PRINCIPAIS FILÓSOFOS BRASILEIROS é filósofa e professora da USP Marilena Chauí esteve durante décadas na imprensa escrita, defendendo pontos de vista interessante sobre mulheres, política, Partido dos Trabalhadores, a Universidade brasileira, cultura etc. A filosofia brasileira deve a ela o pioneirismo quanto à ideia de que o filósofo deve ultrapassar os muros da academia. USP. Marilena Chauí LEANDRO KARNAL, MÁRIO SÉRGIO CORTELLA E CLÓVIS DE BARROS FILHO Professores universitários de formação e intelectuais com respeitável currículo, Clóvis de Barros Filho, Leandro Karnal e Mário Sérgio Cortella se tornaram os maiores pensadores contemporâneos do Brasil, com uma legião de seguidores nas redes sociais e milhões de livros vendidos Atualmente, são os mais requisitados pensadores para democratizar o conhecimento filosófico, antes restrito a uma parcelada população e agora abordado com graça e ousadia até mesmo nas redes sociais. A habilidade com a palavra e com os gestos os ajuda a traduzir a filosofia clássica para milhões de brasileiros e ainda passear por temas atuais como intolerância, corrupção, gestão do conhecimento e preconceito. BIBLIOGRAFIA Mattar, João. Filosofia e Ética/ João Mattar, Maria Thereza Pompa Antunes.- São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014.- (Série Bibliografia Universitária Pearson). A FILOSOFIA JURÍDICA E SEUS DESDOBRAMENTOS SOBRE A PRÁTICA DO PROFISSIONAL
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