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6 - MICHEL FOUCAULT

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MICHEL FOUCAULT
- Poitiers, França, de 1926 a 1984
 Professor de História dos Sistemas de Pensamento
 no College de France.
 Principais obras:
História da Loucura (1961)
Arqueologia do Saber (1969)
Vigiar e Punir (1975)
História da Sexualidade (1976/1984)
Microfísica do Poder (1979)
Doença Mental e Psicologia (1954)
Nascimento da Clínica (1963)
Foco: Direito dos oprimidos, tolerância, minorias
Citação:
“O conhecimento humano do universo não se baseia na observação do mundo exterior. O homem é essencialmente um animal pensante vivendo em um mundo que só lhe é inteligível porque impõe sua ordem na vivência”
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O que julgamos como “senso comum” por trás do modo como pensamos e falamos sobre o mundo é, de fato, moldado por regras e condições fixadas pela história em que nos encontramos.
Abandonemos a velha questão “Por que o mundo é como é?” para fazer a pergunta “Por que vemos o mundo do modo como vemos?”
Uma das designações tradicionais de verdade é que ela está vinculada à sua eternidade e, consequentemente, não está vinculada a um acontecimento histórico. A verdade é aquilo que permanece inalterável a quaisquer acontecimento.
Para Foucault, a verdade é indissociável da singularidade do acontecimento. Aquilo qualificado de verdadeiro é produzido como acontecimento num espaço e num tempo específicos. 
Vale destacar ainda que os mensageiros e operadores privilegiados são os que possuem os segredos dos lugares e do tempo, os profetas, adivinhos, inocentes, cegos, loucos, sábios e assim por diante. Trata-se de uma verdade descontínua, não-universal, dispersa e que se produz como acontecimento.
Segue a possibilidade de duas histórias da verdade: uma daquilo que é, a verdade-descoberta e a outra a verdade-acontecimento, que enfatiza choques arriscados, reversíveis, enfrentados por aqueles que são tomados por ela.
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A história é o lugar do acontecimento da verdade, razão pela qual esta é sempre uma perspectiva de verdade.
Verdades são produtos de muitas considerações. 
O conhecimento seria uma relação de luta, pois não seria natural à natureza ser conhecida, não é um direito, um privilégio do conhecimento conhecer: este força, luta contra, viola o objeto, mais exatamente, o conhecimento seria contra-instintivo e contra-natural.
Não há conhecimento livre, independente, desinteressado: o conhecimento é sempre subserviente, dependente. Expressão de interesses.
Ou seja, o discurso, como o saber, não é neutro, não é desinteressado, mas está 
vinculado ao poder e ao desejo
A verdade não existe fora das relações de poder, pois ela mesma é uma relação de poder, fruto de relações de poder, exercendo efeitos de poder. A verdade não só faz integra as relações de poder como, ela mesma, é uma relação de poder
O poder é uma relação de força, que tem como objetivo a dominação e o controle. Sua ação não é somente repressiva, mas produtiva: produz individualidades, efeitos, corpos, saber, verdade, realidades, sujeitos. Uma nova ordem de saberes constrói regimes de verdades.
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“Os intelectuais e o Poder” – Microfísica do Poder
Diálogos entre Michel Foucault e Gilles Deleuze:
A existência de uma “confusão” entre teoria e prática: há uma relação direta entre as duas ?
Essas relações são parciais e fragmentadas.
O intelectual deixou de ser uma consciência representante.
O intelectual dizia a verdade àqueles que ainda não a viam, em nome daqueles que não podiam dizê-las.
Contudo, Foucault entende que as massas, de fato, não necessitam dos intelectuais para saber, porém, o “sistema de poder” determina tal necessidade.
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Os intelectuais são parte do sistema de poder, daí se tornam “consciências representativas” pelo próprio sistema.
O que julgamos como “senso comum” por trás do modo como pensamos e falamos sobre o mundo é, de fato, moldado por regras e condições fixadas pela história em que nos encontramos.
O intelectual é ao mesmo tempo “objeto e instrumento” do sistema de poder, seja na ordem do “saber”, da “verdade”, do “discurso” e da “consciência”. Portanto, Foucault considera que a teoria não é determinante na prática, mas é a própria prática.
Deleuze acrescenta que a “teoria é como uma caixa de ferramentas”, sempre válida conforme o momento e a necessidade. A teoria não totaliza, mas multiplica-se diante do que esta por vir. E qualquer tipo de representação isolada ou reforma; isto é, o “falar pelos outros” não permitindo que falem, é indigno.
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E onde são encontradas as formas de Poder? no livro Vigiar e Punir: “Não será que, de modo geral, o sistema penal é a  forma em que o poder como poder se mostra da maneira mais manifesta? e ainda “A prisão é o único lugar onde o poder pode se manifestar em estado puro em suas dimensões mais excessivas”.
O poder nas prisões é descarado, ele não precisa de subterfúgios, porque é "justificado”.
Deleuze reflete que, além dessa relação de poder coercitivo, existem outras, como a escola e a indústria, que também acabam por ser legitimas, mas que um pouco diferente das prisões, atuam com certa diligência, mas que, mantém uma cópia do sistema penal, no sentido da aplicação dos horários, das regras, da relação de seus representantes, os professores, os patrões, com os que estão em uma relação de inferioridade, os alunos, os trabalhadores.
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O poder é apresentado então de forma difusa, contrariando a idéia de totalização, por não ter um único representante.
Foucautl conclui que onde há o poder, ele se exerce. E ao contrário do Estado totalizador, a idéia de poder é uma relação, presente em várias formas da nossa sociedade.

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