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AULA 11 EFEITOS DA CONDENAÇAO REABILITAÇÃO

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DIREITO PENAL 
PROF:- JESUS ROMÃO - 	 DATA : 07.11.2017
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EFEITOS DA CONDENAÇÃO
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Efeitos secundários de natureza penal
efeitos jurídicos da condenação no Código Penal:
a) caracterização da reincidência, se posteriormente for praticado novo crime, com todas as consequências daí resultantes (arts. 63 e 64);
b) fixação de regime fechado para cumprimento da pena privativa de liberdade, se for cometido novo crime (art. 33, § 2.º);
c) configuração de maus antecedentes (art. 59);
d) impedimento à concessão da suspensão condicional da pena, quando da prática de novo crime, e revogação, obrigatória ou facultativa, do sursis e do livramento condicional (arts. 77, I e § 1.º, 81, I, 86, caput, e 87);
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e) aumento ou interrupção do prazo da prescrição da pretensão executória (arts. 110, caput, e 117, VI), em face do reconhecimento da reincidência quando da prática de novo crime;
f) revogação da reabilitação, como consequência do reconhecimento da reincidência (art. 95);
g) conversão da pena restritiva de direitos por privativa de liberdade, se não for possível ao condenado o cumprimento simultâneo da pena substitutiva anterior (art. 44, § 5.º); 
h) vedação da concessão de privilégios a crimes contra o patrimônio, como desdobramento do reconhecimento da reincidência (arts. 155, § 2.º, 170 e 171, § 1.
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Efeitos secundários de natureza extrapenal previstos no Código Penal
incidem em áreas diversas do Direito. 
Dividem-se em :
Genéricos
Específicos.
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EFEITOS GENÉRICOS
 chamados dessa maneira por recaírem sobre todos os crimes, são os previstos no art. 91 do Código Penal: obrigação de reparar o dano e confisco.
São efeitos automáticos, ou seja, não precisam ser expressamente declarados na sentença. 
Toda condenação os produz.
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EFEITOS ESPECÍFICOS 
art. 92 do Código Penal: perda do cargo, função pública ou mandato eletivo, incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou curatela, e inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de crime doloso.
Têm essa denominação pelo fato de serem aplicados somente em determinados crimes.
não são automáticos, necessitando de expressa motivação na sentença condenatória para produzirem efeitos. 
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O art. 92, I, do Código Penal, prevê como efeito SECUNDÁRIO de natureza extrapenal e específico da condenação a perda :- 
 de cargo
função pública
mandato eletivo 
quando aplicada pena
 privativa de liberdade por tempo
 igual ou superior a um ano, 
nos crimes praticados com abuso de poder, ou violação de dever para com a administração pública, 
ou ainda quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo 
superior a QUATRO ANOS, nos DEMAIS CRIMES
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REABILITAÇÃO
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Reabilitação: 
é a declaração judicial de reinserção do condenado ao gozo de determinados direitos, atingidos pela condenação. 
todos os efeitos previstos no art. 92 são definitivos, exceto a recuperação da carteira de habilitação. 
a ocultação dos registros criminais se dá, automaticamente, quando cumprida ou extinta a pena (art. 202, LEP). 
somente usaria a reabilitação, quem tivesse interesse em recuperar o direito de dirigir
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O art. 202 da Lei de Execução Penal estatui que 
cumprida ou extinta a pena, não constarão da folha corrida, atestados ou certidões fornecidas por autoridade policial ou por auxiliares da Justiça, qualquer notícia ou referência à condenação, salvo para instruir processo pela prática de nova infração penal ou outros casos expressos em lei
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duas funções: 
(1) assegurar ao condenado o sigilo dos registros sobre seu processo e condenação
 (art. 93, caput)
(2) suspender condicionalmente os efeitos da condenação previstos no art. 92 do Código Penal 
(art. 93, parágrafo único)
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Agente FUNCIONARIO PUBLICO reabilitado não é reintegrado, automaticamente, à situação anterior, por expressa determinação do art. 93, parágrafo único, do Código Penal.
Pode voltar, contudo, a exercer novo cargo, emprego ou função pública, desde que proveniente de nova investidura.
 Exemplo: o funcionário público condenado por peculato, que perdeu o cargo público que ocupava, desde que reabilitado, pode novamente ser funcionário público, se aprovado no concurso público respectivo
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Com a reabilitação, o condenado pode voltar a exercer o poder familiar, a tutela ou a curatela em relação àqueles que não foram vítimas do delito doloso punido com reclusão, pois em relação ao ofendido a incapacidade é permanente, conforme determina o art. 93, parágrafo único, do Código Penal.
jamais poderá ser exercido novamente o poder familiar, tutela ou curatela em face da vítima do crime cuja condenação produziu o efeito previsto no art. 92, II, do Código Penal.
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Inabilitação para dirigir veículo
O art. 92, III, do Código Penal arrola como efeito secundário de natureza extrapenal e específico da condenação a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de crime doloso.
Uma vez reabilitado, o agente poderá obter nova carteira de habilitação, sem qualquer restrição legal.
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Se reabilitado, o agente vier a praticar novo delito, será considerado reincidente.
art. 64, I, do Código Penal :- 
a condenação anterior somente perde força para gerar a reincidência quando, entre a data do cumprimento ou extinção da pena dela decorrente e a infração posterior tiver decorrido período de tempo superior a 5 (cinco) anos, computado o período de prova da suspensão ou do livramento condicional, se não ocorrer revogação.
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Requisitos objetivos
São os que se relacionam ao tempo de cumprimento da pena e à reparação do dano
a) Tempo de cumprimento da pena
O art. 94, caput, do Código Penal, condiciona a reabilitação a um marco temporal. Deve ter transcorrido o período de 2 (dois) anos do dia em que tiver sido extinta, de qualquer modo, a pena ou terminar a sua execução, computando-se o período de prova do sursis e do livramento condicional, se não sobrevier revogação.
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b) Reparação do dano
O art. 94, III, do Código Penal autoriza a reabilitação ao condenado que tenha ressarcido o dano causado pelo crime ou demonstre a absoluta impossibilidade de fazê-lo, até o dia do pedido, ou exiba documento que comprove a renúncia da vítima ou novação da dívida.
Esse requisito é dispensado quando já se operou a prescrição do débito no âmbito civil
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Requisitos subjetivos
Dizem respeito à pessoa do condenado. 
São dois: domicílio no país nos dois anos seguintes ao cumprimento ou extinção da pena e bom comportamento público e privado nesse período.
a) Domicílio no país
Exige-se que o condenado tenha sido domiciliado no Brasil no prazo de dois anos após a extinção da pena, o que admite liberdade de prova.
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b) Bom comportamento público e privado
O condenado, no prazo de dois anos posteriormente à extinção da pena, deve ter apresentado, de forma efetiva e constante, bom comportamento público e privado. 
Não só a prática de novo delito impede a reabilitação. 
Qualquer ato capaz de macular a reputação do agente pode fazê-lo.
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A legitimidade para formular o pedido de reabilitação é privativa do condenado. 
Cuida-se de ato eminentemente pessoal, intransferível.
 Não se estende aos seus herdeiros ou sucessores em caso de falecimento do titular, o que se justifica pela finalidade do instituto (reinserção social do condenado)
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A sentença que concede ou nega a reabilitação pode ser impugnada por meio de recurso de apelação, na forma do art. 593, II, do Código de Processo Penal. 
Na hipótese de concessão, comporta também recurso de ofício, conforme determina o art. 746 do citado diploma legal.
O art. 94, parágrafo único, do Código Penal revela o caráter rebus sic stantibus da reabilitação, pois, uma vez negada, poderá ser novamente requerida, a qualquer tempo, desde que o pedido seja instruído com novos elementos comprobatórios dos requisitos necessários.
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O principal efeito da sentença criminal condenatória é a ____________ . A legislação penal brasileira, porém, prevê também efeitos secundários da condenação, tanto de natureza penal quanto extrapenal. Os efeitos secundários de natureza _____________ se dividem em genéricos e específicos. ____________ é exemplo de efeito secundário ______________da decisão criminal condenatória transitada em julgado.
Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, a frase.
(A) medida de segurança, nunca a pena … penal … Reincidência … penal específico
(B) sanção penal (pena ou medida de segurança) … penal … A perda de função pública quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a quatro anos … extrapenal
(C) sanção penal (pena ou medida de segurança) … extrapenal … Reincidência … penal
(D) pena, nunca a medida de segurança … extrapenal … Tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime … extrapenal genérico
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 Um policial militar, em dia de folga e vestido com traje civil, se embriagou voluntariamente e saiu à rua armado, decidido a roubar um carro. Empunhando seu revólver particular, ele abordou um motorista e o ameaçou, obrigando-o a descer do automóvel. A vítima obedeceu, mas, ao perceber a embriaguez do assaltante, saiu correndo com as chaves do carro. Deparando-se adiante com uma viatura da polícia militar, relatou o ocorrido aos componentes da guarnição, que foram ao local e prenderam o policial em flagrante. Em decorrência de tais fatos, o policial foi submetido a processo penal que resultou na sua condenação em três anos, dez meses e vinte dias de reclusão pela tentativa de roubo.
Com referência a essa situação hipotética, assinale a opção correta de acordo com a jurisprudência do STJ.
 a) Estando ausente qualquer relação da ação com o exercício do cargo público, a exoneração do serviço público como efeito da condenação extrapolaria as funções repressivas e preventivas da sanção penal.
 b) Na hipótese descrita e em casos semelhantes, sendo a pena privativa de liberdade inferior a quatro anos, a condenação por si só nunca implica a perda do cargo público.
 c) O policial militar não praticou crime funcional típico porquanto o delito previsto no art. 157 do CP — Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência à pessoa — é comum e, por isso, o réu em questão não poderia ser afastado do cargo.
 d) O agente não responderia por crime doloso porque estava em estado de embriaguez, sendo incapaz de entender o caráter criminoso de suas ações.
 e) O policial militar, mesmo fora do exercício da função, violou dever inerente a ela, porque está vinculado à administração pública no exercício das atividades cotidianas, sendo cabível a perda do cargo como efeito da condenação.
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RECURSO ESPECIAL. PENAL. ROUBO. PERDA DO CARGO DE POLICIAL MILITAR.
ART. 92, INCISO I, ALÍNEA A, DO CÓDIGO PENAL. POSSIBILIDADE. EFEITO DA CONDENAÇÃO. VIOLAÇÃO DE DEVER PARA COM A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. LEGALIDADE.
1. Segundo o art. 92, inciso I, alínea "a", do CP, sendo a pena privativa de liberdade inferior a quatro anos, a decretação de perda do cargo público só pode ocorrer na hipótese em que o crime tenha sido cometido com abuso de poder ou com a violação de dever para com a Administração Pública.
2. Da análise dos elementos apresentados pela Corte de origem, verifica-se que o crime, embora não tenha sido praticado com abuso de poder, uma vez que o policial militar não estava de serviço, nem se valeu do cargo, foi executado com evidente violação de dever para com a Administração Pública.
3. O réu, ora recorrido, é policial militar e, embora não estivesse no exercício de sua função, violou dever inerente a suas funções como policial, bem como para com a administração pública, uma vez que encontra-se vinculado a esta no exercício de suas atividades diárias.
4. O roubo por policial militar deve ser caracterizado como uma infração gravíssima para com a Administração, a uma, em razão da relação de subordinação do policial àquela, a duas, porque é inerente às funções do policial militar coibir o roubo e reprimir a prática de crimes. 
Assim, correta a decisão de afastar dos quadros da polícia pessoa envolvida no crime de roubo, por ferir dever inerente à função de policial militar, pago pelo Estado justamente para combater o crime e resguardar a população. Precedente: REsp 665.472/MS, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 04/12/2009, DJe 08/02/2010.
5. Recurso especial provido.
(REsp 1561248/GO, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 24/11/2015, DJe 01/12/2015)
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Julgue os itens seguintes, acerca da prescrição, da reabilitação e da imputabilidade. Considere a seguinte situação hipotética.
João cumpriu pena pela prática de roubo e, decorridos dois anos do dia em que foi extinta a pena, ele pleiteou, por meio de seu advogado, sua reabilitação. 
Nessa situação, para ter seu pedido deferido, João deverá, necessariamente, ressarcir o dano causado pelo crime, demonstrar a absoluta impossibilidade de fazê-lo ou exibir documento que comprove a renúncia da vítima ou a novação da dívida. ( ) certo ou ( ) errado.
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Acerca da concessão da reabilitação, considere:
I. Ter domicílio no país pelo prazo de quatro anos.
II. No cômputo do prazo de sursis não ter havido revogação.
III. Ter demonstrado efetiva e constantemente bom comportamento público e privado.
IV. Condenação a pena superior a dois anos, no caso de pena privativa de liberdade.
V. Ter ressarcido o dano causado ou demonstrado a impossibilidade absoluta de fazê-lo.
Está correto o que se afirma APENAS em 
 a) III e IV. 
 b) I, II, III e V. 
 c) II, III, IV e V. 
 d) II, III e V. 
 e) I, II e IV. 
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