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Abatedouro de Suínos

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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE PALMAS
CURSO DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS
ISADORA SOUZA, KAROLLINE RIBEIRO, PEDRO HENRIQUE E RODOLFO MESQUITA.
ABATEDOURO DE SUÍNOS
PALMAS-TO
2
FEVEREIRO DE 2016
ISADORA SOUZA, KAROLLINE RIBEIRO, PEDRO HENRIQUE E RODOLFO MESQUITA.
ABATEDOURO DE SUÍNOS
 
 
 
 
Trabalho apresentado à Universidade Federal do Tocantins, sob orientação da Professora Valéria Momenté, para a composição da nota da disciplina de Ciências do Ambiente.
PALMAS-TO
FEVEREIRO DE 2016
SUMÁRIO 
	1 – INTRODUÇÃO..........................................................................................................4 
	
	2 – OBJETIVOS...............................................................................................................5 
	
	2.1 – OBJETIVO GERAL........................................................................................ 
	
	2.2 – OBJETIVO(S) ESPECÍFICO(S)..................................................................... 
	
	3 - REVISÃO DE LITERATURA..................................................................................6
	
	4 – MATERIAL E MÉTODOS.......................................................................................7 
	
	5 – CONCLUSÃO..........................................................................................................13 
	
	6 – REFERÊNCIAS........................................................................................................... 
	
	
	
	
	
	
	
15
1 – INTRODUÇ ÃO
Atualmente a carne suína é bastante consumida. Estima-se que representa 44% do consumo de carne em todo o mundo. Presente na mesa da população, a carne suína e seus derivados têm conquistado admiradores graças ao seu sabor marcante e seu elevado valor nutritivo. Porém a qualidade da carne suína é posta em causa, pois a sua produção em massa diminui a sua qualidade.
O abate de suínos é realizado para obtenção de carne e seus derivados, destinados ao consumo humano. Esta operação é regulamentada por uma série de normas sanitárias destinadas a dar segurança alimentar aos consumidores deste produto. Assim, os estabelecimentos regulamentados trabalham com inspeção e fiscalização contínua dos órgãos responsáveis. Como consequência das operações de abate para obtenção de carnes e derivados, originam-se vários subprodutos e resíduos que devem sofrer processos específicos.
2 – OBJETIVO(S) 
	2.1 – OBJETIVO GERAL
Identificar os impactos ambientais causados pela implantação do abatedouro de suínos.
	2.2 – OBJETIVO ESPECÍFICO
Propor medidas mitigadoras visando minimizar os impactos ambientais negativos desse tipo de empreendimento.
3 – REVISÃO DE LITERATURA
O Brasil é um dos maiores exportadores de carne suína do mundo, e o abate de suínos é uma das atividades econômicas mais importantes do país. Várias fases compreendem o abate de suínos, sendo todos feitos de forma a preservar a qualidade da carne. As empresas que atuam no abate de animais são os abatedouros ou matadouros, para transportar e embarcar os animais até esses abatedouros muitas mudanças podem acontecer e acarretar alguns problemas para o criador, o comprador ou frigorifico, devido as lesões que podem acontecer a criação, como perda de peso, diminuição da qualidade da carne e a morte dos animais.
De forma geral nos principais processos que ocorrem nos matadouros são gerados efluentes que geram impactos para o ambiente. Mesmo assim é válido ressaltar que em muitos frigoríficos ocorre o processamento e transformação da carne e também das víceras em outros produtos agregando valores.
4 - MATERIAL E MÉTODOS 
Abaixo está apresentado o fluxograma com todas as etapas do processo de abate, desde o seu inicio até a sua finalização, mostrando os efluentes gerados, e os materiais utilizados em cada etapa.
TRANSPORTE DOS ANIMAIS E RECEPÇÃO DOS ANIMAIS NO MATADOURO
Cuidado nos transportes (viagens tranqüilas, evitar viagens por terra durante muito tempo); Ao chegar do transporte, os porcos são conduzidos através de currais semelhantes aos utilizados para gado.
REPOUSO JEJUM E DIETA HÍDRICA
O abate de suínos começa após a inspeção da documentação sanitária dos animais, com a inspeção ante-mortem e período de descanso mínimo, sob jejum e dieta hídrica, de no mínimo 6 e no máximo 24 horas (dependendo da distância transportada). Nestas fases visa-se identificar e separar os animais que apresentem sintomas de doenças infecto-contagiosas e outras alterações que comprometam a sanidade da carne obtida, além de permitir uma recuperação do estresse sofrido durante o transporte. O período de jejum e dieta hídrica visa o esvaziamento do trato gastro-intestinal, a fim de minimizar possíveis contaminações da carcaça, durante a fase de evisceração, por ruptura do aparelho digestivo .
LIMPEZA DOS ANIMAIS
Após esta primeira fase os animais são conduzidos ao abate através de um corredor, passando por uma seringa, onde sofrem, por cerca de 3 minutos, um banho com aspersão de água a 1,5 atm de pressão e de finalidades múltiplas: remoção de sujidades superficiais, calmante, vaso constrição periférica e aumento da eficiência da insensibilização.
INSENSIBILIZACAO
Os suínos entram, um após o outro, em um “box” imobilizador para o atordoamento. Esta operação também pode ser feita com um tipo de imobilizador que funciona de forma contínua. Os animais são transportados, um a um, até atingirem um trecho em que ficam suspensos por esteiras ou cilindros rolantes quase verticais (em “V”), pelas suas laterais, sem apoio para as patas, o que imobiliza os animais. O atordoamento dos suínos normalmente é realizado por descarga elétrica: dois eletrodos, em forma de pinça ou tesoura, são posicionados nas laterais da cabeça e um terceiro, na altura do coração. Além deste, existe um outro método de atordoamento em que os animais são colocados em uma câmara com atmosfera rica em gás carbônico, sendo atordoados por falta de oxigênio.
SANGRIA
As operações são similares às da sangria para bovinos, com os animais pendurados em trilho aéreo, ou podem ser feitas em mesas ou bancadas apropriadas para a drenagem do sangue. Em média, o volume de sangue drenado por animal é de 3 litros. Parte deste sangue pode ser coletado de forma asséptica, caso seja direcionado para fins farmacêuticos ou ser totalmente enviado para tanques ou bombonas, para ser posteriormente processado, visando separação de seus componentes ou seu uso em rações animais.
CHUVEIRO
Os suínos são lavados para uma remoção superficial do sangue.
ESCALDAGEM E REMOÇÃO DA CERDAS
Após tempo suficiente de sangria, os animais saem do trilho e são imersos em um tanque com água quente, em torno de 65º C, para facilitar a remoção posterior dos pelos e das unhas ou cascos. Parte de eventual sujidade presente no couro dos animais fica na água deste tanque. A passagem pela escaldagem dura cerca de um minuto.
DEPILAÇÃO E “TOILETTE”
Após passarem pela escaldagem, os suínos são colocados em uma máquina de depilação, que consiste de um cilindro giratório, com pequenas pás retangulares distribuídas pela sua superfície, dotadas de extremidades de borracha. A rotação deste cilindro provoca o impacto destas pás com o couro dos animais, removendo boa parte dos pelos por atrito. Pequenas partículas de couro também se desprendem dos animais,devido ao efeito de raspagem na sua superfície. Após a passagem por esta máquina, as unhas ou cascos dos suínos, bem como parte dos pelos remanescentes, são removidos manualmente com o auxílio de facas. Então, os animais são novamente içados e reco-locados no trilho aéreo de transporte para a continuidade do processamento. Os pelos removidos mecanicamente são recolhidos e podemser enviados para as graxarias ou para aproveitamento por terceiros (para pincéis ou escovas, tapetes, feltros, isolantes termo-acústicos, compostagem, etc.).Para completar a depilação, os animais passam por um chamuscamento, feito com maçaricos a gás e então são lavados com água sob pressão.
CHUVEIRO
Ao suínos passam por outra lavagem.
EVISCERAÇÃO
Nesta etapa, abre-se a barriga dos animais com facas e as vísceras são removidas. Amarra-se o ânus e a bexiga do animal para evitar contaminação das carcaças com seus excrementos. O osso do peito é aberto com serra e remove-se coração, pulmões e fígado. Neste ponto, pode haver ou não a remoção das cabeças. Normalmente, as vísceras são colocadas em bandejas da mesa de evisceração, onde são separadas, inspecionadas e encaminhadas para seu processamento, de acordo com o resultado da inspeção. O processamento dos intestinos gera a produção de tripas, normalmente salgadas, utilizadas para fabricação de embutidos ou para aplicações médicas.
SERRAGEM DA CARCAÇA
Em seguida as carcaças são serradas longitudinalmente, seguindo-se a espinha dorsal, e divididas em duas meias carcaças. Remove-se a medula e o cérebro dos animais e as carcaças são limpas com facas - algumas aparas ou apêndices são removidos. A divisão não deve alcançar a cabeça.
TOALETE DAS CARCAÇAS
São retirados resíduos de sangria, gorduras excessivas (unto), medula, restos de traquéia, etc. A cauda já pode ter sido retirada ou não. Em seguida, as carcaças recebem um chuveiro para complementar o toalete. As cabeças podem ser retiradas antes ou depois da entrada das carcaças nas câmaras-frias.
CHUVEIRO
As carcaças são então lavadas com água sob pressão.
CARIMBAGEM
As meias-carcaças liberadas pela inspeção recebem o carimbo oficial no pernil, paleta e lombo, aplicados com tinta apropriada. Opcionalmente, a carimbagem pode ser realizada antes do chuveiro, mas nesse caso deve ser utilizada tinta de secagem rápida.
REFRIGERAÇÂO
As carapaças são encaminhadas para refrigeração em câmaras frias, com temperaturas controladas para seu resfriamento e sua conservação. Posteriormente, são expedidas dessa forma (rotuladas) ou são destinadas à desossa e industrialização.
DESOSSA E INDUSTRIALIZAÇÃO
Havendo operação de cortes e desossa, as carcaças resfriadas são divididas em porções menores para comercialização ou posterior processamento para produtos derivados. A desossa é realizada manualmente, com auxílio de facas. As aparas resultantes desta operação são geralmente aproveitadas na produção de derivados de carne. Os ossos e partes não comestíveis são encaminhados às graxarias, para serem transformados em sebo ou gordura animal industrial e farinhas para rações.
EMBALAGEM, FRIGORIFICAÇÃO E EXPEDIÇÃO
As carcaças, os cortes e as vísceras comestíveis, após processadas e embaladas, são estocadas em frio, aguardando sua expedição.
Em cada etapa do processo descrita acima são gerados efluentes que geram impactos ambientais, e por isso precisam ser descartados ou reutilizados de forma correta, para que o impacto causado seja o menor possível.
Impactos ambientais causados: 
Elevado consumo de água: função de vários aspectos como o tipo de unidade(abatedouro com/sem graxaria), os tipos de equipamentos e tecnologias em uso, e os procedimentos operacionais. Consumo médio por cabeça abatida: de 400 a 3.000 litros.
Geração de efluentes líquidos: Os efluentes líquidos gerados contêm elevadas concentrações de matéria orgânica, sólidos em suspensão e microrganismos patogênicos, que podem provocar: Contaminação microbiológica: os microrganismos patogênicos (bactérias, vírus e protozoários) são causadores de doenças de veiculação hídrica, como gastrenterite, febre tifóide, hepatite e cólera.
Alteração da qualidade da água nos mananciais: Trazendo problemas para o abastecimento publico, mortandade de peixes e restrição para usos da água em indústria e na agropecuária. 
Ruídos: as principais fontes de ruídos nos abatedouros são: Setores de recebimento e expedição. Movimentação de veículos e sons emitidos pelos próprios animais, durante sua condução; Operação de corte com serras elétricas; Operação de produção de frio (refrigeração) – compressores; Operação de produção de vapor (setor de caldeiras).
Geração de Subprodutos: Como o pelo, o sangue, esterco, pele, osso entre outros.
Geração de efluentes sólidos: Como fezes, tripas, rúmen, a cabeça, as patas entre outros, que não podem ser utilizados como subprodutos.
Emissões atmosféricas: Em geral os poluentes atmosféricos são gerados pela queima de combustível nas caldeiras que produzem vapor para os processos produtivos. Neste caso, óxidos de enxofre e de nitrogênio e material particulado são os principais poluentes a considerar. 
Odor: Um problema que pode ser muito sério é o odor ou a emissão de substâncias odoríferas. É causado pela gestão incorreta de vários sólidos gerados e do sangue.
Proliferação de Insetos: Com a grande quantidade de efluentes sólidos e líquidos gerados o numero de insetos aumenta, já que restos de efluentes sólidos que não são reutilizados serão descartados.
5 – RESULTADOS E DISCUSSÃO
A partir do conhecimento do processo industrial dos abatedouros e determinação dos tipos de resíduos gerados em cada etapa do processo, foi possível identificar os impactos ambientais causados por esta atividade nas fases de implantação e operação como mostra o fluxograma já apresentado. 
As medidas mitigadoras propostas foram:
Minimização de efluentes. - Pode ser obtida pela otimização do uso da água como, por exemplo, reuso da água, avaliação contínua e melhoramento do método de processamento, e avaliação e melhoramento da operação dos equipamentos (Stoop, 1999). 
Recuperação dos subprodutos. - Muitas vezes a recuperação de subprodutos de abatedouros é economicamente viável, contribuindo sobremaneira para diminuir os impactos negativos no meio ambiente e atenuar a carga no sistema de tratamento. A Tabela 1 apresenta o aproveitamento de alguns subprodutos de abatedouros.
Tratamento dos efluentes líquidos. - Para a escolha do tipo de tratamento utilizado para as águas residuárias de abatedouros deve-se considerar: o grau de remoção exigido dos poluentes, disponibilidade de área e custos de implantação, operação e manutenção do sistema (Kato, 1982). De acordo com Braile e Cavalcanti (1993), dadas às características das águas residuárias de abatedouros como elevada carga orgânica, os tratamentos mais utilizados são os biológicos, tais como: processos anaeróbios, sistema 3 de lagoas aeróbias, lodos ativados e suas variações, filtros biológicos de alta taxa e discos biológicos rotativos (biodiscos). Segundo os autores todos esses processos removem de 75-95% de DBO e 80-95% de sólidos em suspensão. O tratamento preliminar (grade, peneira, caixa de areia e caixa de gordura) deve ser previsto para remoção de sólidos grosseiros e da gordura. Esta última deve ser removida antes das instalações de tratamento biológico para evitar o mau funcionamento dessas unidades, além de problemas com odor desagradável. 
Tratamento e disposição adequada dos resíduos sólidos. - Dependendo do tipo de resíduo, podem ser utilizados diferentes métodos de tratamento e/ou disposição adequada, entre eles pode-se citar: processos térmicos para a inativação de microrganismos patogênicos; compostagem, método utilizado para aproveitamento de animais mortos, e, no caso de excretas, processamento e reaproveitamento com a aplicação no solo. 
Controle da proliferação de insetos. - Os cuidados para o controle de insetos devem ser constantes para evitar a contaminação da carne fresca. Algumas medidas podem ser tomadas como: manter o piso, mesas e câmara de refrigeração limpos e desinfetados; coletar e tratar os efluentes líquidos gerados no processamento industrial; reaproveitar as excretas dos animais como adubo orgânico para pastagem e eliminar os animais mortos com o métodode compostagem.
 Controle de odores. - A redução das fontes geradoras de odores é obtida, principalmente, pela manutenção da higiene no ambiente e evitando-se o acúmulo de materiais degradáveis. Para o tratamento das fontes geradoras de odores pode-se utilizar biofiltros, lavagem de gases de escape e filtração em leitos de carvão ativado. Outro aspecto importante é que, no estudo da localização do abatedouro, deve-se observar a distância de áreas habitadas, topografia superior em relação à predominante no local e direção de vento para áreas desabitadas (Dias, 1999). 
Controle de emissões atmosféricas. - O material particulado proveniente de caldeiras que utilizam a lenha como combustível deve ser tratado por meio de ciclones, precipitadores eletrostáticos, lavadores de gases ou filtros de manga. As caldeiras a base de combustíveis fósseis (óleos combustíveis) que emitem NOx e SOx devem ter suas emissões tratadas por adsorção em carvão ativado, torres de lavagem de gases e incineração. A Resolução CONAMA 008/90 estabelece limites máximos de emissão de poluentes no ar em nível nacional. 
Controle de ruídos. - Deve-se prever projeto de tratamento acústico e isolamento/enclausuramento de máquinas e equipamentos que provoquem ruídos, de modo a atender aos padrões de emissão da Resolução CONAMA 001/90. É importante que o projeto considere, dentre outros aspectos, alternativas locacionais no que se refere à proximidade de fontes de água para abastecimento, e que possam receber a descarga dos efluentes devidamente tratados, de acordo com a classe de uso do corpo d' água e capacidade de absorção desses efluentes. Deve-se observar também a distância de áreas ecologicamente sensíveis, áreas de recreação, turismo, e áreas urbanizadas devido aos impactos gerados pelo empreendimento (Dias, 1999).
6- REFERÊNCIAS
https://portais.ufg.br/up/67/o/semi2011_Janaina_Costa_2c.pdf
IMPACTOS AMBIENTAIS DE ABATEDOUROS E MEDIDAS MITIGADORAS, disponível em: http://www.bvsde.paho.org/bvsaidis/mexico26/viii-019.pdf
Matheus da Costa, Aspectos e Impactos ambientais do abate de suínos e bovinos, disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAg330AB/aspectos-impactos-ambientais-abate-suinos-bovinos
Tânia Luisa Maldaner , LEVANTAMENTO DAS ALTERNATIVAS DE MINIMIZAÇÃO DOS IMPACTOS GERADOS PELOS EFLUENTES DE ABATEDOUROS E FRIGORÍFICOS, disponível em: http://qualittas.com.br/uploads/documentos/Levantamento%20das%20Alternativas%20de%20Minimizacao%20dos%20Impactos%20-%20Tania%20Luisa%20Maldaner.PDF

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