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LICENCIATURA EM ARTES VISUAIS PRÁTICA DE ENSINO: OBSERVAÇÃO E PROJETO (PE:OP) POSTAGEM 2: ATIVIDADE 2 PROJETO DE TRABALHO - APROVEITAMENTO PEDAGÓGICO DE UM AMBIENTE NÃO ESCOLAR Alice Rosa Aguiar Mota - 1534856 Ivânia Barbosa de Oliveira e Souza - 1514537 Pouso Alegre 2015 Alice Rosa Aguiar Mota - 1534856 Ivânia Barbosa de Oliveira e Souza - 1514537 PROJETO DE TRABALHO - APROVEITAMENTO PEDAGÓGICO DE UM AMBIENTE NÃO ESCOLAR Trabalho apresentado à Universidade Paulista – UNIP INTERATIVA, referente ao curso de graduação em Artes Visuais, como um dos requisitos para a avaliação na disciplina de cunho prático Prática de Ensino: Observação e Projeto. Orientadora : Prof.ª Tercia Pitta Pouso Alegre 2015 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 3 2 OBJETIVOS ............................................................................................................. 5 2.1 Objetivo Geral .................................................................................................... 5 2.2 Objetivo Especifico ............................................................................................. 6 3. DESENVOLVIMENTO ............................................................................................ 8 3.1 Revisões Bibliográficas ...................................................................................... 8 3.2.1 Ambientes e Público-alvo ................................................................................ 8 3.2.2 Disciplinas, Conteúdos e Conceitos Desenvolvidos ........................................ 9 3.2.3 Propostas de Ação e Estratégias Didáticas .................................................... 9 3.2.4. Tempo de Duração do Projeto e Cronograma ............................................. 11 4. AVALIAÇÃO .......................................................................................................... 11 4.1 Resultados Esperados ..................................................................................... 12 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 12 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 13 3 1 INTRODUÇÃO Atualmente, a diversidade educacional em espaços não escolares, provoca uma atenção no âmbito do educador para atividades que se relacionam e se entrelaçam quando o ambiente do aprendizado favorece múltiplos ensinamentos. Podemos sintetizar como um processo de conhecimento, que é ofertado para o desenvolvimento cognitivo e comportamental sendo inerente ao espaço. Nesse contexto, buscou-se elaborar um projeto pedagógico que envolva diversas disciplinas (Artes, História e matemática) e os temas transversais (Ética e Pluralidade Cultural), de forma a agregar a compreensão dos fatores de ensinamento e ao conhecimento experimental de cada aluno. Sua inserção para aplicação desse conhecimento será nos anos finais do ensino fundamental (6º e 7ª anos). Segundo os PCNs, interdisciplinaridade e transversalidade são: A interdisciplinaridade questiona a segmentação entre os diferentes campos de conhecimento produzido por uma abordagem que não leva em conta a inter-relação e a influência entre eles – questiona a visão compartimentada (disciplinar) da realidade sobre qual a escola, tal como é conhecida, historicamente se constitui. Refere-se, portanto, a uma relação entre disciplinas. A transversalidade diz respeito à possibilidade de se estabelecer, na prática educativa, uma relação entre aprender na realidade e da realidade de conhecimentos teoricamente sistematizados (aprender sobre a realidade) e as questões da vida real (aprender na realidade e da realidade) (1997, p. 40). No município de Pouso Alegre, composta por grande quantidade de arquitetura histórica, patrimônios esses que foram tombados pelo decreto nº 2349 de abril de 1999 e registrados pelo IEPHA (Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais). A maioria, localizado no centro do município, apresenta um movimento comercial urbano que interage com as construções históricas. O Mercado Municipal foi uma construção histórica e que através dos tempos, passou por várias modificações em suas características. Esse patrimônio foi escolhido para tal multiplicidade de ensinamento, que apresenta um local não educativo, contempla diversas escolas ao seu redor. 4 Mercado Municipal de Pouso Alegre, MG (Foto: Claudemir Camilo / EPTV). Inaugurado no final século XIX, o local deu lugar a um galpão nos anos 70 e por fim, sua revitalização modificou sua paisagem arquitetônica dando lugar o que hoje faz parte da interação central urbana da cidade de Pouso Alegre. Fonte: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=1690790&page=4 Optou-se pela Escola Estadual Monsenhor José Paulino para a aplicação do projeto. Primeira escola construída no município, localizada na Avenida Dr. Lisboa, 323. Inaugurada em 1906, a escola manteve sua arquitetura antiga, presente, sobretudo, na estrutura externa. Tem como etapa de ensino: fundamental e médio. 5 E. E. Monsenhor José Paulino (Foto: Ivânia Souza) Assim esse projeto apresentara o intuito de desenvolver a capacidade de reflexão crítica e consequentemente, pretende-se possibilitar aos estudantes que participem ativamente de todo o processo de ensinamento, na junção da coletividade e no respeito social em que estará inserido. 2 OBJETIVOS 2.1 Objetivo Geral Promover o aprendizado em espaços não escolares como o Mercado Municipal como patrimônio histórico, que possibilite o aprendizado de forma interdisciplinar, envolvendo os conteúdos de Artes, História e Matemática e temas transversais como a Ética e a Pluralidade Cultural. Favorecer a criação das aspirações individuais e coletivas para a geração de reflexões sobre o ambiente de convivência. Mostrar a importância da história do local e, sobretudo a integração que comete a coletividade do ambiente e seu funcionamento. 6 2.2 Objetivo Especifico ˗ Realizar uma pesquisa de campo no Mercado Municipal buscando a sua história envolvendo a questão da pluralidade cultural existente, a arquitetura, o comércio, o referencial turístico; ˗ Interpretar toda a estrutura interna do local; ˗ Trabalhar o desenho de observação; ˗ Produzir composições plásticas em técnica mista a partir da observação dos aspectos arquitetônicos do local; ˗ Compreender o mecanismo do processo de interação com o ambiente; 3. DESENVOLVIMENTO 3.1 Revisões Bibliográficas Podemos dizer que a leitura não verbal dos espaços e suas variações causam o efeito de sensações e de atenção. (FERRARA, 1986). Sendo assim, esse estudo elaborado nesse projeto, define a certeza do aprendizado pela sintetização de combinações ricas de informações e sentido. A experiência dos alunos de conteúdos que despertam o interesse pelo o que se vê, também apresenta uma concepção do que ensinar: É preciso insistir: este saber necessário ao professor – que ensinar não é transferir conhecimento – não apenas precisa ser apreendido por ele e pelos educandos nas suas razões de ser – ontológica, política, ética, epistemológica, pedagógica, mas tambémprecisa ser constantemente testemunhado e vivido. (Freire, 1996, p.52). A partir dessa experiência percebemos que ensinar consiste em insistir, arriscar, pesquisar, não apenas como educadores, mas como mentores do conhecimento e dos saberes, das possibilidades e das diversidades de conteúdos para uma melhor compreensão. Essa experiência propiciou o conhecimento da diversidade social, cultural, ambiental e de contextos diversos que são importantes para a formação, não apenas como aluno, mas como cidadão que tem o seu valor na sociedade. Este 7 projeto pode ser trabalhado em todos os contextos sociais, pois todo o material utilizado é de fácil acesso e favorece a criatividade, reflexão, autoestima e interesse dos mesmos. Segundo Santos (2009, p.36): O interesse é importante para a aprendizagem, a partir do momento em que ele facilita o pensamento e a atenção. Nós não podemos pensar efetivamente em algo que achamos enfadonho e sem sentido. Da mesma forma, temos dificuldade em aprender algo que nos parece entediante. Os educadores realizam um papel importante ao motivar o interesse pelo aprendizado ao aluno, dando-lhes autonomia, desenvolvendo-lhes a autoestima e levando-os a se sentirem capazes, respeitando e valorizando experiências e conhecimentos que já possuíam, ou seja: É preciso se sentir sendo, para que se possa aprender. A aprendizagem significativa é fruto da “permissão de ser”, mas que isso, é fruto da “sensação de ser”. Alguém que não tem “permissão de ser” não se habilita a aprender, pois não tem referenciais internos para alimentar a interação necessária com o objeto da aprendizagem. (Santos, 2009, p.71). Assim, reconhecemos que há avanços significativos em relação à educação não formal. A educação não se faz somente na escola. Esta é uma declaração que já foi inúmeras vezes debatidas na atualidade, torna-se cada vez mais pertinente levar em consideração os diferentes espaços sociais de educação na formação do cidadão crítico. Em relação aos ambientes onde a educação é desenvolvida, Gohn (2006) diferencia educação formal, informal e não formal como: [...] a educação formal é aquela desenvolvida nas escolas, com conteúdos previamente demarcados; a informal como aquela que os indivíduos aprendem durante seu processo de socialização - na família, bairro, clube, amigos etc., carregada de valores e culturas próprias, de pertencimento e sentimentos herdados; e a educação não-formal é aquela que se aprende “no mundo da vida”, via os processos de compartilhamento de experiências, principalmente em espaços e ações coletivos cotidianas (GOHN, 2006, p. 28) Por fim, ressaltamos que essa proposta à licenciatura multidisciplinar, não restringe a relação com a sociedade que exige uma permanente reflexão sobre a correspondência das ações planejadas e o atendimento real das demandas sociais. Enfatizamos que as experiências não escolares tanto servem para ampliar a percepção da atuação profissional docente quanto contribuem para a abordagem 8 humanizada e mais significativa dos conteúdos a serem tratados dentro e fora da sala de aula. 3.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 3.2.1 Ambientes e Público-alvo Para a construção desse projeto, foi apresentada a utilização pedagógica do Mercado Municipal visando o desenvolvimento de um projeto para a Escola Estadual Monsenhor José Paulino (aproximadamente 50 crianças). ˗ Escola Estadual Monsenhor José Paulino: Avenida Dr. Lisboa, 323 – Bairro Centro, Pouso Alegre – Minas Gerais. ˗ Mercado Municipal: localizado em torno da escola, Avenida Duque de Caxias, 63. O mercado municipal apresenta 70% de suas bancas em alimentos como: hortaliças, compota de doces, bebidas, queijos, temperos, carnes, comidas típicas do local. E o restante, lojas de roupa, calçados e artesanatos da região. O local apresenta uma infraestrutura para receber o publico em geral. Mercadão de Pouso Alegre chega a receber cerca de 3 mil pessoas por dia (Foto: Claudemir Camilo / EPTV) Fonte: http://g1.globo.com/mg/sul-de-minas/noticia/2014/02/livro-conta-historia-do-centenario- mercado-municipal-de-pouso-alegre.html 9 3.2.2 Disciplinas, Conteúdos e Conceitos Desenvolvidos ˗ Artes: artes visuais (produção artística visual); ˗ História: pesquisa da história do Mercado Municipal; ˗ Matemática: cálculos de preços e porcentagens dos produtos e alimentos do local. Também, serão trabalhados os temas transversais como a Ética e Pluralidade Cultural em conjunto com as disciplinas citadas. 3.2.3 Propostas de Ação e Estratégias Didáticas 1ª etapa – Desenvolvimento dos Conteúdos Artes: observação, criação, experimentação, comunicação visual e produção artística. História: observação, pesquisa, articulação para o processo histórico do local. Matemática: observação e coleta de dados de produtos ou alimentos ofertados. Os alunos serão motivados pelas seguintes propostas: A) Verificar se os alunos tem conhecimento prévio sobre o local a ser visitado; B) Dialogar sobre o tema por meio das seguintes questões: Qual a importância da história do local e sua diversidade social e cultural? O que se observa no conteúdo visual do local? De que forma o aprendizado pode contribuir na sua formação acadêmica? Qual é a relevância da matemática na produção de cálculos dos produtos e alimentos ofertados do local? A partir das respostas dos alunos, o educador irá realizar comentários, citar exemplos e que ilustrem e visualizem sobre o assunto. 10 C) Solicitar aos alunos que coletem revistas, jornais e papeis coloridos que possam contribuir para a construção da produção artística que irão realizar. No contexto histórico do local, de que forma esses materiais podem contribuir para produção artística? Que informações podem ser transmitidas através da arte? D) Solicitar aos alunos um questionário para que possam transcrever a pesquisa histórica do local. Como elaborar um questionário que possa atender a pesquisa histórica? Como construir um texto histórico através de pesquisa? 2ª etapa – Desenvolvimento no Mercado Municipal Serão sugeridas as seguintes atividades a serem desenvolvidas na área interna do Mercado Municipal: Visitação pré-agendada (observação do local). Coleta de dados para pesquisa no local. 3º etapa – Desenvolvimento na sala de aula Desenvolvimento das atividades a serem realizadas por aula: questionários, realização de um texto contendo as informações coletadas, o desenvolvimento artístico e sua aplicação, desenvolvimento e habilidades matemáticas referentes aos dados coletados. 4º etapa – Fechamento do projeto (produto final) O material artístico produzido pelos alunos do 6º e 7º será exposto em uma exposição no pátio da escola para serem contemplados pelos alunos, pais e professores. 11 3.2.4. Tempo de Duração do Projeto e Cronograma Esse projeto terá a duração de 11 dias letivos divididos em três etapas. 1ª etapa: de 23 a 26/03 – Na escola: apresentação dos questionamentos abordados no projeto e a elaboração de um questionário realizado pelos alunos nas aulas de história e artes. Situarem-los na aula de matemática os conceitos de matemática financeira. 2ª etapa: 05/03 – No Mercado Municipal: aplicação dos questionários e observações através dos questionamentos anteriores realizados em sala de aula. 3ª etapa: de 10 a 16/03 - Na sala de aula: transcrever e realizar atividades de matemática financeira e seus resultados obtidosda pesquisa em campo e a produção artística. 4ª etapa: de 25 a 27/03 - Na escola, exposições dos trabalhos realizados. Nas etapas que serão em sala de aula, todas as aulas das disciplinas mencionadas, serão aplicadas as atividades corelacionadas. Assim elaboramos um cronograma para seu entendimento: DATA LOCAL ATIVIDADES 23 a 26/03 Sala de aula Conceitos e elaboração de questionário 05/03 Mercado Municipal Visita técnica 10 a 16/03 Sala de aula Relato histórico e atividades artísticas 25 a 27/03 Escola Exposição 4. AVALIAÇÃO A avaliação será realizada através de dois momentos, o primeiro será a combinação continua de todos os conteúdos abordados em cada seguimento de ensino. O segundo será realizado avaliação dos trabalhos elaborados pelos alunos. 12 4.1 Resultados Esperados O que se espera ao final do projeto é o aprendizado visual e a correlação existente de valores culturais e tradicionais do ambiente em que convivem e tenham apurado seus conhecimentos através de uma visão crítica de ambientes existentes considerados não educacionais, mais que apresentam ferramentas de aprendizagem. Portanto, o conhecimento através de relações externas que fazem parte do cotidiano abre a possibilidade de aprendizagem social e cultural para sua formação intelectual. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Para o desenvolvimento cognitivo dos alunos, esse projeto desenvolveu e envolveu as disciplinas de Artes, História e Matemática e os temas transversais como a Ética e Pluralidade Cultural. Essas se relacionam e entre si e transmite o aprendizado de observação e visualização em que requer os sentidos. No entanto, a exploração de valores e conceitos deu base para que esses sentidos tenham sido aguçados. Assim contribuindo para tornarem multiplicadores do aprendizado e somando a importância da cultura presente no seu ambiente de convívio, agregando valores e conhecimento. Assim, toda aplicabilidade de ensino através da observação para o aprendizado é significativa e de complemento no ensino básico. As inserções de conteúdos visuais são facilmente memorizadas dentro do conteúdo proposto. Uma vez que foi apresentada aos alunos a possibilidade que trabalhassem diversos temas dentro da interdisciplinaridade por meio da prática de campo e representação de produção artística, a análise das relações de forma dinâmica possibilitou a expressão e a estimulação dos sentimentos, da criatividade contribuindo para o processo de ensino-aprendizagem. 13 REFERÊNCIAS FERRARA, Lucrécia D’Aléssio. Leitura sem palavras. São Paulo: Ática, 1986. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à pratica educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. GOHN, M.G. Educação não-formal, participação da sociedade civil e estruturas colegiadas nas escolas. Ensaio - Avaliação e Políticas Públicas em Educação. Rio de Janeiro, v. 14, n. 50, p. 27-38, 2006. SANTOS, Júlio César. Aprendizagem Significativa. 2ª Ed. Porto Alegre: Mediação, 2009. Parâmetros Curriculares Nacionais: apresentação dos temas transversais. Secretaria de Educação Fundamental, Brasília: MEC/SEF, 1997.
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