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4 Administração Classica

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Texto 03: TEORIA CLÁSSICA 
 
Parece-me que o primeiro teste de administração de empresas a ser aplicado a uma organização industrial é 
o de observar se essa organização possui todas as suas partes coordenadas, movendo-se juntas nas suas 
atividades mais intimamente ligadas, de tal modo que, com esse inter-relacionamento, ela consiga ser uma 
unidade eficiente. 
 Mary Parker Follett 
 
TEORIA CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO – ÊNFASE NA ESTRUTURA 
 
Enquanto o movimento de administração científica de Taylor estava sendo estudado, elogiado, 
criticado e se desenvolvendo nos Estados Unidos, Henri Fayol estava revolucionando o pensamento 
administrativo, na França, com seus estudos e obras, onde desenvolveu princípios que poderiam ser 
aplicados em toda e qualquer organização. 
Os teóricos da administração geral são importantes porque desenvolveram as primeiras teorias gerais 
sobre o trabalho dos gerentes e sobre o que constitui a boa prática em administração. Os mais famosos 
teóricos da administração geral foram Henri Fayol e Max Weber. 
A ênfase na estrutura foi desenvolvida por duas diferentes abordagens: a Teoria Clássica e a Teoria da 
Burocracia. 
 
FAYOLISMO 
A primeira abordagem da teoria clássica nasceu com Henri Fayol, engenheiro francês que inaugurou a 
abordagem anatômica e estrutural da empresa, substituindo o enfoque analítico e concreto de Taylor por 
uma visão sintética, global e universal. Teve uma infinidade de seguidores, Urwick, Gulick, Dale, Mooney e 
outros, defendia a síntese dos diferentes órgãos que compõem a estrutura organizacional, suas relações e 
funções dentro do todo. Para Fayol, toda empresa possui seis funções básicas: 
 
Funções Técnicas Relacionadas com a produção de bens ou de serviços da empresa. 
 
Funções Comerciais Relacionadas com a compra, venda e permutação. 
 
Funções Financeiras Relacionadas com a procura e gerência de capitais. 
 
Funções de Segurança Relacionadas com a proteção e preservação dos bens e das pessoas. 
 
Funções Contábeis Relacionadas com os inventários, registros, balanços, custos e estatísticas. 
 
Funções Administrativas Relacionadas com a integração de cúpula das outras cinco funções. As funções administrativas 
coordenam e sincronizam as demais funções da empresa, pairando sempre acima delas. 
 
A função administrativa não é privativa da alta cúpula; ela se reparte proporcionalmente por todos os 
níveis da hierarquia da empresa. A função administrativa não se concentra exclusivamente no topo da 
empresa, nem é privilégio dos diretores, mas é distribuída entre todos os níveis hierárquicos. À medida que 
se desce na escala hierárquica, na mesma proporção aumentam as funções não administrativas da 
empresa. 
As funções administrativas são as próprias funções do administrador. Elas englobam os chamados 
elementos da administração que, para Fayol são: 
 
Prever: Visualizar o futuro e traçar o programa de ação. 
Organizar: Constituir o duplo organismo material e social da empresa. 
Comandar: Dirigir e orientar o pessoal. 
Coordenar: Ligar, unir, harmonizar todos os atos e todos os esforços coletivos. 
Controlar: Verificar para que tudo ocorra de acordo com as regras estabelecidas e as ordens dadas. 
 
Os elementos da administração, quando em conjunto, constituem o processo administrativo, que são 
localizáveis em qualquer trabalho do administrador, nível hierárquico ou área de atividade da empresa. Em 
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outros termos, tanto o diretor como o gerente, o chefe, e o supervisor, desempenham atividades de 
previsão, organização, comando, coordenação e controle, como atividades administrativas essenciais. 
Como toda ciência, a administração deve basear-se em leis, princípios e conceitos universais 
aplicáveis a todas as situações com que o administrador se defronta: os princípios gerais de administração, 
que são maleáveis e adaptam a qualquer circunstância, tempo ou lugar, prescrevem como o administrador 
deve se comportar. Daí o caráter prescritivo e normativo da Teoria Clássica. 
Os 14 princípios gerais da administração listados por Fayol são: 
Divisão do Trabalho Consiste na especialização das tarefas e das pessoas para aumentar a eficiência. 
 
Autoridade e 
Responsabilidade 
 Autoridade é o direito de dar ordens e o poder de esperar obediência. A responsabilidade é uma 
conseqüência natural da autoridade e significa o dever de prestar contas. Ambas devem estar 
equilibradas entre si. 
 
Disciplina Depende da obediência, aplicação, energia, comportamento e respeito aos acordos estabelecidos. 
 
Unidade de Comando Cada empregado deve receber ordens de apenas um superior. É o princípio da autoridade única. 
 
Unidade de Direção Uma cabeça e um plano para cada conjunto de atividades que tenham o mesmo objetivo. 
 
Subordinação dos Interesses 
individuais aos gerais 
 
Os interesses gerais da empresa devem sobrepor-se aos interesses particulares das pessoas. 
 
Remuneração do Pessoal Deve haver justa e garantida satisfação para os empregados e para a organização em termos de 
retribuição. 
 
Centralização Refere-se à concentração da autoridade no topo da hierarquia da organização. 
 
Cadeia Escalar É a linha de autoridade que vai do Escalão mais alto ao mais baixo em função do princípio do comando. 
 
Ordem Um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar. É a ordem material e humana. 
 
Eqüidade Amabilidade e justiça para alcançar a lealdade do pessoal. 
 
Estabilidade do Pessoal A rotatividade do pessoal é prejudicial para a eficiência da organização. Quanto mais tempo uma 
pessoa permanecer no cargo, tanto melhor para a empresa. 
 
Iniciativa A capacidade de visualizar um plano e assegurar pessoalmente o seu sucesso. 
 
Espírito de Equipe A harmonia e união entre as pessoas são grandes forças para a organização. 
 
A teoria clássica caracteriza-se por seu enfoque prescritivo e normativo, prescreve quais os elementos 
da administração (funções do administrador) e princípios gerais que o administrador deve adotar em sua 
atividade. 
 
Teoria da Organização 
Para Fayol, a organização abrange o estabelecimento da estrutura e da forma, sendo, portanto, 
estática e limitada. Mooney acrescenta que a organização é a forma de toda associação humana para a 
realização de um fim comum. A técnica de organização pode ser descrita como a técnica de correlacionar 
atividades específicas ou funções de um todo coordenado. Daí a importância que assume a coordenação. 
Para a teoria clássica, a estrutura organizacional é analisada de cima para baixo (da direção para a 
execução) e do todo para as partes (da síntese para a análise), ao contrário da administração científica. 
As organizações eficientes são aquelas que possuem elevada divisão do trabalho; linha de autoridade 
rigidamente especificada; amplitude de controle que permita uma supervisão fechada; sistemas de 
recompensa de seus membros somente baseados no resultado do desempenho; recompensação dos 
membros dentro da menor unidade de tempo. 
 
 Divisão do Trabalho e Especialização 
A organização se caracteriza por uma divisão do trabalho claramente definida que constitui a base da 
organização; ou seja a própria razão da organização. Enquanto a administração científica se preocupava 
com a divisão do trabalho no nível do operário, fragmentando as tarefas deste, a teoria clássica que se 
preocupava com a divisão no nível dos órgãos que compõem a organização, isto é, com os departamentos, 
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divisões, seções, unidades. Para a teoria clássica, a divisão do trabalho pode dar-se em duas direções: 
vertical ou horizontal. 
a) Verticalmente, segundoos níveis de autoridade e responsabilidade, definindo os diferentes escalões 
da organização que detêm diferentes níveis de autoridade. Esta aumenta à medida que se sobe na 
hierarquia da organização. É a hierarquia que define a graduação das responsabilidades, conforme os 
diferentes graus de autoridade. Em toda organização deve haver uma escala hierárquica de autoridade. 
Daí a denominação autoridade linha para significar a autoridade de comando e hierárquica de um 
superior sobre um subordinado. 
b) Horizontalmente, segundo os diferentes tipos de atividades da organização. Em mesmo nível 
hierárquico, cada departamento ou seção passa a ser responsável por uma atividade específica própria. 
 
COORDENAÇÃO 
Fayol incluíra a coordenação como um dos elementos da administração. 
A coordenação é a reunião, a unificação e a harmonização de toda a atividade e esforço que deve ser 
baseada em uma real consecução de um fio comum, indicando que há um alvo ou objetivo a alcançar que 
deveria guiar os atos de todos. A pressuposição básica era de que quanto maior a organização e quanto 
maior a divisão do trabalho, maior será a necessidade de coordenação, para assegurar a eficiência da 
organização como um todo. 
 
CONCEITO DE LINHA DE ASSESSORIA (STAFF) 
Fayol dava preferência à organização linear, que constitui um dos tipos mais simples de organização 
com origem nas organizações militares. A organização linear se baseia nos princípios de: 
a) Unidade de Comando ou Supervisão Única: Cada pessoa tem apenas um único e exclusivo 
chefe. 
b) Unidade de Direção: Todos os planos devem se integrar a planos maiores que conduzam aos 
objetivos da organização. 
c) Centralização da Autoridade: Toda autoridade máxima de uma organização deve estar 
concentrada em seu topo. 
d) Cadeia Escalar: A autoridade deve estar disposta em uma hierarquia, isto é, em escalões 
hierárquicos, de maneira que todo nível hierárquico está subordinado ao nível hierárquico 
superior (autoridade de comando).

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