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Aula 7 – Microbiota Endógena Microbiologia Geral Profª Agnes Casali MICROBIOTA ENDÓGENA: É a população de micro-organismos que habita a pele e as mucosas de pessoas hígidas. MICROBIOTA RESIDENTE Micro-organismos que estabelecem uma residência mais ou menos permanente, mas que não produzem doença em condições normais. Sendo perturbada recompõem-se com facilidade. MICROBIOTA TRANSITÓRIA Micro-organismos que podem estar presentes por horas, dias ou semanas, provenientes do meio externo, não provocando doença e não se estabelecendo em definitivo no organismo. FUNÇÕES DA MICROBIOTA RESIDENTE: Participar do metabolismo dos produtos alimentares Fornecer fatores essenciais de crescimento (vitaminas: complexo B e K) Proteger contra infecções provocadas por micro-organismos altamente virulentos Estimular a resposta imunológica (reatividade cruzada de antígenos) Antagonismo microbiano (competição por nutrientes essenciais ou produção de substâncias que eliminam espécies competidoras) MICROBIOTA ENDÓGENA INTERIOR E SUPERFÍCIE DO CORPO FLUXO CONTÍNUO É dinâmica e sofre influências: idade, dieta, estado hormonal, saúde, higiene ESTABELECIMENTO DA MICROBIOTA ENDÓGENA: Inicia no momento do parto No decorrer da vida ocorrem alterações na população de micro-organismos Hospitalização (Klebsiella, Pseudomonas) Antibióticos (Clostridium difficile) PELE: Varia nas diferentes regiões anatômicas e idades dos indivíduos. Microbiota resistente ao dessecamento e a concentração elevada de sal. Fatores importantes na eliminação da microbiota transitória: pH baixo - entre 3 e 5, ácidos graxos nas secreções sebáceas e lisozima. Propionibacterium acnes - Mais freqüentes na puberdade e pós-puberdade, em locais ricos em glândulas sebáceas e folículos pilosos. Secreções sebáceas (ácido propiônico) efeito bacteriostático contra patógenos. OLHOS: A microbiota é controlada pelo fluxo de lágrimas (lisozima). TRATO RESPIRATÓRIO SUPERIOR: A maioria dos micro-organismos é avirulenta. TRATO RESPIRATÓRIO INFERIOR: Geralmente estéril, pode ocorrer colonização transitória com secreções do trato respiratório superior. FOSSAS NASAIS Microbiota semelhante a da pele do local, com predomínio de: Staphylococcus epidermidis Staphylococcus aureus (portadores) Corynebacterium sp (difteróides) NASOFARINGE Maior riqueza de: Streptococcus viridans Streptococcus gama hemolíticos TRATO GASTRINTESTINAL: População microbiana permanece constante a menos que haja rompimento do equilíbrio. Boca: ambiente ideal (umidade, calor e alimento). Saliva: microbiota mista de cerca de 108 microrganismos/mL. As bactérias anaeróbias geralmente são observadas em nichos mais profundos como fendas da gengiva ao redor dos dentes, e nas criptas amigdalianas. Esôfago: micro-organismos provenientes da saliva e dos alimentos, colonizadores transitórios. Estômago: pequeno número de micro-organismos devido a acidez gástrica (proteção contra patógenos entéricos). TRATO GASTRINTESTINAL: Intestino delgado: poucos micro-organismos; ação do ácido clorídrico gástrico e enzimas pépticas. Intestino grosso: 1011 bactérias por grama de fezes (40% da massa fecal). Bactérias intestinais: síntese de vitaminas (K e B) e antagonismo a patógenos microbianos. Administração de antimicrobianos interfere na microbiota intestinal. Lactentes: alimentação rica em lactose favorece os Lactobacillus, responsáveis pela produção de fezes ácidas. Intestino Adulto 90% Anaeróbios Bacteroidessp(bacilo Gram negativo) Fusobacteriumsp,Eubacteriumsp,Clostridiumsp,Lactobacillussp(bacilos Gram positivos),Peptostreptococcussp(coco Gram positivo) 10% Facultativos 90% -E. coli 10% -Enterobacter,Proteus,Morganella,Pseudomonas(bacilos Gram negativos),Streptococcusfaecalise outrosenterococos(cocos Gram positivos) Candidasp(fungos) Lactente 90% Anaeróbios Bifidobacteriumsp(bacilo Gram negativo),Lactobacillus(bacilos Gram positivo) 10% Facultativos Streptococcussp(coco Gram positivo) TRATO GENITURINÁRIO: A urina é estéril, pode ser contaminada pela microbiota cutânea do final da uretra. A uretra anterior (distal) de ambos os sexos contém pequeno número de micro-organismos provenientes da pele e períneo. Staphylococcus epidermidis; Streptococcus sp; Corynebacterium sp Trato genital externo em ambos os sexos microbiota rica e variada, decorrente de características próprias do local (glândulas sebáceas e folículos pilosos) e de contaminação perianal. Corynebacterium sp; Mycobacterium smegmatis; Streptococcus sp; Candida sp; Trichosporon sp TRATO GENITURINÁRIO: Vagina: população microbiana influenciada por fatores hormonais. Vagina: estrógeno (mãe filha) faz glicogênio se acumular nas células da vagina, lactobacilos convergem glicogênio em ácido lático tornando o pH ácido. Muco cervical contém lisozima e possui atividade antimicrobiana. Gestação, menopausa e espermicidas reduzem a acidez e inibem os lactobacilos. SANGUE, FLUIDOS CORPORAIS E TECIDOS: Normalmente, o sangue, fluidos corporais (líquor, urina, líquido pleural, pericárdico, sinovial) e tecidos são estéreis. Ocasionalmente, micro-organismos podem quebrar as barreiras epiteliais como resultado de um trauma (incluindo traumas fisiológicos) causando uma infecção transitória. Na maioria das vezes, os micro-organismos que aparecem transitoriamente na corrente sanguínea, são rapidamente eliminados pelas células do sistema reticuloendotelial (células fagocíticas). O sistema nervoso central é altamente protegido anatomicamente, e só apresenta micro-organismo quando há quebra de barreiras. DOENÇA = desequilíbrio entre microbiota endógena e patogênicos PATÓGENOS ESTRITOS Micro-organismos sempre associados a doença. Mycobacterium tuberculosis, Neisseria gonorrhoeae PATÓGENOS OPORTUNISTAS Micro-organismos que são caracteristicamente da microbiota endógena, não causam doença em seu habitat normal mas sim em outro habitat (mudança de sítio) ou causam doença em número elevado. Escherichia coli, Candida albicans INTERAÇÃO MICRO-ORGANISMO – HOSPEDEIRO Colonização – crescimento do microrganismo após o acesso aos tecidos do hospedeiro (pele, cavidade oral e trato gastrointestinal), sem causar danos, matêm-se as defesas do hospedeiro; Fatores ambientais – Corpo não é um ambiente uniforme, existem diferenças de pH, oxigênio, entre outros. Fatores genéticos – Ex.: intolerância a lactose, ao glúten Infecção – o crescimento microbiano atinge um nível onde as defesas do hospedeiro não tem mais capacidade de se manter ocorrendo lesão tecidular e resposta do tecido à presença dos micro-organismos. Patogenicidade – capacidade de um parasita provocar danos em um hospedeiro; Virulência – medida quantitativa da patogenicidade O PROCESSO DE INFECÇÃO Associação fraca – eliminados por processos físicos Associação forte com as células epiteliais – barreira mucosa rompida levando a INFECÇÃO MECANISMO DE PATOGENICIDADE Exotoxina – Clostridium tetani Cápsula – Streptococcus pneumoniae RESISTÊNCIA INATA
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