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SENADO FEDERAL- ILB PROCESSO LEGISLATIVO Sumário MÓDULO I - INTRODUÇÃO AO PROCESSO LEGISLATIVO ...................................... 2 Unidade 1 - Legislatura - Sessão Legislativa ........................................................... 3 Unidade 2 - Sessão Plenária .......................................................................................... 8 Unidade 3 - Posse de Senador, Reunião, Eleição da Mesa ............................... 10 Unidade 4 - Fases das Sessões ................................................................................... 19 Unidade 5 - Tipos de Sessão e Modalidades de Votação .................................. 28 Unidade 6 - Quorum de Iniciativa e Quorum de Votação ................................. 34 MÓDULO II - PROPOSIÇÕES APRECIADAS PELO SF E PELA CD (CASAS SEPARADAS) – Introdução ............................................................................................... 39 Unidade 1 - Proposições Legislativas ........................................................................ 40 Unidade 2 - Proposições Legislativas ........................................................................ 49 Unidade 3 - Proposições Legislativas ........................................................................ 56 Unidade 4 - Proposições Legislativas ........................................................................ 59 Unidade 5 - Proposições Legislativas ........................................................................ 65 Unidade 6 - Medidas Provisórias ................................................................................ 72 Unidade 7 - Destino das Proposições ....................................................................... 77 MÓDULO III - ETAPAS DO PROCESSO LEGISLATIVO – Introdução ................. 81 Unidade 1 - Etapas do Processo Legislativo ........................................................... 82 Unidade 2 - Etapas do Processo Legislativo ........................................................... 88 Unidade 3 - Etapas do Processo Legislativo ........................................................... 95 Unidade 4 - Procedimentos Legislativos .................................................................. 99 Unidade 5 - Comissões ................................................................................................. 103 Unidade 6 - Procedimentos Gerais de Votação ................................................... 111 Unidade 7 - Conselhos e órgãos do CN e SF ....................................................... 114 MÓDULO COMPLEMENTAR - TRAMITAÇÕES E QUADRO DE SIGLAS .............. 121 Unidade 1 – Projetos ..................................................................................................... 122 Unidade 2 - Quadro de siglas .................................................................................... 175 MÓDULO I - INTRODUÇÃO AO PROCESSO LEGISLATIVO Este primeiro módulo tem por objetivo oferecer os elementos introdutórios ao curso. Veremos aqui os principais conceitos e etapas que compõem o processo legislativo, bem como informações sobre posse e eleição da Mesa, fases das sessões e tudo o que se refere a votação. Identificar os fundamentos básicos do Processo Legislativo; Conceituar seus principais elementos; Reconhecer os aspectos e rotinas elementares dos procedimentos legislativo e Identificar situações ou formas de execução de tramitações, bem como os mecanismos regimentais na sequência do processo legislativo. Unidade 1 - Legislatura - Sessão Legislativa "SOB A PROTEÇÃO DE DEUS, INICIAMOS NOSSOS TRABALHOS." (Palavras proferidas pelo Presidente ao declarar aberta a Sessão) Nesta Unidade 1, vamos estudar o significado de legislatura e de sessão legislativa. O que é uma Legislatura? LEGISLATURA é um período de 4 anos (art. 44 - CF), correspondente ao tempo de duração do mandato de um deputado. Um deputado é eleito para uma legislatura, ou seja, o mandato do deputado dura 4 anos. Um senador é eleito para duas legislaturas, isto é, o mandato do senador dura 8 anos. A Câmara dos Deputados se renova a cada 4 anos, integralmente. O Senado se renova a cada 4 anos, só que não integralmente, mas alternadamente em 2/3 e 1/3 de sua composição. Observação: Além de designar o tempo de duração dos trabalhos legislativos coincidentes com um mandato, o termo legislatura é usado para designar o "corpo de parlamentares" em atividade numa Casa Legislativa. Exemplo: A atual Legislatura tem se preocupado muito com o tema segurança pública. Ano da eleição Data da posse Renovação Eleitos 2002 fevereiro de 2003 2/3 54 senadores 2006 fevereiro de 2007 1/3 27 senadores 2010 fevereiro de 2011 2/3 foram eleitos 54 novos senadores Estamos na 56ª Legislatura que vai de 1º de fevereiro de 2015 até 31 de janeiro de 2019. A 57ª Legislatura irá de 1º de fevereiro de 2019 até 31 de janeiro de 2023. O Decreto Legislativo nº 79, de 1979, dispõe sobre a designação do número de ordem das legislaturas, tomando por base a que teve início em 1826, visando manter a continuidade histórica do Parlamento brasileiro. Falando em tempo, que tal um tempinho para refletir? Um terço, dois terços: por que a renovação do Senado não acontece de uma só vez? E o que é uma SESSÃO LEGISLATIVA? A sessão legislativa pode ser ordinária ou extraordinária. A sessão legislativa ordinária corresponde a um ano de trabalhos legislativos. Assim, a sessão legislativa ordinária começa no dia 02 de fevereiro de cada ano e vai até o dia 22 de dezembro, com intervalo entre os dias 18 de julho e 31 de julho. Esses são os dois períodos da sessão legislativa: de 02/02 a 17/07 e de 01/08 a 22/12. Nos intervalos entre esses períodos acontecem os recessos parlamentares. Entretanto, a sessão legislativa não será interrompida no mês de julho até que o Congresso aprove o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO (art. 57, § 2º, da CF, e art. 35, § 2º, II, do ADCT). As sessões marcadas para as datas acima citadas serão automaticamente transferidas para o primeiro dia útil subsequente, caso esses dias recaiam em sábados, domingos ou feriados (art. 57, § 1º, da CF). O Congresso Nacional pode ser convocado a trabalhar extraordinariamente nos períodos destinados ao recesso parlamentar. Esse período é chamado de sessão legislativa extraordinária. Quadro-resumo Sessões Primeiro Intervalo entre as Sessões Segundo período Intervalo entre as sessões Ordinária 02/02 a 17/07 18/07 a 31/07- Recesso parlamentar, após aprovação do PL de diretrizes orçamentárias 01/08 a 22/12 23/12 a 01/02 - Recesso parlamentar Extraordinária 18/07 a 31/07 Convocação nos períodos destinados ao recesso parlamentar 23/12/ a 01/02 Convocação nos períodos destinados ao recesso parlamentar Quem pode convocar o Congresso? (art. 57, § 6º, da CF) Pode convocar o Congresso: Quando? Presidente do Senado Em caso de decretação de estado de defesa ou de intervenção federal, de pedido de autorização para decretação de estado de sítio e para tomar o compromisso e dar posse ao Presidente e ao Vice-Presidente da República Presidente da República Em caso de urgência ou interesse público relevante Extraordinária Convocação nos períodos destinadosao recesso parlamentar Os Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal Em caso de urgência ou interesse público relevante A maioria dos membros da Câmara e do Senado Também em caso de urgência ou interesse público relevante Na convocação extraordinária, o Congresso passa por uma sessão legislativa extraordinária, sem prazo definido constitucionalmente para funcionar, ou seja, sua duração é definida no ato convocatório ou na Mensagem do Presidente da República. Durante a sessão legislativa extraordinária, o Congresso somente delibera sobre as matérias para as quais foi convocado e sobre as medidas provisórias em tramitação (art. 57, §§ 7º e 8º, da CF). Para refletir Então, se uma legislatura é um período de quatro anos, podemos, com certeza, dizer que cada legislatura tem quatro sessões legislativas ordinárias, mas nunca podemos afirmar quantas sessões legislativas extraordinárias haverá numa legislatura. Certo? É isso mesmo. A partir da Emenda Constitucional (EC) nº 50, de 2006, para que o Congresso Nacional seja convocado em caso de vigência de interesse público relevante, por iniciativa tanto do Presidente da República como dos Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal ou a requerimento da maioria dos membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, é necessário que haja aprovação da maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional (art. 57, § 6º, II). Unidade 2 - Sessão Plenária Na Unidade 1, vimos os conceitos de legislatura e sessão legislativa ordinária e extraordinária. Na presente Unidade 2, vamos estudar a sessão plenária. Sessão legislativa ordinária corresponde a um ano dos trabalhos legislativos do Congresso Nacional. Sessão legislativa extraordinária é aquela que se realiza, por convocação, nos períodos de recesso do Poder Legislativo. Sessão plenária é cada unidade de trabalho, a cada dia. Às vezes, no mesmo dia, podemos ter mais de uma sessão do Senado. Ou, então, uma sessão plenária do Senado e outra, conjunta do Congresso Nacional. Então, sessão plenária é cada unidade de trabalho. As sessões plenárias do Senado podem ser: As sessões plenárias conjuntas do Congresso podem ser: 1. deliberativas (ordinárias ou extraordinárias) 1. conjuntas; 2. não deliberativas; 2. conjuntas solenes. 3. especiais Em uma sessão legislativa, seja ordinária (um ano de trabalhos), seja extraordinária, podem acontecer várias sessões plenárias deliberativas (ordinárias ou extraordinárias), não deliberativas e especiais. Podem acontecer também sessões conjuntas do Congresso. Quadro Resumo Sessão Legislativa Ordinária Extraordinária de 02/02 a 17/07 e de 01/08 a 22/12 quando o CN for convocado Sessão Plenária Deliberativa (ordinária ou extraordinária) Conjunta Não deliberativa Solene (ou conjunta solene) Especial Qual é a diferença entre sessão legislativa ordinária e sessão deliberativa ordinária? Você pode assistir à Sessão Plenária diariamente por meio da TV Senado. Unidade 3 - Posse de Senador, Reunião, Eleição da Mesa Veremos nesta Unidade 3 como um Senador toma posse e se investe no mandato. Em seguida, veremos os três usos do conceito de reunião e como acontece a eleição da Mesa do Senado. Você sabia que a posse é um ato público? A posse é um ato público, durante o qual o Senador se investe no mandato. Ela acontece perante o Senado, em reunião preparatória, durante uma sessão deliberativa ordinária ou extraordinária ou durante uma sessão não deliberativa. Se o Congresso estiver em recesso, a posse acontecerá no gabinete do Presidente do Senado, em solenidade pública. Em todos os casos, o fato será publicado no Diário do Senado Federal (DSF) (art. 4º-RISF). O que é necessário para um Senador tomar posse? Para tomar posse, em qualquer caso, o Senador precisa apresentar à Mesa o original do diploma expedido pela Justiça Eleitoral, que será publicado no Diário do Senado Federal. A apresentação do diploma poderá ser feita pelo próprio diplomado, por ofício ao 1º-Secretário, por intermédio do seu Partido ou de qualquer Senador. Devem ser apresentadas cópias da última declaração do Imposto de Renda, sua e do cônjuge, e preenchido formulário contendo informações requeridas pelo Código de Ética e Decoro Parlamentar (Resolução nº 20, de 1993). O Senador deve comunicar à Mesa seu nome parlamentar e a filiação partidária (art. 7º-RISF). Se a posse ocorrer numa sessão do Senado, o Presidente designará comissão de três Senadores para introduzir o diplomado no plenário e conduzi-lo à Mesa, onde, perante todos de pé, prestará o compromisso. O compromisso é o seguinte: "Prometo guardar a Constituição Federal e as leis do País, desempenhar fiel e lealmente o mandato de Senador que o povo me conferiu e sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil." Se houver mais de um Senador a tomar posse na mesma ocasião, um fará o pronunciamento e os outros, conforme forem sendo chamados, dirão: "Assim o prometo". O Senador deve tomar posse dentro de 90 dias, contados da instalação da sessão legislativa, ou, se ele for eleito durante a sessão legislativa, contados da sua diplomação, podendo ter o prazo prorrogado por motivo justificado, a seu requerimento, por mais 30 dias. Se o Senador não tomar posse no prazo de 90 dias, nem pedir a prorrogação, considera-se que ele renunciou ao mandato, sendo chamado, então, seu primeiro suplente, que também é convocado sempre que o titular se licenciar por um prazo superior a 120 dias para tratar de interesse particular, ou por motivo de doença. Nesses casos, o suplente terá 30 dias improrrogáveis para prestar o compromisso. Para tratar de interesse particular, o titular só pode tirar licença por mais de 120 dias, desde que não seja na mesma sessão legislativa. O suplente também assume nos casos de vaga por falecimento, renúncia ou perda de mandato do titular. Ou, ainda, nos casos de afastamento do titular para ocupar cargo de Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário de Estado, do DF, de Território, de Prefeitura de Capital ou, então, de Chefe de Missão Diplomática Temporária. Nos casos de vaga ou de afastamento para assumir esses outros cargos, o suplente tem o prazo de 60 dias para assumir o exercício do mandato, prazo esse que poderá ser prorrogado por motivo justificado, a requerimento dele próprio, por mais 30 dias. Se dentro desse prazo o suplente não tomar posse nem requerer sua prorrogação, também é considerado que tenha renunciado ao mandato e se convocará o segundo suplente, que, em qualquer hipótese, terá 30 dias para prestar o compromisso. O suplente convocado pela primeira vez presta o compromisso na forma já acima mencionada. Se ele voltar a exercer o mandato na mesma legislatura, o Presidente da Casa apenas comunica ao Plenário o fato, não necessitando prestar novo compromisso. Entretanto, se for reeleito suplente para um novo mandato, terá que prestar o compromisso novamente. Quando acontece uma vaga de Senador? Por falecimento; por renúncia; por perda de mandato. Considera-se haverrenunciado o Senador, titular ou suplente, que, convocado, não prestar compromisso na data estabelecida pelo Regimento. Deve renunciar a um dos cargos o Senador que for eleito para mais de um cargo ou mandato público eletivo, conforme preceitua a Constituição. Ele vai ter que renunciar a um deles. Exemplo: é frequente a eleição de Senadores para Governos estaduais. Para ser empossado Governador, o Senador deverá renunciar a seu mandato no Senado Federal. Observações importantes: 1. um senador pode tomar posse durante o recesso parlamentar; 2. posse sempre é um ato público; 3. o diploma do senador expedido pelo Tribunal Eleitoral é documento imprescindível para que ele tome posse. E um Senador pode perder o seu mandato? Perde o mandato o Senador que infringir qualquer das proibições constantes no art. 54 da Constituição, quais sejam: 1. Desde a diplomação: firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade e economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes; aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que seja demissível ad nutum, nas entidades acima descritas; 2. Desde a posse: ser proprietário, controlador ou diretor de empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou exercer função remunerada nessas empresas; ocupar cargo ou função de que seja demissível ad nutum em empresas públicas, autarquias, sociedades de economia mista, empresa concessionária de serviço público; patrocinar causa em que seja interessada qualquer uma dessas empresas acima mencionadas. Perde também o mandato o senador que: - tiver procedimento incompatível com o decoro parlamentar ou deixar de comparecer à terça parte das sessões ordinárias do Senado em cada sessão legislativa, salvo se estiver em licença ou em missão autorizada; - perder ou tiver suspensos os direitos políticos ou, quando o decretar a Justiça Eleitoral; - sofrer condenação criminal em sentença definitiva e irrecorrível. Em casos de falecimento, renúncia e perda de mandato, fala-se em vacância. Outro conceito bastante importante a ser tratado é o de REUNIÃO. Veja abaixo: a) Todas as vezes em que uma sessão plenária não puder ser realizada, por falta de quorum para seu início (1/20 da composição do Senado) ou por motivo de força maior assim definido pela Presidência, o que acontece é uma reunião. Nesse caso, o Presidente declara que não pode ser realizada a sessão, determina a publicação do expediente que há sobre a mesa, independentemente de sua leitura, e a Secretaria de Ata prepara uma ata dessa reunião. b) As comissões não realizam sessões; seus encontros chamam-se reuniões. Isso tanto para as comissões no Senado ou no Congresso, permanentes ou temporárias. c) Antes do início da primeira e da terceira sessão legislativa ordinária da legislatura, o Senado reúne-se em reuniões preparatórias. Esses são os três usos do conceito de REUNIÃO. Vamos estudar, agora, para que servem as REUNIÕES PREPARATÓRIAS. Na primeira sessão legislativa ordinária da legislatura, são realizadas três reuniões preparatórias: - a primeira, a partir do dia 1º de fevereiro, para dar posse aos novos Senadores; - a segunda, para eleger o Presidente da Mesa; - a terceira, para eleger os demais Membros da Mesa, ou seja, dois Vice- Presidentes, quatro Secretários e quatro Suplentes de Secretário. Na terceira sessão legislativa ordinária da legislatura são realizadas duas reuniões preparatórias: a primeira, no 1º dia de fevereiro, para eleger o Presidente; e a segunda, os demais Membros da Mesa. As reuniões preparatórias são iniciadas com o quorum de 1/6 de Senadores e dirigidas pelos Membros da Mesa anterior (excluídos, na reunião do início da legislatura, aqueles que tiverem concluído seu mandato no dia 31/01, ainda que reeleitos). Na Câmara dos Deputados, como ela se renova em sua totalidade, assume a direção dos trabalhos o último Presidente, se tiver sido reeleito Deputado, e, na sua falta, o mais idoso dentre os de maior número de legislaturas. Como acontece a ELEIÇÃO DA MESA DO SENADO? Os Membros da Mesa são eleitos para um mandato de dois anos, em escrutínio secreto e por maioria simples de votos (a maioria de votos, estando presente a maioria absoluta dos Senadores), assegurada, tanto quanto possível, a participação proporcional das representações partidárias e dos blocos parlamentares com atuação no Senado. A eleição para preenchimento do cargo de Presidente do Senado é feita em uma reunião preparatória. As demais, na outra reunião, na seguinte ordem: uma votação para os dois Vice-Presidentes, uma outra votação para os quatro Secretários, e ainda uma terceira votação para os quatro Suplentes de Secretário. Entretanto, as eleições dos Vice-Presidentes e dos Secretários podem ser realizadas em um único escrutínio, desde que seja aprovado requerimento nesse sentido, subscrito por 1/3 de Senadores ou líder que represente esse número. As eleições dos Vice-Presidentes, Secretários e Suplentes de Secretário são feitas com cédulas uninominais, ou seja, que contenham, cada uma, o nome do candidato e o cargo ao qual ele concorre, cédula que o Senador coloca em uma sobrecarta. A eleição do Presidente não é necessariamente realizada por esse sistema. Para a apuração dos votos, o Presidente fará a separação das cédulas referentes ao mesmo cargo, lendo-as em seguida, uma a uma, e passando- as ao Segundo-Secretário, que anotará o resultado. O painel eletrônico de votação no plenário, por preservar o sigilo da eleição, vem sendo utilizado nos casos em que haja candidato único disputando a vaga. Ainda se faz necessário explicar a diferença entre Mesa e Comissão Diretora do Senado. A eleição é para a Mesa. É ela que dirige os trabalhos do Senado por dois anos. A Comissão Diretora é composta pelos mesmos Membros da Mesa. Ela dirige as atividades administrativas da Casa. A Constituição de 1988, em seu art. 57, § 5º, instituiu a Mesa do Congresso Nacional, que é presidida pelo Presidente do Senado e tem seus demais cargos preenchidos, por alternância, entre Membros da Mesa da Câmara e do Senado. Assim, o Primeiro Vice-Presidente da Mesa do Congresso é o Primeiro Vice-Presidente da Mesa da Câmara: o Segundo Vice- Presidente da Mesa do Congresso é o Segundo Vice-Presidente da Mesa do Senado. E assim por diante. Não há suplente na Mesa do Congresso Nacional. Quadro-Resumo Posse Reunião Eleição da Mesa do Senador titular do mandato não realização da sessão Presidente (1) de 1º Suplente trabalho das comissões Vice-Presidente (2) de 2 º Suplente preparatória Secretários (4) Suplentes de Secretário (4) Unidade 4 - Fases das Sessões Já descrevemos, sucintamente, os tipos de sessão no Senado e no Congresso. Vamos, agora, detalhá-los. No Senado, elas podem ser: 1. deliberativas (ordinárias ou extraordinárias); 2. não deliberativas; 3. especiais. No Congresso: 1. conjuntas; 2. solenes (ou conjuntas solenes). Que tal revermos um quadro-resumo sobre os tipos de Sessões? SessãoLegislativa Ordinária Extraordinária de 02/02 a 17/07 e de 01/08 a 22/12 quando o CN for convocado Sessão Plenária Senado Federal Congresso Nacional . Deliberativa (ordinária ou extraordinária) . Conjunta . Não deliberativa . Solene (ou conjunta solene) . Especial Qual é a diferença entre sessão deliberativa e não deliberativa? A diferença é que a primeira (sessão deliberativa) possui Ordem do Dia, momento da sessão em que há deliberação sobre matérias legislativas, e a segunda (não deliberativa) não possui este momento, sendo destinada a pronunciamentos de Senadores, comunicações, leitura de expediente e outros assuntos de interesse político e parlamentar. As sessões deliberativas ordinárias e as não deliberativas são realizadas de 2ª a 5ª feira, às 14h. Na 6ª feira, a sessão inicia-se às 9h. Se houver Ordem do Dia, será uma sessão deliberativa ordinária. Caso contrário, uma sessão não deliberativa. As sessões deliberativas extraordinárias não têm horário preestabelecido no Regimento. Esse horário é definido pelo Presidente, no momento de sua convocação, que o fará ouvidas as lideranças partidárias, quando as circunstâncias o recomendarem, ou sempre que haja necessidade de deliberação urgente. Além do horário, as sessões deliberativas ordinárias e extraordinárias se diferenciam pela determinação de sua Ordem do Dia. Para as primeiras, as matérias que farão parte das deliberações são definidas com 3 sessões deliberativas ordinárias (art. 170, § 2º, III-RISF) de antecedência. Já para as extraordinárias, como o próprio nome diz, não há previsão. Sua Ordem do Dia e seu horário de realização são definidos pelo Presidente no momento da convocação. Tanto as sessões deliberativas quanto as não deliberativas precisam da presença em plenário de, no mínimo, 1/20 dos Senadores para serem iniciadas ou para terem continuação. As sessões especiais são destinadas a homenagens ou comemorações. O Senado pode interromper uma sessão ou realizar uma sessão especial, a juízo do Presidente ou por deliberação do Plenário, mediante requerimento assinado por pelo menos seis Senadores e aprovado por maioria simples de votos. Nela podem ser admitidos convidados à mesa e no plenário, sem necessidade de quorum para ser realizada. A convocação pode ser feita em sessão ou mediante publicação no Diário do Senado Federal. O uso da palavra é restrito aos oradores designados pelo Presidente. O Senado ainda pode prestar homenagem sem que esta dure uma sessão inteira. Ela pode ser realizada na primeira parte da sessão, Período do Expediente. Para isso, também é necessário requerimento assinado por no mínimo seis Senadores e aprovado pelo Plenário. Os Senadores que quiserem fazer uso da palavra, neste caso, podem se inscrever. As sessões deliberativas, ordinárias ou extraordinárias, do Senado, possuem três FASES: Período do Expediente; Ordem do Dia; e após a Ordem do Dia As não deliberativas, como não têm Ordem do Dia, só possuem Período do Expediente. Quanto às sessões especiais, podem ser divididas? Não, elas destinam-se apenas à homenagem estabelecida. E no Congresso, como ocorrem as sessões? No Congresso, as sessões são conjuntas, quer de trabalho, quer de homenagem. As que não tiverem data previamente estabelecida serão convocadas pelo Presidente do Senado ou seu substituto, com prévia audiência da Mesa da Câmara. As sessões pré-datadas são as de posse do Presidente e do Vice-Presidente da República (1º de janeiro) (arts. 60 a 67 - RCCN) e a destinada a abrir os trabalhos da sessão legislativa ordinária (02 de fevereiro ou primeiro dia útil subsequente) (arts. 57 a 59 - RCCN). As sessões conjuntas são realizadas no plenário da Câmara dos Deputados, salvo escolha de outro lugar previamente anunciado. Em geral, nesta hipótese, a opção recai sobre o plenário do Senado Federal. Nas sessões de trabalho legislativo, havendo Ordem do Dia, os avulsos (publicação) das matérias devem estar disponíveis aos parlamentares com 24 horas de antecedência. As sessões de trabalho também são divididas em FASES. Por analogia ao Regimento do Senado, compreendem: As fases das sessões são: Período do Expediente Ordem do Dia Após a Ordem do Dia O Congresso Nacional realiza sessão solene para: Inaugurar sessão legislativa (ordinária ou extraordinária); Dar posse ao Presidente e ao Vice-Presidente da República; Promulgar emendas constitucionais; Homenagear Chefes de Estado estrangeiro; Comemorar datas nacionais. Todas as sessões, do Senado ou do Congresso, têm duração de quatro horas e meia, podendo ser prorrogadas por proposta do Presidente ou a requerimento de qualquer Senador, no Senado, ou de qualquer Congressista, no Congresso, tantas vezes quantas necessárias. A prorrogação será sempre por prazo fixo, que não poderá ser restringido, salvo por falta de matéria ou de número para o prosseguimento da sessão. As fases das sessões são: Período do Expediente; Ordem do Dia; e após a Ordem do Dia. Agora você irá compreender melhor o que acontece em cada uma das FASES DAS SESSÕES. PERÍODO DO EXPEDIENTE Nas sessões deliberativas ordinárias, esse período dura 120 minutos, contados a partir do real início da sessão. É destinado à leitura do expediente pelo Primeiro-Secretário, na íntegra ou em resumo, e aos oradores inscritos, que têm até 10 minutos para fazer seu pronunciamento, sendo permitidos apartes. O Período do Expediente poderá ser prorrogado pelo Presidente, uma única vez, para que o orador conclua seu pronunciamento, caso não tenha esgotado o tempo de que disponha, após o que a Ordem do Dia terá início impreterivelmente. Caso haja matéria a ser deliberada que esteja tramitando no rito de urgência urgentíssima (art. 336, I - RISF), não serão permitidos oradores no Período do Expediente. Esse tempo também pode ser destinado a homenagens. Nas sessões deliberativas extraordinárias, esse período dura 30 minutos, e só haverá oradores caso não haja número para as deliberações da Ordem do Dia. No Congresso, o Expediente dura trinta minutos e é destinado à leitura do expediente pelo Primeiro-Secretário e aos oradores inscritos, que poderão usar da palavra pelo prazo máximo de cinco minutos. Ainda no Período do Expediente podem acontecer votações de requerimentos que não sejam objeto de deliberação na Ordem do Dia. No Senado Encerrado a Período do Expediente, tem início a Ordem do Dia, cuja designação é de competência do Presidente da Casa. As matérias são incluídas na Ordem do Dia segundo sua antiguidade e importância, observada a seguinte sequência: medida provisória (art.62-CF) a partir do 46º dia de vigência; matéria com urgência constitucional (art. 64 CF) com prazo já esgotado; matéria em regime de urgência urgentíssima (calamidade pública e perigo de segurança nacional); matéria com prazo determinado, segundo o art. 172, II, do RISF; matéria em regime de urgência, nos termos do art. 336, II, do RISF; matéria em regime de urgência, nos termos do art. 336, III, do RISF; matéria em tramitação normal. Além desse critério, há precedência de: matérias em votação sobre as em discussão; matérias da Câmara dos Deputados sobre as do Senado; redações finais sobre matérias em deliberação do mérito; matérias em turno suplementar, em turno único, em segundo turno e em primeiro turno, nessa ordem; projetos de lei sobreprojetos de decreto legislativo, sobre projetos de resolução, sobre pareceres, sobre requerimentos, nessa ordem; matérias da pauta anterior que não foram deliberadas sobre outras dos grupos a que pertencem. Os projetos de código serão incluídos com exclusividade na Ordem do Dia. Os pareceres sobre escolha de autoridade serão colocados ao final da Ordem do Dia. Apesar de o Regimento dispor sobre a sequência das matérias, essa ordem pode ser alterada por requerimento assinado por qualquer Senador, solicitando inversão da pauta, apresentado e votado antes de se iniciar a Ordem do Dia. Depois desta iniciada, a sequência ainda pode ser alterada por requerimento de preferência de um item sobre outro, assinado por qualquer Senador e aprovado pelo Plenário. São lidos no Período do Expediente e votados após a Ordem do Dia da mesma sessão: Os requerimentos de urgência, nos termos do art. 336, II; os requerimentos que solicitam sessão especial; os requerimentos que solicitam que o tempo destinado aos oradores do Período do Expediente de uma determinada sessão seja para prestar alguma homenagem. Quer visualizar na prática o que estudamos? Acesse o link Atividade Legislativa No Congresso Terminada a leitura do expediente e o horário destinado aos oradores do Expediente, tem início a Ordem do Dia, cuja designação também é da competência do Presidente do Senado (na condição de Presidente da Mesa do Congresso). Na sua organização, as proposições em votação têm precedência sobre aquelas em discussão. Projetos de lei têm preferência sobre os projetos de decreto legislativo, os projetos de resolução e os requerimentos. Também nas sessões conjuntas, a ordem da Ordem do Dia pode ser alterada por requerimento de inversão da pauta ou de preferência. A diferença é que os requerimentos devem ser apresentados por líder partidário. Tanto no Senado quanto nas sessões conjuntas, estando uma matéria em fase de votação e não havendo quorum para as deliberações, passar-se-á à matéria que estiver em discussão. Esgotada a matéria em discussão e persistindo a falta de quorum, a Presidência pode suspender a sessão por prazo não superior a 30 minutos (no Congresso) ou a uma hora (no Senado) ou conceder a palavra a algum parlamentar. Sobrevindo número para as deliberações, voltar-se-á às matérias, interrompendo-se o orador que se encontra na tribuna. Nenhum Senador no Senado ou parlamentar no Congresso presente à sessão poderá deixar de votar, salvo quando se tratar de assunto em que tenha interesse pessoal (nesse caso, o Senador ou parlamentar deve declarar tal fato, sendo, contudo, sua presença computada para efeito de quorum) ou quando seu partido estiver em obstrução declarada pelo líder. APÓS A ORDEM DO DIA No Senado e no Congresso Esgotada a Ordem do Dia, o tempo que restar para o término da sessão será destinado, preferencialmente, ao uso da palavra pelas lideranças e, havendo tempo, pelos oradores inscritos, que no Senado, neste momento, dispõem de até vinte minutos para seu pronunciamento. Algumas votações são realizadas nesta fase da sessão no Senado. Alguns exemplos: requerimentos de urgência nos termos do art. 336, II, do RISF; redações finais de matérias em rito normal de tramitação que foram deliberadas na Ordem do Dia, caso haja requerimento de dispensa de sua publicação. Uma sessão só não se realiza, no Senado, por falta de quorum, por deliberação do Plenário, quando seu período de duração coincidir, mesmo que parcialmente, com o de sessão conjunta do Congresso, ou por motivo de força maior, assim definido pela Presidência da Casa. No Congresso, ela não se realiza por falta de quorum ou por cancelamento por parte da Presidência do Senado. O Senado, nos sessenta dias que antecedem as eleições gerais, funciona de acordo com o Regimento Comum, ou seja, suas sessões se realizam por convocação, como as conjuntas do Congresso. Nesses dias, também o Período do Expediente ou a Ordem do Dia podem ser dispensados, desde que ouvidas as lideranças. Unidade 5 - Tipos de Sessão e Modalidades de Votação TIPOS DE SESSÃO E MODALIDADES DE VOTAÇÃO Veremos aqui que as sessões, tanto do Senado como as conjuntas do Congresso, podem ser públicas ou secretas. As votações também podem ser públicas - o Regimento usa a palavra "ostensivas" - ou secretas. Quem pode assistir a uma sessão no Senado ou no Congresso? A maior parte das sessões é pública, ou seja, qualquer pessoa desarmada, ocupando em silêncio o lugar que lhe é reservado, pode assistir tanto a uma sessão do Senado como do Congresso, na Tribuna de Honra ou nas galerias. À imprensa é reservada uma bancada própria. Quem pode entrar no Plenário do Senado? No plenário do Senado são admitidos, além dos Senadores, os suplentes de Senador, os ex-Senadores e suplentes que tenham exercido o mandato, Ministros de Estado, nos casos previstos no Regimento - ou seja, quando convocados ou quando solicitarem sua vinda para expor algum assunto de interesse de sua Pasta. Também são admitidos no plenário funcionários da Casa, quando em pleno exercício de suas funções. Nas sessões especiais são admitidos convidados, podendo estes, inclusive, a convite do presidente, compor a Mesa. Se a maior parte das sessões é pública, quer dizer que podemos divulgá-las? As divulgações das sessões por reportagem fotográfica no recinto, por irradiação sonora ou por filmagem e transmissão em televisão, dependem de autorização do Presidente do Senado. Das sessões será elaborada ata circunstanciada, que constará do Diário do Senado Federal, tanto durante as sessões legislativas ordinárias como nas extraordinárias. Nos períodos de recesso, haverá publicação sempre que houver matéria que assim justifique. Quando o Senado funcionará secretamente? Obrigatoriamente, sempre que tiver que deliberar sobre: acordos de paz; declaração de guerra; suspensão de imunidade de Senador durante estado de sítio; escolha de Chefe de Missão Diplomática - os Embaixadores; e também para deliberar sobre requerimento que solicite sessão secreta do Senado. Neste último caso, chegando à Mesa um requerimento solicitando sessão secreta, o Presidente informa ao Plenário sobre a sua existência, sem, no entanto, comunicar quem é seu autor nem o motivo pelo qual está sendo solicitada a sessão secreta. Para deliberar sobre esse requerimento, o Senado já funcionará em sessão secreta. O Presidente solicita a retirada dos funcionários e de todos que estejam assistindo àquela sessão, podendo determinar a presença dos funcionários que julgar necessários. Leia no Diário do Senado como uma sessão se transforma em secreta. Já em sessão secreta, o Presidente informa ao Plenário o nome do requerente e o assunto a ser apreciado em sessão secreta. Os Senadores votam por maioria simples, em votação simbólica, se desejam que aquele assunto seja apreciado em sessão secreta. Aprovado o requerimento, será marcada essa sessão para o mesmo dia ou o dia seguinte, caso a data da sessão já não venha preestabelecida no requerimento. Antes de a sessão voltar a ser pública, o Plenário decide, por meio de debate e votação, por maioria simples, se deseja que seja divulgado o nome do requerente e o assunto tratado. Caso o requerimento seja rejeitado, a matéria a que ele se refere será objetode debates em sessão pública. As atas das sessões secretas são redigidas pelo Segundo-Secretário, assinadas pelo Presidente e pelos Primeiro e Segundo-Secretários, colocadas em sobrecarta (envelope) lacrada, que é rubricada pelos Secretários. Antes de a sessão voltar a ser pública, a ata é votada com qualquer número. Em sessão secreta, além dos Senadores e dos funcionários determinados, o Presidente ou um líder podem propor ao Plenário - e este vota a proposta - que outras pessoas assistam àquela sessão. E as sessões no CONGRESSO? São públicas ou secretas? As sessões são públicas, como regra, podendo também ser secretas, se assim deliberar o Plenário, mediante proposta da Presidência ou de líder, prefixando-lhe a data. O procedimento é o mesmo que para o Senado. O Presidente anuncia a existência do requerimento, mas sem dizer seu autor nem sua finalidade, a qual só será divulgada quando o Congresso já estiver trabalhando em sessão secreta. Como se dá o registro das sessões? Também as sessões do Congresso são registradas em ata. As atas das sessões públicas são circunstanciadas; as das sessões secretas são redigidas pelo Segundo-Secretário. A ata será submetida ao Plenário - que deliberará com qualquer número, antes de a sessão voltar a ser pública, -, assinada pelos Membros da Mesa, e encerrada em "sim", "não" e "abstenção". E no caso de o painel eletrônico não estar funcionando? Faz-se chamada pela lista de comparecimento dos Senadores. Como se dá a transformação de uma votação simbólica em votação nominal? Nas votações simbólicas, se algum Senador não concordar ou se tiver dúvida a respeito do resultado, pode pedir, com o apoiamento de outros três Senadores, verificação da votação. E a votação, que havia sido feita simbolicamente, passa agora a ser realizada pelo painel eletrônico, nominalmente, para justamente verificar se o resultado anteriormente anunciado corresponde à realidade. Uma outra forma de uma matéria que deveria ser votada simbolicamente ser votada nominalmente é através de requerimento pedindo sua votação nominal. Este deve ser apresentado e votado antes de se passar à votação da matéria em si. Se aprovado, ela não será submetida à votação simbólica, mas será realizada diretamente por processo nominal. Assim, os processos simbólico e nominal (no painel ou por chamada) de votação são utilizados para votações ostensivas, ou seja, para as votações públicas. Já nas votações secretas só se pode utilizar o sistema nominal, quer no painel, quer por esferas, ou em cédulas, nas eleições. A diferença é que, nas votações públicas, aparecem, no painel eletrônico, o nome do votante, seu voto e o resultado total da votação. Nas votações secretas, aparecem tão somente o nome do votante e o resultado total. Não aparece a qualidade do voto. A norma geral é que as sessões sejam públicas e as votações também. Mas numa sessão pública pode haver votação pública ou votação secreta. E numa sessão secreta pode haver votação secreta ou votação ostensiva (pública). Depende da matéria que está sendo deliberada. Resumindo: SESSÕES São públicas, como regra, podendo também ser secretas, se assim deliberar o Plenário (mediante proposta da Presidência ou de líder, prefixando- lhe a data). São secretas, obrigatoriamente, sempre que tiver que deliberar sobre: . acordos de paz; . declaração de guerra; . suspensão de imunidade de Senador durante o estado de sítio; . escolha de Chefe de Missão Diplomática - os Embaixadores; . e também para deliberar sobre requerimento que solicite sessão secreta do Senado. VOTAÇÕES I - Ostensivas (públicas) a) Simbólica b) Nominal II - Secretas a) Eletrônica b) Por meio de cédula c) Por meio de esfera Referência: RISF - arts. 182 a 186; 190 a 198; 201 a 208; 289 a 298; 383 a 385. Unidade 6 - Quorum de Iniciativa e Quorum de Votação QUORUM DE INICIATIVA E QUORUM DE VOTAÇÃO Iniciativa é o poder de propor a edição de uma regra jurídica nova. Tal poder pode ser exercido individual ou coletivamente. Quem pode iniciar uma proposta de regra jurídica nova? Qualquer membro ou comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, o Presidente da República, o Supremo Tribunal Federal, os Tribunais Superiores, o Procurador-Geral da República e os cidadãos. Vamos verificar alguns exemplos de iniciativa? Iniciativa Individual Presidente da Républica Proposta de emenda à Constituição, projeto de lei. Senador ou Deputado Projeto de lei, projeto de decreto legislativo, projeto de resolução, emendas diversas a outras matérias (salvo a proposta de emenda à Constituição), requerimento. Procurador-Geral da República, STF, Tribunais Superiores Projeto de lei de matéria atinente à sua competência privativa. Iniciativa Coletiva Senadores ou Deputados Proposta de emenda à Constituição, emendas à proposta de emenda à Constituição; na mesma sessão legislativa, projeto de lei ordinária rejeitado. Senadores Projeto de resolução referente à competência tributária dos Estados e do Distrito Federal. Comissão Projeto de resolução referente às matérias estabelecidas no art. 52 VI, VII, VIII, IX da Constituição; projeto de resolução relativo à competência tributária dos Estados e do Distrito Federal; projeto de lei, projeto de decreto legislativo, projeto de resolução suspendendo a execução no todo ou em parte de lei declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal Mesa Provocação à Casa, propondo a perda de mandato de parlamentar. Partido político (representado no Congresso) Provocação à Casa, propondo a perda do mandato de parlamentar. Assembleias Legislativas Proposta de emenda à Constituição (mais da metade delas, manifestando-se cada uma pela maioria relativa de seus membros). Cidadãos Projeto de lei subscrito por, no mínimo 1% do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de 0,3% dos eleitores de cada um deles. QUORUM DE VOTAÇÃO Veremos aqui, segundo a Constituição, que as deliberações de cada uma das Casas do Congresso e de suas comissões são tomadas por maioria de votos, presente a maioria absoluta dos membros, salvo se dispuser em contrário. E o Regimento do Senado ou o Regimento Comum também especificam: Deliberações Quórum de votação Sentença condenatória de Presidente e Vice- Presidente da República, de Ministros de Estado e do Supremo Tribunal Federal, Procurador-Geral da República e Advogado- Geral da República, todos em casos de crimes de responsabilidade 2/3 de Senadores (54 votos) Fixação de alíquotas máximas nas operações internas, para resolver conflito específico que envolva interesse de Estados e do Distrito Federal 2/3 de Senadores (54 votos) Suspensão de imunidade de Senadores, durante o estado de sítio 2/3 de Senadores (54 votos) Proposta de emenda à Constituição 3/5 em cada uma das Casas para aprovação (49 votos no Senado; 308 na Câmara dos Deputados Projeto de decreto legislativoreferente a renovação ou não renovação de concessão ou permissão para serviço de radiofusão sonora e de sons e imagens 2/5 de votos (33 senadores) para rejeitar o projeto Projeto de lei complementar maioria absoluta de votos (41) Exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da república. maioria absoluta de votos (41) Perda de mandato de Senador nos casos de infringência do art. 54 da Constituição ou cujo procedimento não seja compatível com o decoro parlamentar ou que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado maioria absoluta de votos (41) Aprovação de ato do Presidente da República que decretar estado de defesa ou autorização para o Presidente decretar estado de sítio maioria absoluta de votos (41) Estabelecimento de alíquotas aplicáveis às operações e prestações interestaduais e de exportação maioria absoluta de votos (41) Estabelecimento de alíquotas mínimas nas operações internas. maioria absoluta de votos (41) Autorização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital, mediante créditos suplementares ou especiais específicos maioria absoluta de votos (41) Aprovação do nome indicado para Ministro do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça, do Tribunal Superior do Trabalho, para Procurador-Geral da República e para membro do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público maioria absoluta de votos (41) Veto presidencial (em sessão conjunta do Congresso) exige maioria absoluta de votos "'não" em cada uma das Casas para ser derrubado, ou seja, para ser rejeitado para ser rejeitado (41 no Senado; 257 na Câmara dos Deputados) Perda de mandato de Deputado ou Senador, por voto secreto da maioria absoluta da Casa a que pertencer o parlamentar maioria absoluta (41 no Senado; 257 na Câmara dos Deputados). Observação: Os projetos de decreto legislativo sobre direitos humanos que forem aprovados em cada uma das Casas do Congresso Nacional com 3/5 de votos (49 no Senado, 308 na Câmara dos Deputados) em 2 turnos serão equivalentes a emenda constitucional. A publicidade da matéria, o parecer e o quorum, tanto de iniciativa como de votação da matéria a ser deliberada, tanto no Senado quanto no Congresso, são três formalidades essenciais que nem mesmo o regime de urgência urgentíssima pode dispensar. Referência: CF - arts. 47, 51, 52, 2º e 4º; 53, §§ 7º e 8º; 55, § 2º e 3º; 60, § 2º; 61; 66, § 4º; 67; 69; 77; 101;103-B; 128, § 1º, 2º e 4º;130-A; 136, § 4º; 137; 155, § 2º, IV e V, "a" e "b"; 167, III; 223. RISF - arts. 212; 243; 288; 393; 394. Parabéns! Você chegou ao final do primeiro Módulo de estudo do curso de Processo Legislativo. Como parte do processo de aprendizagem, sugerimos que você faça uma releitura do mesmo e resolva os Exercícios de Fixação. O resultado não influenciará na sua nota final, mas servirá como oportunidade de avaliar o seu domínio do conteúdo. Lembramos ainda que a plataforma de ensino faz a correção imediata das suas respostas! Para ter acesso aos Exercícios de Fixação, clique aqui. MÓDULO II - PROPOSIÇÕES APRECIADAS PELO SF E PELA CD (CASAS SEPARADAS) – Introdução Este segundo módulo tem por objetivo mostrar os aspectos e rotinas dos procedimentos legislativos, bem como identificar situações ou formas de execução de tramitações. Identificar as características e a tramitação das diversas proposições legislativa; reconhecer como são apreciadas as proposições em ambas as Casas Legislativas e suas deliberações. Unidade 1 - Proposições Legislativas PROPOSIÇÕES APRECIADAS PELO SENADO E PELA CÂMARA (CASAS SEPARADAS) PROJETO DE LEI Vamos começar pelas matérias que tramitam em Casas separadas. Nosso primeiro assunto são os projetos de lei. (As medidas provisórias serão objeto da UNIDADE 6) Os projetos de lei que têm origem no Senado - os Projetos de Lei do Senado (PLS) - e os projetos de lei que se originam na Câmara e vêm à revisão do Senado - os Projetos de Lei da Câmara (PLC) - podem ser de lei ordinária ou de lei complementar. A Constituição Federal explicita que dispositivos precisam ser complementados por um tipo ou outro de lei. Na forma, sua maior diferença é o quorum de aprovação: para os projetos de lei ordinária, o quorum é de maioria simples de votos; para os projetos de lei complementar, o quorum é de maioria absoluta de votos. PROJETO DE LEI DA CÂMARA - PLC (lei ordinária ou complementar) Qual a origem dos PLC? Os PLC podem ter origem em uma proposta de Deputado, de comissão da Câmara, do Presidente da República, do Supremo Tribunal Federal, de Tribunais Superiores, do Procurador-Geral da República, do Ministério Público ou, ainda, dos cidadãos. Enfim, os projetos de lei que vêm de fora do Poder Legislativo iniciam sua tramitação pela Câmara, vindo ao Senado para revisão. Os PLC, ao chegarem no Senado, são lidos no Período do Expediente da sessão plenária, deliberativa (ordinária ou extraordinária) ou não deliberativa, e são despachados, pelo Presidente, para uma ou mais comissões, segundo as competências dessas, para serem analisados e receberem parecer. No Senado, a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania tem até vinte dias úteis para proferir parecer (as demais comissões têm quinze dias úteis). Esses prazos podem ser prorrogados, por igual período, através de uma comunicação do Presidente da Comissão à Mesa do Senado, a qual será lida no Período do Expediente. Nova prorrogação só pode ser concedida por prazo determinado e mediante requerimento que deve ser votado no Plenário do Senado. Uma vez emitido o parecer da Comissão, o projeto é enviado à Mesa para leitura no Período do Expediente, quando é numerado e tem início o prazo de cinco dias úteis para recebimento de emendas. Caso não existam emendas, o projeto está pronto para ser incluído na Ordem do Dia, a fim de ser discutido e votado em turno único. Se receber emenda, o projeto volta à Comissão ou às Comissões pelo prazo de quinze dias úteis (se houver mais de uma Comissão a se manifestar, o prazo corre em conjunto) para receber parecer sobre essas emendas. Dado o parecer, a matéria volta à Mesa para leitura e pode, a partir daí ser incluída na Ordem do Dia. Se o projeto for aprovado sem alteração ou com alteração somente de redação, ele vai à sanção do Presidente da República. Caso sofra alteração de mérito, essa alteração volta à Câmara para análise. Como já foi dito, se o projeto de lei ordinária, o quorum de votação é o de maioria simples de votos. Se for de lei complementar, é de maioria absoluta. Para que servem os autógrafos? Para encaminhar a redação oficial do que foi aprovado, quer para o Presidente da República, quer para a Câmara, o Senado prepara autógrafos desse texto. Então, autografo é o documento oficial que reproduz o que foi aprovado. PROJETO DE LEI DA CÂMARA (de origem do Presidente da República, com pedido de urgência constitucional - art. 64, CF) Qual é o prazo da urgência constitucional solicitada pelo Presidente da República para tramitação de projeto de lei de sua iniciativa? A urgência constitucional solicitada pelo Presidente da República para tramitação de projeto de leide sua iniciativa prevê para a matéria o prazo de quarenta e cinco dias na Câmara e outros quarenta e cinco dias no Senado, sucessivamente. O projeto, quando chega da Câmara dos Deputados, é lido no Período do Expediente e distribuído às Comissões, como qualquer outro projeto. Entretanto, por estar tramitando em regime de urgência, o projeto recebe emendas de todos os Senadores apenas na primeira ou na única Comissão constante do despacho, pelo prazo de cinco dias úteis. Se mais de uma Comissão tiver que se manifestar a respeito do projeto, os prazos correm concomitantemente. Para emitir parecer, esses órgãos técnicos têm vinte e cinco dias. Caso não cumpram esse prazo, a matéria será incluída na Ordem do Dia e receberá parecer em plenário. Esgotado o prazo de quarenta e cinco dias sem que haja deliberação sobre o projeto, quer numa Casa, quer noutra, a proposição é incluída na Ordem do Dia, sobrestando-se a deliberação quanto aos demais assuntos (exceção feita às medidas provisórias, que têm precedência) até que se ultime sua votação, que se dará por maioria simples, se for projeto de lei ordinária, ou por maioria absoluta, se for de lei complementar. PROJETO DE LEI DO SENADO - PLS (lei complementar) (iniciativa de Senador) Vamos ver o passo a passo? 1. Lido no Período do Expediente da sessão, o projeto é encaminhado às Comissões, que têm o prazo regimental (CCJ - vinte dias úteis; demais Comissões - quinze dias úteis) para emitir parecer. Uma vez aprovado pela Comissão, o parecer é remetido à Mesa para leitura em plenário, quando é numerado e determinada sua publicação em avulsos, como qualquer outra matéria dentro do Legislativo. É iniciado o prazo de cinco dias úteis para recebimento de emendas perante a Mesa. 2. Caso existam emendas, o projeto volta para as Comissões (o prazo é de quinze dias úteis) para receber parecer sobre elas. Só depois estará pronto para ser agendado na Ordem do Dia. Não existindo emendas, desde já está pronto para entrar na pauta de deliberações. PROJETO DE LEI DO SENADO (lei ordinária ou complementar) (iniciativa de Comissão do Senado) Como todo projeto, este também é lido no Período do Expediente. Se a comissão tiver competência sobre aquela matéria, como o projeto já é de Comissão, tem início o prazo de cinco dias úteis para recebimento de emendas perante a Mesa. O projeto só voltará para a Comissão que lhe deu origem caso receba emendas. Ela, então, terá que se pronunciar a respeito das mesmas. Se não receber emendas, ou após a leitura do parecer sobre as que tiver recebido, a matéria encontra-se pronta para ser agendada na Ordem do Dia. A diferença entre o projeto de lei ordinária e o projeto de lei complementar é apenas quanto ao quorum de votação. Fonte: Agência Senado PROJETO DE LEI DO SENADO (PLS) (lei ordinária) (iniciativa de Senador) O projeto é lido no Período do Expediente e encaminhado a uma ou mais Comissões. As comissões podem apreciar esse tipo de projeto? A Constituição Federal de 1988 conferiu às Comissões poder de apreciar terminativamente esse tipo de projeto, ou seja, a regra geral é que esse projeto não venha a ser apreciado pelo Plenário do Senado, ficando apenas no âmbito das Comissões. Esse procedimento, além de desafogar o Plenário, agiliza a tramitação das matérias, sem, no entanto, prejudicar sua análise. Nesse caso, todos os Senadores, mesmo aqueles que não pertencem àquelas Comissões do despacho, podem apresentar emendas, pelo prazo de cinco dias úteis, perante a primeira ou a única Comissão que deve emitir parecer. Como para todas as matérias que dependem de parecer, o Presidente da Comissão designa um Relator, que terá a metade do tempo de que dispõe a Comissão para apresentar seu relatório sobre a matéria. Uma vez apresentado o relatório, qualquer Senador, ou todos os Senadores membros da Comissão, podem pedir vista do processo, que pode ser concedida por até cinco dias úteis. Esse prazo corre em conjunto para todos. O Senador pode devolver o processo com ou sem manifestação. Se houver manifestação, ela recebe a nomenclatura de voto em separado. Poder Terminativo - prerrogativa das comissões permanentes de discutir e votar projetos de lei, dispensada a competência do Plenário, o qual só se manifesta se houver recurso de 10% dos membros da Casa nesse sentido. Essa prerrogativa é definida pela Mesa, quando é feita a distribuição das proposições. A Comissão, nesse caso em que tem poder terminativo, vota não o parecer, mas o próprio projeto. Ela decide sobre a matéria e comunica o fato ao Presidente da Casa, que dará ciência ao Plenário. Terá início, então, o prazo de cinco dias úteis para que 1/10 dos Senadores (nove) possa apresentar recurso, no sentido de que a matéria venha a ser apreciada pelo Plenário, acabando, desta forma, com o poder terminativo da Comissão. Se não receber recurso, a matéria vai diretamente à Câmara, para que aquela Casa faça revisão. Se receber recurso, tem início o prazo de cinco dias úteis para encaminhamento de emendas à Mesa. Sem emendas, a matéria está pronta para a Ordem do Dia. Com emendas, volta para a Comissão, para parecer sobre elas, como em todos os outros casos que já estudamos. Dado o parecer pela Comissão, lido e numerado em plenário, o projeto está pronto para a Ordem do Dia, quando é discutido e votado em turno único, necessitando apenas de quorum de maioria simples para sua aprovação. Aprovado, vai à Câmara dos Deputados para revisão. Se a Câmara apresentar alterações ao projeto, essas alterações voltam ao Senado para exame. Aquilo que o Senado aprovar vai à sanção do Presidente da República. PROJETO DE CÓDIGO Os códigos são leis ordinárias e, como tais, são tratados por meio de projetos de lei que, uma vez aprovados em ambas as Casas, são enviados à sanção do Presidente da República. O projeto é lido no Período do Expediente de uma sessão, oportunidade em que o Presidente designará uma comissão temporária composta de onze membros para seu estudo e fixará o calendário de sua tramitação. Essa comissão temporária se reúne primeiramente para eleger seu Presidente e Vice-Presidente, sendo, em seguida, designado um relator- geral e tantos relatores parciais quantos necessários. Ao projeto principal são anexados os outros que se encontrem em tramitação e que envolvam a mesma matéria. As emendas são apresentadas perante a comissão, que deve emitir parecer sobre todos os projetos e emendas. Publicado o parecer e distribuído em avulsos, o projeto será incluído na Ordem do Dia com exclusividade, obedecido o interstício regimental como nas demais matérias. Em plenário, o projeto é discutido e votado em turno único de discussão e votação, aprovado por maioria simples, em votação pública simbólica. O interstício é contado por sessões ordinárias ou por dias úteis, conforme determinam os regimentos internos de cada Casa (exemplo: é de três dias úteis, no Senado, e de duas sessões, na Câmara, o interstício entre a distribuição de avulsos dos pareceres das comissões e o início da discussão ou votação correspondente). No Congresso Nacional, há projetos de lei a serem apreciados em sessão conjunta, como é o caso das matérias orçamentárias. Esse assunto será estudado em outra oportunidade. Síntese Vimos, nesta Unidade, um pouco da tramitação, no Senado, dos projetosde lei apresentados em Casas separadas. Referência: CF - arts. 48; 58, § 2º, I; 59; 61; 65 a 67; 69. RISF - arts. 90; 91; 92; 97 a 104; 118 a 122; 126; 127; 129 a 133; 136;137; 211; 213; 236 a 240; 243 a 246; 249; 250; 280; 328 a 331; 374. RCCN – arts. 134; 136 a 140; 142; 143. Unidade 2 - Proposições Legislativas PROPOSIÇÕES APRECIADAS PELO SENADO E PELA CÂMARA (CASAS SEPARADAS) Continuaremos nesta UNIDADE com matérias analisadas na Câmara e no Senado separadamente. B) PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO (PDS) Outra matéria analisada na Câmara e no Senado, separadamente, é o projeto de decreto legislativo, que pode ser iniciado em uma ou outra Casa. Os assuntos constantes do art. 49 da Constituição Federal tramitam no Congresso sob a forma de projeto de decreto legislativo. Uma vez concluída a análise do projeto em ambas as Casas, o Presidente do Senado promulga- o. Tanto o projeto que tem início no Senado quanto o que vem da Câmara é lido no Período do Expediente da sessão e despachado a uma ou mais Comissões. Com exceção do PDS sobre radiodifusão, em regime de urgência constitucional, os demais PDS têm tramitação normal, a menos que recebam urgência através de requerimento, como ademais pode acontecer com outras matérias. No PDS sobre radiodifusão ou sobre tratados, acordos e atos internacionais, as emendas devem ser apresentadas perante a Comissão a que for distribuído. Depois, a Comissão tem os prazos regimentais para emitir seu parecer sobre o projeto e eventuais emendas. Os projetos de decreto legislativo relativos a radiodifusão, por força constitucional - art. 223 -, têm o prazo de tramitação, na Câmara e no Senado, de quarenta e cinco dias em cada Casa, consecutivamente. O Presidente da República envia à Câmara dos Deputados uma mensagem. Aquela Casa analisa o processo e elabora o projeto de decreto legislativo correspondente. Uma vez aprovado, o projeto é enviado ao Senado, onde a matéria é despachada à Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática - CCT (Resolução nº 1, de 2007). Inicia-se, então, o prazo de cinco dias úteis para que os Senadores apresentem emendas. Por força de aprovação, pelo Plenário do Senado, em 25.03.03, do Parecer nº 34, de 2002, da CCJ, esse projeto de decreto legislativo passa a tramitar em apreciação terminativa na Comissão. Depois de aprovado o projeto na Comissão, seu Presidente oficia ao Presidente da Casa. Lido o parecer no Período do Expediente, numerado e publicado, inicia-se o prazo de 5 dias úteis para apresentação de recurso por 1/10 dos Senadores. Se não houver recurso, o Presidente do Senado promulga o decreto legislativo. Se for apresentado recurso, a matéria será incluída na Ordem do Dia para deliberação pelo Plenário. Em caso de não renovação de concessão ou permissão, a matéria não tramitará com caráter terminativo na Comissão. Sobre os PDS de tratados, acordos ou atos internacionais: esses projetos só terão iniciado o curso de sua tramitação no Senado se estiverem acompanhados de cópia autenticada do texto, em português, do ato internacional respectivo, bem como da mensagem de encaminhamento e da exposição de motivos. Lidos no Período do Expediente, são publicados e distribuídos em avulsos, como de resto qualquer outra matéria, e despachados à Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, perante a qual todos os Senadores podem apresentar emendas no prazo de cinco dias úteis. A Comissão tem o prazo de quinze dias úteis, prorrogável por igual período, para opinar sobre o projeto. Publicados o parecer e as emendas, que também serão distribuídos em avulsos, e decorrido o interstício regimental, a matéria será incluída na Ordem do Dia. Caso não seja emitido o parecer pela Comissão, e se faltarem dez dias ou menos para o término do prazo no qual o Brasil deva se manifestar sobre o ato em questão, o projeto é incluído na Ordem do Dia para receber parecer em plenário por relator designado pelo Presidente da Casa. Como os outros projetos de decreto legislativo, uma vez aprovado em ambas as Casas do Poder Legislativo, o decreto legislativo dele oriundo é promulgado pelo Presidente do Senado. Uma outra matéria que tramita na forma de PDS diz respeito ao art. 49, XV: autorizar referendo e convocar plebiscito. A Lei nº 9.709, de 18.11.98, dispõe que para dar início a esse projeto é necessário que 1/3 dos Senadores o assinem. Quanto às demais etapas de tramitação, equivale a um outro PDS em rito normal, com aprovação por maioria simples. Há outros casos de PDS, como, por exemplo, o destinado a sustar atos do Poder Executivo (CF, art. 49, V). Depois de submetido à Comissão competente que emitirá parecer sobre a matéria, esse parecer será lido em Plenário, numerado e publicado no DSF e em avulsos. A seguir, tem início o prazo de cinco dias úteis para que a Mesa receba emendas. Se não houver emendas, o projeto está pronto para agendamento na Ordem do Dia. Caso sejam apresentadas emendas, as Comissões deverão apresentar parecer. Depois que o parecer tenha sido emitido, lido, numerado e publicado, observado o interstício regimental de três dias úteis entre sua publicação e o início da discussão da matéria, o projeto pode ser incluído na Ordem do Dia. Referência: CF - arts. 49. RISF - arts. 211; 213; 280; 281; 288, IV; 294; 375; 376. C) PROJETO DE RESOLUÇÃO DO SENADO (PRS) - Apreciado somente pelo Senado (Não é submetido à revisão pela Câmara dos Deputados) Existem vários tipos de projeto de resolução. Vejamos: I. Alteração do Regimento Interno do Senado (RISF): a) O RISF pode ser alterado por iniciativa de qualquer Senador ou da Comissão Diretora. Como toda proposição legislativa, o projeto é lido no Período do Expediente. É aberto prazo de cinco dias úteis para recebimento de emendas perante a Mesa. Havendo ou não emendas, o projeto é remetido à CCJ e, em seguida, à Comissão Diretora (CDIR). Caso o projeto seja de origem da própria CDIR, o projeto só voltará a ela se tiver recebido emendas. Uma vez que já tenham sido dados os pareceres, eles são lidos no Período do Expediente, numerados e publicados no DSF e em avulsos para distribuição aos Senadores. Esse é o procedimento usual. Decorrido o interstício regimental, o projeto está pronto para ser incluído na Ordem do Dia para turno único de discussão e votação. b) O RISF pode ser alterado ou reformado como um todo. Nesse segundo caso, é constituída uma comissão temporária especial de Senadores aprovada pelo Plenário, destinada a analisar e elaborar um projeto de resolução. Dessa comissão deverá fazer parte um membro da Comissão Diretora. Uma vez lido o projeto em plenário, tem início o prazo de cinco dias úteis para encaminhamento de emendas à Mesa. Recebendo ou não emendas, o projeto vai à CCJ e, se ali receber emendas, volta à Comissão Especial para emissão de parecer. Os pareceres são lidos no Período do Expediente, numerados e publicados. Depois do interstício regimental, o projeto pode ser agendado na Ordem do Dia. II. A CCJ apresenta projeto de resolução suspendendo, no todo ou em parte, lei declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, como conclusão de seu parecer a um Ofício S (Senado) sobre a matéria que foi enviada ao Senado pelo STF. Essa matéria tramita somente no Senado e tem caráterterminativo na CCJ. Como toda matéria que tramita em rito terminativo, uma vez aprovada pela Comissão, seu Presidente comunica o fato, através de ofício, ao Presidente da Casa, que dá ciência ao Plenário, no Período do Expediente. Inicia-se o prazo de cinco dias úteis para interposição de recurso por 1/10 de Senadores. Se não houver recurso, como a matéria é de competência privativa do Senado, o Presidente da Casa promulga a resolução. Se houver recurso, a matéria ainda deve ser apreciada pelo Plenário do Senado. Antes de ir a plenário, abre-se prazo de cinco dias úteis para encaminhamento de emendas à Mesa. Sem emendas, passado o interstício regimental, o projeto pode ir para a Ordem do Dia. Com emendas, volta à CCJ para, só depois do parecer emitido, lido, numerado e publicado, ser incluído na Ordem do Dia. Tipos de projeto de resolução III. A Comissão de Assuntos Econômicos apresenta projeto de resolução como conclusão de seu parecer, quando do exame de matérias financeiras como pedido de autorização para operações externas de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios ou de aval em contratação de operação de empréstimo externo por entidade autárquica subordinada aos governos Federal, Estadual ou Municipal. O processo, que tem início com a documentação encaminhada pelo Banco Central, recebe a denominação, no Senado, de Ofício S, e vai à CAE para parecer. Uma vez lido o Projeto de Resolução (objeto de parecer da CAE) em plenário, numerado e publicado, tem início o prazo de cinco dias úteis para emendas. Sem emendas, vai à Ordem do Dia; com emendas, à CAE para parecer, que será lido, numerado e publicado para posterior inclusão na Ordem do Dia. IV. A Comissão de Assuntos Econômicos: por proposta do Presidente da República, apresenta projeto de resolução como conclusão de seu parecer, fixando limites globais para o montante da dívida consolidada da União, dos Estados, do DF e dos Municípios; por proposta do Presidente da República ou de 1/3 dos membros do Senado, apresenta à Comissão, em conclusão de seu parecer, PRS estabelecendo alíquotas aplicáveis às operações e prestações interestaduais e de exportação, devendo ser aprovado por maioria absoluta de votos do Plenário do Senado; por iniciativa de 1/3 dos membros do Senado, a CAE apresenta, também, em conclusão de parecer, PRS que, para ser aprovado, precisa da maioria absoluta de votos favoráveis da Casa, estabelecendo alíquotas mínimas nas operações internas; por iniciativa da maioria absoluta dos membros do Senado, a CAE ainda apresenta PRS em conclusão de seu parecer, que deve ser aprovado por 2/3 da composição da Casa, fixando alíquotas máximas nas operações internas para resolver conflito específico que envolva interesse de Estados e do DF. Em todos esses casos, o procedimento é o mesmo que para outro projeto de resolução advindo de conclusão de parecer. Lido no Período do Expediente, é numerado e publicado, ficando sobre a Mesa para recebimento de emendas durante cinco dias úteis. Com emendas, o projeto volta à CAE para parecer antes de ser agendado. Sem emendas, já estará pronto para o agendamento. Ainda sobre matéria financeira, a CAE apresenta PRS dispondo sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da União, dos Estados, DF e Municípios, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo poder público federal; ou dispondo sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em operações de crédito externo e interno; ou estabelecendo limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos Estados, DF e Municípios; ou, ainda, fixando alíquotas máximas do imposto sobre transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens ou direitos. Uma vez lido o projeto no Período do Expediente da Sessão, e tendo em vista já ser ele da Comissão, inicia-se o prazo para encaminhamento de emendas à Mesa. O projeto somente voltará à CAE, se receber emendas. Caso contrário, já está pronto para a Ordem do Dia, respeitado o interstício regimental. Unidade 3 - Proposições Legislativas PROPOSIÇÕES APRECIADAS PELO SENADO E PELA CÂMARA (CASAS SEPARADAS) D) PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO (PEC) Quem pode dar início a uma proposta de emenda à Constituição? Um terço de Deputados, na Câmara; um terço de Senadores, no Senado; o Presidente da República, na Câmara; e mais da metade das Assembleias Legislativas das Unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela sua maioria relativa, no Senado ou na Câmara. No Senado, vinte e sete Senadores, no mínimo, são autores de uma PEC. Se algum Senador apuser sua assinatura e especificar que é para apoiamento, essa assinatura não é computada como de autor. Significa que o Senador apoia a iniciativa de se apresentar uma proposta para debater determinado assunto, mas que não quer ser autor. A PEC - quer de origem de Senador quer da Câmara dos Deputados - é lida no Período do Expediente e despachada, individualmente, à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, que tem até trinta dias úteis para emitir seu parecer. Lá, seus membros podem apresentar emendas. Caso a Comissão conclua seu parecer aprovando alguma emenda, esta deverá conter também vinte e sete assinaturas. Após a leitura em plenário, o parecer é numerado e publicado no Diário do Senado Federal e em avulsos. Decorrido o interstício, que, neste caso, é de cinco dias, a matéria pode ser incluída na Ordem do Dia para cinco sessões deliberativas ordinárias consecutivas de discussão em primeiro turno. Durante esse período, poderão ser oferecidas emendas em plenário também por, no mínimo, vinte e sete Senadores. Se a Comissão não emitir parecer no prazo nem requerer sua prorrogação, o Presidente da Casa pode incluir a matéria na Ordem do Dia, para que o relator designado pelo Presidente profira oralmente o parecer. Encerrada a discussão sem recebimento de emendas, a PEC será votada em primeiro turno, com o quorum qualificado de 3/5 de votos favoráveis (49 votos "sim"). Se houver emendas, será necessário que a CCJ emita parecer sobre elas. Após a leitura e publicação desse novo parecer, a PEC está pronta para ser votada em primeiro turno, juntamente com as emendas. O interstício entre o primeiro e o segundo turnos é de, no mínimo, cinco dias úteis. Vencido esse prazo, a PEC pode entrar na Ordem do Dia para um segundo turno de discussão (três sessões ordinárias) e votação, sendo aprovada também por nova deliberação por 3/5 de votos favoráveis. Durante a discussão, vinte e sete Senadores, no mínimo, podem apresentar emendas que não envolvam o mérito. E o procedimento é o mesmo para todas as matérias: sem emendas, pode ser votada em segundo turno; com emendas, vai à CCJ para parecer, antes de ir à votação em segundo turno. A CCJ tem cinco dias improrrogáveis para isso. Se houver redação final (em caso de ter tido alteração), a CCJ apresenta a redação final no prazo de três dias, a qual será votada com qualquer número, independentemente de sua publicação. Se a PEC for de origem do Senado, vai à Câmara para revisão. Se for de origem da Câmara e tiver sofrido alteração, volta àquela Casa. Se não tiver sofrido alteração no Senado, o Presidente do Senado convoca sessão solene do Congresso Nacional, para que as Mesas das duas Casas