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Alunas: Amanda Amaral e Bárbara Borges
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO I TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE BELO HORIZONTE – MINAS GERAIS
Autos nº: XXXXXXXXXXXXXXX
	Mateus Zanella Vitorino, nacionalidade, estado civil, profissão, filho de (mãe) e (pai), portadora do RG n° (...), CPF n° (...), residente na Rua (...), n°(...), bairro, cidade/MG, CEP, vem perante Vossa Excelência, por intermédio do seu procurador abaixo assinado, inscrito na OAB/MG nº(...), com endereço profissional na Rua (...), n°(...), bairro, cidade/MG, CEP, com fundamento no Art. 581 inciso IV do Código de Processo Penal, interpor RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, conforme razões em anexo.
	Desta forma, requer, cumpridas as formalidades legais, que sejam remetidos os autos ao Egrégio Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local, 16 de maio de 2016.
Advogado
OAB/UF nº.
EXCELENTÍSSIMO SESNHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE MINAS GERAIS
RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO
Autos nº: XXXXXXXXXXXXXXX
Recorrente: Matheus Zanella Vitorino
Recorrido: Ministério Público
 TEMPESTIVIDADE
 	A decisão de pronúncia foi publicada na data 11/05/2016 (quarta-feira), sendo assim, a contagem do prazo de 05 (cinco) dias iniciou-se no dia 12/05/2016 (quinta-feira), encerrando-se no dia 16/05/2016 (segunda-feira), razão pela qual é inquestionável a tempestividade do presente recurso.
EGRÉGIO TRIBUNAL
COLENDA CÂMARA,
EMINENTES DESEMBARGADORES
ILUSTRES JULGADORES,
Em que pese entendimento do I Tribunal do Júri da Comarca de Belo Horizonte do Estado de Minas Gerais, a decisão de pronúncia em desfavor do recorrente deve ser reformada, pelas razões abaixo aduzidas.
I - FATOS
O recorrente foi denunciado pelo Ministério Público pela prática do crime previsto no art. 121 c/c art.14 inciso II, ambos do Código Penal. Narra a denúncia que o recorrente é vizinho da vítima Rodrigo e, por causa de uma discussão sacou sua arma e atirou contra a cabeça da vítima. Esta não veio a falecer porque no ato do disparo a arma “mascou”. 
Neste momento, a vítima dominou o recorrente, tomando-lhe a arma, que foi posteriormente entregue à autoridade policial. Prova isso o ato de apreensão que destaca a arrecadação no local no local da arma de fogo (Magnum 0.40) e 6 cartucho, sendo 5 intactos (0.40) e 1 percutido e não deflagrado (380).
Na resposta à acusação do Ministério Público, o recorrente confirmou que não houve qualquer disparado realizado pelo mesmo contra a vítima e que o cartucho entregue a autoridade policial não pertence à arma apreendida.
Diante disso, o juiz designou audiência de instrução e julgamento sem se manifestar sobre a tese de defesa acerca da arma de fogo e do cartucho, determinando a intimação das testemunhas que seriam ouvidas em audiência. Contudo, o recorrente requereu prova pericial antes da audiência supracitada acerca arma de fogo e os projéteis, formulando os quesitos que foram apresentados em juízo.
 	Em audiência de instrução e julgamento, foi apresentada a prova pericial inconclusiva quanto à viabilidade de deflagração de projétil percutido e não deflagrado e positiva quando à eficiência e prestabilidade de arma.
Na oitiva das testemunhas, duas provas testemunhais, consistem nos depoimentos dos policiais que efetuaram a prisão e não presenciaram o fato, que posteriormente no interrogatório do recorrente, negou a existência de qualquer disparo. 
Em alegações finais, o Ministério Público requereu o acolhimento da denúncia, para pronunciar o recorrente nos termos da imputação e o recorrente requereu a rejeição da pretensão acusatória a favor do recorrente, com a desclassificação do fato para lesões corporais, visto que não houve qualquer disparo realizado pelo mesmo com a arma de fogo apreendida.
 	Após a instrução, nos termos do art. 413 do Código de Processo Penal o juízo “a quo” de forma equivocada pronunciou o recorrente, com fundamento de que há elementos robustos de prova que indicam a existência de crime doloso contra a vida e evidente autoria do fato. Alem disso, a versão do acusado e da defesa é inverossímil e estapafúrdia, na medida em que completamente dissonante do conjunto probatório dos autos.
Entretanto, a decisão do Tribunal do Júri deve ser reformada quanto à desqualificação do tentativa de homicídio para lesão corporal, já que não foi proferido qualquer disparo pelo recorrente contra a vítima e nula quanto ao excesso de linguagem utilizada pelo ilustre Tribunal do Júri, pelos fundamentos abaixo expostos.
 II - DO DIREITO
	A - DESCLASSIFICAÇÃO DO CRIME
	Preliminarmente, a pronúncia é uma decisão interlocutória não terminativa, tendo em vista que não julga o mérito do processo e sim encerra uma fase do processo. Somente a decisão de pronúncia permite que se instale a 2ª fase para julgamento pelo Tribunal do Júri.
	Segundo o art. 213 do Código de Processo Penal, a pronúncia do acusado se dá quando fundadamente o juiz se convence que há materialidade do fato e indícios de autoria suficientes, não tendo assim conteúdo condenatório, mas conteúdo declaratório.
	Contudo, no caso em tela, conforme aduzido nos fatos, o recorrente requereu prova pericial acerca da arma de fogo utilizada e os projéteis entregues pela vítima a autoridade policial, já que em resposta à acusação o recorrente declarou que não fez nenhum disparo contra a vítima e que o projétil percutido e não deflagrado não pertence a arma de fogo arrecada pela autoridade. O laudo pericial, apresentado em audiência, mostrou-se inconclusivo quanto à viabilidade de deflagração do projétil e não percutido e conclusivo quanto à eficácia da arma.
	Pode-se confirmar, com base no laudo pericial, que a arma apreendida submetida a analise, se mostra eficaz quanto à sua utilização, não sendo possível que não funcione quando disparada. Tal conclusão pericial se mostra controversa à denúncia, já que foi alegado pela acusação que no momento do disparo a arma “mascou”.
	Com isso, a prova pericial apresentada deve ser valorada, já que realizou-se a análise com base nos quesitos apresentados pelo recorrente e ratifica a declaração do mesmo, que confirma reiteradamente não ter efetuado qualquer disparo com a arma de fogo contra a vítima.
	Ademais, as testemunhas ouvidas em audiência não presenciaram o fato, os policiais, testemunhas arroladas pela acusação, somente efetuaram a prisão do recorrente, não sendo seus depoimentos suficientes para provar os fatos e a imputação feita pelo Ministério Público e consequentemente embasar a decisão de pronúncia do juízo “a quo”.
Ante o exposto, pode-se afirmar que não há elementos de materialidade do fato e consequentemente não há fundamentação para a decisão de pronúncia, visto que os requisitos do art. 213 do Código de Processo Penal são cumulativos. O M.M Juiz “a quo” em sua sentença afirma que existe provas robustas, mas não indicou precisamente quais são as provas robustas e idôneas para a imputação de crime doloso contra a vida, que justifique a pronúncia do recorrente.
Logo, requer a desclassificação do crime de tentativa de homicídio para lesão corporal, visto que o recorrente não efetuou nenhum disparo contra a vítima com a arma de fogo e não há provas suficientes para embasar a materialidade do fato para tal imputação, devendo a decisão ser reformada.
	B - NULIDADE
	Outro fator existente no caso em tela pode ser observado também no pronunciamento, o M.M Juiz do Tribunal do Júri em sua decisão de pronúncia fundamentou que há elementos robustos de prova que indicam a existência de crime doloso contra a vida e evidente autoria do fato.
	Observa-se que tal decisão demonstra um conteúdo condenatório, visto que tal pronunciamento deve versar em um conteúdo declaratório. O juiz pronunciante extrapolou o caráter meramente deliberatório da decisão de pronúncia, manifestando que há provas robustas que indicam o crime doloso contra a vida.
	Além disto, declarou que a versão apresentada pelo recorrentee da defesa é inverossímil e estapafúrdia. Com base neste pronunciamento, é evidente o excesso de linguagem do juízo “a quo”, posto que o pronunciamento demonstra um juízo depreciativo do recorrente. 
	Conclui-se, que a decisão exterioriza que o juiz discutiu o mérito penal, já que afirmou categoricamente a robustez dos elementos de prova que indicam a materialidade do fato e autoria do crime. Deste modo, é claro o excesso de linguagem, que caso não seja anulada a decisão de pronúncia, é capaz de influenciar a decisão dos jurados no conselho de sentença.
	Visto que, tal pronunciamento fere o princípio da imparcialidade, o juiz não deve emitir julgamento de mérito, consequencia disso, o excesso de linguagem pode trazer graves prejuízos irreversíveis à parte.
	Logo, requer o recorrente que a decisão de pronúncia do juízo “a quo” seja anulada, tendo em vista que se for mantida, tal pronunciamento pode influenciar a decisão dos jurados de fato e trazer prejuízos incorrigíveis ao recorrente.
	
3 - PEDIDO DE REFORMA
	Ante o exposto, o recorrente requer à Vossa Excelência:
Que seja CONHECIDO e PROVIDO O RECURSO para reformar a decisão do juízo “a quo”, com a consequente desclassificação do crime de tentativa de homicídio para lesão corporal.
Caso não seja o entendimento deste Egrégio Tribunal, requer o reconhecimento da nulidade para cassação da decisão da pronúncia pelo excesso de linguagem, para o retorno dos autos a juízo ““a quo”” para nova decisão.
Local, 16 de maio de 2016.
Advogado
OAB/UF nº.

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